tag:blogger.com,1999:blog-54321083019313719212024-03-14T00:19:01.529-07:00MODÉSTIA MASCULINAModéstia, costumes e paternidade!Unknownnoreply@blogger.comBlogger191125tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-87671223330655410182018-05-13T06:47:00.000-07:002018-05-13T06:47:10.170-07:00A PERFEIÇÃO CRISTÃ<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Helvetica, Arial, sans-serif, serif, EmojiFont; font-size: 13px; line-height: 18.2px; margin: 0px;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggHBj8LvsVNmdS2JgwTXufvq5jhya5uHDQtyom19DtgMaznJ9F2HGZPmYT_A50iKNHj_vbVDdSDLjkY06JWxIrp8kVR9IBdrZ2XuyfM_C8TmPqt8fXKUzrYWobtlEeBAdgIXxdF_AkVAo/s1600/lightstock-62577-man-kneeling-in-prayer-at-the-altar-of-a-church--5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="290" data-original-width="593" height="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggHBj8LvsVNmdS2JgwTXufvq5jhya5uHDQtyom19DtgMaznJ9F2HGZPmYT_A50iKNHj_vbVDdSDLjkY06JWxIrp8kVR9IBdrZ2XuyfM_C8TmPqt8fXKUzrYWobtlEeBAdgIXxdF_AkVAo/s640/lightstock-62577-man-kneeling-in-prayer-at-the-altar-of-a-church--5.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont; text-indent: 14.2pt;"><br /></span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont; text-indent: 14.2pt;">Muitos, sem pensar, julgam que ela consiste na austeridade de vida, no castigo da carne, nos cilícios, nos açoites, nas longas vigílias, nos jejuns, em outras penitências e fadigas corporais.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Outras pessoas, mulheres especialmente, pensam ter chegado a grande perfeição, quando rezam muito, ouvem muitas missas e longos ofícios, frequentam as Igrejas e a Sagrada Comunhão.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Outros, ainda, e entre eles, certamente muito religioso de convento, chegaram à conclusão de que a perfeição consiste na frequência ao coro, no silêncio, na solidão e na disciplina.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">E assim variam as opiniões, e uns colocam a perfeição nisto e outros, naquilo.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">A verdade, porém, é muito outra. Tais ações são, às vezes, meios de adquirir o espírito, e, às vezes, frutos do espírito. Não se pode, porém, dizer que somente nestas coisas consista a perfeição cristã e o verdadeiro espírito.<a name='more'></a></span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Sem dúvida são poderosíssimos meios para o espírito, quando delas nos utilizamos com discrição. Dão força à nossa alma contra a nossa maldade e fragilidade; fortalecem-na contra os assaltos e as insídias do inimigo; alcançam-nos auxílios espirituais, tão necessários aos servos de Deus, máxime aos que principiam.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Estas práticas são também fruto do espírito, nas pessoas espirituais que castigam o corpo, por ter este, ofendido o Criador e recolhem-se longe do mundo para se dedicarem ao serviço divino e não ofenderem em nada o Senhor. Dedicam-se ao culto divino e às orações, meditam a Vida e a Paixão de Nosso Senhor, não por curiosidade e gosto sensível, mas para conhecerem sempre mais a própria maldade, a bondade e misericórdia de Deus, e mais se inflamarem no amor divino e no ódio de si mesmo. Seguem com grande abnegação, e com sua cruz às costas, o Filho de Deus, frequentam os santos sacramentos, para a glória de sua Divina Majestade, para mais se unirem com Deus e para adquirirem novas forças contra o inimigo.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Se, porém, põe todo o fundamento de sua virtude nas ações exteriores, estas ações, por não serem defeituosas, pois são santíssimas, mas pelo defeito de quem as usa, serão às vezes, mais que os próprios pecados, a causa de sua ruína. Pois estas almas apenas prestam atenção às suas ações, largam o coração às suas inclinações naturais e ao demônio oculto. Este, reparando já estar aquela alma fora do caminho, deixa-a continuar com deleites naqueles exercícios e embala-a com o pensamento das delícias do paraíso. A alma logo se persuade já estar nos coros angélicos e possuir Deus em sua alma. Embevecendo-se em altas meditações, em curiosos e deleitantes pensamentos, e, quase esquecida do mundo e das criaturas, pensa estar no terceiro céu.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Está, porém, envenenada e longe da perfeição. Pela vida e pelos costumes destas pessoas, muito facilmente poderemos deduzi-lo.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Querem sempre, nas coisas pequenas e nas grandes, ser os preferidos. Querem que sua opinião e sua vontade sejam sempre respeitadas. Não reparam nos próprios defeitos e observam e criticam os defeitos do outros. Querem que os outros façam dele excelente juízo e se comprazem nisto. Mas se tocas de leve em sua reputação, ou se falas da devoção que exibem, logo se alteram e muito se inquietam.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">E se Deus, para levá-los ao conhecimento verdadeiro deles mesmos e ir à estrada da perfeição, manda-lhes trabalhos e enfermidades, ou permite perseguições (que nunca vêm sem a vontade divina, que, às vezes, o permite, e são a pedra de toque com que Ele examina a lealdade de seus servos), então se descobre a base falsa da sua devoção. Vê-se que tem o interior corrompido pela soberba, porque, nas diversas circunstâncias, sejam alegres ou tristes, não se humilham perante a vontade divina, respeitando os justos e secretos juízos de Deus. Nem a exemplo de Jesus Cristo abaixam-se perante as criaturas, têm por amigos caros, os perseguidores, e entendem que eles são instrumentos da divina bondade e meios de mortificação, de perfeição e de salvação.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Estes estão em grave perigo de cair, porque têm o olhar interno obscurecido. É com este olhar que contemplam a si mesmos e suas obras externas boas, atribuindo-se muitos graus de perfeição. E, ensoberbecidos, julgam os outros.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">A não ser um auxílio extraordinário de Deus, nada os converterá.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Por isso, mais facilmente se converte e se dá ao bem, o pecador manifesto, que o oculto e coberto com o manto das virtudes aparentes.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Vês, pois, claramente, que a vida espiritual, como declarei acima, não consiste nestas coisas.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">A virtude outra coisa não é, senão o conhecimento da bondade e grandeza de Deus, e da nossa nulidade e inclinação ao mal; o amor de Deus e o ódio de nós mesmos; a sujeição, não somente a Ele, mas, por seu amor, a toda a criatura; o desapropriamento da nossa vontade e o acatamento total de suas divinas disposições; por fim querer e fazer tudo isso, para a glória de Deus, para seu agrado, e porque Ele quer e merece ser amado e servido.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Esta é a lei do amor, expressa pela mão de Deus nos corações de seus servos fiéis.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Esta é a negação de nós mesmos, que Ele exige de nós. Este é o jugo suave e o ônus leve.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Esta é a obediência a que nosso divino Redentor e Mestre nos chama com sua voz e com seu exemplo.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Se aspiras a tanta perfeição, deves fazer contínua violência a ti mesma, para combateres generosamente e aniquilar todas as tuas vontades, grandes e pequenas. Para isso é necessário que, com grande prontidão de ânimo, te aparelhes para esta batalha, pois só é coroado o soldado valoroso.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Este combate é difícil, mais que nenhum outro, pois combatemos contra nós mesmos. Por maior, porém, que seja a batalha, mais gloriosa, e mais cara a Deus, será a vitória.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Se tratares de sufocar todos os teus apetites desordenados, teus desejos e vontades, mesmo muito pequenas, maior serviço farás a Deus do que se te flagelares até o sangue, jejuares mais que os antigos eremitas e anacoretas, converteres milhares de almas, guardando vivos, voluntariamente, alguns destes apetites.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Naturalmente, o Senhor aprecia mais a conversão das almas do que a mortificação de uma pequenina vontade. Apesar disto, não deves querer nem obrar, senão aquilo que o Senhor restritamente quer de ti. E sem dúvida Ele mais se compraz em que te canses em mortificar as tuas paixões do que em O servires em algum trabalho, por grande e necessário que seja, guardando viva em ti, advertida e voluntariamente, alguma paixão.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Agora que vês, filha, em que consiste a perfeição cristã e como, para a conquistar é preciso empenhar uma contínua e duríssima guerra contra ti mesma, necessitas de quatro coisas como armas seguríssimas e muito necessárias, para vencer nesta batalha espiritual.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">São as seguintes:</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">A desconfiança em ti mesma, a confiança em Deus, o exercício e a oração.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;">Com a ajuda divina, algo diremos, sucintamente, sobre estes assuntos.</span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;"><b><br clear="none" /></b></span></div>
<div class="x_ydpd8ecd13fyiv6205218291ydpaf2770ebyiv4293872639MsoNormal" style="color: #00070e; line-height: 24.64px; margin-bottom: 6pt; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif, serif, EmojiFont;"><b><span style="line-height: 24.64px; text-align: center;">O Combate Espiritual ( D. Lorenzo Scúpoli)</span></b></span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-54795799106412407302018-04-14T06:25:00.004-07:002018-04-14T06:33:19.178-07:00Beato Pier Giorgio Frassati: Uma alma feita para os mais altos píncaros<div class="entry-content" style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: Lato, sans-serif; margin: 0px 0px 1.7em; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; font-size: 18px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline: 0px; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: baseline;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi46AqGzg33V-moRmTDoBriYRTdHg2Y7TMczzjwGT7Ed8UOJ0frTl-PTzEk7jblOc2MmXFZpm2EnzwKlfaCdjukeUJKam80rJXDkj9Em0JlC-0aelDioE6EvWEeiq2rBO-TGKFB5pYS8Pk/s1600/pier_giorgio-large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="310" data-original-width="620" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi46AqGzg33V-moRmTDoBriYRTdHg2Y7TMczzjwGT7Ed8UOJ0frTl-PTzEk7jblOc2MmXFZpm2EnzwKlfaCdjukeUJKam80rJXDkj9Em0JlC-0aelDioE6EvWEeiq2rBO-TGKFB5pYS8Pk/s640/pier_giorgio-large.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
<strong style="box-sizing: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px;"><span class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: #993300; margin: 0px; padding: 0px;"><br /></span></strong></div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
<strong style="box-sizing: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px;"><span class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: #993300; margin: 0px; padding: 0px;">A alma pura e idealista de Pier Giorgio nunca se rebaixou aos vales da mediocridade ou aos abismos do pecado. Com sua morte prematura se tornou um estandarte vivo da juventude cristã.</span></strong></div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
“Ave Maria, piena di grazia, il Signore è con te, Tu sei benedetta fra le donne…”</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Com o rosário na mão direita e os bastões de esqui na esquerda, ele contemplava o panorama coberto pela neve. O vento soprava generoso ali no topo, a mais de 2000 m de <br />
<a name='more'></a>altitude, misturando-se com as vozes de seus <img alt="Beato Pier Giorgio Frassati.jpg" src="http://www.arautos.org.br/resource/view?id=140318&size=1" height="485" style="box-sizing: inherit; display: inline-block; float: left; height: auto; margin: 10px; max-width: 100%; padding: 0px; vertical-align: middle;" title="Beato Pier Giorgio Frassati.jpg" width="300" />companheiros, os quais, reunidos a seu lado, respondiam às Ave-Marias. Pouco a pouco, outros excursionistas, a cujos ouvidos chegava o som daquela prece sincera, uniam suas vozes ao fervoroso coro.</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Rosário rezado nas alturas! Nada causava tanto júbilo ao coração idealista e mariano de Pier Giorgio Frassati, o robusto estudante de engenharia que entoava a oração. No vigor de seus 22 anos de idade, ele se destacava entre os colegas: era o mais arrojado, o mais alegre e disposto a sacrificar-se pelos demais. Assim como obstáculo algum da natureza o intimidava e nenhuma contrariedade abatia seu ânimo, nunca se lhe apresentava em vão uma ocasião de fazer o bem ao próximo. E, para ele, isto significava dar bom exemplo, incentivar às práticas religiosas e criar as condições para a virtude triunfar sobre o vício nas almas de seus amigos.<br />
<strong style="box-sizing: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px;"><span class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: #993300; margin: 0px; padding: 0px;"><br style="box-sizing: inherit; margin: 0px; padding: 0px;" />Desejo de escalar os cimos</span></strong></div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Era o que fazia Pier Giorgio naquela manhã de fevereiro, um feriado do carnaval de 1923, no cume do Pequeno São Bernardo. Fora ele quem promovera aquele passeio às montanhas, visando proteger os companheiros dos perigos do ócio e da cidade, e agora os levava a recitar o Rosário, ciente de que só são verdadeiros heróis os homens de grande fé.</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Terminada a oração, iniciou-se a ruidosa descida: ajustados os esquis, os jovens deslizavam céleres pela ladeira branca e gelada, em meio a gritos e risos animados. Embora participasse do contentamento geral e gostasse de enfrentar com galhardia as situações de risco que o esqui costuma oferecer, Pier Giorgio teria preferido ficar lá em cima: “Cada vez mais forte me é a vontade de escalar os cimos, de atingir os mais altos píncaros e sentir a pureza desta alegria que a montanha nos dá”,escreveu certa feita a um amigo. E a outro: “Quisera, não fossem os meus estudos, passar dias inteiros na serra, para contemplar, nessa atmosfera pura, as grandes obras do Criador”.</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Quem desejasse um ponto de partida para analisar com acerto a trajetória deste jovem Beato, poderia sem dúvida valer-se de iguais palavras. Sim, pois sua alma ansiava pelos mais altos píncaros e encontrou sua alegria na sublime “montanha que Deus escolheu para morar” (Sl 67, 17), isto é, a Santa Igreja.</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
“Verso l’alto – Às alturas!” é a fórmula lapidar que ele registrou numa fotografia tirada durante a ascensão ao Pico Lunella, em de junho de 1925, menos de um mês antes de partir rumo à Pátria Celeste. E é esta a principal lição oferecida por sua breve existência à juventude hodierna: para alcançar a felicidade são necessárias a coragem e a perseverança, a fim de estar a todo momento subindo o pico da perfeição, com a mente e o coração elevados às alturas da Fé!<br />
<strong style="box-sizing: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px;"><span class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: #993300; margin: 0px; padding: 0px;"><br style="box-sizing: inherit; margin: 0px; padding: 0px;" />Família abastada, mas carente de fé</span></strong></div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Os sinos da Catedral de Turim repicavam ao Glória da Ressurreição quando nasceu Pier Giorgio Frassati, a 6 de abril de 1901, Sábado de Aleluia. Para seus familiares, nada significava a coincidência de datas: naquele lar abastado, brilhante nas altas esferas sociais, a Religião se reduzia a meras exterioridades.<br />
O pai, Alfredo Frassati, proprietário do jornal La Stampa, exerceria mais tarde cargos de grande projeção política, assumindo uma cadeira no Senado, em 1913, e em 1920, a Embaixada italiana em Berlim. Esperava ver o filho seguir-lhe os passos e não escondeu sua desaprovação quando percebeu que ele se tornava mais e mais piedoso e ativo nos meios católicos, não nutria a mínima apetência por adquirir fama e fortuna, nem se interessava pelos assuntos de sua profissão. Quis, então, a todo custo dissuadi-lo daquelas vias e chegou a escrever-lhe o seguinte bilhete: “Agindo sempre irrefletidamente nas coisas que para ti deveriam ser importantíssimas (como, no caso concreto, era não esquecer o livro que te deveria servir para a próxima prova), vais-te tornar um homem inútil para os outros e para ti mesmo”.</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Quanta razão tinha a humilde serviçal do escritório paterno quando, ao ouvir o patrão deblaterar contra a religiosidade do filho e acusá-lo de desdourar-lhe a fama nos círculos mundanos, exclamou:</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
– Senhor, ainda vereis que ele terá mais fama do que vós!</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Adelaide Ametis, a mãe, possuía uma ideia bastante distorcida do Catolicismo, considerando-o como um conjunto de regras cujo cumprimento era suficiente para salvar-se. Apesar de haver ensinado Pier Giorgio e sua irmã a se comportarem na igreja e a serem exímios observantes dos dias de preceito, não se pode dizer que fez o mesmo quanto à devoção a Jesus e a Maria.<br />
Tal carência não impediu, porém, que o gosto pela oração despontasse no menino desde tenra idade. Certo dia, por exemplo, ele a deixou surpresa ao colher uma rosa do jardim e entregá-la a uma irmã leiga que se dirigia a uma capela, pedindo-lhe para levá-la a Jesus, de sua parte. Em outra ocasião, quando assistia à Missa junto a algumas crianças, uma menina lhe fez uma pergunta inconveniente. Com fisionomia séria ele a repreendeu, declarando que nunca mais iria à igreja em sua companhia, pois não queria ter importunadores a seu lado ao conversar com Jesus.</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
<strong style="box-sizing: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px;"><span class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: #993300; margin: 0px; padding: 0px;">Um caráter de granito</span></strong></div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
O pendor natural à piedade, aliado à pertinácia de bom piemontês, fez desabrochar de modo admirável a fé de Pier Giorgio ao entrar na fase das primeiras grandes lutas da vida: a adolescência. Ciente de sua fraqueza, mas decidido a não ceder às solicitações do pecado, apegou-se ao único instrumento capaz de lhe obter a vitória: a oração. Seguro de que só teria forças para perseverar na Fé se rezasse muito e pudesse contar com as orações de outras pessoas, escreveu a um colega: “Rogo-te que rezes um pouco por mim, para que Deus me dê uma vontade férrea que não se dobre e não frustre seus projetos”.5</div>
<table align="left" border="0" cellpadding="9" cellspacing="9" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: inherit; color: #222222; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; table-layout: auto;"><tbody style="box-sizing: inherit; margin: 0px; padding: 0px;">
<tr style="box-sizing: inherit; margin: 0px; padding: 0px;"><td style="box-sizing: inherit; font-size: 0.875rem; line-height: 1.125rem; margin: 0px; padding: 0.5625rem 0.625rem;"><img alt="Frassati..jpg" src="http://www.arautos.org.br/resource/view?id=140319&size=2" height="438" style="box-sizing: inherit; display: inline-block; height: auto; margin: 0px; max-width: 100%; padding: 0px; vertical-align: middle;" title="Frassati..jpg" width="300" /></td></tr>
<tr style="background: rgb(249, 249, 249); box-sizing: inherit; margin: 0px; padding: 0px;"><td style="box-sizing: inherit; font-size: 0.875rem; line-height: 1.125rem; margin: 0px; padding: 0.5625rem 0.625rem; text-align: center;"><span class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: #993300; margin: 0px; padding: 0px;">O pai era proprietário do jornal<br style="box-sizing: inherit; margin: 0px; padding: 0px;" />“La Stampa” e exerceu cargos de<br style="box-sizing: inherit; margin: 0px; padding: 0px;" />grande projeção política</span><br />
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: inherit; font-size: 1rem; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: inherit; font-size: 1rem; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
<span class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: grey; margin: 0px; padding: 0px;">Aos 12 anos, com seu pai, Alfredo</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Aliás, era esta a nota saliente de seu modo de ser. Um de seus confessores chegou a defini-lo como “caráter de granito”,6 recordando que suas resoluções de retiro poderiam resumir-se nas palavras “fortaleza de alma na luta contra si e contra o mundo”.7 E ele realizou eximiamente tais propósitos, dando mostras de um viril e sereno domínio do espírito sobre os sentimentos, nas mais diversas situações.</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Uma vez, quando saía da igreja com o terço na mão, um de seus conhecidos, com intenção de ridicularizá-lo, gritou de forma a ser ouvido pelos transeuntes:</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
– Ei, Pier Giorgio, você ficou carola?</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
– Não. Apenas continuo a ser cristão – respondeu tranquilamente.</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Em outra circunstância, tomou a ousada iniciativa de rasgar alguns cartazes que desabonavam o diretor da universidade em que estudava, os quais haviam sido colados no mural do egrégio estabelecimento de ensino por estudantes rebeldes. Estes logo o cercaram, ameaçando-o de represálias e intimando-o a reparar aquela pretensa injúria à liberdade de pensamento. Imperturbável, replicou-lhes Pier Giorgio que o erro e a calúnia não têm direito a liberdade alguma, e estava disposto a destruir todos os cartazes semelhantes que encontrasse. A força de sua convicção teve efeito imediato: os revoltosos se calaram e foram embora.<br />
<strong style="box-sizing: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px;"><span class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: #993300; margin: 0px; padding: 0px;"><br style="box-sizing: inherit; margin: 0px; padding: 0px;" />Intensa atividade nos meios católicos</span></strong></div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Com tal têmpera de alma, decerto nosso Beato seria mártir se vivesse em tempo de perseguição sangrenta, pois, além de intensamente ativo nos meios católicos, ele desconhecia o defeito que faz minguar tantas boas obras e tolhe as almas fracas: o respeito humano. Os que tiveram a ventura de acompanhá-lo nas excursões às montanhas ou mesmo no dia a dia dos estudos e das atividades apostólicas, testemunharam a integridade de sua admirável compostura, piedade vivíssima e devoção filial, manifestadas em todos os lugares, com límpida coerência.</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
A partir dos 12 anos, inscreveu-se em várias associações religiosas, dentre as quais o Apostolado da Oração, a Companhia do Santíssimo Sacramento, a Liga Eucarística, a Congregação Mariana e as Conferências de São Vicente de Paulo. Ademais, como membro da Associação de Jovens Adoradores Noturnos, da Igreja de Santa Maria di Piazza, em Turim, edificou muitos religiosos e sacerdotes que diversas vezes o viram chegar por volta da meia-noite, ajoelhar-se diante do ostensório e permanecer nesta posição até as quatro horas da manhã, em profundo recolhimento. Coube-lhe também o mérito de ter fundado um círculo de juventude católica, ao qual denominou Milites Mariæ, e foi admitido como terciário dominicano, em maio de 1922.</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Era ele sempre um zeloso apóstolo junto aos que viviam afastados da Fé. Pode-se afirmar que, embora leigo, tinha um coração sacerdotal. Com o intuito de aproximar da Igreja as ovelhas desgarradas, começou a levar auxílio material às famílias pobres da cidade e visitar os doentes em suas casas, gesto de caridade que nenhum rapaz de sua condição social se atreveria a realizar. Devido à total despretensão em tais empreendimentos, nem sequer os pais desconfiavam da magnanimidade de seus atos. À notícia de sua morte, uma multidão daqueles protegidos veio prestar-lhe as últimas homenagens, aclamando-o como santo e venerando-lhe o corpo como relíquia.</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
No discurso por ele proferido em junho de 1923, quando da bênção da bandeira do círculo Giovane Pollone, encontramos uma clara expressão de seu nobre ideal de fazer bem às almas, ao distinguir três tipos de apostolado a que um jovem católico está obrigado: “Antes de tudo, o do exemplo: temos o dever de regular toda a nossa vida pelas leis morais cristãs. Depois, o da caridade: devemos procurar os sofredores para confortá-los, os desgraçados, para dizer-lhes uma boa palavra, porque a Religião Católica baseia-se na caridade, que não é outra coisa senão o perfeito Amor. […] Finalmente, o apostolado de persuasão, um dos mais belos e necessários; aproximai, ó jovens, vossos companheiros de trabalho que vivem longe da Igreja e passam as horas livres não em divertimentos sadios, mas no vício. Persuadi estes infelizes a seguirem as vias de Deus, entremeadas de muitos espinhos, como também de muitas rosas”.8</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
<strong style="box-sizing: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px;"><span class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: #993300; margin: 0px; padding: 0px;">Alegria que só a Fé pode dar</span></strong></div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Outro aspecto desta alma de escol precisa ser ressaltado: sua profunda alegria. Até quando atravessava dolorosas provações – como se pode conhecer pelo pouco que contou aos amigos ou registrou em suas cartas, pois, por humildade, evitava falar de si -, mantinha a fisionomia alegre, iluminada pela cativante luz que a castidade acende na alma. Com palavras incisivas, em carta à sua irmã, indicou a causa de seu ânimo: “Tu me perguntas se estou alegre; como poderia não estar? Enquanto a Fé me der forças, estarei alegre. Um católico não pode não estar alegre; a tristeza deve ser algo proibido à alma dos católicos. Dor não significa tristeza: esta é uma doença pior do que qualquer outra, e quase sempre produzida pelo ateísmo. O fim para o qual fomos criados nos indica o caminho que, embora semeado de espinhos, não é triste: é alegre, mesmo em meio à dor”.9</div>
<table align="right" border="0" cellpadding="10" cellspacing="10" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: inherit; color: #222222; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; table-layout: auto;"><tbody style="box-sizing: inherit; margin: 0px; padding: 0px;">
<tr style="box-sizing: inherit; margin: 0px; padding: 0px;"><td style="box-sizing: inherit; font-size: 0.875rem; line-height: 1.125rem; margin: 0px; padding: 0.5625rem 0.625rem;"><img alt="Pier Giorgio semanas antes de falecer.jpg" src="http://www.arautos.org.br/resource/view?id=140320&size=2" height="468" style="box-sizing: inherit; display: inline-block; height: auto; margin: 0px; max-width: 100%; padding: 0px; vertical-align: middle;" title="Pier Giorgio semanas antes de falecer.jpg" width="330" /></td></tr>
<tr style="background: rgb(249, 249, 249); box-sizing: inherit; margin: 0px; padding: 0px;"><td style="box-sizing: inherit; font-size: 0.875rem; line-height: 1.125rem; margin: 0px; padding: 0.5625rem 0.625rem; text-align: center;"><span class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: #993300; margin: 0px; padding: 0px;">“A cada dia compreendo melhor<br style="box-sizing: inherit; margin: 0px; padding: 0px;" />a graça de ser católico; pobres<br style="box-sizing: inherit; margin: 0px; padding: 0px;" />desgraçados os que não têm Fé”</span><br />
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: inherit; font-size: 1rem; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: inherit; font-size: 1rem; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-rendering: optimizeLegibility;">
<span class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: grey; margin: 0px; padding: 0px;">Pier Giorgio, semanas antes de falecer</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Poucos dias depois, ele reafirmaria tal ideia, desta vez em missiva a um amigo: “a cada dia compreendo melhor a graça de ser católico. Pobres desgraçados os que não têm Fé: viver sem Fé, sem um patrimônio a defender, sem sustentar a verdade numa luta contínua, não é viver, mas arrastar-se pela vida. Nunca devemos arrastar-nos pela vida, e sim viver, porque ainda em meio às desilusões, precisamos nos lembrar de que somos os únicos a possuir a verdade […]. Portanto, é preciso banir toda melancolia, a qual só pode existir quando se perde a Fé”.10</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
<strong style="box-sizing: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px;"><span class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: #993300; margin: 0px; padding: 0px;">Estandarte vivo da juventude cristã</span></strong></div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Em meados de 1925, Pier Giorgio foi atacado por uma fulminante poliomielite. Terríveis tormentos físicos e morais desabaram sobre ele, no breve intervalo de tempo que mediou entre os primeiros sintomas da doença e a morte. Como naqueles dias sua avó entrara em agonia e falecera, ninguém da família se deu conta da gravidade do estado de saúde do rapaz. Sozinho em seu quarto, sofria dores atrozes e constatava o tremendo avanço da moléstia que paulatinamente lhe paralisava o corpo. Com heroico espírito de sacrifício, não soltou uma única queixa, a ponto de os familiares se inteirarem de sua situação só quando já era tarde demais.</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
Na sexta-feira, 3 de julho, fez sua derradeira Confissão e recebeu a Sagrada Eucaristia. Na madrugada do sábado recebeu a Unção dos Enfermos e, à noite, entregou sua alma a Deus.</div>
<div class="int-content-color" style="box-sizing: inherit; color: rgb(97, 83, 65) !important; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin-bottom: 1.25rem; padding: 0px; text-align: left; text-rendering: optimizeLegibility;">
A notícia de sua morte causou grande comoção em Turim. Seu sepultamento, acompanhado por verdadeira multidão, foi a primeira glorificação das virtudes de quem se erguera em pouco tempo como modelo de vida para os jovens. Não em vão proclama seu epitáfio: “Com 24 anos de idade – nas vésperas de ser diplomado engenheiro, belo, robusto, alegre e estimado – viu chegar de improviso o seu último dia. E, como fazia em todas as circunstâncias, saudou-o serenamente como o mais belo da sua existência. Confessou a Fé pela pureza de vida e pelas obras de caridade. A morte o ergueu como um estandarte vivo da juventude cristã”.<br />
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(Revista Arautos do Evangelho, Agosto/2016, n. 176, p. 32 a 35)</div>
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<h1 class="site-title" style="border: 0px; box-sizing: border-box; clear: both; font-family: Raleway, sans-serif; letter-spacing: 4px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: center; text-transform: uppercase; vertical-align: baseline; width: 695.117px; word-wrap: break-word;">
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: inherit; font-style: inherit; letter-spacing: normal; margin-bottom: 1.7em; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-transform: none; vertical-align: baseline;">
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</h1>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-75382410428874727862018-04-14T05:55:00.002-07:002018-04-14T06:09:06.512-07:00OS 8 SINAIS DA TIBIEZA E A PENA PELA MEDIOCRIDADE NA PRÁTICA DA VIRTUDE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="border: 0px; color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpTpNYjAUh8c61MljqkN1ueFpMvrA-i9bZIcKnaZLf8dNqAKQqszedijQXvG3Ib4msOSY92oAVszekvnEJFi4ANaW07SQs6M91das9rUl-NO-mZIiSzaZmiF71PnfWG13P0Xy5k2vApGc/s1600/hjjnj+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpTpNYjAUh8c61MljqkN1ueFpMvrA-i9bZIcKnaZLf8dNqAKQqszedijQXvG3Ib4msOSY92oAVszekvnEJFi4ANaW07SQs6M91das9rUl-NO-mZIiSzaZmiF71PnfWG13P0Xy5k2vApGc/s640/hjjnj+%25281%2529.jpg" width="640" /></a></div>
<br /></div>
<div style="border: 0px; color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Os sinais da tibieza em geral são os oito seguintes:</div>
<div style="border: 0px; color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: 700; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">1. Omissão fácil das práticas de piedade</span></div>
<div style="border: 0px; color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
A alma fervorosa tem a sua vida de piedade toda dirigida por um regulamento particular fácil de ser observado e bem criterioso. Não omite facilmente qualquer prática de piedade. E’ de uma fidelidade extrema, sobretudo à meditação. Se graves ocupações ou verdadeira necessidade a impedem, procura, logo que seja possível, suprir a falta. A alma tíbia sob qualquer pretexto omite os exercícios de piedade, passa dias sem meditação, e até mesmo sem práticas de piedade de qualquer espécie. Ora, isto é exatamente o contrário do fervor. “Não digo que isto prove tudo, diz o Pe. Faber, mas prova muito. Seja como for, sempre que existir tibieza, existirá este sintoma”.</div>
<a name='more'></a><br />
<div style="border: 0px; color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: 700; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">2. Fazer os exercícios de piedade com negligência</span></div>
<div style="border: 0px; color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Na tibieza também há oração, missas, confissões, comunhões, terços, etc., mas<span id="more-872" style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></span> a rotina vai inutilizando tudo. A rotina e a má vontade. Confissões e comunhões mal preparadas, orações com inúmeras distrações voluntárias. E o pior ainda a falta de generosidade e de todo esforço para se corrigir.</div>
<div style="border: 0px; color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
3. Outro sinal de tibieza é <span style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: 700; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">a alma sentir-se aborrecida com o pensamento de que tudo vai mal na sua vida espiritual.</span> Não se sente inteiramente à vontade com Deus. Não sabe exatamente onde está o mal, mas tem certeza de que tudo não está em ordem. É um mal-estar, um aborrecimento interior. E, sem paz, o tíbio se agita inutilmente e vai deixando arraigar-se no coração o hábito do pecado venial. Este sinal anda sempre com os dois primeiros. Desde que faltou generosidade numa alma para ser fiel aos seus deveres de piedade, estas omissões e negligências acabam deixando-a num estado lamentável de aborrecimento das coisas santas e até de Nosso Senhor.</div>
<div style="border: 0px; color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
4. O quarto sinal é <span style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: 700; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">agir sem pureza de intenção</span>, sem ordem nem método. A pureza de intenção consiste em fazermos com um fim honesto e sobrenatural todas as ações de nossa vida: práticas de piedade, deveres de estado, trabalhos de cada dia ou qualquer coisa por mínima que seja. É aquele olhar interior sempre fixo em Deus e desviado das criaturas. Tudo fazer para a glória de Deus, e ver em tudo a vontade de Deus e a ela se submeter com espírito de fé e resignação. Eis a mais pura intenção que se pode imaginar, o mais elevado princípio e o mais perfeito ideal de uma alma fervorosa. Os santos não tinham outro motivo nem visavam outro fim na terra. Santa Madalena de Pazzi sentia-se arrebatada em êxtase, ouvindo esta palavra: — A vontade de Deus! Santo Inácio legou à Companhia de Jesus, como rica herança, o seu lema: A. M. D. G. — Ad majorem Dei gloriam — Tudo para a maior glória de Deus! A pureza de intenção é a alquimia celeste que transforma em ouro de méritos para o céu todas as nossas boas obras. Sem ela, perdemos cada dia riquezas incomensuráveis. A alma tíbia faz tudo por amor próprio e capricho, seguindo em tudo a natureza. É a leviandade, a preocupação da vontade própria, os cálculos muito humanos, a vaidade quando faz o bem, o desejo de agradar às criaturas e de aparecer. Anda à cata de bajulações e aborrece o sacrifício oculto, a abnegação e outras virtudes que não brilham aos olhos das criaturas e constituem o segredo do Rei! E Deus recompensa as nossas ações, diz Santa Madalena de Pazzi, a peso de pureza de intenção. Ó, como a tibieza rouba e despoja a pobre alma, quando lhe arrebata a pureza de intenção!</div>
<div style="border: 0px; color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: 700; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">5. Contentar-se com a mediocridade e negligência em formar hábitos de virtude</span>. Se a mediocridade já é desastrada na ciência, na literatura e na arte, o é em proporção verdadeiramente calamitosa quando se trata da prática da virtude. O medíocre não gosta da palavra: Santidade. Não compreende o heroísmo das almas generosas, a abnegação, o sacrifício. Para ele, a virtude heroica é o exagero! A santidade é um misticismo! E que entende por misticismo? Algo de loucura e de anormal. Contenta-se com o meio termo. E assim não se esforça por adquirir hábitos de uma virtude sólida.</div>
<div style="border: 0px; color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: 700; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">6. O desprezo das pequenas coisas</span>.</div>
<div style="border: 0px; color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Os santos fugiam das menores imperfeições, e se purificavam cada dia das pequeninas faltas. O tíbio, não. Ri-se do que ele chama escrúpulo das almas fervorosas: — a fidelidade nas pequenas coisas. E não nos esqueçamos destas grandes verdades: primeira — os santos se tornaram santos pela repetição contínua duma multidão de ações insignificantes, pelo cuidado infatigável das pequeninas coisas. E segunda: — só fizeram eles grandes coisas quando chegaram à santidade. Os pequeninos sacrifícios ocultos, as pequeninas cruzes, as pequeninas virtudes, as pequeninas mortificações, tudo isto a cada dia, a cada minuto, aceito com generosidade, como santifica uma alma! E’ o caminho batido de S. Teresinha, a pequenina via da Infância espiritual. Que fonte riquíssima de graças! A tibieza, porém, seca esta fonte, esteriliza a vida espiritual, sonha com êxtases e comete cada dia o pecado quase sem remorso. E os pecados veniais, sob o disfarce de pequeninas faltas inevitáveis à fraqueza humana, vão se multiplicando assustadoramente na alma e alimentando a tibieza até ao pecado mortal e, sabe Deus, até ao endurecimento do coração! É muito grave desprezar habitualmente as pequeninas coisas. São Gregório chega a dizer que se deve ter mais receio das pequenas faltas que das grandes. Porque estas provocam logo o arrependimento e causam horror; aquelas não assustam, e vão preparando surdamente a ruína espiritual. E, o que é pior, sem remorso da consciência, e até sob a capa da virtude.</div>
<div style="border: 0px; color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
7. É <span style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: 700; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">pensar mais no bem já feito do que no bem que ainda resta a fazer</span>. É uma presunção que leva a descansar e afrouxar no caminho do sacrifício e da virtude, porque julga ter feito alguma coisa no passado para a salvação. Nada de esforço e generosidade. Nosso Senhor dizia no seu Evangelho que, depois de termos feito muito, deveríamos dizer: — somos servos inúteis. E prosseguir na luta, porque o ideal da perfeição é o Infinito: “Sede perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito”. A tibieza, como já dissemos, contenta- se com a mediocridade. Julga ter feito muito a alma tíbia, porque no passado foi bem fervorosa e trabalhou pela sua santificação, lutou, praticou boas obras de zelo e de caridade, sacrificou-se na luta do bem. Agora, quer repouso. Descansa, não luta mais, deixa-se ficar na indolência e faz de seu coração o campo do preguiçoso. São Paulo pensava justamente o contrário: “Irmãos meus, não considero que alcancei o prêmio, mas uma coisa eu faço: esquecendo o que está atrás de mim, esforçando-me por alcançar o que está na minha frente, prossigo até ao alvo, para alcançar o prêmio para o qual me chamou do Alto por Cristo Jesus. Sejamos nós, quantos queremos ser perfeitos, do mesmo espírito” (Fl 3, 13). O tíbio não se compara aos mais santos e fervorosos, mas sempre se julga melhor do que tantos outros piores do que ele. E é assim que adormece tranquilamente. Não quer progredir na virtude. São Gregório compara a vida cristã a uma barca em que se navega contra a corrente. Quem sobe, há de remar sempre, ou é arrastado pela correnteza. Santo Agostinho, no seu estilo incisivo e claro, assim fala: — “se dizes: basta, estás perdido!” Sim, no dia em que se cruzam os braços na luta pela santificação da alma, tudo está perdido! Adeus, santificação, e talvez: Adeus, salvação eterna! São Bernardo pergunta: — Não quereis adiantar? Dizeis: — quero ficar e viver onde cheguei? Quereis o impossível! O demônio, diz Santa Teresa, conserva muitas almas no pecado ou na tibieza, fazendo-as crer que é orgulho aspirar à santidade. Que perigosa ilusão! Lembrem-se os tíbios, sobretudo se já receberam graças de Nosso Senhor, como por exemplo sacerdotes, religiosos e almas consagradas a Deus, oh! lembrem-se de que é terrível abusar da graça e muitas almas chamadas à santidade, diz o Pe. Desurmont, baseado em Santo Afonso, ou se salvam como santos ou arriscam a sua eterna salvação. Escreveu o Santo Doutor: Se alguém na vida religiosa (e poderíamos acrescentar: na vida de piedade) quer se salvar, mas não como santo, corre o risco de se perder.</div>
<div style="border: 0px; color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Todos estes sinais de tibieza andam em geral com este último e infalível:</div>
<div style="border: 0px; color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: 700; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">8. Pecado venial voluntário e habitual</span>. Os outros sinais podem ser atenuados ou alguns falham, mas este é infalível. Onde existe o hábito do pecado venial, existe a tibieza com todo o cortejo de males e desgraças que ela acarreta à vida espiritual.</div>
<div style="border: 0px; color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: right; vertical-align: baseline;">
<em style="border: 0px; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">[Por Monsenhor Ascânio Brandão]</em></div>
<div style="border: 0px; color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: right; vertical-align: baseline;">
<em style="border: 0px; font-family: inherit; font-weight: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></em></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
<a href="https://capelasantoagostinho.com/"><i style="color: #2b2b2b; font-family: "Quattrocento Sans", sans-serif; font-size: 16px;">Fonte: </i><span style="color: #2b2b2b; font-family: "quattrocento sans" , sans-serif;"><i>Capela Santo Agostinho</i></span></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://capelasantoagostinho.com/"><img border="0" data-original-height="240" data-original-width="1260" height="120" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjo3aMNEhaquieq5ydRhVjPHHq89efuJj2_iq3NILsFxgztxIHxLpnc2NqM72RU3ETK5dkEmkcZxAmgn40Cwjk5BtymOr1JKxq93DO-6dFVNV_myLIrx0JxH10R8_4PDraHMeIFbbY1yY/s640/cropped-logoasabarra14.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 24px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-64075479220383444432018-04-14T05:37:00.001-07:002018-04-14T05:37:43.288-07:00O homem superior é um solitário<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeGQhsE4V4qp5esAJVIGpoFZeZQG3Q_SUydGXiQW1cZO1-sqvVJM2YnmQ2RwLPrrhkoY1ybxoYWnSHodYrivC727KKmrT3jXvCiQHYBL0Styc_gKtKotuDW0RM9rYcLbyswnCwMFoN3Vo/s1600/29792110_1813596298662071_7867461379556057646_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="670" data-original-width="501" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeGQhsE4V4qp5esAJVIGpoFZeZQG3Q_SUydGXiQW1cZO1-sqvVJM2YnmQ2RwLPrrhkoY1ybxoYWnSHodYrivC727KKmrT3jXvCiQHYBL0Styc_gKtKotuDW0RM9rYcLbyswnCwMFoN3Vo/s400/29792110_1813596298662071_7867461379556057646_n.jpg" width="296" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">O homem superior é um solitário. Na época atual do homem-massa, em que o gosto se generaliza num sentido de perspectiva comum, de anseios comuns, de opiniões comuns, não é de admirar haver de um mesmo fato uma interpretação igual e um mesmo comentário. O homem-superior é, naturalmente, um alheiado ao homem-massa; é uma exceção. O homem-massa encerra conceitos comuns, perspectivas comuns, gostos comuns. Isto pode ser um ideal... Para os homens-massa. Nunca será um ideal para o</span><span class="text_exposed_show" style="color: #1d2129; display: inline; font-family: inherit; font-size: 14px;"> homem que sente a si próprio, que se observa como exceção, cujo ritmo de alma é, naturalmente, diferente da do homem vulgar. Esta exceção é muitas vezes perigosa. Destas exceções saem também os “perturbadores da ordem”...</span><br />
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
Buscar regras diferentes de pensar, intuições mais profundas, vozes que só a solidão nos permita ouvir, guiar-se por anseios que vêm libertos das pressões do meio, é permitido somente aos que se ausentam, aos refratários. O homem de gosto superior nunca será o mesmo. Suas reações diferem quando em meio dos seus semelhantes. Más companhias tornam-se muitas vezes necessárias para conhecer o homem comum. “São sempre más companhias todas aquelas que não são de nossos iguais”. (Nietzsche).</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
E isto representa sacrifícios que não se podem calcular.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Dentro da sociedade, os homens vivem ainda a pré-história. A maior parte tem ainda uma mentalidade primitiva, arcaica, e as grandes conquistas, através dos séculos, são apanágio de camadas sociais reduzidíssimas.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
As vastas massas ainda raciocinam com os mesmos convencionalismos primitivos. Há homens de todas as culturas no Ocidente: bizantinos, góticos, barrocos, clássicos racionalistas, gregos, romanos, </div>
<a name='more'></a>chineses, árabes, e outros ainda mais primitivos. Há mentalidades pré-lógicas, embrionárias. E o homem, em conjunto, o homem bovino, nunca pode ter uma mentalidade acima da subnormal. Só os solitários podem exceder a linha média. O homem moderno, que tenha consciência de sua atualidade, tem de ser um solitário, e para poder superar em si mesmo as vidas passadas, “esquecer” vidas já vividas, atingir ciclos mais elevados da consciência, necessita de grandes silêncios, concentrações e meditações profundas.<br />
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
A solidão é para ele um título de glória.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Mário Ferreira dos Santos - Luta dos Contrários</div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-9980298497439016902018-01-29T18:34:00.002-08:002018-01-29T18:34:33.217-08:00O traje, espelho de uma época?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYbcmCBMwVSudy1EgpuJ5ctluatyDrl0-NtXyJiQfW_qusHrfyPBou6LLMcarLucfRXIu9AcpWAC30w3BSbzo4r1FDJlKXgY_UoKI4LxQ45tpal03vf41fDbI193Wf2a0FLMcjRPkvCVs/s1600/636978c84e0dd6e013affdbf3e30b5cf.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="594" data-original-width="564" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYbcmCBMwVSudy1EgpuJ5ctluatyDrl0-NtXyJiQfW_qusHrfyPBou6LLMcarLucfRXIu9AcpWAC30w3BSbzo4r1FDJlKXgY_UoKI4LxQ45tpal03vf41fDbI193Wf2a0FLMcjRPkvCVs/s400/636978c84e0dd6e013affdbf3e30b5cf.jpg" width="377" /></a>Por Bruno Garschagen</div>
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Ler os grandes intelectuais do passado é constatar a degradação do presente. Tendemos a perceber essa degradação nos hábitos e nos comportamentos que mais nos chocam, mas há um elemento fundamental que passa quase sempre despercebido: o vestuário. Plinio Corrêa de Oliveira, hoje quase esquecido, escreveu em 1952 um artigo irretocável sobre “O traje, espelho de uma época”. Num trecho do texto, Plinio extraiu da vestimenta seu elemento imaterial, pois que “de um ponto de vista meramente material”, o traje ao corpo presta somente o serviço de agasalhá-lo ou de “proteger um certo pudor que brota das profundezas do instinto”. Na certeza de que “o homem não é só matéria”, a vestimenta “deve também prestar serviço ao espírito”.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como? “Por uma propriedade que não é apenas convencional ou imaginativa, mas que crava raízes no âmago da realidade, certas formas, certas cores, as qualidades de certos tecidos, produzem no homem determinadas impressões, que são mais ou menos as mesmas para todos os homens” . Essas impressões, salientou Plinio, produzem nos homens “estados de espírito, atitudes mentais, em certos casos todo um pendor da personalidade”. E é dessa maneira que “pode o homem, por meio do traje, exprimir até certo ponto sua personalidade moral, o que facilmente se pode notar no vestuário feminino, tão apto a espelhar o feitio mental da mulher”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Dizia eu, porém, acerca do elemento imaterial do traje convocado por Plinio. E ele o faz ao certificar que “quando uma época se preocupa em elevar o homem, é sedenta de dignidade, de grandeza, de seriedade, dispõe o vestuário – comum ou profissional – de maneira a acentuar em cada pessoa a impressão desses valores”. E sim, “será ou tenderá a ser nobre, digno, varonil, o traje de todo homem, desde o soberano até o último plebeu”, como “se nota nos trajes antigos”. O que nos diz a nossa época se analisarmos como nós, brasileiros, nos vestimos?</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que vou dizer agora pode soar um tanto excêntrico e, para alguns, mesmo ofensivo: o brasileiro não se veste, limita-se a cobrir o corpo com as roupas que tiver. Assim revela sua falta de modos, seu despudor estético e uma incompreensão absoluta sobre aquilo que transmite quando usa tênis em celebrações, mesmo em aniversários de infantes ou de imberbes. Inexiste no brasileiro médio, de qualquer classe social, um sentido estético. A roupa é a evidência mais pública dessa ausência de acuidade. Não há nem sentido estético nem a compreensão de que as vestes transmitem dignidade, grandeza, valores, enfim.</div>
<a name='more'></a><br />
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<br /></div>
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A roupa que vestimos mostra o respeito – ou a falta de – que temos por nós mesmos e pelos outros. É um símbolo de certas virtudes materializado na maneira como nos apresentamos em privado e publicamente. Um homem mal vestido, desleixado, que considera o vestuário um supérfluo, que pretere a sua própria dignidade em nome do conforto, pode ser letrado e polido, mas jamais será um homem civilizado, um cavalheiro e, para usar uma expressão esquecida, um gentil-homem.</div>
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Uma roupa é apenas uma roupa nesses tempos hodiernos e ordinários. A roupa do lazer serve para visitas sociais e até missa. Os bárbaros ignoram, por exemplo, que ir de bermuda à igreja é tão herético quanto dizer que Leonardo Boff é católico. Vivemos numa época em que o conforto do jeans, camiseta e tênis sobrepõe-se a qualquer preocupação com o ambiente frequentado.</div>
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O sentido de adequação dos trajes ao local é raridade. Tornou-se comum indivíduos irem a eventos formais como se estivessem indo à praia ou ao bar. Certa vez, num casamento, um cidadão de camisa polo estendeu a mão para mim; achei que fosse um oficial de Justiça a cumprir o dileto dever de entregar-me alguma intimação judicial por escritos já esquecidos.</div>
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<br /></div>
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“Roupa despojada”, ouço muito esse palavrão desde a juventude. Época em que, sabe-se lá por qual intervenção diabólica, o Rio de Janeiro começou a exportar pedaços de pano desenhados e coloridos como o suprassumo da moda descolada, moda jovem et caterva. Se até os anos 1980 havia na elite social um refinamento que saltava aos olhos, e os homens vestiam-se como homens, hoje é difícil distinguir pelo vestuário certos avôs de 50 anos de seus netos de 15.</div>
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Uma roupa não tem a função de exibir a situação econômica de quem a veste. Quem o faz corrompe a simbologia virtuosa que um traje evoca. E será tão menos virtuoso quem gasta fortunas comprando roupas de grife como atestado público de sua conta bancária. Não será menos responsável por seu infortúnio aquele que investe alto num costume de marca famosa e permite que o traje apresente-se como inimigo do próprio corpo.</div>
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É cansativo dizer o óbvio, mas faz parte desta época uma certa iliteracia combinada com preguiça ou dislexia. Quero dizer que o vestuário não transforma o pecador em virtuoso, o idiota em sábio. Não é raro que os sujeitos mais torpes tenham cometido as mais graves infâmias vestidos de forma impecável. Trato aqui neste artigo, contudo, de homens dotados de virtudes que as escondem sob os farrapos que ostentam. Muitos deles ignoram esse elemento imaterial que os trajes carregam e exibem. Posto que carecemos de uma elite natural (não econômica, não política) que mostre a responsabilidade e os deveres que ao homem se aplica, tornou-se comum pais que se vestem como os próprios filhos porque estacionaram no processo de maturidade.</div>
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Pretendo padronizar o vestuário masculino? Deus me livre e guarde. Defendo o contrário; que a moda juvenil para homens adultos não seja o padrão único a ser emulado e vestido. Até para que eu possa subjugar as gafes voluntárias que costumo cometer com muito gosto e ardor em eventos sociais e familiares.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-23991180312578606962018-01-29T17:58:00.002-08:002018-01-29T18:02:10.686-08:00A fabulosa história de D. Gabriel Garcia Moreno<h1 class="title" style="background-color: white; border: 0px; color: #222222; font-family: Georgia, "Times New Roman", Times, serif; font-weight: normal; line-height: 1; margin: 0px 0px 0.75em; padding: 0px;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSGJUQHWXrYDf1y_MlqWhBadpa5Hai13t3Y7dycGxfNoc1StxEFZyusJkRuq7pgCeL39V_8wZ6GLOnZOntUkg64SfV3msKpYdz-M44XMcxgVvfSXyPQlIQRkJYUved5mYv6z4l8zx_rQ0/s1600/Gabriel_Garc%25C3%25ADa_Moreno.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; float: left; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="855" data-original-width="695" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSGJUQHWXrYDf1y_MlqWhBadpa5Hai13t3Y7dycGxfNoc1StxEFZyusJkRuq7pgCeL39V_8wZ6GLOnZOntUkg64SfV3msKpYdz-M44XMcxgVvfSXyPQlIQRkJYUved5mYv6z4l8zx_rQ0/s400/Gabriel_Garc%25C3%25ADa_Moreno.jpg" width="325" /></a></h1>
<div class="node node-type-artigodarevista" id="node_1330" style="background-color: white; border-bottom-color: rgb(244, 236, 221); border-bottom-style: solid; border-image: initial; border-left-color: initial; border-left-style: initial; border-right-color: initial; border-right-style: initial; border-top-color: initial; border-top-style: initial; border-width: 0px 0px 1px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px 0px 1.417em;">
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">O valor do ex-presidente do Equador D. Gabriel García Moreno se descobre pelo que nos narra J. M. VilleFranche, “Pio IX chorou D. García Moreno como vinte e sete anos antes tinha chorado o conde Rossi. Em muitas das suas alocuções elogiou o presidente do Equador, como o campeão da verdadeira civilização, e seu mártir. Mandou-lhe fazer exéquias solenes numa das basílicas de Roma, dispondo e ordenando que seu busto fosse colocado em uma das galerias do Vaticano. Moreno não pertencia à sua época; estava atrasado dois séculos na política, e deveria ter nascido na época de S. Luís...” Com estas palavras fica feito seu maior elogio.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">Mas tão altas homenagens D. Gabriel Garcia Moreno não as recebeu apenas do Clero. Com efeito, qual outro presidente de nossos dias poderá gloriar-se de honras como as que abaixo reproduzimos, prestadas a ele pelo Senado e pela Câmara da República do Equador, reunidos em Congresso?</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Considerando que Sua Excelência o doutor García Moreno, por sua distinta inteligência, vastíssima ciência e nobres virtudes, está acima entre os mais ilustres filhos do Equador; que consagrou sua vida e as raras e elevadíssimas faculdades de seu espírito e de seu coração à regeneração e grandeza da República, estabelecendo instituições sociais sobre a sólida base dos princípios católicos; que amou a religião e a pátria a ponto de padecer por elas o martírio; que dotou a nação de imensos e inegáveis benefícios materiais e religiosos:</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Decretamos: Artigo I — O Equador, por intermédio de seus legisladores, glorifica a memória de D. Gabriel García Moreno, com denominação de <b>ilustre regenerador da pátria, e mártir da civilização católica </b>[destaque nosso]; — Artigo II . Para a conservação de seus restos mortais será construído um mausoléu digno dele — Artigo III. Mandar-se-á erigir-lhe uma estátua em mármore ou em bronze com esta inscrição: Ao excelentíssimo D. Gabriel García Moreno, presidente da República do Equador, morto pela pátria e pela religião a 6 de agosto de 1875.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Quito, capital do Equador, 30 de agosto de 1875.”</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">O leitor, habituado ao liberalismo que pensa triunfar, espantar-se-á com os largos elogios à piedade do presidente. Mas, em verdade, o ex-presidente do Equador foi, antes de tudo, um herói da Fé e um campeão da moral católica:</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Na abertura das câmaras legislativas de 1873, o presidente desta República, D. Gabriel García Moreno, terminou sua mensagem por estes termos:</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">‘Mas nossos rápidos progressos não nos serviriam de coisa alguma se a República não progredisse em moralidade à medida que aumentava em opulência, se os costumes se não reformassem pela ação livre e poderosíssima da Igreja Católica.</span><br />
<a name='more'></a></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">‘Nós ainda havemos de colher frutos mais abundantes, quando os obreiros apostólicos forem mais numerosos, e quando não faltarem em paróquias populosas sacerdotes para as administrar. Devemos portanto coadjuvar, quanto nos seja possível, nossos veneráveis bispos.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">‘As missões orientais reclamam também vossa generosa proteção. A verdadeira civilização, a civilização da Cruz, tem penetrado admiravelmente as margens do Napo, graças aos missionários que para aqui se têm transportado com a aprovação do governo; e as escolas, devidas ao zelo dos infatigáveis filhos da Companhia de Jesus, preparam para territórios riquíssimos, mas incultos, dias esplêndidos de opulência e prosperidade. Tenho a firme convicção de que em breve há de aumentar muito o número de missionários.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">‘O estado de nossas finanças permite-nos que satisfaçamos liberalmente o dever que nos impõe a concordata, de animar e facilitar as missÕes, assim como a obrigação de contribuir para as reparações e restaurações dos templos arruinados pelos tremores de terra.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">‘Não é menos imperioso o dever que incumbe de socorrer Nosso Santo Padre, o Papa, agora que ele se acha despojado de seus domínios e rendimentos. Podeis destinar-lhe dez por cento sobre a décima parte concedida ao Estado. A oferta será modesta, mas provará pelo menos que somos filhos leais e afeiçoados ao Pai comum dos fiéis, e assim o continuaremos enquanto continuar o triunfo efêmero da usurpação italiana.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">‘Pois, já que temos a felicidade de ser católicos, sejamo-lo em nossa vida privada, em nossa existência política, e confirmemos a sinceridade de nossos sentimentos e palavras pelo público testemunho de nossas obras.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">‘E, não contente ainda em realizar tudo quanto acabo de indicar, devemos riscar também dos nossos Códigos até aos últimos vestígios de hostilidade contra a Igreja, porque aí se exibem certas disposições das antigas e opressoras regalias espanholas. Tolerá-los seria de hoje em diante uma vergonhosa contradição e uma miserável falsidade.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">‘Igual procedimento deveria ser em todo o tempo o de um povo católico; mas hoje, nesta época da implacável e universal guerra contra nossa santa religião, hoje os apóstatas chegam até a renegar em suas blasfêmias a divindade de Jesus, nosso Deus e nosso Salvador; hoje, quando tudo se reúne, tudo se revolta contra Deus e seu Ungido, quando uma torrente de malvadez e de ódio rebenta das profundezas da sociedade abalada, contra a Igreja e contra a própria sociedade, como nas terríveis comoções do globo terrestre surgem dos abismos desconhecidos rios caudalosos de um lodo corrupto, hoje, repito, este procedimento coerente, resoluto e corajoso é para nós obrigatório, porque a inação durante o combate seria o mesmo que uma traição e uma covardia.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">‘Continuemos portanto nossa obra com invencível fidelidade, como convém a verdadeiros católicos, sem ater nossa esperança a nossas débeis forças, mas sim na poderosíssima proteção do Altíssimo. Felizes, mil vezes felizes, se o Céu nos conceder a recompensa de continuar a cumular a nossa querida pátria de suas bênçãos, e feliz também de mim, se chego a merecer o ódio, as calúnias, e os insultos dos inimigos de nosso Deus e de nossa religião!’”</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">Selando esta magnífica mensagem, D. García Moreno mandou seguir a primeira remessa de 10.000 pesos, dirigidos em nome do Equador, ao Santo Papa. Logo após, consagrou sua República ao Sagrado Coração de Jesus, e ofereceu auxílio aos vinte e dois religiosos da abadia de Mariastém, expulsos da Suíça.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">Como que pela lente de um fantástico túnel do tempo, todos as nações puderam sentir, em pleno século XIX, um novo sopro da cristandade medieval sob o governo de um presidente sinceramente católico. Sua obra, lastimavelmente, não serviu ao escarmento dos grandes, que, ao contrário, zombavam dele ou simplesmente o ignoravam. </span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">A estes respondeu D. García Moreno com o êxito de seu governo e com a retidão de sua vida.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">VilleFranche descreve o período em que governou D. García Moreno como “uma época gloriosa de paz, de progresso, tanto na ordem material como no sentido religioso, intelectual e moral”. Em seu governo saldou a dívida pública do Equador, e isto apesar da supressão de determinados impostos e do aumento geral dos ordenados. “Deus”, diz VilleFranche, “abençoou tão visivelmente a política de García Moreno, que dentro de doze anos o Equador, admiravelmente administrado por esse grande cidadão, viu duplicar seu comércio, suas escolas e a cifra dos orçamentos públicos.”</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">Ademais, construiu 44 km de estradas de ferro, 300 km de rodovias e 400 km de estrada muito sofrível para cavaleiros e caminhantes: foi uma obra gigantesca, a que se acrescentam as dificuldades devidas à distância dos centros populacionais e à natureza montanhosa do terreno.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">Escutemos VilleFranche: “De 1861 a 1875, abriu no território de seu pequeno Estado 93 escolas para os filhos do povo, as quais foram freqüentadas por 32.000 crianças. Até esta reorganização da instrução pública as poucas escolas do Equador eram seculares e universitárias.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Mas cheio de admiração pelos irmãos da doutrina cristã que ele conhecera em Paris, os quais reuniam tão excelentemente as qualidades de mestre, não hesitou em confiar-lhes todas as escolas. E apesar de numerosos obstáculos, tais como o descuido dos pais, a indolência das crianças, a dispersão das populações rurais, dentro em quatro anos a instrução primária se achava num estado que nada tinha para invejar às nações européias.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“A instrução secundária e superior mereceu igualmente toda a sua solicitude. A fundação do colégio de S. Gabriel, ao qual a nação deu por gratidão o nome do ilustre presidente, a instituição da Escola politécnica, da Universidade e de um observatório astronômico, um dos mais importantes do universo, a criação dum Conservatório de música e de diferentes museus foram o donativo que ele fez à ciência e às belas-artes. Todavia, a caridade achou-o talvez ainda mais generoso. Hospitais, cadeias, asilos, recolhimentos para órfãos, oficinas dirigidas pelas Filhas da caridade, tais são os títulos que ele tem à gratidão dos membros do cristianismo.”</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">Vejamos agora como ele mesmo descreveu seu governo, numa mensagem datada de 6 de agosto de 1875, a mesma data em que foi assassinado:</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Senhores deputados [...], ainda há poucos anos, o Equador repetia todos os dias as mesmas lástimas que o libertador Bolívar dirigia em sua derradeira mensagem ao congresso de 1830: ‘Envergonho-me de o confessar: a independência é o único bem que adquirimos, ao preço de todos os outros’.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Mas, depois que, depositando em Deus toda a nossa esperança, nos afastamos da torrente da impiedade e da apostasia que arrasta o mundo nesta época de cegueira, e nos reorganizamos em 1869 como nação verdadeiramente católica, tudo vai mudando proporcionalmente, a favor da prosperidade de nossa querida pátria.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Antigamente, o Equador achava-se como um corpo ao qual vai faltando a vida, vendo-se já devorado como os cadáveres por essa multidão de vermes esquálidos que a putrefação faz rebentar na escuridão do sepulcro; mas hoje, à soberana voz que ordenou a Lázaro se levantasse de seu túmulo, voltou de novo à vida, posto que conserve ainda os laços e a mortalha, isto é, os restos da miséria e da corrupção em que estivemos envolvidos.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Para justificar o que acabo de dizer, bastará que vos dê uma conta sumária de nossos progressos durante estes últimos anos, referindo-me às informações especiais de cada Ministério para tudo o que diz respeito aos documentos e minudências; e finalmente, para que exatamente se saiba quanto temos progredido neste período de regeneração, compararei o estado atual com o antecedente, não para nos gloriarmos, mas para glorificar aquele a quem devemos tudo, e que adoramos como nosso redentor e nosso pai, como nosso protetor e nosso Deus.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“[...]</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;"> “À completa liberdade que goza a Igreja entre nós e ao zelo apostólico de nossos virtuosos pastores devemos a reforma do clero, o melhoramento dos costumes e a diminuição dos crimes, a ponto que, numa população de mais de mil habitantes, não se acha número suficiente de criminosos para habitar a ‘penitenciária’.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“À Igreja devemos ainda essas corporação religiosas que tão magníficos frutos têm produzido para o ensino da infância e da mocidade, e pelos socorros que prodigaliza aos enfermos e necessitados. Afora isto, também lhe somos devedores do restabelecimento do espírito religioso neste ano de Jubileu e de santificação, assim como da conversão à vida cristã e civilizada de 9.000 selvagens da província do Oriente, onde é necessário, em razão de sua grande extensão, estabelecer um segundo vicariato. Se me autorizais a solicitar esta fundação da Santa Sé, nós cuidaremos em seguida do que é necessário para promover o comércio nesta província, destruindo assim, como já se tem feito, as especulações e as violentas exigências a que esses pobres habitantes estão expostos por cruéis e desumanos traficantes.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“[...]</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Dentro de alguns dias finda o período do mandato pelo qual fui eleito em 1869. A República tem gozado seis anos de paz, apenas interrompidos durante alguns dias em Riobamba, pela revolta parcial da raça indígena contra a raça branca em 1872, e neste seis anos tem marchado resolutamente na vereda do verdadeiro progresso, sob a proteção visível da Providência. Os resultados obtidos teriam na verdade sido maiores, se eu possuísse para governar as qualidades que, infelizmente, me faltam, ou se, para fazer o bem, fosse bastante desejá-lo ardentemente.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Se tenho cometido faltas, peço-vos mil e mil vezes perdão; peço-o com lágrimas muito sinceras a todos os meus compatriotas, e persuadi-vos de que não foi por minha vontade. E, se, pelo contrário, pensais que fui feliz em qualquer assunto, atribuí-o primeiro ao merecimento de Deus e à imaculada Dispensadora dos inesgotáveis tesouros de sua misericórdia, e em seguida a vós mesmos, ao povo, ao exército, a todos aqueles que, nos diferentes ramos da administração, me têm ajudado com inteligência e fidelidade no cumprimento de meus dificultosíssimos deveres.”</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<b><i><span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Pero Dios no se muere!”</span></i></b></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">D. Gabriel García Moreno era muito querido por seu povo, que lhe admirava as altas virtudes de sábio e a retidão de sua vida. Com efeito, nutria um ardente amor pelas ciências, o que o levou a assumir, antes do mandato presidencial, a reitoria da Universidade de Quito, onde lecionara Química e Física. Cultíssimo — era versado também em Medicina, Literatura e Teologia — tomou a direção da imprensa, e, hábil polemista, terminou por incomodar o então presidente general Urbino, que o desterrou.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">D. García Moreno retornou à pátria em 1861, quando, por aclamação, assumiu pela primeira vez o governo do país. VilleFranche nos relata um governo impressionante:</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Em 1861, seus concidadãos, admiradores de suas virtudes e de seus serviços, deram prova de grande eqüidade chamando-o para os governar por um período de quatro anos.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Foi então que o Peru e a Nova Granada declararam guerra ao Equador, dando ocasião a D. García Moreno de se mostrar hábil general sobre terra, e verdadeiro João Bart sobre o mar. A esquadra inimiga, composta de cinco navios, bloqueou Guayaquil. Enganando a vigilância dos assaltantes, o jovem presidente saiu de noite com 300 homens e três peças de artilharia para um paquete inglês que acabava de entrar a barra, e na manhã seguinte, ao romper do dia, precipitava-se a toda a força sobre os navios estrangeiros, os quais nem mesmo tiveram tempo de levantar âncora. Dois destes navios foram a pique, e os outros, arriando bandeira, se entregaram à discrição do vencedor.”</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">D. García Moreno foi reeleito presidente em 1869 por seis anos, período em que a força de seu caráter, aliada a uma inabalável retidão moral, produziram atos verdadeiramente heróicos. Cito um apenas:</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Num estabelecimento de correção que ele tinha fundado no interior da República, a 150 léguas da capital, estavam reunidos alguns condenados e algumas desgraçadas de vida pouco edificante. Apesar da prosperidade que em pouco tempo adquiriu esta verdadeira colônia, em conseqüência da boa administração que lhe deram, rebentou ali subitamente uma revolução. Em lugar de mandar soldados para submeter os revoltosos à obediência, dirigiu-se ele para lá só com seu ajudante. Logo que os amotinados souberam da chegada do presidente, dirigiram-se para a casa em que se hospedava, na intenção de o matar. Logo que seus brados anunciaram a presença dos facínoras, Moreno apareceu à janela e disse-lhes: ‘Se quereis assassinar-me por que vos salvei da corrupção e da miséria, entrai e feri.’ Esta multidão furiosa, ouvindo estas palavras, ficou suspensa e penetrada por este rasgo de heroísmo, e rompeu em aclamações e vivas entusiastas ao presidente.”</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">Tudo seguia bem até aquela data de 6 de agosto de 1875. Dado que esperava sofrer alguma agressão, mantinha-se sempre preparado: e nessa mesma manhã em que havia de ser assassinado, comungara. Dirigia-se ao Congresso, onde leria a mensagem já reproduzida. No caminho passou por uma catedral aberta para um enterro, e não resistiu: entrou e ajoelhou-se entre a multidão.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">Tão logo saiu da catedral, recebeu seis tiros disparados por sicários estrangeiros, a soldo de organizações secretas, e tombou. Já no chão, fitou seus algozes e bradou: “Eu morro, mas Deus não morre. </span><i><span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">¡Dios no se muere!</span></i><span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">” </span><span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">Quando os padres da catedral chegaram, ainda respirava. Transportaram-no para o interior da catedral, e o depositaram aos pés da estátua de Nossa Senhora das Sete Dores. Um dos padres suplicou que perdoasse aos assassinos. Sem poder falar, respondeu com os olhos que já o fizera. Recebeu a extrema-unção e ali mesmo expirou. Morreu santo o pai do Equador. </span></div>
<div align="center" style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: center;">
</div>
<div align="center" style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: center;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">*</span></div>
<div align="center" style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: center;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">No bolso de seu paletó encontrava-se uma cópia da <i>Imitação de Cristo</i>, e uma regra que García Moreno escrevera para seu próprio uso. Reproduzimo-la parcialmente:</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Toda manhã, ao fazer minhas orações, pedirei especialmente pela virtude da humildade.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Todo dia assistirei à Missa, direi o Rosário e lerei, além de um capítulo da <i>Imitação</i>, esta regra e as instruções anexas.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Tomarei o cuidado de manter-me tanto quanto possível na presença de Deus, especialmente na conversação, para que não diga palavras inúteis. Oferecerei constantemente meu coração a Deus, principalmente antes de iniciar qualquer ação” [...].</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Em meus aposentos, nunca rezar sentado quando puder fazê-lo ajoelhado ou de pé. Praticar pequenos atos diários de humildade, como beijar o chão, por exemplo. Desejar todos os tipos de humilhação, e, ao mesmo tempo, fazer para que não os mereça. Regozijar quando minhas ações ou minha pessoa são abusadas e censuradas.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“Farei um exame particular duas vezes por dia em meu exercício de diferentes virtudes, e um exame geral toda noite. Confessar-me-ei semanalmente.”(*)</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">Tortuosa como a história dos homens neste vale de lágrimas desde o pecado original, assim seguiu a história do Equador: após 20 anos um liberal, Eloy Alfaro, assumiu a presidência do País. E, antípoda de D. García Moreno, decidiu-se a levar o Equador rumo à “era moderna” e reduzir o poder eclesiástico. Com efeito, proclamou a liberdade religiosa, estabeleceu o casamento civil, confiscou as terras da Igreja, permitiu divórcios e incentivou a educação não-religiosa. Seus correligionários chegaram ao ponto de revogar a dedicação do Equador ao Sagrado Coração de Jesus.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">Eloy perdeu a popularidade e a presidência em seu segundo mandato. Recusando-se a deixar o cargo, terminou deportado para o Panamá. Ao tentar retornar, quatro meses depois, terminou enforcado.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div align="center" style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: center;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">“<i>Sôbolos rios que vão<br />Por Babilônia, me achei,<br />Onde sentado chorei<br />As lembranças de Sião<br />E quanto nela passei.</i>”</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">Que o exemplo de D. García Moreno nos sirva a todos como as lembranças do poeta. Para que, se não pelas lágrimas, ao menos pela admiração apreendamos a não mais trocar Sião por Babilônia.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;"><br /></span>
<hr align="left" size="1" style="border-color: gray; border-image: initial; border-style: solid; height: 1px;" width="33%" />
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 10pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">
</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 18px; margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 8pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 16px; margin: 0px; padding: 0px;">Nota: Todos as citações são do livro <i>Pio IX</i>, de J. M. VilleFranche. exceto (*) Gary Potter, <i>Gabriel García Moreno, Statesman and Martyr. </i>O poema acima, <i>Babel e Sião, </i>é de Luís de Camões.</span><br />
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 8pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 16px; margin: 0px; padding: 0px;"><br /></span>
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 8pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 16px; margin: 0px; padding: 0px;"><br /></span>
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 8pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 16px; margin: 0px; padding: 0px;"><br /></span>
<span style="border: 0px; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 8pt; font-style: inherit; font-weight: inherit; line-height: 16px; margin: 0px; padding: 0px;">Fonte: <a href="http://permanencia.org.br/drupal/">PERMANÊNCIA </a></span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-41156481673301322982017-12-08T04:20:00.000-08:002017-12-08T04:47:58.367-08:00Nuno Álvares Pereira, Condestável de Portugal, guerreiro e santo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrlFZbBeHxcKl71oS9wToZYkT3Y0G72ZqnTLBHVQmeSgLqyHCnDuAt7VdfQIx8lLLoGS432RGPrAppegnm1yRgGLOLE3-hfE-tWAIFTVJuMlfVlrkrFEd02U-F50jN1z59SPS2JhdNfOA/s1600/878c54954cd680e665e23d9961c47d13.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="512" data-original-width="342" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrlFZbBeHxcKl71oS9wToZYkT3Y0G72ZqnTLBHVQmeSgLqyHCnDuAt7VdfQIx8lLLoGS432RGPrAppegnm1yRgGLOLE3-hfE-tWAIFTVJuMlfVlrkrFEd02U-F50jN1z59SPS2JhdNfOA/s400/878c54954cd680e665e23d9961c47d13.jpg" width="265" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Nascido em 1360, no Castelo de Sernache de Bonjardim, filho de um dos mais ilustres senhores do reino, D. Álvaro Gonçalves Pereira, Prior da Ordem Militar dos Hospitalários, teve D. Nuno a educação militar dos nobres.</div>
<div style="text-align: justify;">
Aos 16 anos casou-se com D. Leonor de Alvim, muito virtuosa e tida como a mais rica herdeira do reino.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tiveram três filhos: dois meninos, que morreram cedo, e uma menina, D. Beatriz, que foi tronco da Casa de Bragança.</div>
<div style="text-align: justify;">
Porém Nuno não se satisfazia com ser pacato castelão. Lembrava-se do dia em que fora armado cavaleiro, dos juramentos solenes que fizera, e perguntava a si mesmo:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<b>"Passarei toda a vida assim? Para isto recebi tão solenemente a espada, sobre a qual fiz tão sérias promessas?"</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
O Rei D. Fernando, o formoso, entregara grande parte do reino ao invasor castelhano, sem qualquer resistência; homem apático, mole, desfibrado, mereceu de Camões o severo juízo: "um fraco rei faz fraca a forte gente".</div>
<div style="text-align: justify;">
E havia também o "grande desvario": Fernando ousara colocar no trono de Sta. Izabel, como Rainha de Portugal, a legítima esposa de um fidalgo que exilara — D. Leonor Teles, "a aleivosa".</div>
<div style="text-align: justify;">
As guerras tinham esgotado o tesouro real, levando o Rei a alterar o valor da moeda — espécie de inflação da época — logo acarretando carestia, câmbio negro e fome.</div>
<div style="text-align: justify;">
Condestável de Portugal, Beato Nuno Alvares Pereira, punho, heróis medievaisEm 1373 o exército castelhano invade o sul do país, a esquadra lusitana é fragorosamente derrotada em Saltes, Lisboa é cercada.</div>
<div style="text-align: justify;">
O Rei D. Fernando não tem força moral para resistir, os fidalgos da fronteira se desinteressam da defesa, bandeiam-se. O reino agoniza.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nuno, aos 22 anos de idade, participa da defesa de Lisboa. Uma incursão fora dos muros, contra as tropas castelhanas que pilhavam os vinhedos, o coloca subitamente, com seus 50 homens, face a 250 inimigos.<br />
<a name='more'></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Não conseguindo levantar o ânimo apavorado dos cavaleiros portugueses com exortações, ele se atirara sozinho contra os espanhóis.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ataca-os, é cercado, derrubado e atacado a lançadas — que entretanto resvalam pela armadura — até que os seus, arrebatados pela sua coragem, abrem caminho para salvá-lo e lançam-se sobre os inimigos num ímpeto avassalador, que só termina com a fuga destes a nado, pelo rio.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ano de 1384. Para sustentar as pretensões de D. Beatriz, Castela invade Portugal pelo sul. Nuno acode com um exército mal formado e desesperançado.</div>
<div style="text-align: justify;">
Começa por erguer o ânimo dos soldados, fazendo-os assistir à Missa em ordem militar, exortando-os a serem inflexíveis no lutar pela causa justa, dando ele próprio o exemplo ao afirmar que não reconhece como tais a dois irmãos seus, que marcham na vanguarda do exército inimigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgae8M0f_cj-seabaiDF25vp_-hxaxMkxoFp4QZJevVpRu5bkJf_MM-9GYE2V4pssTThVFuW835GVolRkQ6Q83ymK84pH_gVe74L2L7OCx3750dNIOgYDd2N2oaqrwiuNMe0-zrZzV35Fw/s1600/S%25C3%25A3o+Nuno+%25C3%2581lvares+Pereira+02+em+Aljubarrota.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgae8M0f_cj-seabaiDF25vp_-hxaxMkxoFp4QZJevVpRu5bkJf_MM-9GYE2V4pssTThVFuW835GVolRkQ6Q83ymK84pH_gVe74L2L7OCx3750dNIOgYDd2N2oaqrwiuNMe0-zrZzV35Fw/s640/S%25C3%25A3o+Nuno+%25C3%2581lvares+Pereira+02+em+Aljubarrota.jpg" /></a> </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
São Nuno Álvares Pereira em Aljubarrota. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais tarde se poderá dizer que os acampamentos de seus comandados mais pareciam mosteiros de religiosos reformados, tal a ordem e a piedade que neles dominavam.</div>
<div style="text-align: justify;">
No campo de Atoleiros os dois exércitos se defrontam. Nuno forma os seus num quadrado cerrado, ponteado de lanças.</div>
<div style="text-align: justify;">
Contra este se atira a cavalaria castelhana, e atrás dela a peonagem, sem conseguir varar a muralha que as lanças formam, enquanto de dentro chovem flechas e pedras.</div>
<div style="text-align: justify;">
Aos poucos o ímpeto do invasor vai arrefecendo, e então o jovem capitão ordena o ataque. Abre-se o quadrado e dispara a cavalaria portuguesa, animada por D. Nuno, que se atira sobre os castelhanos até desbaratá-los completamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Para agradecer à Mãe de Deus a vitória, Nuno vai em peregrinação ao santuário de Nossa Senhora de Assumar e encontra-o profanado, transformado em estrebaria. Com suas próprias mãos ele o limpa e o entrega novamente ao culto.</div>
<div style="text-align: justify;">
A vitória de Atoleiros desanima os invasores, que levantam o cerco de Lisboa e se retiram de Portugal.</div>
<div style="text-align: justify;">
Novamente Castela invade Portugal, agora pelo norte. São 30 mil homens contra os 8 mil de que dispõe D. João I.</div>
<div style="text-align: justify;">
O conselho real recomenda não dar combate. Colérico, Nuno abandona a corte, até obter do Rei a permissão de ir ao encontro do invasor.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nos campos de Aljubarrota vai se travar a batalha decisiva para a soberania de Portugal. É o dia 14 de agosto, vigília da Assunção.</div>
<div style="text-align: justify;">
O Bem-aventurado forma seus homens numa garganta estreita, oferecendo assim pequena frente ao ataque.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ao meio-dia surge o exército inimigo, tendo a flor da nobreza e o próprio Rei D. João.</div>
<div style="text-align: justify;">
Só às seis horas os gritos de guerra cortam o ar, e a cavalaria castelhana arremete em disparada contra a muralha formada pelos portugueses.</div>
<div style="text-align: justify;">
Estes resistem firmes sob o comando do Condestável. Nova carga, e a ala esquerda começa a ceder.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nuno voa para lá, reanima os soldados e recupera a posição. Entrechocam-se as lanças, saltam os cavalos, bradam os guerreiros, clamam os feridos, e no fragor da batalha os espanhóis começam a recuar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Neste momento, novamente o Condestável ordena o ataque. Abrem-se as fileiras, e ele rompe à frente dos cavaleiros sobre o inimigo, que não mais lhes resiste.</div>
<div style="text-align: justify;">
Aos poucos o recuo vai se transformando em fuga desabalada, enquanto os portugueses gritam vitória pelos campos, que o sol do crepúsculo ilumina docemente. Em menos de uma hora fora ganha a batalha decisiva.</div>
<div style="text-align: justify;">
Aproveitando o ímpeto vencedor, Nuno atravessa a fronteira e invade Castela, em busca do exército que ele quer desbaratar completamente. Conquista facilmente Parra, Zafra, Fuente del Maestre, Usagre e Vila Garcia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por fim oferecem-lhe combate em Valverde. Forma seu quadrado clássico, mas ao invés de esperar na defensiva, investe em bloco contra os outeiros em que se entrincheiram os inimigos. Ao contrário das anteriores, a batalha é longa, já dura dois dias. Dois dos outeiros são conquistados, o terceiro resiste firme. Neste momento o Condestável desaparece.</div>
<div style="text-align: justify;">
Desconcertados, seus cavaleiros o procuram. Teria morrido? Afinal Ruy Gonçalves encontra-o atrás de umas pedras, rezando. Pede, insiste que venha logo, que os portugueses vão ser dispersados.</div>
<div style="text-align: justify;">
"Ainda não é o momento — responde D. Nuno — deixai-me terminar de orar".</div>
<div style="text-align: justify;">
Condestável de Portugal, Beato Nuno Alvares Pereira, braço, heróis medievaisE permanece longo tempo ainda em oração. Depois levanta-se, o rosto iluminado, os olhos brilhantes. Monta a cavalo e se atira como uma flecha no meio dos inimigos, abre caminho impetuosamente, e sem que o consigam deter, atinge a bandeira do Mestre de Santiago, comandante castelhano.</div>
<div style="text-align: justify;">
Atrás dele os portugueses, eletrizados pela sua audácia, irrompem igualmente por entre os adversários. Atônitos, estes debandam sem esboçar mais qualquer resistência.</div>
<div style="text-align: justify;">
A vitória de Valverde consolidou definitivamente a independência de Portugal.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nos anos que se sucederam, D. Nuno ocupou-se em reorganizar de forma estável e definitiva o exército português. Fez edificar várias igrejas em honra da Virgem, sendo a mais importante a de Nossa Senhora do Vencimento, em Lisboa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Foi nesta igreja, confiada aos padres carmelitas, que ele se apresentou em 1423 pedindo para ser admitido como irmão donato na Ordem.</div>
<div style="text-align: justify;">
E como o Superior, Padre Afonso da Alfama, insistisse em recebê-lo ao menos como irmão leigo, numa posição um pouco menos desconforme à sua dignidade, respondeu:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>"Vim à Religião para me empregar nos humildes ministérios dos que professam a vida ativa, e não quero outro hábito que o dos serventes".</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A 15 de agosto de 1423, 38º aniversário da batalha de Aljubarrota, D. Nuno Álvares Pereira, Condestável de Portugal, professou votos solenes perante a comunidade dos frades, o Rei, a família real e toda a corte. Recebendo o hábito carmelita, passou a se chamar simplesmente Frei Nuno de Santa Maria.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nos anos que passou no convento, sua pureza imaculada, seu amor à oração, sua devoção ao Santíssimo Sacramento, a dureza com que mortificava seu corpo inocente, e sobretudo sua caridade, empenhada em servir aos pobres com a mesma dedicação com que antes combatia os inimigos, tornaram-no querido por toda a população de Lisboa.</div>
<div style="text-align: justify;">
A vida religiosa em nada abateu seu ânimo guerreiro. Visitado pelo embaixador castelhano, este perguntou-lhe se haveria alguma coisa que o levasse novamente a pegar em armas, ao que o Bem-aventurado respondeu:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>"Se o Rei de Castela outra vez mover guerra contra Portugal, enquanto não estiver sepultado servirei juntamente à Religião que professo e à Pátria que me deu o ser". </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Afastando em seguida o escapulário, abriu o hábito e mostrou por baixo deste a couraça de cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
Quando se preparava nova expedição militar a Ceuta, que não chegou a se concretizar, Frei Nuno dispôs-se a participar desse que prometia ser um duro feito de armas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Condestável de Portugal, Beato Nuno Alvares Pereira, rosto, heróis medievais</div>
<div style="text-align: justify;">
Alguns frades chamaram-lhe a atenção, dizendo que aos 70 anos já não teria mais o vigor de um jovem cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
O venerável ancião tomou de uma lança e violentamente arremessou-a, do alto da colina em que estava, noutra em frente: a arma cravou-se a fundo numa árvore e ali ficou vibrando. Ante a surpresa dos assistentes, disse calmamente:</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>"Em África a poderei meter, se for ainda necessário que eu exponha a vida em perigos, em honra da Pátria ou em defesa da Religião".</b> Daí se originou o dito "meter uma lança em África", significando praticar feito valoroso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Oito anos viveu Frei Nuno no Carmo. No dia em que se assinava a paz definitiva entre Castela e Portugal, paz que ele conquistara com seu rijo ânimo e sua rija espada, teve um ataque repentino de febre.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sentindo próximo o fim, comungou pela última vez, renovou os votos, renunciou novamente a todos os seus bens e pediu apenas como esmola "uma mortalha e uma cova para o corpo". Recebeu a visita do Rei, que chorando o abraçou afetuosamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
No dia 1º de novembro de 1431, festa de Todos os Santos, Nuno recebeu o Extrema Unção. Pediu, num último murmúrio, que lhe lessem a Paixão segundo S. João.</div>
<div style="text-align: justify;">
Durante a leitura, entrou em agonia. E no momento em que se pronunciavam as palavras de Nosso Senhor a Maria Santíssima. — "Ecce filius tuus" — cerrou docemente os olhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
(Fonte: "Catolicismo", nº 44, agosto de 1954)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="post-body entry-content">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-style: italic;"><br /></span></div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
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</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-75869627703031683822017-12-07T11:20:00.000-08:002017-12-07T11:20:24.361-08:00RUÍNA DA MASCULINIDADE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpZMGHuZjd9rhaS4Kk_pbrEZR34J2sgBMtWEqLMpCSApMqngc5vDWKflAfGXrKQLCxOqfywoTVuQpAb6ZpvmASbk9bEThGLV1zj9OCnYGKI_BPuLPrnnPgxJ4u78yvwWHGiI5G3v0f2wU/s1600/19761245_305748413168632_2967694793762668544_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1349" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpZMGHuZjd9rhaS4Kk_pbrEZR34J2sgBMtWEqLMpCSApMqngc5vDWKflAfGXrKQLCxOqfywoTVuQpAb6ZpvmASbk9bEThGLV1zj9OCnYGKI_BPuLPrnnPgxJ4u78yvwWHGiI5G3v0f2wU/s400/19761245_305748413168632_2967694793762668544_n.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Não é raro encontrarmos no meio conservador e mais tradicional livros e textos que tratam da formação feminina, pois a degradação do papel da mulher no lar e na sociedade atual é notória, todavia, a preocupação com a formação masculina quase não existe e quando há é algo sem profundidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">As perguntas que faço são: A degradação atingiu apenas à mulher ou o homem também foi corrompido em seu entendimento do que é ser um homem nos planos de Deus? Os homens modernos têm consciência de suas características e de como devem usá-las para refletirem no Mundo a Sabedoria e a Ordem do Criador? pois dentro da desigualdade entre os sexos há reflexo dessa Sabedoria e Ordem divina.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Não se ordena dez nomes iguais, logo, <u>a igualdade não propicia a <i>ordem</i></u>. Da mesma forma como não se pode praticar a caridade se todos possuem riquezas ou não se pode aprender algo novo se todos são iguais intelectualmente nas mesmas matérias. Portanto, <u>onde há uma desigualdade querida por Deus há reflexo de Sua <i>sabedoria</i></u>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Essa desigualdade se dá entre os reinos: mineral, vegetal e animal. E dentro desses reinos há desigualdade. Ilustremos: há diversidade de flores assim como há diversidade entre as rosas em cor e tamanho, algumas manchadas outras não, etc. E com os homens não poderia ser diferente. Há desigualdade nas características físicas, psíquicas e até espirituais, <u>e o ápice da desigualdade entre os homens se dá entre a diferença de sexos.</u> Aqui Deus expressa de forma mais nítida e perfeita a Sua Sabedoria e Ordem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">O homem possui todas as suas características natas para ser aquele que lidera, que está à frente, ser a “cabeça” do lar e reflexo de Cristo nele. É mais forte <i>fisicamente</i> — para os trabalhos externos e braçais, consegue lidar com os perigos do mundo com mais segurança; é mais <i>racional</i> — para tomar decisões mais precisas, sem as afetações que a alma feminina traz em suas decisões, movidas pelo sentimentalismo mal medido [aqui se entenda que o homem pode e deve consultar sua esposa para decidir, mas que faça uso de sua racionalidade para extrair os excessos].<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">E o que vemos hoje? Homens com iniciativa, que não medem esforços para serem os provedores de um lar? Homens fortes, que liderem e que não se entregam às suscetibilidades, próprias de donzelas? Homens conscientes de suas fraquezas e limitações mas que bradam corajosamente e que enfrentam o medo diante de tomadas de decisões? O que vemos hoje? Mesmo no meio conservador e tradicional, <u>o que vemos é um monte de homens se comportarem como meninos</u>. Dizem possuir virilidade e masculinidade, mas na prática são apenas uns <u>meninos de barba</u>. Sim, há exceções, mas elas são raras.<a name='more'></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Reina a covardia!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Reina a preguiça!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Reina o comodismo!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Da mesma forma como as mulheres voltam à escravidão como meretrizes úteis — como eram vistas no passado pagão — desprezando a elevação que Cristo lhes deu inspirado no exemplo de Sua Mãe Santíssima; assim os homens, a cada geração que passa, se tornam escravos de suas misérias e isso os tornam efeminados, pulhas, uns fracassados! A sociedade não tem mais um número suficiente de "alicerces" [homens de Deus e com fibra] e desmorona. E o que vemos são ruínas!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">A igualdade traz a desordem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">A igualdade traz a ruína.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">A igualdade traz a morte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">E a igualdade se faz onde há espírito de revolução contra Deus e Suas vontades.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">O que mais vemos são meninos barbados dizerem:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">— Não estou preparado para assumir uma família [covardia].<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">— Quero apenas estudar filosofia e cuidar de minha vida intelectual [comodismo].<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">— Não posso assumir uma responsabilidade se não tenho uma estabilidade [medo de fracassar].<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">— Não se deve colocar no mundo filhos, a sociedade está um caos [covardia].<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">— Até gostaria de ser padre, mas... e a comidinha da mamãe?! [comodismo].<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">— Não estou capacitado emocionalmente para assumir um casamento [efeminado].<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">E poderia dar muitos outros exemplos tão corriqueiros, desgraçadamente.<o:p></o:p></span></div>
<br style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px;" />
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Ser um “Cruzadinho de isopor” por detrás de um computador é fácil, qualquer moleque faz; quero ver sangrar e ser homem de verdade, refletindo a Ordem e Sabedoria de Deus em sua vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: #f3f3f3; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Letícia de Paula</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-19802424336729378082017-12-07T11:12:00.000-08:002018-04-14T05:41:54.957-07:00O Livro da Ordem de Cavalaria (c. 1274-1276)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX1fc5V-_yKor6Pj0UwDKW-Yeixm0cmbLbx0kRp8n1A9fT8IqVLTUGYRZORkwmowpwNFamFcKTbNfLord9sK9KOo1pSvKO171vQJ_f1E0HiTYptqaM86iBGk65Vv5rgilikV7hpx6vJlw/s1600/GettyImages-51240624-H.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="454" data-original-width="1389" height="204" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX1fc5V-_yKor6Pj0UwDKW-Yeixm0cmbLbx0kRp8n1A9fT8IqVLTUGYRZORkwmowpwNFamFcKTbNfLord9sK9KOo1pSvKO171vQJ_f1E0HiTYptqaM86iBGk65Vv5rgilikV7hpx6vJlw/s640/GettyImages-51240624-H.jpeg" width="640" /></a></div>
<br />
RAMON LLULL (1232-1316)</div>
<div style="text-align: justify;">
Trad.: <a href="http://www.ricardocosta.com/">Ricardo da COSTA</a></div>
<div style="text-align: justify;">
Revisão: Rui Vieira da CUNHA (IHGB)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Deus honrado, glorioso, que sois cumprimento de todos os bens, por vossa graça e vossa bênção começa este livro que é da Ordem de Cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
INICIA O PRÓLOGO </div>
<div style="text-align: justify;">
1 </div>
<div style="text-align: justify;">
Por significação dos VII planetas, que são corpos celestiais e governam e ordenam os corpos terrenais, dividimos este Livro de cavalaria em VII partes, para demonstrar que os cavaleiros têm honra e senhorio sobre o povo para o ordenar e defender.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A primeira parte é do começo de cavalaria; a segunda, do ofício de cavalaria; a terceira, do exame que convém que seja feito ao escudeiro com vontade de entrar na ordem de cavalaria; a quarta, da maneira segundo a qual deve ser armado o cavaleiro; a quinta, do que significam as armas do cavaleiro; a sexta é dos costumes que pertencem ao cavaleiro; a sétima, da honra que se convém ser feita ao cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2 </div>
<div style="text-align: justify;">
Em uma terra aconteceu que um sábio cavaleiro que longamente havia mantido a ordem de cavalaria na nobreza e força de sua alta coragem, e a quem a sabedoria e ventura o haviam mantido na honra da cavalaria em guerras e em torneios, em assaltos e em batalhas, elegeu a vida ermitã quando viu que seus dias eram breves e a natureza o impedia, pela velhice, de usar as armas. Então, desamparou suas herdades e herdou-as a seus infantes, e em um bosque grande, abundante de águas e árvores frutuosas, fez sua habitação e fugiu do mundo para que o enfraquecimento de seu corpo, no qual chegara pela velhice, não lhe desonrasse naquelas coisas que, com sabedoria e ventura ao longo do tempo o haviam honrado tanto. E, por isso, o cavaleiro cogitou na morte, relembrando a passagem deste século ao outro, e entendeu a sentença perdurável a qual havia de vir.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3 </div>
<div style="text-align: justify;">
Em um belo prado havia uma árvore muito grande, toda carregada de frutos, onde o cavaleiro vivia naquela floresta. Debaixo daquela árvore havia uma fonte muito bela e clara, da qual eram abundantes o prado e as árvores que ali eram ao redor. E o cavaleiro havia em seu costume, todos os dias, de vir àquele lugar adorar e contemplar e pregar a Deus, a qual fazia graças e mercês da grande honra que Lhe havia feito todos os tempos de sua vida neste mundo.<br />
<a name='more'></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
4 </div>
<div style="text-align: justify;">
Em aquele tempo, na entrada do grande inverno, aconteceu que um grande rei muito nobre e de bons e bem abundantes costumes, mandou haver cortes. E pela grande fama que tinha nas terras de suas cortes, um escudeiro de assalto, só, cavalgando em seu palafrém, dirigia-se à corte para ser armado novo cavaleiro; e pelo esforço que havia suportado em sua cavalgada, enquanto ia em seu palafrém, adormeceu; e naquela hora, o cavaleiro que na floresta fazia sua penitência chegou à fonte para contemplar a Deus e menosprezar a vaidade daquele mundo, segundo que cada um dos dias havia se acostumado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
5 </div>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto o escudeiro cavalgava assim, seu palafrém saiu do caminho e meteu-se pelo bosque, e andou tão à vontade pelo bosque, até que chegou na fonte onde o cavaleiro estava em oração. O cavaleiro, que viu chegar o escudeiro, deixou sua oração e assentou-se no belo prado, à sombra da árvore, e começou a ler em um livro que tinha em sua falda. O palafrém, quando foi à fonte, bebeu da água; e o escudeiro, que sentiu em sua dormência que seu palafrém não se movia, despertou e viu diante de si o cavaleiro, que era muito velho e tinha grande barba e longos cabelos e rotas vestes por seu uso; e pela penitência que fazia, era magro e pálido, e pelas lágrimas que vertia, seus olhos eram humildes, tudo dando uma aparência de vida muito santa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Muito se maravilharam um do outro, pois o cavaleiro havia longamente estado em seu eremitério, no qual não havia visto nenhum homem depois de haver desamparado o mundo e deixado de portar armas; e o escudeiro se maravilhou fortemente como tinha chegado naquele lugar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
6 </div>
<div style="text-align: justify;">
O escudeiro desceu de seu palafrém saudando agradavelmente o cavaleiro, e o cavaleiro o acolheu o mais belamente que pôde, e sentaram-se na bela erva, um ao lado do outro. O cavaleiro, que percebeu que o escudeiro não queria primeiramente falar porque lhe queria dar honra, falou primeiramente e disse:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Belo amigo, qual é a vossa coragem, onde ides e por que vieste aqui?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Senhor — disse o escudeiro — é fama por longínquas terras que um rei muito sábio mandou haver cortes, e fará a si mesmo cavaleiro e logo armará cavaleiros outros barões estrangeiros e privados. E por isso, eu vou àquela corte para ser novo cavaleiro; e meu palafrém, enquanto dormia pelo trabalho que tive nas grandes jornadas, conduziu-me neste lugar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
7 </div>
<div style="text-align: justify;">
Quando o cavaleiro ouviu falar de cavalaria e relembrou a ordem de cavalaria e o que é pertencente ao cavaleiro, verteu um suspiro e entrou em considerações lembrando a honraria no qual a cavalaria o havia mantido tanto tempo. Enquanto o cavaleiro assim cogitava, o escudeiro perguntou ao cavaleiro quais eram suas considerações. O cavaleiro disse:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Belo filho, meus pensamentos são sobre a ordem de cavalaria e do grande dever que é do cavaleiro manter a alta honra de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
8 </div>
<div style="text-align: justify;">
O escudeiro rogou ao cavaleiro que lhe dissesse o que era a ordem de cavalaria, e de que maneira o homem pode melhor honrá-la e conservar a honra que Deus lhe havia dado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Como, filho? — disse o cavaleiro — e tu não sabes qual é a regra e a ordem da cavalaria? E como tu podes aspirar à cavalaria se não tem sapiência da ordem de cavalaria? Pois nenhum cavaleiro pode manter a ordem que não sabe, nem pode amar sua ordem, nem o que pertence à sua ordem, se não sabe a ordem de cavalaria, nem sabe conhecer as faltas que são contra sua ordem. Nem nenhum cavaleiro deve ser cavaleiro se não sabe a ordem de cavalaria, porque desonrado cavaleiro é que faz cavaleiro e não sabe lhe mostrar os costumes que pertencem ao cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
9 </div>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto o cavaleiro dizia aquelas palavras e repreendia o escudeiro que desejava cavalaria, o escudeiro perguntou ao cavaleiro:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Senhor, se a vós aprouver dizer-me em que consiste a ordem de cavalaria, assim sentirei coragem de aprender a ordem e seguir a regra e a ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Belo amigo — disse o cavaleiro — a regra e a ordem de cavalaria estão neste livro que leio algumas vezes para que me faça relembrar a graça e a mercê que Deus me fez neste mundo; porque eu honrei e mantive a ordem de cavalaria com todo meu poder; porque assim como a cavalaria dá tudo que pertence ao cavaleiro, assim o cavaleiro deve empenhar todas as suas forças para honrar a cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
10 </div>
<div style="text-align: justify;">
O cavaleiro entregou o livro ao escudeiro; e quando o escudeiro acabou de o ler, entendeu que o cavaleiro é um eleito entre mil homens para haver o mais nobre ofício de todos, e tendo então entendido a regra e ordem de cavalaria, pensou consigo um pouco e disse:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Ah, senhor Deus! Bendito sejais Vós, que me haveis conduzido em lugar e em tempo para que eu tenha conhecimento de cavalaria, a qual foi longo tempo desejada sem que soubesse a nobreza de sua ordem nem a honra em que Deus pôs todos aqueles que são da ordem da cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
11 </div>
<div style="text-align: justify;">
— Amável filho — disse o cavaleiro — eu estou perto da morte e meus dias não são muitos, ora, como este livro foi feito para retornar a devoção e a lealdade e o ordenamento que o cavaleiro deve haver em ter sua ordem, por isso, belo filho, portai este livro à corte onde ides e mostrai-o a todos aqueles que desejam ser novos cavaleiros; guardai-o e apreciai-o se amais a ordem de cavalaria. E quando fores armado novo cavaleiro, retornai a este lugar e dizei-me quais são aqueles que foram feitos novos cavaleiros e não foram tão obedientes à doutrina da cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
12 </div>
<div style="text-align: justify;">
O cavaleiro deu sua bênção ao escudeiro, e o escudeiro pegou o livro e muito devotadamente se despediu do cavaleiro, e subiu em seu palafrém e se foi para a corte muito alegremente. E sábia e ordenadamente deu e apresentou aquele livro ao muito nobre rei e toda a grande corte, e permitiu que todo cavaleiro que quisesse entrar na ordem de cavalaria o pudesse trasladar, para que de vez em quando o lesse e recordasse a ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
I. DO COMEÇO DE CAVALARIA </div>
<div style="text-align: justify;">
1 </div>
<div style="text-align: justify;">
Faltou caridade, lealdade, justiça e verdade no mundo; começou inimizade, deslealdade, injúria, falsidade; e por isso surgiu erro e turvamento no povo de Deus, que foi criado para que Deus fosse amado, conhecido, honrado, servido e temido pelo homem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2 </div>
<div style="text-align: justify;">
No começo, como veio ao mundo menosprezo de justiça devido à míngua de caridade, conveio que a justiça retornasse à sua honra pelo temor. E por isso, de todo o povo foram feitos milenaristas e de cada mil foi eleito e escolhido um homem, mais amável, mais sábio, mais leal e mais forte, e com mais nobre coragem, com mais ensinamentos e de bons modos que todos os outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3 </div>
<div style="text-align: justify;">
Buscou-se em todas as bestas qual era a mais bela besta e a mais veloz, e a que pudesse sustentar maior trabalho, e qual era a mais conveniente para servir ao homem; e porque o cavalo é a mais nobre besta e a mais conveniente a servir ao homem, por isso, de todas as bestas, o homem elegeu o cavalo, que foi doado ao homem que foi dos mil homens eleito; e por isso aquele homem tem o nome de cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
4 </div>
<div style="text-align: justify;">
Ajustada a mais nobre besta ao mais nobre homem, seguidamente conveio que o homem elegesse e escolhesse de todas as armas, aquelas armas que são mais nobres e mais convenientes para o combate e para defender o homem das feridas e da morte, e aquelas armas o homem doou e apropriou ao cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
5 </div>
<div style="text-align: justify;">
Quem quer entrar na ordem de cavalaria lhe convém meditar e pensar no nobre começo de cavalaria e convém que a nobreza de sua coragem e seus bons modos concordem e convenham ao começo da cavalaria, pois, se assim não o faz, contrário seria à ordem de cavalaria e a seus princípios. E por isso, não se convém que a ordem de cavalaria receba seus inimigos em suas honras, nem aqueles que são contrários a seus princípios</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
6 </div>
<div style="text-align: justify;">
Amor e temor são convenientes contra desamor e menosprezo; e por isso, convém que o cavaleiro, por nobreza de coragem e de bons costumes e pela honra tão alta e tão grande na qual lhe foi feita por eleição, e pelo cavalo e pelas armas, seja amado e temido pelas gentes, e que pelo amor retornassem a caridade e ensinamento, e pelo temor retornassem a verdade e a justiça.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
7 </div>
<div style="text-align: justify;">
O homem, enquanto possui sensatez e entendimento e é de mais forte natureza que a fêmea, pode ser melhor que a mulher, porque se não fosse tão poderoso e bom como a fêmea, seguir-se-ia que bondade e força de natureza fosse contrária à bondade de coração e boas obras. Logo, assim como o homem por sua natureza é mais aparelhado a haver nobre coragem e ser bom que a fêmea, assim o homem é mais aparelhado a ser vil que a mulher; pois, se assim não fosse, não seria digno que tivesse maior nobreza de coração e maior mérito de ser bom que a fêmea.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
8 </div>
<div style="text-align: justify;">
Guarda, escudeiro, que farás se abraçares a ordem de cavalaria; porque se és cavaleiro, tu recebes a honra e a servidão que se convém aos amigos de cavalaria. Porque quanto mais nobres princípios tens, mais obrigado a ser bom e agradar a Deus e às gentes; e se és vil, tu serás o maior inimigo de cavalaria, e mais contrário a seus princípios e sua honra.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
9 </div>
<div style="text-align: justify;">
Tão alta e nobre é a ordem do cavaleiro que não bastou à ordem que o homem a fizesse das mais nobres pessoas; nem que o homem lhe doasse as bestas mais nobres nem lhe desse as mais honradas armas, antes conveio ao homem que se fizessem senhores das gentes aqueles homens que são da ordem da cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E porque no senhorio há tanto de nobreza, e na servidão tanto de submissão, se tu, que abraças a ordem de cavalaria, fores vil e malvado, poderá pensar qual injúria fazes a todos seus submetidos e a todos companheiros que são bons, porque pela vileza em que estás, deverias ser súdito, e pela nobreza dos cavaleiros que são bons, és indigno de ser chamado cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
10 </div>
<div style="text-align: justify;">
Eleição, nem cavalo, nem armas, nem senhoria não bastam à alta honra que pertence ao cavaleiro; antes convém que o homem lhe dê escudeiro e palafreneiro que o sirvam e que cuidem das bestas. E convém que as gentes arem e cavem e traguem o mal para que a terra lhe dê os frutos de que viva o cavaleiro e suas bestas; e que o cavaleiro cavalgue e senhoreie e haja bem-aventurança daquelas coisas em que seus homens são maltratados e sofrem malefícios.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
11 </div>
<div style="text-align: justify;">
Ciência e doutrina têm os clérigos para poder a sapiência e querer amar, conhecer e honrar a Deus e suas obras, e para dar doutrina às suas gentes e bom exemplo em amar e honrar a Deus; e para que sejam ordenados nestas coisas, aprendem e estão em escolas. Logo, assim como os clérigos, por honesta vida e por bom exemplo e por ciência, têm ordem e ofício de inclinar as gentes à devoção e à boa vida, assim os cavaleiros, por nobreza de coragem e por força das armas mantêm a ordem de cavalaria, têm a ordem em que estão para que inclinem as gentes ao temor, pelo qual temem fazer falta uns homens contra outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
12 </div>
<div style="text-align: justify;">
A ciência e a escola da ordem de cavalaria é que cavaleiro faça ensinar a seu filho cavalgar em sua juventude; pois, se o infante em sua juventude não aprender a cavalgar não poderá aprender em sua velhice. E ao filho do cavaleiro convém que enquanto é escudeiro, saiba cuidar do cavalo. E ao filho de cavaleiro convém que antes seja súdito que senhor, e que saiba servir ao senhor, pois de outra maneira não conheceria a nobreza de seu senhorio quando fosse cavaleiro. E por isso o cavaleiro deve submeter seu filho a outro cavaleiro para que aprenda a cortar e a se guarnecer e as outras coisas que pertencem à honra da cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
13 </div>
<div style="text-align: justify;">
Quem ama a ordem de cavalaria convém que, assim como aquele que deseja ser carpinteiro tem mestre que seja carpinteiro e aquele que deseja ser sapateiro convém que tenha mestre que seja sapateiro, assim quem deseja ser cavaleiro convém que tenha mestre que seja cavaleiro, porque é coisa inconveniente que escudeiro aprenda a ordem de cavalaria de outro homem, mas de homem que seja cavaleiro, como seria coisa inconveniente se o carpinteiro ensinasse ao homem que desejasse ser sapateiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
14 </div>
<div style="text-align: justify;">
Assim como os juristas e os médicos e os clérigos nas ciências e livros, ouvem a lição e aprendem seu ofício por doutrina de letras, é tão honrada e alta a ordem de cavalaria que não tão somente basta que ao escudeiro seja ensinada a ordem de cavalaria para cuidar do cavalo nem para servir senhor nem para ir com ele aos feitos de armas nem para outras coisas semelhantes a estas; como ainda seria coisa conveniente que o homem da ordem de cavalaria fizesse escola, e que fosse ciência escrita em livros e que fosse arte ensinada, assim como são ensinadas as altas ciências; e que os infantes filhos dos cavaleiros, em seus princípios, que aprendessem a ciência que pertence à cavalaria, e depois que fossem escudeiros e que andassem pelas terras com os cavaleiros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
15 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se faltas não houvesse em clérigos nem em cavaleiros, apenas faria faltas em outras gentes; porque, pelos clérigos todo homem teria amor e devoção a Deus, e pelos cavaleiros todos temeriam injuriar seu próximo. Ora, se os clérigos têm mestre e doutrina e estão em escolas para serem bons, e se há tantas ciências em doutrina e em letras, injúria muito grande é feita à ordem de cavalaria porque não é assim uma ciência ensinada pelas letras e que não seja feita escola como são nas outras ciências. Logo, por isso, aquele que compõe este livro suplica ao nobre rei e à toda sua corte que está reunida para a honra de cavalaria, que seja satisfeita e restituída a honrada ordem de cavalaria, que é agradável a Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
II. DO OFÍCIO QUE PERTENCE AO CAVALEIRO </div>
<div style="text-align: justify;">
1 </div>
<div style="text-align: justify;">
Ofício de cavaleiro é o fim e a intenção pelos quais foi principiada a ordem de cavalaria. Logo, se o cavaleiro não cumpre com o ofício de cavalaria é contrário à sua ordem e aos princípios de cavalaria acima ditos; pela qual contrariedade não é verdadeiro cavaleiro, mesmo sendo chamado cavaleiro, e esse tal cavaleiro é mais vil que o tecelão e o trompeteiro que seguem seu ofício.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2 </div>
<div style="text-align: justify;">
Ofício de cavaleiro é manter e defender a santa fé católica pela qual Deus, o Pai, enviou seu Filho para encarnar na virgem gloriosa Nossa Senhora Santa Maria, e para a fé ser honrada e multiplicada sofreu neste mundo muitos trabalhos e muitas afrontas e grande morte. Daí que, assim como nosso senhor Deus elegeu clérigos para manter a Santa Fé com escrituras e com provações necessárias, pregando aquela aos infiéis com tão grande caridade que até a morte foi por eles desejada, assim o Deus da glória elegeu cavaleiros que por força das armas vençam e submetam os infiéis que cada dia pugnam em destruir a Santa Igreja. Por isso, Deus honrou neste mundo e no outro tais cavaleiros que são mantenedores e defensores do ofício de Deus e da fé pela qual nos havemos de salvar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3 </div>
<div style="text-align: justify;">
Cavaleiro que tem fé e não usa da fé e é contrário àqueles que mantêm a fé, é assim como entendimento de homem a quem Deus tem dado a razão e usa de desrazão e de ignorância. Ocorre que, quem tem fé e é contrário à fé quer ser salvo justamente por isso ao qual é contra, e por isso sua vontade concorda com a descrença que é contrária à fé e à salvação, pela qual descrença o homem é condenado a trabalhos que não têm fim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
4 </div>
<div style="text-align: justify;">
Muitos são os ofícios que Deus têm dado neste mundo para ser servido pelos homens; mas todos os mais nobres, os mais honrados, os mais próximos dos ofícios que existem neste mundo são ofício de clérigo e ofício de cavaleiro; e por isso, a maior amizade que deveria existir neste mundo deveria ser entre clérigo e cavaleiro. Logo, assim como o clérigo não segue a ordem de clerezia quando é contra a ordem de cavalaria, assim, cavaleiro não mantém ordem de cavalaria quando é contrário e desobediente aos clérigos, que são obrigados a amar e a manter a ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
5 </div>
<div style="text-align: justify;">
Uma ordem não consiste tão somente nos homens que amam sua ordem, senão que consiste neles quando amam outras ordens. Por isso, amar uma ordem e desamar outra ordem não é manter a ordem, porque nenhuma ordem Deus fez contrária a outra ordem. Logo, assim como algum homem religioso que amasse tanto sua ordem que fosse inimigo de outra, ordem não seguiria, assim cavaleiro não tem ofício de cavaleiro quando ama tanto sua ordem que menospreza e desama outra ordem. Porque, se cavaleiro tivesse a ordem de cavalaria desamando e destruindo outra ordem, seguir-se-ia que Deus e ordem fossem contrários, a qual contrariedade é impossível.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
6 </div>
<div style="text-align: justify;">
Tanto é nobre coisa o ofício de cavaleiro que cada cavaleiro deveria ser senhor e regedor de terra; mas, para os cavaleiros, que são muitos, não bastam as terras. E, para significar que um só Deus é senhor de todas as coisas, o imperador deve ser cavaleiro e senhor de todos os cavaleiros; mas, porque o imperador não poderia por si manter e reger todos os cavaleiros, convém que tenha abaixo de si reis que sejam cavaleiros, para que o ajudem a manter a ordem de cavalaria. E os reis devem haver abaixo de si condes, condores, varvesores, e assim os outros graus de cavalaria; e debaixo destes graus devem estar os cavaleiros de um escudo, os quais sejam governados e possuídos pelos graus de cavalaria acima ditos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
7 </div>
<div style="text-align: justify;">
Para demonstrar o excelente senhorio, sabedoria e poder de nosso senhor Deus, que é uno e pode e sabe reger e governar tudo o quanto é, incoveniente coisa seria que um cavaleiro pudesse por si só manter e reger todas as gentes deste mundo; porque se o fizesse, não seriam tão bem significados o senhorio, o poder, a sabedoria de Nosso Senhor Deus. Por isso, Deus quis que, para reger todas as gentes deste mundo, haja mister muitos oficiais que sejam cavaleiros; daí que o rei ou o príncipe que fizer procuradores, vegueres , bailios, de outros homens que não sejam cavaleiros o faz contra o ofício de cavalaria, dado que seja mais conveniente que o cavaleiro, segundo dignidade de seu ofício, senhoreie o povo do que outros homens. Pois, pela honra de seu ofício, lhe deve esse feito mais de honra que a outro homem que não seja tão honrado no ofício; e pela honra em que se encontra pela sua ordem, tem nobreza de coração, e pela nobreza de coragem, se inclina mais tarde à maldade e ao engano e a feitos vis, que outro homem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
8 </div>
<div style="text-align: justify;">
Ofício de cavaleiro é manter e defender o senhor terreno, pois o rei, nem o príncipe, nem nenhum outro barão sem ajuda poderia manter justiça em suas gentes; logo, se um povo ou algum homem é contra o mandamento do rei ou do príncipe, convém que os cavaleiros ajudem a seu senhor, que é um homem sozinho, assim como qualquer outro homem. Logo, o cavaleiro malvado que antes ajuda o povo que a seu senhor, ou que quer ser senhor e quer despossuir seu senhor, não segue o ofício pelo qual é chamado cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
9 </div>
<div style="text-align: justify;">
Pelos cavaleiros deve ser mantida justiça, porque, assim como os juízes têm ofício de julgar, assim os cavaleiros têm ofício de manter justiça. E se cavaleiro e letras pudessem convir tão fortemente que cavaleiro por ciência bastasse para ser juiz [...] como é de cavaleiro; porque aquele por quem justiça pode ser melhor mantida é mais conveniente para ser juiz que outro homem, com o que o cavaleiro é conveniente a ser juiz-cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
10 </div>
<div style="text-align: justify;">
Cavalgar, justar, lançar a távola, andar com armas, torneios, fazer távolas redondas, esgrimir, caçar cervos, ursos, javalis, leões, e as outras coisas semelhantes a estas que são ofício de cavaleiro; pois por todas essas coisas se acostumam os cavaleiros a feitos de armas e a manter a ordem de cavalaria. Ora, menosprezar o costume e a usança disso pelo qual o cavaleiro é mais preparado a usar de seu ofício é menosprezar a ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
11 </div>
<div style="text-align: justify;">
Assim com todos estes usos acima ditos pertencem ao cavaleiro quanto ao corpo, assim justiça, sabedoria, caridade, lealdade, verdade, humildade, fortaleza, esperança, esperteza e as outras virtudes semelhantes a estas pertencem ao cavaleiro quanto à alma. E, por isso, o cavaleiro que usa destas coisas que pertencem à ordem de cavalaria quanto ao corpo, e não usa quanto à alma daquelas virtudes que pertencem à cavalaria, não é amigo da ordem de cavalaria, porque se o fosse, seguir-se-ia que o corpo e a cavalaria juntos fossem contrários à alma e à suas virtudes, e isso não é verdade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
12 </div>
<div style="text-align: justify;">
Ofício de cavaleiro é manter terra; porque pelo pavor que as gentes têm dos cavaleiros, duvidam em destruir as terras, e por temor dos cavaleiros, duvidam os reis e os príncipes vir uns contra os outros. Mas o malvado cavaleiro que não ajuda a seu senhor terrenal, natural, contra outro príncipe é cavaleiro sem ofício, e é assim com fé sem obra, e é assim com descrença, que é contra a fé. Logo, se esse tal cavaleiro seguisse a ordem e seu ofício de cavalaria, cavalaria e sua ordem seriam injuriosas ao cavaleiro que combate até a morte por justiça e pelo seu senhor, para o manter e o defender.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
13 </div>
<div style="text-align: justify;">
Nenhum ofício há que seja feito que não possa ser desfeito; porque se o que é feito não pudesse ser desfeito nem destruído, só o que é feito seria semelhante a Deus, que não é feito nem pode ser destruído. Logo, como o ofício de cavalaria é feito e ordenado por Deus e se mantém por aqueles que amam a ordem de cavalaria e que estão na ordem de cavalaria, por isso, o malvado cavaleiro que se vai da ordem de cavalaria desama o ofício da cavalaria, desfaz em si mesmo a cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
14 </div>
<div style="text-align: justify;">
Rei ou príncipe que desfaz em si mesmo ordem de cavaleiro não tão somente desfaz cavaleiro em si mesmo como também aos cavaleiros que lhe são submetidos; os quais, pelo mau exemplo de seu senhor e para que sejam amados por ele e seguirem seus malvados ensinamentos, fazem o que não pertence à cavalaria nem à sua ordem. E por isso, os malvados príncipes não tanto sómente são contrários em si mesmo à ordem de cavalaria, que também o são em seus submetidos, nos quais se desfaz a ordem de cavalaria. Logo, se expulsar um cavaleiro da ordem de cavalaria é grande malvadez, muito e grande vileza de coração, quanto mais o é quem muitos cavaleiros expulsa da ordem de cavalaria!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
15 </div>
<div style="text-align: justify;">
Ah, como é grande a força de coragem no cavaleiro que vence e apodera muitos malvados cavaleiros! O qual cavaleiro é príncipe ou alto barão que ama tanto a ordem de cavalaria que, para muitos malvados homens que são chamados cavaleiros e que cada dia lhe aconselhem que faça maldades, faltas e enganos para destruir em si mesmo a cavalaria, e o bem-aventurado príncipe, só com a nobreza de seu coração e com a ajuda que lhe faz a cavalaria e sua ordem destrói e vence todos os inimigos da cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
16 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se cavalaria fosse em força corporal mais que em força de coragem, seguir-se-ia que a ordem de cavalaria concordaria mais fortemente com o corpo que com a alma, e se então fosse, o corpo teria maior nobreza que a alma. Logo, como nobreza de coragem não pode ser vencida nem apoderada por um homem nem por todos os homens que são, e um corpo ser vencido por outro e preso, o malvado cavaleiro que tem mais fortemente a força do corpo quando foge da batalha e desampara seu senhor, que pela maldade e a fraqueza de sua coragem, não usa do ofício de cavaleiro nem é servidor nem obediente à honrada ordem de cavalaria, que foi iniciada pela nobreza de coragem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
17 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se a menor nobreza de coragem fosse melhor conveniente com a ordem de cavalaria que a maior, concordar-se-iam fraqueza e covardia com cavalaria contra ardor e força de coragem; e se isto fosse assim, fraqueza e covardia seriam ofício de cavaleiro, e ardor e força desordenariam a ordem de cavalaria. Logo, como isto seja o contrário, por isto, se tu, cavaleiro, queres e amas muito a cavalaria, te convém esforçar para que, quanto mais fortemente tiver faltas de companheiros e de armas e de mantimentos, ajas ardorosamente e com coragem e esperança contra aqueles que são contrários à cavalaria. E se tu morres para manter a cavalaria, então tu tens a cavalaria naquilo que mais pode amar e servir e ter, porque cavalaria em nenhum lugar está tão agradavelmente como em nobreza de coragem; e nenhum homem não pode mais amar nem honrar nem ter cavalaria que aquele que morre pela honra e a ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
18 </div>
<div style="text-align: justify;">
Cavalaria e ardor não se convêm sem sabedoria e sentido, porque se o fizessem, loucura e ignorância seriam convenientes à ordem de cavalaria; e se isto fosse assim, sabedoria e sentido, que são contrários a loucura e ignorância, seriam contrários à ordem, e isso é impossível, pela qual impossibilidade é significado a ti, cavaleiro que tens grande amor à ordem de cavalaria, que assim como cavaleiro, por nobreza de coragem, te faz haver ardor e te faz menosprezar os perigos, para que a cavalaria possas honrar; assim à ordem de cavalaria convém que se faça amar sabedoria e sentido, e que busquem honrar a ordem de cavalaria contra o desordenamento e o falecimento que existem naqueles que cuidam seguir a honra da cavalaria pela loucura e pela míngua de entendimento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
19 </div>
<div style="text-align: justify;">
Ofício de cavaleiro é manter viúvas, órfãos, homens despossuídos; porque assim como é costume e razão que os maiores ajudem a defender os menores, e os menores achem refúgio nos maiores, assim, é costume da ordem de cavalaria que, por isso porque é grande e honrada e poderosa, vá em socorro e ajuda a aqueles que lhe são debaixo em honra e em força. Logo, se isto é assim, se forçar viúvas que tem mister de ajuda, e deserdar órfãos, que tem mister de protetor, e roubar e destruir os homens mesquinhos e despossuídos, a quem o homem deve empenhar, se concorda com a ordem de cavalaria, maldade e engano e crueldade e falta se convém à ordem e à nobreza e à honra; e se isto é assim, então cavaleiro e sua ordem são contrários aos princípios da ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
20 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se Deus deu olhos ao mesteiral para que veja obrar, ao homem pecador deu olhos para que possa chorar seus pecados, e se ao cavaleiro deu o coração para que seja câmara onde esteja a nobreza de sua coragem, ao cavaleiro que tem na força e em sua honra deu coração para que nele tenha piedade de mercê para ajudar e salvar e guardar aqueles que levam os olhos a chorar e os corações com esperança aos cavaleiros, que os ajudem e os defendam e os protejam de suas necessidades. Logo, cavaleiro que não tenha olhos para que veja os despossuídos, nem coração para pensar suas necessidades, não é verdadeiro cavaleiro nem está na ordem de cavalaria, porque é tão alta coisa e nobre a cavalaria, que todos aqueles que são obcecados e tem vil coragem expulsa de sua ordem e de seu benefício.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
21 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se cavalaria, que é tão honrado ofício, fosse ofício de roubar e de destruir os pobres e os despossuídos, e de enganar e de forçar as viúvas e as outras fêmeas, bem grande e bem nobre ofício seria ajudar e manter órfãos e viúvas e pobres. Logo, se o que é maldade e engano fosse na ordem de cavalaria que é tão honrada, e por maldade e por falsidade e traição e crueldade cavalaria se mantém em sua honra, muito mais fortemente sobre cavalaria seria honrada ordem que fizesse honra pela lealdade e cortesia e liberalidade e piedade!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
22 </div>
<div style="text-align: justify;">
Ofício de cavaleiro é haver castelo e cavalo para guardar os caminhos e para defender os lavradores. Ofício de cavaleiro é ter vilas, cidades, para manter em justa harmonia as suas gentes e para congregar e ajustar carpinteiros em um lugar, ferreiros, sapateiros, drapeiros, mercadores, e outros ofícios que pertencem ao ordenamento deste mundo, e que são necessários a conservar o corpo a suas necessidades. Logo, se os cavaleiros para manter seu ofício são tão bem alojados que são senhores de castelos e vilas e cidades, se destruir vilas, castelos, cremar cidades, cortar as árvores, as plantas, e matar o bestiário e roubar os caminhos fosse ofício e ordem de cavaleiro, obrar e edificar castelos, fortes, vilas, cidades, defender lavradores ter atalaias para manter os caminhos seguros, e as outras coisas semelhantes a estas seria desordenamento da cavalaria; e se isto fosse assim, a razão pela qual a cavalaria é constituída seria uma única mesma coisa com o seu desordenamento e seu contrário.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
23 </div>
<div style="text-align: justify;">
Traidores, ladrões, salteadores devem estar sob o encalço dos cavaleiros, porque assim como o machado é feito para destruir as árvores, assim cavaleiro tem seu ofício para destruir os maus homens. Logo, se cavaleiro é salteador, ladrão, traidor, e os salteadores, traidores e ladrões devem ser mortos pelos cavaleiros, e presos, se o cavaleiro que é ladrão ou traidor ou salteador quer usar de seu ofício e usa em outro de seu ofício, mate e prenda a si mesmo; e se em si mesmo não for usar de seu ofício, e usa em outro de seu ofício, com ordem de cavalaria se convém melhor em outro que em si mesmo. Não é coisa lícita que nenhum homem mate a si mesmo, e por isso cavaleiro que seja ladrão, traidor e salteador deve ser destruído e morto por outro cavaleiro. E cavaleiro que sofre e mantenha cavaleiro traidor, salteador, ladrão, não usa de seu ofício; porque se usasse de seu ofício, contra seu ofício faria se os homens ladrões, traidores que não são cavaleiros matasse e destruísse.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
24 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se tu, cavaleiro, tem dor ou algum mal em uma mão, aquele mal mais próximo está da outra mão que de mim ou outro homem; logo, cavaleiro que seja traidor e ladrão e salteador mais próximo está seu vício e sua falta a ti, que és cavaleiro, que a mim, que não sou cavaleiro. Logo, se o teu mal te dá mais trabalho que o meu, porque escusas e manténs cavaleiro um inimigo da honra de cavalaria? E porque blasfemas os homens que não são cavaleiros pelas faltas que fazem?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
25 </div>
<div style="text-align: justify;">
Cavaleiro ladrão maior latrocínio faz à alta honra de cavalaria quando se retira dela ou quando ela retira o seu nome, que quando rouba dinheiro ou outras coisas; porque roubar honra é dar vileza e má fama àquela coisa que é digna de ser louvada e honrada; e como honra e honradez valem mais que dinheiro, que ouro e prata, por isso é maior falta envilecer a cavalaria que roubar dinheiro e outras coisas que não são a cavalaria. E se isto não fosse assim, seguir-se-ia que dinheiro e as coisas que o homem rouba seriam melhores que o homem, ou que era maior latrocínio roubar um dinheiro do que roubar muitos dinheiros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
26 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se homem traidor que mata seu senhor ou dorme com sua mulher ou se entrega seu castelo é cavaleiro, que coisa é o homem que morre para honrar e defender seu senhor? E se o cavaleiro traidor é objeto da blandícia de seu senhor, qual falta poderá fazer para que seja punido ou repreendido? E se o senhor não mantém a honra de cavalaria contra seu cavaleiro traidor, quem a manterá? E o senhor que não destrói seu traidor, qual coisa destruiria, e por que é senhor e homem e coisa nula?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
27 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se ofício de cavaleiro é reptar ou combater o traidor, e se ofício de cavaleiro traidor é esconder-se e combater o leal cavaleiro, que coisa é ofício de cavaleiro? E se coragem tão malvada como é a coragem do cavaleiro traidor cuida vencer coragem do cavaleiro leal, a alta coragem do cavaleiro que combate pela lealdade, que coisa cuida vencer e sobrar? E se o cavaleiro amigo de cavalaria e de lealdade é vencido, qual é o pecado feito e onde foi parar a honra de cavalaria?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
28 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se roubar fosse ofício de cavaleiro, dar seria contrário à ordem de cavalaria; e se dar fosse conveniente a algum ofício, quanto de valor seria aquele homem que tivesse o ofício de dar! E se dar as coisas roubadas conviesse com a honra de cavalaria, restituir, com quem conviriam? E se tirar o que Deus dá deve possuir o cavaleiro, que coisa é que o cavaleiro não deve possuir?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
29 </div>
<div style="text-align: justify;">
Pouco sabe de encomendar quem ao lobo faminto encomenda suas ovelhas, e quem sua mulher bela encomenda ao cavaleiro jovem traidor, e quem seu forte castelo encomenda ao cavaleiro avaro e salteador. E se um tal homem sabia pouco de encomendar suas coisas, quem é aquele que seus bens sabe encomendar, e qual é aquele que suas encomendas sabe reter e guardar?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
30 </div>
<div style="text-align: justify;">
Tem visto algum cavaleiro que seu castelo não queira recuperar? E visto um cavaleiro que não queira sua mulher guardar de cavaleiro traidor? E visto algum cavaleiro salteador que não roube escondido? E se nenhum destes cavaleiros tem visto, regra nem ordem os poderá retornar à ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
31 </div>
<div style="text-align: justify;">
Ter reluzente seu arnês e bem cuidado seu cavalo é ofício de cavaleiro. E se jogar suas armas e seu cavalo é ofício de cavaleiro, donde, é ofício de cavaleiro o que é e o que não é; logo, se isto é assim, donde ofício de cavaleiro é e não é; logo, como ser e não ser são contrários, e destruir seu arnês não é cavalaria, e donde, cavalaria sem armas qual coisa é? E por qual razão és nominado cavaleiro?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
32 </div>
<div style="text-align: justify;">
É mandamento de lei que o homem não seja perjuro. Logo, se fazer falsamente uma sagração não é contra a ordem de cavalaria, Deus, que fez o mandamento, e cavalaria, são contrários; e se o são, onde está a honra de cavalaria, e qual coisa é seu ofício? E se Deus e cavalaria são convenientes, convém que jurar falsamente não se dê naqueles que mantêm a cavalaria. E se fazer voto e prometer a Deus e jurar em vão não se dá no cavaleiro, o que é seu e em que está a cavalaria?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
33 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se justiça e luxúria se convêm, cavalaria, que se convêm com justiça, se convêm com luxúria. E se cavalaria e luxúria se convêm, castidade, que é o contrário da luxúria, é contra a honra de cavalaria; e se isto é assim, seria verdade que cavaleiros quisessem honrar a cavalaria para manter a luxúria. E se justiça e luxúria são contrários, e cavalaria é para manter justiça, então cavaleiro luxurioso e cavalaria são contrários, e se o são, na cavalaria deveria ser esquivado mais fortemente o vício da lúxúria, o que não é; e se fosse punido o vício da luxúria segundo deveria, de nenhuma ordem não seriam expulsos tantos homens como da ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
34 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se justiça e humildade fossem contrárias, cavalaria, que concorda com justiça, seria contra a humildade e concordar-se-ia com orgulho. E se cavaleiro orgulhoso mantém ofício de cavalaria, outra cavalaria foi aquela que começou pela justiça e para manter os homens humildes contra os orgulhosos injustos. E se isto é assim, os cavaleiros que são destes tempos não estão na ordem na qual eram os outros cavaleiros que foram primeiros; e se estes cavaleiros que agora estão têm a regra e usam o ofício do qual usavam os primeiros, orgulho nem maldade existem nestes cavaleiros que vemos orgulhosos e injuriosos; e se o que parece que seja orgulho e injúria nada é, então, humildade e justiça em que estão e onde estão e o que são?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
35 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se justiça e paz fossem contrárias, cavalaria, que concorda com justiça, seria contrária à paz; e se o é, então estes cavaleiros que são inimigos da paz e amam guerras e trabalhos são cavaleiros, e aqueles que pacificam as gentes e fogem de trabalhos são injuriosos e são contra cavalaria. Logo, se isto é assim, e os cavaleiros que agora estão usam do ofício de cavalaria se são injuriosos e guerreiros e amadores do mal e de trabalhos, pergunto qual coisa eram os primeiros cavaleiros, que se concordavam com justiça e com paz, pacificando os homens pela justiça e pela força das armas? Pois assim como nos tempos primeiros era ofício de cavaleiro pacificar os homens pela força das armas, e se os cavaleiros guerreiros injuriosos, que estão nestes tempos em que estamos, não estão na ordem de cavalaria nem possuem ofício de cavaleiro, onde está cavalaria, e quais e quantos são aqueles que estão em sua ordem?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
36 </div>
<div style="text-align: justify;">
Muitas maneiras são porque cavaleiro pode e deve usar do ofício da cavalaria, e como nós temos de tratar de outras coisas, por isso nós passamos o mais abreviadamente possível, e mormente como o fizemos a pedido de um cortês escudeiro, leal, verdadeiro, que por longo tempo têm seguido a regra de cavaleiro, temos feito este livro abreviadamente, porque em breve tempo deve ser armado novo cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
III. DO EXAME DO ESCUDEIRO QUE DESEJA ENTRAR NA ORDEM DE CAVALARIA </div>
<div style="text-align: justify;">
1 </div>
<div style="text-align: justify;">
Ao examinar o escudeiro convém que o examinador seja cavaleiro amante da ordem de cavalaria, porque alguns cavaleiros são que amam maior número de cavaleiros que sejam bons; e porque cavalaria não observa multidão de número e ama nobreza de coragem e de bons modos, por isso, se o examinador ama mais multidão de cavaleiros que nobreza de cavalaria, é incoveniente que seja examinador, e seria mister que fosse examinado e repreendido da injúria que faz à alta honra de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2 </div>
<div style="text-align: justify;">
No princípio, convém perguntar ao escudeiro que deseja ser cavaleiro se ama e teme a Deus, porque sem amar e temer a Deus nenhum homem é digno de entrar na ordem de cavalaria, e o temor faz vacilar ante as faltas pelas quais cavalaria adquire desonra. Logo, quando sucede que o escudeiro que não ama nem tem Deus é feito cavaleiro, se o escudeiro adquire honra por receber cavalaria, cavalaria recebe desonra no escudeiro que não a recebe honrando Deus, que tem honrado a cavalaria. E como receber honra e dar desonra não se convêm, por isso escudeiro sem amor e temor não é digno de ser cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3 </div>
<div style="text-align: justify;">
Assim como cavaleiro sem cavalo não se convém com o ofício de cavalaria, assim escudeiro sem nobreza de coragem não se convém com ordem de cavalaria; porque nobreza de coragem foi o começo da cavalaria e vileza de coragem é a destruição da ordem de cavaleiro. Logo, se escudeiro com vileza de coragem deseja ser cavaleiro, então deseja destruir a ordem que demanda; e se é contra a ordem, porque demanda a ordem? E o cavaleiro que faz escudeiro com vileza de coragem, porque desfaz sua ordem?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
4 </div>
<div style="text-align: justify;">
Não demandes à boca nobreza de coragem, porque toda hora não diz verdade. Nem a demandes a honradas vestimentas, porque sob um honrado manto está um vil coração e fraco, onde está maldade e engano; nem nobreza de coragem demandes ao cavalo, porque não te poderá responder; nem demandes nobreza de coração às guarnições nem ao arnês, porque dentro das grandes guarnições pode estar traidor coração e malvado. Logo, se desejas encontrar nobreza de coragem demanda à fé, esperança caridade, justiça, fortaleza, lealdade, e às outras virtudes, porque naquelas está nobreza de coragem, e por aquelas o nobre coração do cavaleiro se defende da maldade e do engano e dos inimigos da cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
5 </div>
<div style="text-align: justify;">
Idade conveniente se convém ao novo cavaleiro. E se é muito jovem o escudeiro que deseja ser cavaleiro, não pode haver aprendido os ensinamentos que pertencem ao escudeiro antes que seja cavaleiro; e não poderá também relembrar o que prometeu à honra de cavalaria, se é na infância feito novo cavaleiro. E se o escudeiro é velho e tem debilidade de corpo e deseja ser cavaleiro, antes que fosse velho fez injúria à cavalaria, que é mantida pelos fortes combatentes e é aviltada pelos fracos, despossuídos, vencidos, fugitivos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
6 </div>
<div style="text-align: justify;">
Assim como no meio está a medida da virtude e seu contrário está nos dois extremos, que são vício, assim cavalaria está na idade que convém ao cavaleiro, porque se não o fosse, seguir-se-ia que contrariedade haveria entre meio e cavalaria, e se houvesse, virtude e cavalaria seriam contrárias. E se o são, tu escudeiro, que demasiadamente demoras e tardas a ser cavaleiro, porque desejas entrar na ordem de cavalaria?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
7 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se por beleza de feições e pelo grande corpo acorde com ruivos cabelos e pelo espelho na bolsa, escudeiro deve ser armado cavaleiro o belo filho de camponês ou da bela fêmea poderá ser cavaleiro, e se o fazes, desonras a antigüidade da honrada linhagem e a menosprezas, e a nobreza que Deus deu mais ao homem que à mulher rebaixas em vileza. E por tal menosprezo e desonra aviltas e rebaixas a ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
8 </div>
<div style="text-align: justify;">
Linhagem e cavalaria se convêm e se concordam, porque linhagem não é mais que continuada honra anciã, e cavalaria é ordem e regra que se mantém desde o começo dos tempos em que foi iniciada, que adentrou até os tempos em que estamos. Logo, porque linhagem e cavalaria se convêm, se fazes cavaleiro homem que não seja de linhagem, tu fazes ser contrário linhagem e cavalaria naquilo que fazes; e por isso, aquele que faz cavaleiro é contra linhagem e cavalaria, e se o é cavaleiro, que é isso em que está a cavalaria?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
9 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se tu tens tanto poder na ordem de cavalaria que aí podes meter quem não lhe convém, necessariamente convém que tu ajas de tanto poder que busques tirar da ordem de cavalaria aquele que por linhagem é conveniente para ser cavaleiro. E se cavalaria tem tanta virtude que tu não lhe possa tirar sua honra nem aqueles que por linhagem lhe convêm, então tu não podes haver poder para fazer cavaleiro homem vil de linhagem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
10 </div>
<div style="text-align: justify;">
A respeito da natureza corporal, tão honrada é a natureza nas árvores e nas bestas quanto nos homens; mas, pela nobreza da alma racional, que participa tão somente do corpo do homem, por isso, a natureza tem maior virtude no corpo humano do que no corpo das bestas. Por isso, a ordem de cavalaria consente que, pelos muitos nobres costumes e pelos muitos nobres feitos e pela nobreza do príncipe possa ter a cavalaria algum homem de nova honrada linhagem. E se isso não fosse assim, seguir-se-ia que, cavalaria fosse mais conveniente à natureza do corpo do que à virtude da alma, e isso não é verdade, uma vez que a nobreza de coragem que convém à cavalaria, convém melhor com a alma do que com o corpo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
11 </div>
<div style="text-align: justify;">
Segundo o exame do escudeiro que deverá ser cavaleiro, convém que se pergunte sobre seus ensinamentos e seus costumes, porque se malvados ensinamentos e malvados costumes expulsam da ordem de cavalaria os malvados cavaleiros, quanto menos é coisa conveniente que malvado escudeiro seja cavaleiro, e que entre na ordem de onde deveria sair por feitos vis e por desagradáveis costumes!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
12 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se cavalaria se convém tão fortemente com valor que todos os amigos de desonra são expulsos de sua ordem, se a cavalaria não recebesse aqueles que têm valor e a amam e a mantêm, seguir-se-ia que a cavalaria poderia ser destruída por vileza, e não poderia refazer-se em nobreza. E como isso não é verdade, por isso tu, cavaleiro que examinas o escudeiro, és mais fortemente obrigado a enxergar valor e nobreza no escudeiro que em nenhuma outra coisa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
13 </div>
<div style="text-align: justify;">
Deveis saber por qual intenção o escudeiro tem vontade de ser cavaleiro; porque se quer cavalaria para ser rico ou para senhorear ou para ser honrado, sem fazer honra à cavalaria nem honra aos honrados que a cavalaria dá honorificência e honra, amando a cavalaria ama sua desonra, pela qual desonra és indigno que pela cavalaria haja riqueza, nem bem-estar nem honorificência. Assim como intenção se desmente aos clérigos que são eleitos prelados por simonia, assim malvado escudeiro desmente sua vontade e sua intenção quando deseja ser cavaleiro contra a ordem de cavalaria; e se clérigo em tudo quanto faz é contra a prelazia, se há em si simonia, escudeiro em tudo quanto faz é contra a ordem de cavalaria, se com falsa intenção possui o ofício de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
14 </div>
<div style="text-align: justify;">
Ao escudeiro que deseja cavalaria convém saber a grande carga de cavalaria e os grandes perigos que são destinados a aqueles que desejam manter a cavalaria; porque o cavaleiro deve mais hesitar a censura das gentes do que a morte, e vergonha deve dar maior paixão a sua coragem do que a fome, sede, calor, frio ou outra paixão e trabalho a seu corpo. E por isso todos estes perigos devem ser mostrados e denunciados ao escudeiro antes que seja armado cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
15 </div>
<div style="text-align: justify;">
Cavalaria não pode ser mantida sem o arnês que pertence ao cavaleiro, nem sem os honrados feitos e as grandes despesas que convêm ao ofício de cavalaria. E por isso, escudeiro sem armas e que não possua tanta riqueza que possa manter cavalaria não deve ser cavaleiro, porque por falta de riqueza falha o arnês, e por enfraquecimento do arnês e despesas, malvado cavaleiro torna-se roubador, traidor, ladrão, mentiroso, falso, e de outros vícios que são contrários à ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
16 </div>
<div style="text-align: justify;">
Homem aleijado ou gordo e grande, ou que possua outro vício em seu corpo pelo qual não possa fazer uso do ofício de cavaleiro não deve estar na ordem de cavalaria; porque vileza é da ordem de cavalaria se recebe homem que seja debilitado, corrompido e incapaz de portar arnês. E é tão nobre e alta a cavalaria em sua honorificência que nem riqueza, nem nobreza de coração, nem de linhagem não bastam ao escudeiro que seja mutilado em algum membro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
17 </div>
<div style="text-align: justify;">
Interrogado e investigado deve ser o escudeiro que demanda cavalaria se fez maldade ou engano que seja contra a ordem de cavalaria; porque tal falta poderá haver feito, e tanto pode crescer à falta que fez, que não é digno que a cavalaria o receba em sua ordem, nem que lhe faça companheiro daqueles que mantêm a honra de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
18 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se o escudeiro tem vanglória do que faz, não parece que seja bom para cavaleiro, porque vanglória é vício que destrói os méritos e as recompensas dos bons feitos que são dados pela cavalaria. Nem o escudeiro adulador não se convém com o ofício de cavaleiro, porque adulador tem intenção corrompida, pela qual corrupção destrói e mutila a vontade e a lealdade que convém à coragem do cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
19 </div>
<div style="text-align: justify;">
Orgulhoso escudeiro, mal ensinado, sujo em suas palavras e em suas vestimentas, com cruel coração, avaro, mentiroso, desleal, preguiçoso, irascícel e luxurioso, embriagado, glutão, perjuro, ou que possua outros vícios semelhantes a estes não é conveniente à ordem de cavalaria. Logo, se cavalaria pudesse receber aqueles que são contra sua ordem, seguir-se-ia que ordem e desordenação seriam uma mesma coisa; logo, como cavalaria seja pura ordenação de valor, por isso deve ser examinado todo escudeiro antes que seja cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
IV. DA MANEIRA SEGUNDO A QUAL O ESCUDEIRO DEVE RECEBER A CAVALARIA </div>
<div style="text-align: justify;">
1 </div>
<div style="text-align: justify;">
No princípio, quando o escudeiro deve entrar na ordem de cavalaria, convém que se confesse das faltas que fez contra Deus, o qual vai servir na ordem de cavalaria; e se é sem pecado, deve receber o corpo de Jesus Cristo segundo o que se convém.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2 </div>
<div style="text-align: justify;">
Para fazer cavaleiro, convém uma festa das honradas do ano, para que pela honra da festa se ajustem muitos homens naquele dia e naquele lugar onde o escudeiro deve ser feito cavaleiro: e que todos orem a Deus pelo escudeiro, que Deus lhe dê graça e bênção pela qual seja leal à ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3 </div>
<div style="text-align: justify;">
O escudeiro deve jejuar na vigília da festa, por honra do santo da festa. E deve vir a Igreja orar a Deus na noite antes do dia que deve ser feito cavaleiro; deve velar e estar em preces e em contemplação e ouvir palavras de Deus e da ordem de cavalaria; e se escuta jograis que cantam e falam de putarias e pecados, no começo que entra na ordem de cavalaria começa a desonrar e a menosprezar a ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
4 </div>
<div style="text-align: justify;">
No dia seguinte, convém que a missa seja cantada solenemente. E o escudeiro deve vir diante do altar e deve se oferecer ao presbítero, que está no lugar de Deus, e à ordem de cavalaria, para tal que seja servidor de Deus. E convém que se obrigue e se submeta a honrar e a manter a ordem de cavalaria em todo seu poder. Naquele dia convém ser feito sermão, no qual sejam recontados os catorze artigos nos quais é fundada a fé, os dez mandamentos e os sete sacramentos da santa Igreja, e as outras coisas que pertencem à fé. E o escudeiro deve relembrar fortemente todas estas coisas para que saiba harmonizar o ofício de cavalaria com as coisas que pertencem à santa fé católica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
5 </div>
<div style="text-align: justify;">
Os catorze artigos são estes: crer num Deus é o primeiro artigo. Crer no Pai e no Filho e no Espírito Santo são três artigos. E convém que o homem creia que o Pai e o Filho e o Espírito Santo sejam um Deus eternamente, sem fim nem começo. Crer que Deus seja criador de tudo quanto é, é o quinto. O sexto é crer que Deus seja recriador, isto é, que tenha redimido a humana linhagem do pecado que Adão e Eva fizeram. O sétimo é crer que Deus dará glória a aqueles que estão no Paraíso. Estes sete artigos pertencem à deidade. Aqueles outros sete pertencem à humanidade, que o Filho de Deus tomou em Nossa Dona Santa Maria, os quais sete são estes: crer que Jesus Cristo foi concebido do Espírito Santo quando São Gabriel saudou Nossa Dona é o primeiro. Segundo é crer que Jesus Cristo tenha nascido. Terceiro é que tenha sido crucificado e morto para nos salvar. Quarto é que desceu a Sua alma ao Inferno para salvar Adão e Abraão e os outros profetas que creram em sua vinda antes que morressem. Quinto é crer que Jesus Cristo tenha ressuscitado. Sexto é crer que tenha subido ao Céu no dia da Ascensão. Sétimo é crer que Jesus Cristo virá no dia do Juízo, quando todos forem ressuscitados e julgará os bons e os maus. Todo homem é obrigado a crer nestes catorze artigos que são testemunhos de Deus e de Suas obras; e sem estes artigos nenhum homem pode ser salvo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
6 </div>
<div style="text-align: justify;">
Os dez mandamentos que Deus deu a Moisés no monte Sinai são estes: um Deus tão somente adorarás e servirás. Não sejas perjuro. Guardarás o sábado e honrarás teu pai e tua mãe. Não farás homicídio. Não fornicarás. Não farás latrocínio. Não farás falso testemunho. Não invejarás a mulher de teu próximo. Não terás inveja dos bens de teu próximo. A todo cavaleiro convém saber estes dez mandamentos para que sua ordem não seja desobediente aos mandamentos que Deus deu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
7 </div>
<div style="text-align: justify;">
Os sete sacramentos da santa Igreja são estes: batismo, confirmação, o sacrifício do altar, a penitência que o homem faz de seus pecados, as ordens que o bispo faz quando faz presbíteros e diáconos e subdiáconos, matrimônio, unção. Por estes sete sacramentos nos havemos de salvar. E a honrar e a cumprir estes sete sacramentos é obrigado o sacramento da cavalaria; e por isso, pertence a todo cavaleiro que saiba quais coisas seu ofício é obrigado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
8 </div>
<div style="text-align: justify;">
De todas estas coisas ditas acima deve pregar o presbítero, e das outras coisas que pertencem à cavalaria. E o escudeiro que deseja ser cavaleiro deve orar a Deus que lhe dê graça e a bênção com que possa ser, por todo o tempo de sua vida, seu servidor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
9 </div>
<div style="text-align: justify;">
Quando o presbítero tiver feito o que pertence a seu ofício, então convém que o príncipe ou alto barão que deseja fazer cavaleiro o escudeiro que demanda cavalaria possua virtude e ordem de cavalaria em si mesmo, para tal que possa, pela graça de Deus, dar virtude e ordem de cavalaria ao escudeiro que deseja ordem e virtude de cavalaria. E se o cavaleiro não é ordenado nem virtuoso em si mesmo, não pode dar o que não tem, e é de pior condição que as plantas, que têm virtude de dar a umas e outras sua natureza, e isso mesmo se segue com as bestas e as aves.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
10 </div>
<div style="text-align: justify;">
Esse tal cavaleiro malvado que desordenadamente deseja fazer e multiplicar a ordem, injúria faz à cavalaria e ao escudeiro; e disso por que ele deveria ser desfeito, deseja fazer o que não convém que seja feito. E pela falta desse tal cavaleiro acontece algumas vezes que o escudeiro que recebe cavalaria não é tão ajudado pela graça de Deus nem pela virtude de cavalaria; onde, por isso, todo escudeiro que desse tal cavaleiro recebe cavalaria é louco.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
11 </div>
<div style="text-align: justify;">
O escudeiro, diante do altar, deve ajoelhar-se, e que levante seus olhos a Deus, corporais e espirituais, e suas mãos a Deus. E o cavaleiro deve cingir-lhe a espada, para significar castidade e justiça; e, como significado de caridade deve beijar seu escudeiro e dar-lhe uma bofetada para que se lembre disso que prometeu e do grande cargo a que se obriga e da grande honra que recebe pela ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
12 </div>
<div style="text-align: justify;">
Depois que o cavaleiro espiritual e o cavaleiro terrenal tiverem cumprido seu ofício em fazer novo cavaleiro, o cavaleiro novo deve cavalgar e deve mostrar-se às gentes, para que todos saibam que ele é cavaleiro e que se obrigou a manter e a defender a honra de cavalaria; porque quanto mais gentes saibam de sua cavalaria, maior refreamento terá o novo cavaleiro a fazer novas faltas que sejam contra sua ordem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
13 </div>
<div style="text-align: justify;">
Naquele dia deve ser feita grande festa de oferecimento, de convites, justas, e das outras coisas que se convém à festa de cavalaria. E o senhor que faz cavaleiro deve dar ao novo cavaleiro e aos outros novos cavaleiros; e o cavaleiro novo deve dar, naquele dia, porque quem recebe tão grande dom como é a ordem de cavalaria, sua ordem desmente se não dá segundo deve dar. Todas estas coisas e muitas outras que seriam longas de contar pertencem ao fato de dar cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
V. DO SIGNIFICADO QUE EXISTE NAS ARMAS DE CAVALEIRO </div>
<div style="text-align: justify;">
1 </div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo que o presbítero veste para cantar na missa tem algum significado que se convém ao seu ofício; e porque ofício de clérigo e ofício de cavaleiro se convêm, por isso ordem de cavalaria requer que tudo o que é mister ao cavaleiro usar de seu ofício tenha alguma significação, pela qual seja significada a nobreza da ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2 </div>
<div style="text-align: justify;">
Ao cavaleiro é dada a espada, que é feita à semelhança da cruz, para significar que assim como nosso Senhor Jesus Cristo venceu a morte na cruz na qual tínhamos caído pelo pecado de nosso pai Adão, assim o cavaleiro deve vencer e destruir os inimigos da cruz com a espada. E porque a espada é cortante em cada parte, e cavalaria é para manter a justiça, e justiça é dar a cada um o seu direito, por isso a espada do cavaleiro significa que o cavaleiro com a espada mantêm a cavalaria e a justiça.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3 </div>
<div style="text-align: justify;">
A lança é dada ao cavaleiro para significar a verdade, porque verdade é coisa direita e não se torce; e verdade vai diante da falsidade. E o ferro da lança significa a força que a verdade tem sobre a falsidade; e o pendão significa que a verdade se demonstra a todos, e não há poder de falsidade nem de engano; e verdade é a base da esperança, e assim das outras coisas que são significadas de verdade pela lança do cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
4 </div>
<div style="text-align: justify;">
Chapéu de ferro é dado ao cavaleiro para significar vergonha, porque cavaleiro sem vergonha não pode ser obediente à ordem de cavalaria. Logo, assim como a vergonha faz o homem ser vergonhoso, e faz o homem ter seus olhos na terra, assim o chapéu defende o homem das coisas altas e o mira à terra, e é o meio que está entre as coisas baixas e as coisas altas. E assim como o chapéu defende a cabeça que é o mais alto e o principal membro que existe no homem, assim a vergonha defende o cavaleiro, que é, após o ofício de clérigo, o mais alto ofício que existe, que não se inclina a vis feitos, nem a nobreza de sua coragem não deve descer à maldade nem ao engano nem a nenhum mau ensinamento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
5 </div>
<div style="text-align: justify;">
Cota de malha significa castelo e muro contra vícios e faltas; porque assim como castelo e muro estão contidos em volta para que homem não possa entrar, assim cota de malha é encerrada por todas as partes e tampada para que dê significado à nobre coragem de cavaleiro para que não possa entrar nela traição nem orgulho nem deslealdade nem nenhum outro vício.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
6 </div>
<div style="text-align: justify;">
Calças de ferro são dadas a cavaleiro para manter seguros seus pés e suas pernas, para significar que cavaleiro deve manter seguros os caminhos com ferro, isto é, com espada e com lança, com maça e com as outras armas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
7 </div>
<div style="text-align: justify;">
Esporas são dadas a cavaleiro para significar diligência e esperteza e ânsia com que possa manter honrada sua ordem; porque assim como com as esporas esporeia o cavaleiro seu cavalo para que se cuide e que corra o mais velozmente que possa, assim diligência faz cuidar as coisas que convêm ser, e esperteza faz o homem guardar de ser surpreendido, e ânsia faz procurar o arnês e a despesa que é mister à honra de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
8 </div>
<div style="text-align: justify;">
Gorjeira é dada ao cavaleiro como significado de obediência; porque cavaleiro que não é obediente a seu senhor nem à ordem de cavalaria, desonra seu senhor e vai-se da ordem de cavalaria. Logo, assim como a gorjeira envolve o colo do cavaleiro para que esteja defendido de feridas e golpes, assim obediência faz estar o cavaleiro dentro dos mandamentos de seu senhorio maior e dentro da ordem de cavalaria, para que traição nem orgulho nem injúria nem outro vício não corrompa o sacramento que o cavaleiro tem feito a seu senhor e a cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
9 </div>
<div style="text-align: justify;">
Maça é dada ao cavaleiro para significar força de coragem; porque assim como a maça é contra todas as armas, e dá e fere de todas as partes, assim a força de coragem defende cavaleiro de todos os vícios e fortifica as virtudes e os bons costumes pelos quais cavaleiro mantém a honra de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
10 </div>
<div style="text-align: justify;">
Misericórdia é dada a cavaleiro para que se lhe falharem armas, que se torne à misericórdia; porque se está tão próximo a seu inimigo que não o possa ferir com lança nem com espada nem com maça, que lhe faça golpe com a misericórdia. Logo, esta arma, misericórdia, significa que o cavaleiro não deve confiar em suas armas nem em sua força, e deve-se tanto acostar a Deus por esperança que com esperança e com Deus combate seus inimigos e aqueles que são contrários a cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
11 </div>
<div style="text-align: justify;">
Escudo é dado ao cavaleiro para significar ofício de cavaleiro, porque assim como o escudo mete o cavaleiro entre si e seu inimigo, assim o cavaleiro é o meio que está entre rei e seu povo. E assim como o golpe fere antes no escudo que em o corpo do cavaleiro, assim cavaleiro deve parar seu corpo diante de seu senhor se algum homem desejar pendurar ou ferir seu senhor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
12 </div>
<div style="text-align: justify;">
A sela em que cavalga o cavaleiro significa segurança de coragem e carga de cavalaria; porque assim como pela sela cavaleiro está seguro sobre seu cavalo, assim segurança de coragem faz estar de cara o cavaleiro na batalha, pela qual segurança sucede ventura amiga de cavalaria. E por segurança são menosprezadas muitas covardes presunções e muitas vãs semelhanças, e são refreados muitos homens que não temem passar avante no lugar onde coragem nobre faz estar seguro o corpo do cavaleiro. E tanto é grande a carga de cavalaria que por ligeiras coisas não se devem mover os cavaleiros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
13 </div>
<div style="text-align: justify;">
Cavalo é dado ao cavaleiro por significado de nobreza de coragem e para que seja mais alto montado a cavalo que outro homem, e que seja visto de longe, e que mais coisas tenha debaixo de si, e que antes seja em tudo o que se convém à honra de cavalaria que outro homem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
14 </div>
<div style="text-align: justify;">
Ao cavalo é dado freio e às mãos do cavaleiro são dados reinos, à significar que cavaleiro, pelo freio, refreie sua boca de parlar feias palavras e falsas, refreie suas mãos, que não dê tanto que haja de querer, nem seja tão ardente que de seu ardor expulse a sensatez. E pelos reinos, entenda que ele se deixe conduzir até qualquer parte a ordem de cavalaria o deseje empregar e enviar; e quando for mister, alargue suas mãos e faça despesa e dê segundo o que se convém à sua honra, e seja ardoroso e não hesite seus inimigos, e quando hesitar de ferir, deixe fraqueza de coragem. E se disso o cavaleiro faz o contrário, seu cavalo, que é besta e que não possui razão, segue melhor a regra e o ofício de cavalaria que o cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
15 </div>
<div style="text-align: justify;">
Testeira é dada ao cavalo para significar que todo cavaleiro não deve fazer de armas sem razão; porque assim como a cabeça do cavaleiro vai primeiro, diante do cavaleiro, assim o cavaleiro deve levar diante a razão em tudo o que faz; porque obra que seja sem razão possui tanta vileza em si que não deve existir diante de cavaleiro. Logo, assim como a testeira guarda e defende a cabeça do cavaleiro, assim razão guarda e defende cavaleiro de blasfêmia e de vergonha.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
16 </div>
<div style="text-align: justify;">
Guarnições do cavalo defendem cavalo; e pelas guarnições é feito o significado que o cavaleiro deve guardar e custodiar seus bens e suas riquezas, para tal que possa bastar ao ofício de cavalaria. Porque assim como o cavalo não poderia ser defendido de golpes e de feridas sem guarnições, assim cavaleiro sem estes bens temporais não poderia manter a honra de cavalaria nem poderia ser defendido de malvados pensamentos, porque pobreza faz homem cogitar enganos e traições.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
17 </div>
<div style="text-align: justify;">
Perponte dá significado ao cavaleiro dos grandes trabalhos os quais lhe convém sofrer para honrar a ordem de cavalaria. Porque assim como o perponte está por cima de outras guarnições e está ao sol e à chuva e ao vento, e recebe antes os golpes que a loriga e por todas as partes é combatido e ferido, assim cavaleiro é eleito para maiores trabalhos que outro homem; porque todos os homens que estão abaixo de sua nobreza e abaixo de sua guarda hão de recorrer a cavaleiro, e cavaleiro deve a todos defender; e antes deve cavaleiro ser ferido e chagado e morto que os homens que lhe estão encomendados. Logo, como isso é assim, donde grande é a carga de cavalaria; logo, por isso são os príncipes e os altos barões em tão grande trabalho postos a reger e a defender suas terras e seu povo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
18 </div>
<div style="text-align: justify;">
Sinal no escudo e na sela e no perponte é dado ao cavaleiro para ser louvado dos ardores que faz e dos golpes que dá na batalha; e se é traidor e fraco e reincidente, lhe é dado o sinal para que seja difamado e repreendido. E porque sinal é dado a cavaleiro para que seja conhecido se é amigo ou inimigo de cavalaria, por isso cada cavaleiro deve honrar seu sinal, para que se guarde da difamação, que expulsa cavaleiro da ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
19 </div>
<div style="text-align: justify;">
Bandeira é dada ao rei e ao príncipe e ao senhor de cavaleiros para significar que os cavaleiros devem manter a honra do senhor e de sua herdade; porque na honra do reino e do principado e na honra de seu senhor são honrados pelas gentes; e na desonra da terra onde estão e do senhor de quem são, os cavaleiros são mais difamados que outros homens. Porque assim como pela honra devem ser mais louvados, porque coração a honra mais está neles que em outros homens, assim na desonra devem ser mais difamados que outros homens, porque coração pela sua fraqueza ou traição são mais fortemente deserdados reis e príncipes e altos barões, e são perdidos mais reinos e condados e outras terras que pela fraqueza e traição de novos outros homens que não sejam cavaleiros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
VI. DOS COSTUMES QUE PERTENCEM A CAVALEIRO </div>
<div style="text-align: justify;">
1 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se a nobreza de coragem elegeu o cavaleiro sobre os homens que lhe estão abaixo em servidão, nobreza de costumes e de bons ensinamentos se convém ao cavaleiro, porque nobreza de coragem não pode subir na alta honra de cavalaria sem eleição de virtudes e de bons costumes. Logo, como isso é assim, então necessariamente se convém que cavaleiro convenha com bons costumes e bons ensinamentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2 </div>
<div style="text-align: justify;">
Todo cavaleiro deve saber as sete virtudes que são raiz e princípio de todos os bons costumes e são vias e carreiras da celestial glória perdurável. Das quais sete virtudes são as três teologais e as quatro cardeais. As teologais são fé, esperança, caridade. As cardeais são justiça, prudência, fortaleza, temperança.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3 </div>
<div style="text-align: justify;">
Cavaleiro sem fé não pode ser bem acostumado porque, pela fé vê o homem espiritualmente a Deus e suas obras crendo nas coisas invisíveis. E pela fé o homem tem esperança, caridade, lealdade, e é o homem servidor da verdade. E pela fraqueza de fé, o homem descrê em Deus e suas obras e nas coisas verdadeiras invisíveis, às quais o homem sem fé não pode entender nem saber.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
4 </div>
<div style="text-align: justify;">
Pela fé que existe nos cavaleiros bem acostumados, vão os cavaleiros à Terra Santa de Ultramar em peregrinação e fazem armas contra os inimigos da cruz, e são mártires quando morrem para exaltar a santa fé católica. E pela fé defendem os clérigos dos malvados homens que por fraqueza de fé os menosprezam, e os roubam, e os desertam tanto quanto podem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
5 </div>
<div style="text-align: justify;">
Esperança é virtude que se convêm muito fortemente ao ofício de cavaleiro porque, pela esperança relembram de Deus na batalha, em Suas coitas e em Suas atribulações; e pela esperança que têm em Deus recebem socorro e ajuda de Deus, que vence a batalha por razão da maior esperança e confiança que os cavaleiros têm no poder de Deus do que em suas forças e em suas armas. Com a esperança fortalece-se e retorna a coragem ao cavaleiro; e a esperança faz suportar trabalhos, e faz aventurar os cavaleiros nos perigos em que se metem; e a esperança os faz suportar fome e sede nos castelos e nas cidades que defendem quando são assediados. E se não houvesse esperança, cavaleiro não teria como usar o ofício de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
6 </div>
<div style="text-align: justify;">
Cavaleiro sem caridade não pode ser sem crueldade e má vontade; e porque crueldade e má vontade não se convêm com o ofício de cavalaria, por isso caridade se convém ao cavaleiro. Porque se cavaleiro não tem caridade para com Deus e seu próximo, com que amará a Deus e com que terá piedade dos homens despossuídos e com que fará mercê dos homens vencidos que demandam mercê? E se caridade não há no cavaleiro, como poderá ser cavaleiro na ordem de cavalaria? Caridade é virtude que ajusta uma virtude com outra e separa um vício do outro; e caridade é amor do qual pode ter todo cavaleiro e todo homem tanto quanto dele haja mister para manter seu ofício. E caridade torna mais fácil a grande carga de cavalaria, e assim como o cavalo sem patas não poderia suportar a carga do cavaleiro, assim nenhum cavaleiro sem caridade não pode sustentar o grande cargo que uma nobre coragem de cavaleiro sustenta para honrar a cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
7. </div>
<div style="text-align: justify;">
Se homem sem corpo fosse homem, homem seria coisa invisível, e se o fosse, homem não seria o que é. Logo, se o cavaleiro fosse no ofício de cavalaria sem justiça convém que justiça não fosse o que é, ou que cavalaria fosse outra coisa contra aquela coisa que cavalaria é. E como cavalaria tem princípio de justiça, qual cavaleiro que está acostumado a fazer coisas tortas e injúrias cuida estar na ordem de cavalaria? Desfazer cavaleiro é como romper a correia da espada por trás e lhe é levada a espada, para significar que não torna útil cavalaria. Logo, se cavalaria e justiça se covêm tão fortemente que cavalaria não pode ser sem justiça, aquele cavaleiro que faz injúria a si mesmo e é inimigo da justiça desfaz a si mesmo e renega e menospreza a ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
8 </div>
<div style="text-align: justify;">
Prudência é virtude pela qual o homem tem conhecimento do bem e do mal, e pela qual o homem tem sabedoria para ser amante do bem e a ser inimigo do mal; e prudência é ciência pela qual o homem tem conhecimento das coisas vindouras com as coisas presentes; e prudência é quando, por algumas cautelas e maestrias, sabe o homem se esquivar dos danos corporais e espirituais. Logo, como os cavaleiros são para encalçar e destruir os males, e porque nenhum homem se mete em tantos perigos como os cavaleiros, qual coisa é mais necessária ao cavaleiro que a prudência? Usança de cavaleiro de guarnecer e de combater não se convém tão fortemente com o ofício de cavalaria como faz usança de razão e de entendimento e de vontade ordenada; porque mais batalhas são vencidas pela maestria e sensatez que pela multidão de gentes ou de guarnições ou de cavaleiros. Logo, como isso é assim, se tu cavaleiro desejas acostumar teu filho ao ofício de cavaleiro para manter a honra da cavalaria, saiba-o acostumar a usar de razão e entendimento e tudo o que possa, para que seja amante do bem e inimigo do mal; porque por tal usança, prudência e cavalaria se ajustem e se convenham para sempre honrar o cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
9 </div>
<div style="text-align: justify;">
Fortaleza é virtude que está em nobre coragem contra os sete pecados mortais, que são carreiras pelas quais vai-se aos infernais tormentos que não têm fim: glutonia, luxúria, avareza, acídia, soberba, invídia, ira. Logo, cavaleiro que vai por tais carreiras não vai ao hospital onde a nobreza de coração faz sua habitação e sua estada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
10 </div>
<div style="text-align: justify;">
Glutonia engendra debilidade do corpo por gula e embriaguez; e glutonia atrai pobreza por desprender massa em comer e em beber; e glutonia carrega tanto o corpo de viandas que engendra preguiça e fraqueza. Logo, como todos estes vícios são contrários a cavaleiro, por isso a forte coragem do cavaleiro os combate com abstinência e com continência e se tempera contra a gula e contra seus valedores.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
11 </div>
<div style="text-align: justify;">
Luxúria e fortaleza combatem uma contra a outra. Logo, as armas com que luxúria combate fortaleza são juventude, belas feições, muito comer e beber, ornadas vestimentas, ocasião propícia, falsidade, traição, injúria, menosprezo de Deus e do Paraíso, e pouco temor das infernais penas e com as outras armas semelhantes a estas. Fortaleza combate a luxúria relembrando Deus e seus mandamentos, e entendendo Deus e os bens e os males que pode dar, e amando a Deus porque é digno de ser amado e temido, honrado, obedecido; e fortaleza combate luxúria com nobreza de coragem, que não se deseja submeter a malvados e a sujos pensamentos, nem deseja descer de sua alta honra para estar na blasfêmia das gentes. Logo, como o cavaleiro é dito cavaleiro para combater os vícios com força de coragem, cavaleiro sem fortaleza não possui coração de cavaleiro nem tem as armas com as quais cavaleiro deve combater.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
12 </div>
<div style="text-align: justify;">
Avareza é vício que desce sobre a coragem para a submeter às coisas vis; logo, pela falta de nobre coragem que não defende o nobre coração de cavaleiro contra a avareza, são os cavaleiros cobiçosos e avaros, e pela cobiça fazem injúrias e coisas tortas e fazem-se submetidos e cativos daqueles bens que Deus Lhes tem submetidos. Fortaleza tem tal costume que não ajuda nenhum inimigo seu, e se o homem não lhe demanda ajuda, não deseja ajudar o homem; porque é tão nobre a força de coragem e alta coisa em si mesma, e tanta honra lhe convém ser feita, que nas correrias e nos trabalhos deve ser apelada e ajuda lhe deve ser demandada. Logo, quando o cavaleiro é tentado pela avareza a inclinar sua nobre coragem à alguma maldade, deslealdade, traição, então deve recorrer à fortaleza, a qual não encontrará fraqueza nem covardia nem enfraquecimento nem falta de socorro e ajuda. E porque com fortaleza o nobre coração pode ser forte e pode vencer todos os vícios, avaro cavaleiro, diabo, por que não és nobre, forte de coragem, por tal que não seja submetido pela avareza a vis obras e a vis pensamentos? Porque se avareza e cavalaria se conviessem, usurário, por que não és cavaleiro?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
13 </div>
<div style="text-align: justify;">
Acídia é vício pelo qual o homem é amante do mal e inimigo do bem; logo, este é o vício pelo qual o homem melhor pode ver sinais no homem de danação que por outro vício, e pelo contrário da acídia, melhor pode o homem conhecer sinais da salvação que por outra virtude. Logo, quem deseja vencer e superar a acídia convém que haja fortaleza em seu coração pela qual vença a natureza do corpo que pela corrupção e o pecado de Adão é aparelhada ao mal. O homem que possui acídia todas as vezes que faz o bem naquilo encontra desagrado, e quando o homem faz dano, tem desagrado quando o dano não é maior; e por isso, tal homem, do bem e do mal dos outros homens, tem trabalho e mal. Logo, uma vez que desprazer dá paixão e trabalho à pessoa, se tu, cavaleiro, desejas vencer este vício, convém pregar à fortaleza que fortaleça tua coragem contra acídia, a qual a fortaleza vence, relembrando que Deus, se faz bem a um homem ou a muitos, por tudo isso não se segue que não possa fazer bem a tu, uma vez que não lhe dá tudo quanto existe nem a tu não tira nada teu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
14 </div>
<div style="text-align: justify;">
Soberba é vício de desigualdade, porque homem orgulhoso não deseja haver par nem igual e por isso ama estar só. E porque humildade e fortaleza são duas virtudes e amam igualdade e são contra o orgulho, se tu, cavaleiro orgulhoso, desejas vencer teu orgulho, ajusta em tua coragem humildade e fortaleza; porque humildade sem fortaleza não é forte contra orgulho, porque na humildade onde não existe fortaleza, força não existe, e orgulho sem força pode ser vencido. Quando estiveres guarnecido com todas as armas sobre teu grande cavalo serás orgulhoso? Não, se a força da humildade te faz relembrar a razão pela qual é cavaleiro, e se és orgulhoso, não terás força em tua coragem para vencer e expulsar (de tua coragem) os pensamentos orgulhosos. Se fores derrubado de teu cavalo e estiveres preso e vencido, serás tão orgulhoso como eras? Não, porque força corporal terá vencido e superado o orgulho na coragem do cavaleiro, não obstante que nobreza de coragem não seja coisa corporal, quanto mais fortaleza e humildade, que são coisas espirituais, devem expulsar o orgulho de nobre coragem, que é nobreza espiritual!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
15 </div>
<div style="text-align: justify;">
Invídia é inveja desagradável à justiça, caridade, largueza, que se convém com ordem de cavalaria. Logo, quando o cavaleiro possui fraca coragem, não pode sustentar nem seguir ordem de cavalaria. Por falta de fortaleza, que não está na coragem do cavaleiro, a inveja expulsa de sua coragem justiça, caridade, largueza; e por isso, é o cavaleiro invejoso de haver outros bens e é preguiçoso para ganhar semelhantes bens pela força das armas, e por isso diz mal daquelas coisas que gostaria de possuir daqueles que as possuem. Logo, por isso, inveja lhe faz cogitar como pudesse fazer enganos e faltas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
16 </div>
<div style="text-align: justify;">
Ira é turvamento na coragem, de relembrar e entender a vontade; e pelo turvamento, a relembrança se converte em esquecimento, e o entendimento em ignorância, e a vontade em irritação. Logo, como lembrar e entender, vontade é iluminação pela qual cavaleiro busca seguir as carreiras de cavalaria, que ira e turvamento do espírito desejam expulsar de sua coragem, convém que recorra à força de coragem, caridade, abstinência, paciência, que são refreamento da ira e alívio dos trabalhos que a ira dá. Tanto quando a ira é maior, tanto é maior a força que vem à ira com caridade, abstinência, paciência; e onde a força é maior, menor é a ira e maior é a caridade, abstinência, paciência; e pela minoridade da ira e pela maioridade das virtudes acima ditas, má vontade, impaciência, e os outros vícios são menores, e onde menores são os vícios e maiores são as virtudes, maior é justiça, sabedoria; e pela maioridade da justiça, sabedoria, é maior a ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Havemos dito a maneira segundo a qual fortaleza está na coragem do cavaleiro contra os sete pecados mortais. Agora diremos da temperança.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
17 </div>
<div style="text-align: justify;">
Temperança é virtude que está no meio de dois vícios: um vício é pecado pelo excesso de grandeza, o outro é pecado por pouco excesso de quantidade. E por isso, entre muito e pouco convém estar a temperança, em tão conveniente quantidade que seja virtude; porque se não fosse virtude, entre muito e pouco não haveria meio termo, e isso não é verdade. Cavaleiro bem acostumado deve ser temperado em ardor e em comer, e em beber, e em parlar, que se convém com mentir, e em vestir, que há feito amizade com vanglória, e em ser esbanjador, e em todas as outras coisas semelhantes a estas. E sem temperança não poderia manter a honra de cavalaria, nem a poderia fazer estar no meio, que é virtude por seu corpo não estar nas extremidades.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
18 </div>
<div style="text-align: justify;">
Usança de cavaleiro deve ser ouvir missa e sermão e adorar e pregar e temer a Deus; porque, por tal costume, cavaleiro cogita na morte e na vileza deste mundo e demanda a Deus a celestial glória e teme as infernais penas, e por isso, usa das virtudes e dos costumes que pertencem à ordem de cavalaria. Mas cavaleiro que disso faz contrário e crê em augúrios e presságios, faz contra Deus, e possui maior fé e esperança no vento de sua cabeça e nas obras que fazem as aves e nos presságios, que em Deus e Suas obras. E por isso, tal cavaleiro não é agradável a Deus nem mantêm a ordem de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
19 </div>
<div style="text-align: justify;">
O carpinteiro nem o sapateiro nem os outros mesteirais não poderiam usar de seus ofícios sem a arte e a maneira que pertence a seu ofício. Logo, como Deus tem dado razão e discrição a cavaleiro para que saiba usar de feitos de armas quando mantém a regra e a arte de cavalaria, e o cavaleiro deixa sua discrição e seu entendimento — e razão lhe significa e lhe demonstra — e expulsa nobreza de sua coragem e segue augúrios e presságios, então é assim como o homem louco que não usa de razão e faz à aventura o que faz. E por isso, tal cavaleiro é contra Deus e, segundo a razão, deve ser vencido e superado pelo seu inimigo que usa contra ele de razão e de discrição e da esperança que possui em Deus. E se isto não fosse assim, seguir-se-ia que augúrios e presságios e alma sem razão se conviessem melhor à ordem de cavalaria que Deus, discrição, fé, esperança e nobreza de coragem, e isso é impossível.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
20 </div>
<div style="text-align: justify;">
Assim como o juiz segue seu ofício quando julga segundo testemunhas, assim cavaleiro faz seu ofício quando usa de razão e de discrição, que lhe são testemunhas disso que deve fazer em feitos de armas. E assim como o juiz daria falsa sentença se não julgasse segundo testemunhos e julgasse por augúrios e presságios, assim cavaleiro faz contra o que é de seu ofício quando desmente o que a razão e discrição lhe demonstra, e crê só o que as aves fazem por suas necessidades e por seu corpo vão voando à aventura pelo ar. Logo, como isto é assim, donde por isso cavaleiro deve seguir a razão e a discrição e o significado que as armas significam, segundo o que acima havemos dito; e do que só que se faz a aventura, não deve fazer necessidade nem costume.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
21 </div>
<div style="text-align: justify;">
Ao cavaleiro se convém que seja amador do bem comum, porque para comunidade de gentes foi eleita cavalaria, e bem comum é maior e mais necessário que o bem especial. E ao cavaleiro se convém belamente parlar e belamente vestir e haver belo arnês e ter grande albergue, porque todas estas coisas são necessárias para honrar cavalaria. Ensinamento e cavalaria se convêm, porque vilania e ligeiras palavras são contra a cavalaria. Privança de bons homens, lealdade, verdade, ardor, verdadeira largueza, honestidade, humildade, piedade e as outras coisas semelhantes a estas pertencem ao cavaleiro, porque assim como homem deve conhecer a Deus toda nobreza, assim cavaleiro deve homem comparar tudo seu como cavalaria recebe honra por aqueles que estão em sua ordem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
22 </div>
<div style="text-align: justify;">
Pelo costume e bons modos que cavaleiro faz a seu cavalo não é tão mantida a honra da cavalaria como é no costume e nos bons modos que cavaleiro faz em si mesmo e em seu filho; porque cavalaria não está no cavalo nem nas armas, antes está no cavaleiro. Logo, por isso, cavaleiro que acostuma bem seu cavalo e acostuma a si mesmo e seu filho a malvados modos, faria de si mesmo e de seu filho, se fazê-lo pudesse, besta, e faria de seu cavalo, cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
VII. DA HONRA QUE DEVE SER FEITA A CAVALEIRO </div>
<div style="text-align: justify;">
1 </div>
<div style="text-align: justify;">
Deus tem honrado cavaleiro e o povo tem honrado cavaleiro segundo é recontado neste livro. E cavalaria é honrado ofício e é muito necessário ao regimento do mundo. E por isso, cavaleiro, por todas estas razões e por muitas outras, deve ser honrado pelas gentes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se rei e príncipe e senhor de terra devem ser cavaleiros, porque sem que não tivesse a honra que pertence a cavaleiro não merece ser príncipe nem senhor de terra, donde os cavaleiros devem ser honrados pelos reis e pelos altos barões, porque assim como os cavaleiros fazem estar honrados os reis e os altos senhores sobre os outros homens, assim os reis e os barões devem ter honrados os cavaleiros sobre os outros homens.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3 </div>
<div style="text-align: justify;">
Cavalaria e franqueza se convêm; e a franqueza e a senhoria do rei ou do príncipe se convêm, porque o cavaleiro convém ser franco para que o rei e o príncipe seja senhor. E como isto é assim, por isso convém que a honra do rei ou de qualquer que seja seu senhor, se convenha com a honra do cavaleiro, em tal maneira que o senhor de terra seja senhor e o cavaleiro seja honrado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
4 </div>
<div style="text-align: justify;">
À honra de cavaleiro se convém que seja amado, porque é bom; e que seja temido, porque é forte; e que seja louvado, porque é de bons feitos; e que seja pregador, porque é privado e conselheiro do senhor. Logo, menosprezar cavaleiro porque corpo é daquela mesma natureza da qual o homem é, é menosprezar todas as coisas acima ditas, pelas quais cavaleiro deve ser honrado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
5 </div>
<div style="text-align: justify;">
Senhor que em sua corte e em seu conselho e em sua távola faz honra a cavaleiro, faz honra a si mesmo na batalha. E senhor que de sábio cavaleiro faz mensageiro, encomenda sua honra à nobreza de coragem. E senhor que multiplica honra em cavaleiro que seja seu servidor, multiplica sua honra mesma. E senhor que ajuda e mantém cavaleiro, ordena seu ofício e mantém seu senhorio. E senhor que é privado com cavaleiro, possui amizade com cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
6 </div>
<div style="text-align: justify;">
Demandar mulher de cavaleiro e incliná-la à maldade não é honra de cavaleiro. Nem mulher de cavaleiro que tem filho de vilão não honra cavaleiro e destrói a antigüidade da linhagem de cavaleiro, nem cavaleiro que por desonestidade possua filho de vil fêmea não honra linhagem nem cavalaria. Logo, como isso é assim, donde linhagem em dona e em cavaleiro, por virtude do matrimônio, se convém com a honra da cavalaria, e o contrário é a destruição de cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
7 </div>
<div style="text-align: justify;">
Se os homens que não são cavaleiros são obrigados a honrar cavaleiro, quanto mais cavaleiro é obrigado a honrar a si mesmo e seu par cavaleiro! E se cavaleiro é obrigado a honrar seu corpo e ser bem montado e gentilmente vestido e adereçado, e de boas pessoas servido, quanto mais deve honrar sua nobre coragem pela qual é cavaleiro! A qual nobre coragem é desonrada quando cavaleiro aí mete vis e malvados pensamentos, e enganos e traições, e expulsa de sua coragem os pensamentos nobres que pertencem à nobreza de coragem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
8 </div>
<div style="text-align: justify;">
Cavaleiro que desonra a si mesmo e a seu par cavaleiro não deve ser digno de honra e de honraria, porque se o fosse, injúria seria feita a cavaleiro que cavalaria tem honrada em si mesmo e em outro. Logo, como cavalaria é e está no cavaleiro, quem pode tanto honrar ou desonrar cavalaria como cavaleiro?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
9 </div>
<div style="text-align: justify;">
Muitas são as honrarias, os honramentos que pertencem ser feitos a cavaleiro; e quanto maiores são, mais encarregado é cavaleiro a honrar cavalaria. E porque nós havemos a parlar do livro que é da ordem de clerezia, por isso parlamos tão brevemente do Livro da Ordem de Cavalaria, o qual é findo à glória e à bênção de Nosso Senhor Deus.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-70082365828511477212017-07-11T04:42:00.000-07:002017-07-11T04:42:12.113-07:00O que é do homem e o que é da mulher<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyjUSPPuKmOLm7mIQtwbGDpH5Lzm9zQ4Q_2uf_jFRVJau-6zeBM6P0IpDExo77B9tpTiOwb7OfkPcaZ81Y3y4p0zjJ7zNOQa_ECu8ZLhgf3TABdQPgQQDYVtb8esr-9seCgDJe_W1LM9Q/s1600/0-_xnI9WgIhKjRF5wT.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="800" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyjUSPPuKmOLm7mIQtwbGDpH5Lzm9zQ4Q_2uf_jFRVJau-6zeBM6P0IpDExo77B9tpTiOwb7OfkPcaZ81Y3y4p0zjJ7zNOQa_ECu8ZLhgf3TABdQPgQQDYVtb8esr-9seCgDJe_W1LM9Q/s640/0-_xnI9WgIhKjRF5wT.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
A grande “polêmica” em falar na natureza do homem e da mulher é que esses conceitos já são completamente inexistentes na vida moderna.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje todos vivem n’um nominalismo atroz, naquela idéia de que não há essências diferentes, onde tudo é mais ou menos igual e a diferença existe apenas no nome que damos às coisas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Necessariamente, pelo simples fato de haver uma diferença grosseira entre ambos os sexos, há também funções que são melhor distribuídas s a um do que a outro, que inspiram mais virtudes em um do que no outro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando concedemos direitos ou delegamos deveres, necessariamente precisamos de uma autoridade que garanta o o exercício desses direitos e o cumprimento desses deveres, e por isso mesmo deve haver, na própria instituição familiar, um sistema de hierarquia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se não admitimos a necessidade dessa hierarquia, voltamos para o nominalismo, onde todos tem a mesma autoridade, e por isso não há mesmo autoridade alguma. E se não há autoridade, não há ordem.</div>
<a name='more'></a><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E já dizia Goethe: “Antes a injustiça que a desordem”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O marido pode declarar que ele será sustentado pela esposa, e ela não terá moral nenhuma para reclamar disso. O filho pode mandar nos pais e avós -como é a realidade da Suécia. O marido pode chorar escutando Avril Lavigne porque foi ofendido pelo patrão no emprego, enquanto a mulher quer transar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo isso pode até ser admissível, perdoável, mas não é exemplar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por isso mesmo o destino fatal dos mais novos casais se encontra no divórcio, na poligamia e n’uma solteirice triste dentro de um casa lotada de gatos — que a esse ponto têm a difícil missão de substituir uma pessoa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando alguns libertários ou protestantes, pessoas até “esclarecidinhas”, se negam a admitir a necessidade de uma hierarquia, eles mesmos estão comprando o chicote que os açoita. Pois é no igualitarismo que todas as idéias contrárias às suas estão sedimentadas e o relativismo impera.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0St05Tar7PVf86APJj5ZV4tgmRFLQWBusNaLyw95-sCIUZmfcreBSnKMe8RWMSdmqH_-8kfXN5FuLVvdbhd3F5SmEestFW1dQbgXbz9XfEKj9wGGO9AhJg4ahGOgfQWmMWRzhzvfrjAU/s1600/0-VdlciRADpRwVP2TF.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1270" data-original-width="1600" height="504" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0St05Tar7PVf86APJj5ZV4tgmRFLQWBusNaLyw95-sCIUZmfcreBSnKMe8RWMSdmqH_-8kfXN5FuLVvdbhd3F5SmEestFW1dQbgXbz9XfEKj9wGGO9AhJg4ahGOgfQWmMWRzhzvfrjAU/s640/0-VdlciRADpRwVP2TF.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Iluminismo. Idéias completamente contrárias aos valores tão caros tanto a liberais quanto a diversos protestantes, mas que muitos ainda continuam a repetir sem saber, em suas relações cotidianas ou em seus pareceres intelectuais.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma vez que tudo é igual, o grau de veracidade de todas as coisas também é igual, e se tudo é igualmente verdade, nada é verdade mesmo, tudo é relativo. E aqui temos o carro-chefe que descredibiliza toda a cultura protestante e toda a economia liberal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ou admitimos a necessidade de hierarquia na relação entre homem e mulher em face da natureza de ambos os sexos, ou o caos se torna a lei.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que diabos esse raciocínio tão simples tem de machista?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nada, o problema aqui começa quando o ímpeto feminista não admite de maneira alguma a razoabilidade da regra sociológica de todos os séculos e etnias que confere ao homem a autoridade final — ou quase final, já que Deus existe e é soberano a todos, apesar das tentativas feministas de aboli-lo, para o infortúnio de sua própria causa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No ilustríssimo entender de nossos ativistas, do alto de seu movimento de meio século, contra ridículas centenas de milênios de experiência humana, quem deveria comandar era a mulher.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No fim, toda feminista sabe perfeitamente que é impossível o igualitarismo — sobretudo por vias estatais. O que elas querem não é a igualdade, mas sim o comando, utilizando da justificativa da igualdade para seduzir qualquer pessoa mais desatenta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A própria lógica do feminismo não consiste em igualitarismo, mas sim em subversão da hierarquia natural. Querem porque querem subverter a natureza da própria espécie, culpando a biologia, as construções sociais e quem mais vier pelo caminho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A quem isso interessa? Já comentei: http://bit.ly/2hp7udx</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, por que, enquanto regra -não enquanto exceção- deve o homem funcionar como um poder moderador no seio familiar?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Durante toda a história humana, foram os homens que saíram para caçar, enquanto as mulheres conservavam o lar e protegiam a prole. Isso é senso comum.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Naturalmente, isso fez do homem especialista em guerra. Guerra que, frequentemente, era associada à luta por fronteiras ou desavenças entre líderes de um mesmo grupo. Mais tarde, essa disputa pelo gerenciamento da comunidade -tanto em relação a si quanto em relação ao mundo- se tornará a política.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Guerra é a política em estado primitivo. Tanto que, quando a política não resolve, voltamos à guerra. Veja, em sociedades mais selvagens, como as favelas, tudo ainda se resolve na bala.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhunawg4xFOYOYJhG_P0bQ2ajCMuQTuB5sCVxnkk5U55UnWHb3mtBe7uDarGzuUiewaTI5NeVxMCMWqgcVsyg3seDrn7ulHpqdxa-nkPkb5qc2UhoHXRGMSJOm-QF95IJNcENmApXGaogY/s1600/0-VxpdgudWw2y7DVen.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1071" data-original-width="1600" height="420" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhunawg4xFOYOYJhG_P0bQ2ajCMuQTuB5sCVxnkk5U55UnWHb3mtBe7uDarGzuUiewaTI5NeVxMCMWqgcVsyg3seDrn7ulHpqdxa-nkPkb5qc2UhoHXRGMSJOm-QF95IJNcENmApXGaogY/s640/0-VxpdgudWw2y7DVen.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Filme 10000 AC. Como podemos ver, um grupo de mulheres enfurecidas está correndo em direção à guerra.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Parênteses:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Entenderam agora porque antes fazia muito mais sentido que apenas homens votassem ou fossem membros do parlamento? A política é uma função tradicionalmente masculina -assim como a filosofia, que começa pra valer com o estudo da polis.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Antes, se advogava a favor de que as mulheres não votassem não porque todos eram malucos machistas, mas sim porque abrir para votação para o sexo feminino implica em envolver a mulher no ambiente de guerra, algo extremamente contraproducente em termos sociais. </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> O próprio direito ao voto era condicionado juridicamente ao alistamento militar, e expandir o primeiro às mulheres produzia nestas o receio de que, dentro de algum tempo, fossem também obrigadas ao último.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Confira aqui o depoimento de uma Marine sobre o tema: http://bit.ly/2v17xCx</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Hoje isso é normal, tudo bem, mas entendem como a discussão não era tão fácil?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já no caso da mulher, ela foi tradicionalmente acostumada, tanto fisiologica e evolutivamente quanto culturalmente, a gerir não toda a população à qual pertence, mas sim um pequeno segmento desta turma, isto é, sua própria família.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A função primordial da mulher é se valer da segurança fornecida pelo homem para cuidar tranquilamente de seus filhos, cuidar da continuidade tanto daquela população como da continuidade de sua própria história.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fazendo um paralelo com a biologia, o homem funciona como uma membrana, que julga, em última instância, o que entra e sai da célula, enquanto a mulher é um núcleo, que tem função de proteger e cuidar do material genético.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A membrana fica exposta ao resto do corpo inteiro, enquanto o núcleo vive n’uma realidade um tanto quanto isolada. Cada um cumprindo sua função. Ou ainda: a relação da membrana é célula-corpo, enquanto a relação do núcleo é célula-célula.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Descortinando a analogia, a relação do homem é casa-sociedade, enquanto a da mulher é casa-casa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A inclinação da experiência do homem é enxergar os problemas de casa à luz da sociedade, enquanto a inclinação da mulher é enxergar os problemas de casa à luz da própria casa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dessa forma, é natural que o homem tenha um horizonte de consciência maior a respeito do mundo e da civilização, enquanto a mulher tem um entendimento maior das particularidades do cotidiano privado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por isso que o homem geralmente tende a se preocupar com as finanças, com os gastos e com a conta de luz -relação da casa com a sociedade-, enquanto a mulher quer simplesmente um jantar caríssimo, cheio de flores e músicos contratados -relação da casa com a própria casa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O homem é público e geral, a mulher é particular e específica. Ou ainda: os homens são especialistas em política e engenharia, as mulheres são em enfermagem e recursos humanos -falaremos mais disso adiante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acaba que esse dado evolutivo fornece ao homem um poder maior para averiguar o que deve ser feito, porque o campo de vislumbre dele -dada sua inclinação e experiência da espécie- tende a ser maior. Como já dissemos, a esmagadora maioria dos filósofos, políticos e guerreiros são homens.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
N’uma outra analogia, é como se o homem fosse o exército e a mulher fosse a cidade. Se o exército diz que há uma ameaça iminente, a cidade não deve questionar -pelo menos não em situações ideais, em que não há abusos de ditadores malucos, nos quais alguns homens se inspiram por terem um ridículo complexo de autoridade. Ela deve fazer como o exército pede.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se entendemos que a segurança sobrepõe o funcionamento cotidiano da cidade, pelo simples motivo de que não há administração alguma se não estivermos vivos, entendemos juntamente o porquê de ser mais natural no homem o comando e mais natural na mulher a obediência.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por isso mesmo, por essas diferenças nas inclinações, na natureza, dizemos que a mulher deve ser submissa ao homem. Porque se a relação familiar precisa de uma hierarquia e se a aptidão do homem é justamente manter a ordem de uma maneira mais abrangente do que a mulher, ele é quem deve ter a última palavra.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Repito: não estou falando aqui de possíveis exceções, não estou falando aqui de abusos machistas, não estou falando aqui de homens que batem em mulheres, não estou falando aqui de estupro, não estou falando aqui de sujeito bêbado que chega em casa gritando.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuGtehZOpY3yPwV9_bnyhB-1XA7pioXiljg3onm4GWKPY6pUTIpINnPFikkE4hQ7jOWh4B-o4eR4VgN3dg5w0VpZdrFu1XQrCowFN49hF7cbEAy0gBWtYbnHSVgcy7Ju_eNunLJcXJnTo/s1600/0-F6gyLtcFsmcEe1OH.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1527" data-original-width="1600" height="381" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuGtehZOpY3yPwV9_bnyhB-1XA7pioXiljg3onm4GWKPY6pUTIpINnPFikkE4hQ7jOWh4B-o4eR4VgN3dg5w0VpZdrFu1XQrCowFN49hF7cbEAy0gBWtYbnHSVgcy7Ju_eNunLJcXJnTo/s400/0-F6gyLtcFsmcEe1OH.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Um exemplo de mulher com sucesso na política -bem como diversas outras. Lembrando: a exceção não faz a regra.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estou falando da natureza do homem e da natureza da mulher, no sentido mais simples do termo -afinal, nem toquei na questão da alma-, para que fique claro a todos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Isso aqui não é um salvo-conduto para qualquer idiota ficar abusando de sua esposa. Ao contrário, com mais poderes, há mais responsabilidades. Se foi conferido ao homem mais autoridade, certamente se espera dele uma conduta ainda mais exemplar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nisso tudo, as mulheres ganham muito mais privilégios, já que não possuem tantos deveres.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<i><b>“O feminismo trouxe a ideia confusa de que as mulheres são livres quando servem aos seus empregadores, mas são escravas quando ajudam seus maridos” Chesterton</b></i></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além do mais, mulher nenhuma tem obrigação de obedecer ao erro. Se a atitude de seu homem estiver claramente errada, mulher nenhuma deve entender isso como algo correto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Do contrário, ela estaria desobedecendo não a seu homem, mas ao próprio Deus, que impera sobre os dois.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No entanto, não há Deus para as feministas, então elas ganharam um belo abacaxi para resolver.</div>
<div style="text-align: justify;">
Como diria nosso saudoso Coronel Fábio:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<i><b>Essa pica não é mais minha, essa pica agora é do aspira</b></i></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
+++</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sempre achei de um ridículo imenso essa história de “sofrer pelo amor de uma mulher”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Isso é tão feminino, mas tão feminino, que sinceramente não sei como tanto homens se orgulham de atitudes como essa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como já disse em outros comentários, é próprio da mulher ser preenchida, enquanto é próprio do homem preencher; é próprio da mulher ser guiada, enquanto é próprio do homem guiar; o homem está n’uma missão, e a mulher n’uma sub-missão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando um homem escolhe “sofrer” em decorrência da rejeição de uma mulher, quando escolhe continuar remoendo aquilo até que um dia ela resolva notá-lo, há uma inversão de papéis.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Inversão porque agora é o homem que está se deixando guiar pelas flutuações de humor da mulher. O líder agora passou a ser a figura feminina, uma vez que seu poder de atração se sobrepôs à dignidade da figura masculina.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Guess what: isso é tudo que uma mulher não quer! Porque a mulher não nasceu para e nem quer estar no controle -e as que dizem querer ou são neuróticas ou são fetichistas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Naturalmente, homens que acham lindo “sofrer por amor”, vão se acostumando e admirando cada vez mais pensamentos e sentimentos femininos, de maneira que ele vai se feminilizando sem sequer notar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com isso não quero dizer dobrar a munheca e balançar os quadris, mas sim ter gostos, expressões e sentimentos típicos de uma mulher.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiojq3AB5wr80xnrmInUzld7CRqKbK7EDNLJRu1cpKraVntnyul58hGWkFjugAcNlHsdX8c1rQDPmPOwgMXuW6DjbAsjefaNN6YONPXUnoKuaQ7EMfEY96dIX6QZSHzNS2FqdQh7wjPrtI/s1600/0-9GphLxE5ph6YVYYB.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1152" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiojq3AB5wr80xnrmInUzld7CRqKbK7EDNLJRu1cpKraVntnyul58hGWkFjugAcNlHsdX8c1rQDPmPOwgMXuW6DjbAsjefaNN6YONPXUnoKuaQ7EMfEY96dIX6QZSHzNS2FqdQh7wjPrtI/s640/0-9GphLxE5ph6YVYYB.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Por exemplo, homens estressados demais, que, por qualquer motivo, já querem brigar, são um exemplo muito claro de homens femininos. Por quê? Porque isso denota falta de virilidade, isto é, de domínio de si mesmo, que é mais comum no sexo feminino, por mulheres serem mais sensíveis de maneira geral. A facilidade de perder o temperamento demonstra falta de masculinidade, não o contrário -como se pensa.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não é à toa que esses caras geralmente são cheios de amigas. Por isso mesmo, como o sujeito agora parece uma mulher, ele vai conquistar várias amigas, e não uma esposa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
“Ah, mas eu fiz tudo que ela quis”. Exatamente por isso. Um líder nunca faz tudo o que o liderado quer, do contrário ele não tem utilidade alguma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No final das contas, se você se deixar guiar demais pela sedução de uma mulher, você vai virar uma mulher, e não um homem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O primeiro passo para ser macho é não prostituir a própria honra em nome de um deslumbramento aboiolado</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
+++</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A natureza dos homossexuais pode ser dividida entre passiva e ativa, mas a do homem e da mulher não.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Agora deu mesmo!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
N’uma relação homossexual, o passivo emula a função feminina enquanto o ativo mimetiza a função masculina, deixando ainda mais claro a natureza passiva da mulher.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A passividade implica n’uma certa imobilidade, implica em algo que recebe ou sofre uma ação. Alguém passivo, em geral, não possui de forma aguçada a natureza de um líder, no máximo, a natureza de um sub-líder, uma vez que não é do instinto passivo exercer uma ação, isto é, arrastar, mas sim ser arrastado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como a natureza da mulher é passiva -e isso aqui independe de possíveis acidentes, a exceção não faz a regra-, é próprio que sua vocação familiar culmine n’uma submissão, n’uma sujeição ao elemento ativo, que é o homem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Isso também fica claro no documentário The Gender Equality Paradox. No ambiente de trabalho, os homens se interessam muito mais por profissões ativas, como Engenharia e Educação Física, enquanto as mulheres preferem algo mais passivo, como Enfermagem, Pedagogia, Recursos Humanos, Psicologia e Serviço Social.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto o Engenheiro comanda, a Enfermeira cuida. Porque o homem tende a inclinar sua natureza para se tornar um gestor de pessoas, enquanto a mulher tende a inclinar sua natureza para se tornar uma cuidadora de pessoas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Porque o homem é melhor em exprimir, falar, e a mulher é melhor em receber, escutar. Tanto que geralmente nossos maiores confidentes são nossas mães. Em geral, a mãe tende a compreender mais, porque ela sabe nos acolher melhor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Toda essa idéia deixa bem claro que a natureza, o ímpeto, o instinto feminino tem uma relação muito mais introspectiva enquanto o homem tende a ser mais extrovertido. Por isso mesmo a vocação da esposa consiste n’uma relação com sua própria casa, enquanto a do marido consiste n’uma relação da casa com o mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Novamente, isso se expressa biologicamente. Sabendo que a finalidade da família são os próprios filhos, por mais que o homem seja o melhor pai do mundo, ele não tem a habilidade de dar de mamar. Na esmagadora maioria dos casos, o homem não tem o envolvimento emocional que a mulher tem com seu filho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Isso aqui não quer dizer que em todos as famílias o homem tem que ficar apontando dedo e mandando em todo mundo, apenas que é o homem que funciona como poder moderador dentro da sociedade hierárquica da família.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O homem cuida do bruto, do grosso, do essencial, enquanto a mulher trata do delicado, do frágil e dá o toque dos detalhes. Isso não tem a ver com a personalidade de cada um, nem com o temperamento, nem com as relações sociais, mas sim com a inclinação da natureza.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
“Estas são as únicas ideias verdadeiras; as ideias dos náufragos”, dizia Ortega y Gasset. Bem, e como sabemos, n’um naufrágio, são os homens que ficam gritando por socorro enquanto as musculosas, ativas e imperativas mulheres nadam para salvá-los, sempre bradando:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Homens e crianças na frente!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://medium.com/@mateusmatosdiniz">Por Mateus Matos Diniz</a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-9972166446385718672017-07-07T08:38:00.000-07:002017-07-11T04:46:35.807-07:00Separando os homens dos meninos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBr1kiYaAaQNY_PVn62u1HjedCXSuOVUTkGRXf_ktVZFPRnXyrdXeTaFL6yvOZKXuZbAI8KHeSDBeICLB1vjkWMeriLs1kKjWinp_AU_B39hiMsmermHWIb1slDGyShz1GoXgBPsJmNbs/s1600/confian%25C3%25A7a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="580" data-original-width="957" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBr1kiYaAaQNY_PVn62u1HjedCXSuOVUTkGRXf_ktVZFPRnXyrdXeTaFL6yvOZKXuZbAI8KHeSDBeICLB1vjkWMeriLs1kKjWinp_AU_B39hiMsmermHWIb1slDGyShz1GoXgBPsJmNbs/s640/confian%25C3%25A7a.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Vamos falar de um assunto um tanto desgastado. Tanto para as mulheres, que escreveram à exaustão sobre o tema, daquele jeitinho peculiar delas, idealizando entre suspiros e devaneios o seu homem dos sonhos; como também para os homens, que loucos para atenderem as damas e se perderem em seus braços, não se atentavam para a essência e se perdiam nos acidentes, causando a pitoresca situação em que, sem entender coisa alguma, tentavam segurar o leite da vaca com uma peneira.</div>
<div style="text-align: justify;">
É normal os homens se assustarem com o tanto de exigências cobrado pelas mulheres, que apesar de alguns exageros por parte delas, é natural que assim seja. Afinal, a parte da imaginação do casal é da mulher. Elas têm essa peculiar característica de imaginar, fantasiar, esperar e sentir, oscilando de intensidade na medida em que fica perto de chegar “aqueles dias”. Além disso, por incrível que pareça, elas têm uma certa[1] razão nessa exigência toda. Ora, se São Pedro é a pedra onde foi edificada a Igreja, e se a família é uma pequena igreja, ou melhor, uma igreja doméstica, nada mais justo que uma mulher procure construí-la numa pedra bem forte, viril e fiel. E quem seria a pedra da família? Nós, os varões.</div>
<a name='more'></a><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas como nem tudo são flores e, principalmente, comercial de margarina, meus companheiros de time insistem em se atentar apenas para os acidentes[2] do feminino, fazendo pouco caso da substância. Em outras palavras: perdem tempo com o que não é tão importante e tapam os olhos para o necessário. Desse modo, não conseguem passar da intermediária do campo de defesa e nunca conseguem marcar o desejado gol. Ora, meus amigos, o que significa toda aquela história de “cavalheirismo”, “ter bom papo”, “ser íntegro”, “ser inteligente”, “ter personalidade”, “ter confiança” etc.? São nada mais e nada menos que conseqüencias dessa verdade substancial: que nossas queridas e amadas princesas desejam do fundo de suas entranhas serem amadas, protegidas, desejadas, cuidadas e, acima de tudo, completadas. Preenchidas por seu complemento. E mais importante que isso, gerar um fruto dessa união e elevar até a décima potência sua vocação de ser mãe.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT_dgsNBIi5zbTGSSstByDCMpo3Dg7LcbMZhH0nMPiApCO6pwua8OSWeMs7XDNxFyjMHYtMEua-lwIlzcTbbq0M4ZloZ1Tz9XgU9Iki5ovcEXjlF2YFpNOWPOX4sW534QK1UQDFQFBq-M/s1600/1-JB7XbmUAzvVBZ9Z3Leus0A.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="443" data-original-width="564" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT_dgsNBIi5zbTGSSstByDCMpo3Dg7LcbMZhH0nMPiApCO6pwua8OSWeMs7XDNxFyjMHYtMEua-lwIlzcTbbq0M4ZloZ1Tz9XgU9Iki5ovcEXjlF2YFpNOWPOX4sW534QK1UQDFQFBq-M/s320/1-JB7XbmUAzvVBZ9Z3Leus0A.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Toda mulher sonha em conhecer uma pedra dessa como é o Charlton Heston no filme El Cid.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A essa altura do artigo eu ainda não comecei a separar os homens dos meninos e vocês devem estar pensando que eu sou apenas um enganador de títulos. Mas se ainda não separei os vertebrados dos invertebrados, já toquei na palavra-chave que vai fazer o serviço sem eu realizar muito esforço: vocação. Como católico, costumo dizer que tudo tem um propósito dado por Deus, como assim ensina a Igreja, que costumamos chamar de vocação. Qual a vocação da galinha? Cacarejar e botar ovos. Qual a vocação do sacerdote? Servir a Deus em sua Igreja e ajudar a salvar almas. Qual a vocação de toda a humanidade? Contemplar e repousar em Deus. Qual a vocação da mulher? Ser mãe e espalhar seu amor materno.</div>
<div style="text-align: justify;">
E qual a vocação do homem? Ser pai e proteger o lar? Bom, não gostaria de me ater somente a isso, mas também não gostaria de fazer um tratado de fenomenologia do homem. Todo mundo sabe como mulher gosta que os homens olhem diretamente e atentamente em seus olhos, como águias vigiando sua caça; que falem pouco e deixem o palco livre para elas brilharem, enquanto conduzem-nas para onde precisam estar e não para onde querem estar; que se vistam decentemente, mostrando bom gosto e elegância; que saibam e dominem a linha tênue que separa a ousadia e o respeito; que sejam envolventes, eloqüentes, seguros, marcantes; que façam sentirem-se meninas novamente, confortadas em seus fortes braços; que seja a certeza em meio de suas dúvidas, mesmo que elas ainda não tenham certeza de suas dúvidas; que seja o alfa e o ômega do seu relacionamento. Em suma, aquilo que todos sabem, mas como não sei se todos sabem, procurei ganhar esse terreno na batalha.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh16e-A7gyDEwwjDMV12BRBZQZYAkrhYo4WDtslzrNcPAP9uifWns0zLQFMopHEfSO1DTukG_Ho0Lf41UYIx8RKpatma_oRzRjWbRFjrnU1MknQb9CEySFyUnQO6924AKduHDobJxx4Ht0/s1600/1-7YgAnPvUX38XoBXX8obnVg.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="235" data-original-width="448" height="167" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh16e-A7gyDEwwjDMV12BRBZQZYAkrhYo4WDtslzrNcPAP9uifWns0zLQFMopHEfSO1DTukG_Ho0Lf41UYIx8RKpatma_oRzRjWbRFjrnU1MknQb9CEySFyUnQO6924AKduHDobJxx4Ht0/s320/1-7YgAnPvUX38XoBXX8obnVg.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Edmond Dantès como Conde de Monte Cristo e sua amada Mercedes. Um bom homem numa carcaça endurecida com o tempo.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aquiles e Briseis. Um romance que decidiu a guerra de Tróia não é qualquer coisa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas todas essas características sedutoras e até sensuais do homem, sem sua essência, ou seja, sua coluna vertebral, não passa de uma mentira, um engodo, um fingimento, que como um castelo de areia, se desmancha na primeira turbulência de uma onda qualquer. Tal como acontece com o jovem Julien Sorel[3], desejado pelas donzelas Senhora de Rênal e Mathilde, e com toda a sua hipocrisia e esnobismo, seduzem-nas, mas sempre faltando o sustentáculo para todas as suas qualidades externas, deixando-nas superficiais e sem vitalidade. O resultado é um verdadeiro relacionamento ao estilo pós-moderno: um é o amo e o outro o escravo. Um domina e o outro é dominado. Um é o masoquista e o outro é o sádico. Um é o deus e o outro joga as oferendas ao altar. E o pior, os papéis mudam na medida em que cada um aumenta o seu desejo pelo outro, o amo virando escravo e o escravo, o amo. De modo que podemos resumir essa falsidade assim: quanto mais desejo sente pelo outro, mais escravo fica do desejado. Mais desprezo levará e mais se jogará aos pés do seu amo. O jovem Julien sentiu na pele ao tentar seduzir, dissimuladamente, a Senhora de Rênal, repelindo-o com horror. Não satisfeito com o ego ferido, se joga aos pés da dama, provocando mais desprezo ainda. O resumo da ópera é um jovem que tinha tudo para ter o amor de uma mulher, mas perde pela dissimulação, como nos relata Stendhal:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<i>Resumindo, nada faltaria à felicidade do nosso herói, nem mesmo uma sensibilidade ardente da mulher que acabara de arrebatar, caso tivesse sabido gozá-la.</i></div>
</div>
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
</div>
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
E após o ocorrido, pergunta-se desolado: “Nada daquilo que me obriguei faltou? Fiz bem meu papel? E qual papel?”.</div>
</div>
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5yICjxs5hB_v-__DaeH1HRZIEUzy28CXgu2NN1fsyVX96muN45X5FG3P0z9NB-hT93UiaRH8zvzYnZNAawG3Tbe4SSWY8mvYwI0_duu2gb3jlZjxDGnweSxXvuZoGt4nmYDRarLdGAhs/s1600/1-KLTm3qBooebJfazN1ML5EA.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="315" data-original-width="600" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5yICjxs5hB_v-__DaeH1HRZIEUzy28CXgu2NN1fsyVX96muN45X5FG3P0z9NB-hT93UiaRH8zvzYnZNAawG3Tbe4SSWY8mvYwI0_duu2gb3jlZjxDGnweSxXvuZoGt4nmYDRarLdGAhs/s320/1-KLTm3qBooebJfazN1ML5EA.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Julien Sorel e a Senhora de Rênal. Intensidade, eloqüencia e… falsidade.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, cavalheiros, qual seria a resposta mais completa da vocação do homem? Bom, no alto da minha petulância sobre um tema tão profundo, me arriscaria dizer que a vocação do homem é ser viril -esto vir ; é estar em constante esforço, em constante luta e aperfeiçoamento, para sair como um guerreiro, vencer, conquistar o mundo e, por fim, poder voltar para casa, triunfante, sabendo que uma mulher e um filho os esperam. É vencer o mundo e ter o coração vencido pelo seu lar. É olhar para as enormes pastagens e mundos a conquistar e saber que deixará um legado, um pedaço seu nessa terra. E lutar por isso.</div>
<div style="text-align: justify;">
O que separa os homens dos meninos é essa consciência de vocação. Os homens sabem de sua missão como varões; os meninos preferem a superficialidade, a facilidade e a falsidade travestida do que chamam hoje de “paixão”. Os homens preferem o desafio de sua missão, pois sabem que no fim dela, há a glória. Depois disso, nada é mentiroso nem perfeito, mas natural. Tudo vem como conseqüencia: a honra, a força, a coragem, o romantismo, a sensibilidade masculina, a prudência, a lealdade etc. A essência do homem é o esto vir, sua coluna vertebral. Ela que vai dar suporte para que brote o homem em você. Se a mulher vocacionada tem a imaginação por seu varonil nas alturas, o homem vocacionado tem o entusiasmo por sua donzela igualmente nas alturas, fazendo assim uma completude, transformando naturalmente esses sentimentos em um encantamento e depois em um enamoramento dos dois, tão bem representado na literatura por J.R.R. Tolkien com as histórias dos casais mais perfeitos da Terra-média: Aragorn com a sua Arwen e Beren com a sua Lúthien. E numa historinha como essa, constatamos que a casinha encontra a sua pedra. E ficamos felizes.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Notas:</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
[1] “Certa” razão porque, como vivemos numa época moderna e com o advento do feminismo, a noção natural do interesse feminino pelos homens foi, em muitas mulheres, eclipsado por essa ideologia. O que acaba dificultando muito a vida de ambos, já que muitos desejos das mulheres atuais estão sendo pervertidos pelo feminismo.</div>
<div style="text-align: justify;">
[2]No bom e velho aristotelismo, acidente seria aquilo que não é necessário em um ser, que não afeta em sua substância, e que essa, por sua vez, é a essência ou substrato da matéria. Daí vem aquela expressão “aquilo foi só um acidente”.</div>
<div style="text-align: justify;">
[3]Personagem principal do magnum opus de Stendhal, Le Rouge et le Noir. Sorel é um jovem plebeu ambicioso e aspirante a ser um novo Napoleão, que para subir à nobreza de uma França pós-napoleônica, mente e engana muitas pessoas para chegar ao seu objetivo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<h3 class="u-fontSize18 u-lineHeightTighter u-marginBottom4" style="background-color: white; line-height: 1.1; margin: 0px 0px 4px; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; cursor: pointer; font-family: inherit; font-size: small;">Por <a aria-label="Go to the profile of Ítalo Maia" class="link link--primary u-accentColor--hoverTextNormal" data-user-id="c64079c9fa6" dir="auto" href="https://medium.com/@italomb11" property="cc:attributionName" rel="author cc:attributionUrl" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; cursor: pointer; text-decoration-line: none;" title="Go to the profile of Ítalo Maia"><span style="color: black;">Ítalo Maia</span></a></span></h3>
<div class="u-fontSize14 u-lineHeightBaseSans u-textColorDark u-marginBottom4" style="background-color: white; fill: rgba(0, 0, 0, 0.6) !important; line-height: 1.3 !important; margin-bottom: 4px !important;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-29209505885240732682017-07-02T07:34:00.000-07:002017-07-11T04:46:48.293-07:00Como Não Conquistar uma Mulher<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkeqsUWBKny3jtvgwZz74VJgFAaWPSb3o_b9HW7b1_JGFV6MIgP_3L619nduFNWLk-sXIYFSVDEgVU6zjHRv5lUfFu7Zbjy02mzWURFqwYBbltn2dohN-zs-RZy7pz175RcLDt99kv7zs/s1600/1-Hqhgvk7UPYb1_-PATu5v0w.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="590" data-original-width="854" height="440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkeqsUWBKny3jtvgwZz74VJgFAaWPSb3o_b9HW7b1_JGFV6MIgP_3L619nduFNWLk-sXIYFSVDEgVU6zjHRv5lUfFu7Zbjy02mzWURFqwYBbltn2dohN-zs-RZy7pz175RcLDt99kv7zs/s640/1-Hqhgvk7UPYb1_-PATu5v0w.png" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Hypnos, o deus do sono. Vocês vão entender o motivo ao longo do texto.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Por <a class="link link link--darken link--darker u-baseColor--link" data-action-source="post_header_lockup" data-action-type="hover" data-action-value="eb708e36dfa7" data-action="show-user-card" data-user-id="eb708e36dfa7" dir="auto" href="https://medium.com/@mateusmatosdiniz?source=post_header_lockup" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); cursor: pointer; font-size: 15px; outline: 0px; text-decoration-line: none;">Mateus Matos Diniz</a></span></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sei que tem uma moçada que gosta, mas eu sempre detestei essa história de ter que ler livros específicos para conquistar mulheres. Pensava que se eu não fosse capaz de fazer isso por mim mesmo, é porque eu não merecia ter mulher alguma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acho tudo isso de uma covardia extrema, e explico o motivo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mulheres em geral são espíritos dispersos, parece que há uma facilidade na mulher em se distrair. Por exemplo, enquanto o homem está prestando atenção no conteúdo de uma palestra, a mulher está vendo se o palestrante está bem vestido, se o relógio dele é bom et cetera.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O mundo feminino como um todo é uma chuva de sugestões que tentam dispersá-la a todo momento, e por mais que ela saiba o que, em tese, ela deveria fazer, é muito difícil aliar a vontade à inteligência -sim, pro homem isso é mais fácil, embora não signifique excelência, muito menos que todos exerçam essa capacidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O papel do homem nisso tudo é peneirar os estímulos externos e preencher a mulher com o que é bom, belo e justo. Por isso é sempre dever do homem proteger, proteger a mulher das loucuras do ambiente, dos estímulos mentais sutilmente hipnóticos que nos ocorrem na confusão do mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Todas essas técnicas de linguagem corporal, de trabalho da voz, de construção de físicos </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<a name='more'></a><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
monstruosos, de tiradas descoladas, são ainda incitações externas que deixam a mulher ainda mais inebriada em sua confusão. Quando o homem escolhe fazer isto a viver uma experiência particular com mulheres, mutatis mutandis, é o mesmo que oferecer 50g de cocaína a um viciado, em vez de você começar a tratar daquele problema.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É claro que ela vai cair no joguinho do mestre da sedução, é claro que vai dar certo. Mas é meio indigno. Você está tirando da mulher o direito que ela tem a uma objetividade. Você está preferindo fazer da sua relação com o outro uma técnica, e não uma experiência real.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Geralmente, chamam esse homem que consegue fornecer todos e melhores estímulos de macho alpha. Se for assim, eu sou o macho omega, o último, mais merda e anti-competitivo de todos, sem nenhum interesse em considerar tudo isso um grande problema em face da salvação das almas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWxFIiuCcZqOHOWUBY-xYOMnX6cp8pbJblK60HbRspefPk36cmUPvY9kCKrLvUTEDwyqeVaWhN7NSbYrqdLBWq2LfiJmU84Rt0Ex78hvyUI2xad8Wl5x66kynGxaQuj0II5A6Lt2MVOhM/s1600/1-lsevugWGUq4XyK53BP0xFA.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="589" data-original-width="944" height="248" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWxFIiuCcZqOHOWUBY-xYOMnX6cp8pbJblK60HbRspefPk36cmUPvY9kCKrLvUTEDwyqeVaWhN7NSbYrqdLBWq2LfiJmU84Rt0Ex78hvyUI2xad8Wl5x66kynGxaQuj0II5A6Lt2MVOhM/s400/1-lsevugWGUq4XyK53BP0xFA.png" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Aquela palhaçada de se achar um guerreiro espartano simplesmente porque subjugou e humilhou uma mulher. Parabéns, Campeão!</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma das funções do homem é convidar a mulher para a realidade, é fornecer a ela dimensões do viver humano que, por sua natureza, ela tem dificuldade em conceber. Novamente, a mulher é preenchida pelo homem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como você vai trazer a mulher para a realidade se você já começa sua relação com ela de forma completamente artificial e mecânica, afogando-a ainda mais no universo de transe do qual ela precisa se livrar?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Antes de ter alguma namorada, ao contrário, eu fazia os estímulos todos ao avesso. Se não era pra sorrir demais, eu sorria. Se não era pra ter um corpo de magrelo, eu tinha. Se não era pra se vestir mal, eu me vestia como queria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minha namorada me conheceu quando eu colocava baquetas de bateria no nariz pra zoar com o pessoal do colégio, feito um retardado mental. Por essas coisas eu tenho certeza que ela faria tudo por mim, porque eu dei a ela todos os indícios de que ela deveria sair de perto, mas mesmo assim ela quis ficar, sem garantia de nada, cheia de estímulos contrários, fez tudo por livre escolha.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não digo para todo mundo fazer o mesmo, isso deu certo simplesmente porque eu fui eu mesmo muito bem. A questão é: se você faz o que o livrinho diz ou o contrário, os resultados são idênticos. Então, certamente, a tal “chave da conquista” depende de uma terceira coisa alheia a ambos, qual seja, sua personalidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se você for bom em ser você mesmo, tudo virá naturalmente, e é essa a temática dos livros que você tem que ler. Você é tão digno quanto as coisas às quais você presta atenção. Não é digno de um grande homem a dedicação de longas horas ao mistério sociológico das baladas de finais de semana ou ao último e mais profundo desejo das mulheres.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já livros que, de fato, aprimorem sua inteligência, cultura e desejos, ah, isso sim é algo que convém. Não acredito em nenhum outro método justo e digno, tanto para mim como para uma mulher.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu me concentrei em me entender bem, em ser um bom homem, e, no momento que eu quis, tirei boas conclusões a respeito do que é uma mulher e do que ela quer, em vez de ficar decorando formulinhas de humor feminino para manipular seus sentidos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
***</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Seja um bom homem que você irá conseguir uma boa mulher.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não tem segredo.</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc4jBlk0jAS5M3tNKRQ6ZnkbQC3svIB74dP6shSyzok_V5uhj1KxK3ha7SD2MTej7rNMnYrX3NteIFewT5Bej0F4RebC4_Lps3WRzRLc5W0uHld4p5Xx_MvyJxd4KApchqp2lmksdlHFM/s1600/1-ISb2SIUJK0Mm3-vIgVR-Yw.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="372" data-original-width="500" height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc4jBlk0jAS5M3tNKRQ6ZnkbQC3svIB74dP6shSyzok_V5uhj1KxK3ha7SD2MTej7rNMnYrX3NteIFewT5Bej0F4RebC4_Lps3WRzRLc5W0uHld4p5Xx_MvyJxd4KApchqp2lmksdlHFM/s320/1-ISb2SIUJK0Mm3-vIgVR-Yw.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto minha, em 2010, totalmente anti-macho-alpha, à época, minha atual namorada já estava apaixonada por mim. Dois meses mais tarde pedi ela em namoro.</td></tr>
</tbody></table>
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-5618634289301681242017-07-02T07:13:00.000-07:002017-07-11T04:46:57.800-07:00A elegância: mais que boas maneiras<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigzxpGlDYgS3A69EGY0l8NmTNFi_svW4OnzQSY3qtM2OQtNQH4QUAwQv9EhHA0ZxkXNQtQswvycmrOGe5CZOqvryQ24qvGMlHFKBiV5AvuN_7CZaHlX4sxgHuv9Hqs3_9pjDwf43qTFlU/s1600/1236339_620169754700084_1947004634_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="290" data-original-width="620" height="297" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigzxpGlDYgS3A69EGY0l8NmTNFi_svW4OnzQSY3qtM2OQtNQH4QUAwQv9EhHA0ZxkXNQtQswvycmrOGe5CZOqvryQ24qvGMlHFKBiV5AvuN_7CZaHlX4sxgHuv9Hqs3_9pjDwf43qTFlU/s640/1236339_620169754700084_1947004634_n.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<em style="box-sizing: border-box;"><br /></em></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: center; word-wrap: break-word;">
<b><em style="box-sizing: border-box;">A elegância não deve ser uma característica puramente externa, mas vir de dentro, fruto da posse completa da própria interioridade.</em><em style="box-sizing: border-box;"> </em></b></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Imagino que o leitor esteja disposto a admitir que a dignidade humana é para nós uma questão importante, pois é hoje assunto de inúmeras páginas e discussões. Quase sempre se fala dela como um tema político, relacionado com o respeito a todos, os direitos humanos, como fundamento da ordem jurídica, o como uma exigência moral básica e inalienável que deve ser energicamente defendida para que a sociedade não se desumanize.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Entretanto, poucas vezes se ouve falar da dignidade num enfoque intimista e estético. E seria muito instrutivo. O leitor paciente e sofrido que estiver disposto a acompanhar-me poderá ver, espero, como a dignidade humana envolve também aqueles assuntos que enobrecem ou degradam a pessoa diante de si mesma e, consequentemente, diante dos outros, assuntos que afetam a autoestima de alguém e a consideração que esse alguém recebe daqueles que estão à sua volta. Comportar-se dignamente é algo que se aprende e que tem a ver com uma verdade simples e capital: o feio é indigno e vergonhoso, e deve ser ocultado ou substituído pelo belo e elegante. A presença do belo e do feio em nós mesmos é um componente fundamental da nossa dignidade.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Trata-se de uma questão que nos preocupa mais do que em principio estaríamos dispostos a admitir. O que as pessoas pensam de mim? Como me pareço? Será que não estou horrível? Será que acham que sou burro, velho, ou chinfrim? Alguém notou que a culpa foi minha? O que o meu chefe vai dizer? Vou passar por imbecil?</div>
<a name='more'></a><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
A gama de atitudes humanas que entram em jogo para preservar a nossa dignidade é extremamente rica. Talvez as mais importantes sejam a vergonha, o pudor e a elegância, embora existam muitas outras, intimamente ligadas a estas, de maneira que o nosso comportamento pode mesclá-las em expressões e reações que mostram toda a inesgotável riqueza do humano. Contudo, as três atitudes mencionadas são responsáveis por efetuar o percurso desde aquilo que é mais baixo – a feiura – até aquilo que é mais alto – a beleza –, através todos os pontos intermediários. trata-se de atitudes inseparáveis e misturadas entre si, que não temos escolha a não ser diferenciar a fim de obter uma certa compreensão delas.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">A vergonha</span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
“Ter a vergonha é sentir-se intrinsecamente mau, fundamentalmente feio como pessoa” (G. Kaufman). A vergonha é um sentimento espontâneo que a pessoa tem diante de si mesma ou dos outros quando algo nela, e portanto ela mesma, lhe parece feio, e portanto indigno e vituperável.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
O sentimento de vergonha afeta assim o íntimo do homem e por isso é tão importante. A vergonha, por exemplo, desempenha um papel decisivo na formação de uma consciência moral reta, que faz com que nos sintamos bons ou maus, inocentes ou culpados. Também é decisiva ao longo do processo psicológico e social pelo qual conquistamos a posse pacífica da nossa identidade e somos reconhecidos e aceitos pelos outros. Além disso, a vergonha é um fator central nos desarranjos do funcionamento do “eu”. Por isso, como todo o sentimento, deve ser bem educada, pois, como acrescenta Kaufman, é “a fonte de uma autoestima insuficiente, do pobre conceito de si mesmo ou da má imagem corporal, da dúvida de si, da insegurança e da queda da autoconfiança”. Por isso “é a fonte dos sentimentos de inferioridade. A experiência interior da vergonha é como uma doença dentro do eu, uma dor da alma”, um tormento interior ou uma ferida que nos separa de nós mesmos e dos outros, isolando-nos em nosso enrubescimento.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
A presença do feio e vergonhoso em nós arruína a estima alheia: “quando alguém fica com a cara no chão de vergonha, perde a sua honra”, prossegue o mesmo autor. Se o vergonhoso é o feio presente na pessoa, é compreensível porque os clássicos gregos diziam que o contrário de belo (<em style="box-sizing: border-box;">kalón</em>) era precisamente o vergonhoso ou torpe (<em style="box-sizing: border-box;">aischrón</em>). Quando vemos nos outros, ou até em nós mesmos, ações, gestos ou palavras ofensivos à sua dignidade ou à nossa, dizemos que se trata de algo vergonhoso. O indigno é sempre vergonhoso, e mesmo ofensivo, pois é um desrespeito consigo próprio e com os outros. Por isso, quem comete ações feias e indecentes não merece a nossa estima. A vergonha relaciona-se assim com os sentimentos de inferioridade e com a perda da estima.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">O pudor</span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
As poucas reflexões acima são suficientes para confirmar que a vergonha surge por causa da presença em nós de algo que consideramos indecoroso, e em última análise mau. Contudo, esse sentimento traz consigo um elemento mais positivo: “sentir vergonha é sentir-se visto de um modo dolorosamente mesquinho. A vergonha revela o eu interior e o deixa à mostra”. Esse “sentir-se visto” produz uma reação espontânea à “elevada visibilidade do eu”: a “urgência de esconder-se, de desaparecer”. “A experiência de parecer transparente é criada precisamente pela sensação de exposição que é inerente à vergonha”, continua Kaufman.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Quando uma pessoa se sente arbitrariamente tolhida da sua intimidade, que passa então a matéria pública, fica com vergonha e mesmo raiva. No entanto, o sentir-se indevida e involuntariamente “transparente” diante dos outros é uma manifestação de um segundo sentimento: o pudor, uma inclinação para cobrir a própria intimidade aos olhares estranhos. O pudor é o gesto e a reação espontânea de proteção do íntimo que precede a vergonha e lhe dá um sentido positivo. Por isso, tem uma relação forte com a dignidade, pois acentua a guarda da intimidade, faz-nos possuí-la mais plenamente, ser mais donos de nós mesmos. O pudor é uma manifestação da liberdade humana aplicada ao próprio corpo. Autodomínio significa dignidade pois implica liberdade, e esta significa acima tudo ser dono de si mesmo. O pudor é algo como que a expressão corporal espontânea do conhecido direito jurídico à intimidade e à própria dignidade.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Assim, talvez a maneira mais grave de destituir as pessoas da sua dignidade intrínseca é violar sua intimidade, isto é, expô-las e obrigá-las a revelar a sua intimidade a contragosto, muitas vezes por meio de coação física ou psicológica: expô-las à vergonha pública e privá-las da posse de algo que é só seu: o seu íntimo. Uma pessoa violada fica reduzida à escravidão e a uma gravíssima vergonha diante de si mesma: carrega dentro de si a presença invasora e violenta do estranho.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
O pudor, ao proteger e manter escondida a nossa intimidade (é este o seu objeto), aumenta o caráter livre da manifestação externa do que somos e possuímos. O íntimo é doado livremente por que é possuído previamente. O pudico é mais senhor de si, valoriza mais a possibilidade de doar a sua interioridade. Na verdade, cuida mais dela quanto mais rica é. O pudor é, pois, o amor à própria intimidade, a inclinação a manter latente aquilo que não deve ser mostrado, a calar o que não deve ser dito, a guardar o dom e o segredo verdadeiros que não devem ser comunicados senão àquele a quem se ama. Amar, não o esqueçamos, é doar a própria intimidade. Por isso, diante do amado somos, deveríamos ser, sempre transparentes e autênticos.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
É sabido que a intimidade define radicalmente a pessoa e que é uma curiosíssima e fascinante dualidade de fala e silêncio, de opacidade e transparência, de interioridade e exterioridade. A transparência pública e total significaria, nesse caso, perder toda a interioridade. O que é não apenas ofensivo para a pessoa como impossível. A interioridade é assim porque há nela algo latente e mudo para a exterioridade. O ser íntimo e irrepetível da pessoa pode iluminar com a sua presença os olhos ou o rosto que se tornam transparentes e deixam ver esse fundo interior e único que lhes assoma. Mas esse ser sempre vai além, nunca pode ser completamente externado, sempre ficará algo que continuará a iluminar o rosto, para continuar a amar por meio do olhar. O pudor é o ferrolho que abre e fecha por dentro o umbral por que chegamos à pessoa. É algo que se nos dá, se é justo que o recebamos, e não podemos forçá-lo; se o fazemos, penetramos um território que não nos pertence. O convite marca um chamado verdadeiro. Aquele que convida, sai ao umbral da sua intimidade e nos procura, franqueando a entrada à sua intimidade a que somos convidados a adentrar pela primeira vez.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Todavia, cabe perguntar: até que ponto chegam as portas do íntimo? O pudor estende-se à medida delas. É preciso dizer que o pudor não inclui apenas a interioridade espiritual ou psíquica, mas também o corpo, pois ele e o que a ele se refere fazem parte da nossa intimidade: as roupas, as ações, os gestos e movimentos corporais (comer, limpar-se, etc.). O pudor estende-se também à casa e, em geral, à linguagem expressiva, pois ambos são âmbitos de manifestação do íntimo, o lugar onde a pessoa vive consigo própria.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Por ser o corpo parte da intimidade, o pudor tem um aspecto de resistência à nudez, como um convite a buscar a pessoa para além do seu corpo (ideia do pensador italiano Giorgio Campanini). Por meio de atos e gestos pudicos, tão próximos à vergonha, a pessoa recusa que seu corpo seja tomado, por assim dizer, separado da pessoa que o possui, como uma simples coisa, um instrumento ou objeto de desejo para aquele que o olha impudica ou curiosamente. O ato de pudor é, no fundo, um pedido de reconhecimento, como se disséssemos: “Não me tomes pelo que de mim vês descoberto; toma-me como a pessoa que sou”.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">A nudez anônima</span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
O pudor surge no ato pelo qual a pessoa se faz presente no seu corpo nu. Uma nudez é impudica quando, por assim dizer, não é de ninguém e de todos ao mesmo tempo: é anônima, disponível para quem quiser. Se uma pessoa acha indiferente despir-se e mostrar sua nudez, não está no seu corpo, que se converte numa mera imagem de si mesma, que não remete a ninguém. O corpo está então sem dono, abandonado ou mesmo em oferta, objeto decorativo ou produto em venda. O corpo separado da pessoa é um corpo prostituído, vendido a preço baixo, mercadoria. O pudor permite ver a pessoa com perspectiva, para além da mera epiderme em que parecem ter se convertido aqueles que se convertem num enfeite solto sem cuidar da transparência dos seus panos ou da aderência firme das joias.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Despir-se obedece quase sempre a razões térmicas, de comodidade. Entretanto, o caráter sexuado do corpo dá naturalmente à nudez um aspecto erótico, variável de acordo com as circunstâncias. Querer ignorar essa realidade natural supõe reduzir a sexualidade a um mecanismo, uma função fisiológica sujeita a “técnicas”. O caráter sexuado do corpo desempenha um papel nas relações humanas que não é necessário explicar aqui, e que desperta a atração entre o homem e a mulher, dando origem a tipos de comportamento, entre eles a sedução. O modo de mostrar o caráter sexuado do corpo, e também as regras para esses tipos de comportamento, é regulada por um pudor especial: o sexual.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
O leitor perguntará então comigo: por que os órgãos sexuais são objeto de um pudor especial? A pergunta é completamente pertinente, mas é impossível respondê-la aqui de modo cabal. A única coisa que me atrevo a dizer é que isso é assim por uma razão muito profunda, e muito mal compreendida hoje em dia: a sexualidade é algo especialmente íntimo. Se o leitor me permitir não explicar o que quer dizer esse “especialmente” e me conceder a confiança de aceitá-lo, então a questão fica mais simples: se a sexualidade é algo tão íntimo, deve ter muito a ver com o dom da intimidade chamado amor. Estando o amor e a sexualidade unidos, o sexual é profundamente íntimo e objeto desse pudor especial. Parece uma afirmação inocente, mas não é, pois contém muitas implicações, que podem ser resumidas nessa ideia intuitiva: o homem e a mulher relacionam-se sexualmente entre si de modo amoroso e donal, e não como animais que acasalam.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Assim, pois, o pudor é a regra que preside a manifestação própria ou imprópria da interioridade. Em certo sentido, cabe afirmar sem dificuldade que é uma virtude. O impudico costuma ser um sem-vergonha, pois não conhece o limite entre o decente e o indecente, entre o que é e o que não é oportuno e conveniente mostrar. Noutras palavras: o indecente é intolerável e mesmo ofensivo. A ideia de que a decência é um valor antigo, hoje felizmente desaparecido, não parece estar refletida na vigência real do intolerável que vemos por toda a parte nos novos costumes e regulamentações, que tratam de assuntos e valores distintos, talvez mais triviais e exteriores que os antigos.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
A perda do sentido da decência, a incapacidade de perceber o limite do vergonhoso como algo que protege os valores comuns da nossa sociedade, e que por isso deve ser protegido, só pode ser causado por um enfraquecimento da interioridade, por uma perda do valor do íntimo e, por conseguinte, um aumento do superficial, do exterior. Estritamente isso significa pobreza e logo tédio. Quem não sente necessidade de ser pudico carece de intimidade e assim vive na superfície e para a superfície, esperando os outros na epiderme, sem a possibilidade de descer a si próprio. Os frívolos não necessitam do pudor porque não têm nada que guardar. Por isso são tão fofoqueiros; falam muito, mas não dizem nada. Vivem para fora. Estão nus.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
A regra que ensina ocultar e revelar o íntimo embeleza a pessoa, porque a faz dona de si, por que a torna capaz de se mostrar aos outros de uma maneira “para dentro” e, por isso, digna. O pudor manifestado nas atitudes, roupas e palavras permite vislumbrar o que ainda fica oculto e silenciado: a própria pessoa. Por isso, o pudor está no umbral: porque é partir dele que chama ao outro, se lhe mostra o que pode atraí-lo e maravilhá-lo, o que poderia envergonhar, o que nunca se disse. O pudico não se oferece todo inteiro, mas convida a um depois, a um momento em que ocorre um desvelar, em que pode haver um diálogo de olhares e palavras dê margem a uma intimidade compartilhada. Somos pessoas com interioridade e o pudor regula necessariamente as nossas relações.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">A compostura</span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Uma vez que o pudor e a vergonha ensinam o limite entre o decente e o indecente, podemos perguntar de que modo se dá a presença do belo na pessoa. A resposta dá título a estas páginas: compostura e elegância. Alguém já disse que o objeto da elegância é a presença do belo na figura, nos atos e movimentos, ou melhor, a manutenção ativa dessa presença, aquela obra de arrumação e compostura que faz a pessoa, não apenas digna e decente, mas bela e formosa diante de si e dos outros.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Para explicar essa ideia, proponho ao leitor uma novidade, para a qual solicito a sua aprovação. Consiste em introduzir uma distinção entre duas “elegâncias”: uma tem um sentido negativo, e quer apenas preservar do vergonhoso. É a que chamarei de compostura. A outra é a elegância “de verdade”, plena de sentido positivo, que inclusive poderia ser definida como a beleza pessoal.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
A compostura é o sentido negativo da elegância, pois quer garantir a ausência de feiura na figura e conduta pessoais. Na verdade, essa atitude humana foi considerada pelos clássicos como uma virtude, para eles algo menor, que chamaram de “modéstia”. O Dicionário da Real Academia Espanhola da Língua diz que modéstia é “a qualidade do humilde, falta de vaidade; pobreza, escassez de meios”, e este é certamente o sentido atual dessa palavra na linguagem cotidiana.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; word-wrap: break-word;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 700;">() O Dicionário Caldas Aulete registra algo parecido: “Falta de vaidade em relação às próprias qualidades; despretensão; humildade; simplicidade”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
O mesmo dicionário, porém, propõe outra acepção, tomada diretamente da filosofia clássica: “Virtude que modera, tempera e regula as ações externas, mantendo o homem nos limites do seu estado de acordo com o que lhe convém”. Ninguém mais entende a modéstia assim. Isso está mais para “compostura”, e acho que é assim que deveríamos dizer, corrigindo o dicionário se preciso.</div>
<br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; word-wrap: break-word;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 700;">() Já o Caldas Aulete é mais “rousseauniano”: “Comedimento, moderação; sobriedade. / Adequação a padrões morais e éticos impostos pela sociedade; decência; pudor”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
Para Andrónico de Rodes, primeiro editor das obras de Aristóteles, a compostura era “a ciência do que diz o que é o bem (o decente) no movimento e nos costumes”, “a boa ordem naquilo que é conveniente a diversos negócios e circunstâncias”, “espírito de discernimento, isto é, de distinção, nas ações”. O seu mestre Aristóteles, por sua vez, dizia que a compostura (claro, chamou-a de outra forma: afabilidade) trata do que é agradável ou desagradável nas palavras e ações com relação aos homens com que se convive. Isso não é senão as boas maneiras de que tanto se fala. Tomás de Aquino, enfim, afirma que a compostura ou decoro é uma virtude que regula os movimentos externos do corpo.</div>
<br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Um autor de moda que escreve sobre as virtudes, o francês André Comte-Sponville, insiste em que a cortesia não é uma virtude, mas uma espécie de qualidade necessária para a convivência humana. Neste caso, parece que devemos discordar, pois a compostura engloba algo mais profundo que a simples cortesia externa, embora ambas indiquem boa educação, bons modos e palavras na vida social. Ser cortês não é apenas tratar correta e educadamente as pessoas, o que implica reconhecê-las dignas de bom trato; é mais: omitir decididamente todo o detalhe que seja incômodo ou vergonhoso, e também buscar a compostura, a finura e o donaire no dizer e no agir, de modo a que se mereça por isso a estima, o apreço e a admiração.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
A compostura supõe em primeiro lugar a limpeza, ausência das sujeiras e manchas que enfeiam a pessoa. Em segundo lugar, vem pulcritude, que é um asseio cuidadoso, o cuidado com a própria presença, estar “composto” e preparada, em condição de aparecer publicamente nas mais variadas situações. Em terceiro lugar, compostura é ordem, um saber estar que não se refere apenas à disposição material de objetos e roupas, mas também mover-se do modo conveniente, no momento adequado e, sobretudo, com os gestos adequados. Isso é o decoro, algo assim como a ordem dos gestos e das palavras, sua oportunidade e mesura, sua adequação ao que querem expressar e com o destinatário: decoro é, portanto, boas maneiras.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
A educação na elegância começa pelo ensino desses aspectos básicos contidos na compostura. As crianças não fazem ideia da sua importância, mas sem ela não se tornam aptos para ingressar na vida social. É um erro comum, especialmente em pessoas e épocas românticas, julgar tudo isso convenção e artifício hipócrita, quando na verdade constitui a civilização do instinto e da espontaneidade por meio do rito e do costume, algo que constitui a base de toda educação e aprendizado humanos. O “naturalismo”, em forma nudista, robinsoniana ou “hippie”, costuma acabar no vulgar, esse “teísmo” sem elegância que não é consciente de sua vulgaridade. As boas maneiras são, em palavras de Kant, aquilo que “transforma a animalidade em humanidade”.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Manter a compostura exige cuidado, tempo, arrumação enfim. Isso demanda atenção, esmero consigo mesmo e com a aparência. Se não quisermos parecer desgrenhados, devemos nos cuidar, cortar as unhas, trocar de roupa, estar atentos, evitar as manchas e os mau cheiros. Perder a compostura é uma forma de perder a dignidade: quem já não se viu no dilema de ter de escolher entre correr para tomar o ônibus ou manter-se com a roupa limpa e sem suor? A pessoa descomposta e descuidada se dispersa, carece da boa autoestima que precisa para remediar os defeitos e falhas da sua condição corpórea e temporal, que nela se introduzem irremediavelmente na forma de desgaste e bagunça. Do contrário, a pessoa composta tem um centro que reúne O disperso, uma regra que mede e ordena, um sossego nascido da posse de si.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">A elegância</span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
A compostura, contudo, limita-se a cuidar para que “não saiamos do tom”. Ainda que sem compostura a elegância seja impossível (e convém não esquecer isso), é preciso algo mais para chegarmos a ser elegantes: ser atraentes, ou ao menos parecer atraentes, desenvolver o gosto e o estilo, alcançar a distinção.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
A maneira mais prática de compreender um pouco do que significa ser elegantes é analisar os requisitos ou conteúdos dessa rara qualidade que todos quiséramos ter. O aspecto mais imediato e obvio é que ser elegante significa ter bom gosto. Mas o que é o bom gosto? Antes de mais nada, como nos ensinam Baltasar Gracián e Gadamer, é uma capacidade de discernimento espiritual que nos leva não apenas a “reconhecer como bela tal ou qual coisa que é efetivamente bela, mas também a ter o olhar posto num todo com o qual tudo o que é belo se conforma”. Trata-se, portanto, da capacidade de afirmar as realidades “provadas” como “bonitas” ou “feias”. Mas só podemos dizer “isso é bonito” ou “isso é feio” se o “isso”, particular e concreto (um vestido, um penteado ou um jardim) se refere a um todo diante do qual o objeto julgado fica “iluminado” e é descoberto como “adequado” ou “inadequado”. O bom gosto é, pois, “um modo de conhecer”, um certo senso da beleza ou feiura das coisas. Não se aplica apenas à natureza ou à arte, mas a todo o âmbito dos costumes, conveniências, condutas e obras humanas, e inclusive às pessoas. Não é inato. Depende do cultivo espiritual, da educação e da sensibilidade que cada um adquiriu. As coisas de “mau gosto” não podem ser de elegantes de modo algum; estão mais para torpes e vergonhosas.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Felizmente, não existe uma regra fixa que determine que é de bom ou mau gosto. O que sabemos é que o bom gosto mantém a mesura, o ordem, até dentro da moda, que leva à excelência, sem seguir cegamente as suas exigências voláteis, mas encontrando nela uma maneira de manter o estilo pessoal.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
A ideia do bom gosto nos leva à segunda nota da elegância: a distinção. O distinto se opõe ao vulgar, ao grosseiro, àquilo que já implica certo desalinho e sujeira. Distinto é aquele que sobressai, que é altivo, senhorial. A pessoa humana tende a mover-se para o alto: gosta de voar, sonhar, subir, livrar-se do peso da matéria e sentir-se etérea e espiritual, desapegada, livre enfim. A distinção situa a pessoa humana acima da vulgaridade e dentro do senhorio. No caso da elegância, a distinção provém do bom gosto, visto que este permite realizar a beleza daquilo que fazemos por compostura.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Quando a pessoa dispõe sua aparência exterior com ordem e bom gosto, está bela. E é essencial entender a presença da beleza na pessoa como uma nota decisiva da elegância. É ela que lhe dá esse ar distinto e espiritual que, por assim dizer, a desmaterializa e eleva. Claro que algumas pessoas têm uma beleza natural, física, que não precisa de cuidados para ser elegante: o seu porte, caminhar, têm já uma forma naturalmente distinta e bem proporcionada, formosa. Tais pessoas, se tiverem bom gosto e forem elegantes, podem chegar a enriquecer a sua já natural beleza até um esplendor que a outros costuma ser vedado devido à sua disposição natural inferior.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
É essencial lembrar que a beleza significa em primeiro lugar harmonia e proporção das partes dentro do todo, sejam as partes do corpo, das roupas, da linguagem ou do comportamento. Além disso, como diz Aristóteles, “não se pode subtrair ou acrescentar nada às obras bem acabadas, pois tanto o excesso quanto a falta destroem a perfeição”. “A feiura – diz Tomás de Aquino comentando essa passagem – é o defeito da forma corporal, e surge quando um membro se mostra com uma forma inadequada (indecente). Pois não se consegue a beleza (a elegância) se todos os membros não estiverem bem proporcionados e adornados”. Isso quer dizer que um defeito já prejudica o conjunto, pois para haver beleza exterior da pessoa, toda a aparência deve ser inteira, acabada e bem proporcionada.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">A inteireza</span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
A inteireza é precisamente a característica daquilo que é bem feito, daquele em que nada sobra ou falta, que está completo e perfeito dentro dos seus limites. A ideia de perfeição sempre fascinou os gregos: o inteiro é perfeito porque, circunscrito e limitado, tem dentro de si o seu télos, sua finalidade, aquilo que lhe dá plenitude. A elegância envolve todo o ser da pessoa, inteira e possuidora da sua plenitude. Assim, se ser elegante significa ser inteiramente belo, não nos podemos limitar somente à aparência. É forçoso incluir tudo aquilo que a pessoa é e manifesta.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Essa é a ideia grega, hoje tão esquecida, de que as ações belas, elegantes, são aquelas que realizamos abandonando o interesse próprio em busca daquilo que é valioso em si, que tem caráter de fim, que uma vez alcançado traz felicidade e perfeição. Esses bens não são como a eloquência ou a boa aparência, arte ou a beleza corporal: são os bens autênticos, que realmente nos importam porque não nos fazem apenas felizes, mas bons. Para os clássicos o belo, pulchrum, é o bom, aquilo que convém ao homem e o aperfeiçoa. Por isso, a pessoa que vive em harmonia consigo própria, se autodomina, empreende a busca do bem mais alto e árduo, bem que constitui um ideal de vida, não é simplesmente boa, mas tem kalokagathia, uma bondade bela, ou uma beleza boa, um comportamento inteiramente sob o seu domínio: esta é a verdadeira elegância, a que deita raízes na alma e a torna mais bela porque põe nela o amor, a virtude e o saber verdadeiros.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
A elegância revela assim a sua dimensão moral, algo que constitui o fundo e o substrato da outra dimensão, corporal e externa: quem não vive em harmonia com os seus sentimentos e as suas tendências, quem não sabe o que quer e não age como deve, quem vive em discórdia consigo próprio e com os outros, quem não conhece a serenidade e a mesura em seus desejos e ações, quem é indiferente à realidade que o rodeia, quem não reproduz dentro de si, na sua vontade, afetos e inteligência, a ordem geral do universo e do ser próprio, é alguém que não pode ser elegante porque não é bom, nem senhor de si. Eis a abrangência da ideia de que a elegância é a presença do belo na pessoa.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<b>Reproduzir em si próprio a beleza geral do universo é a suprema elegância. E isso desperta nos outros entusiasmo e admiração. As atitudes humanas que levam à sua conquista são o respeito, a benevolência, o prestar a atenção ao real e ajudar cada coisa a ser tudo o que pode. O indecente, pelo contrario, é a prepotência, atropelar a realidade para submetê-la a nossos interesses, pisotear a dignidade dos outros.</b></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
A beleza humana não é apenas física, mas também moral. Só que a beleza física, também ela parte da elegância, não é algo simplesmente natural. Estaria incompleta se o vestido, o adorno e a proporção não a completassem. O cenário principal da elegância, a sua matéria por assim dizer, é o embelezamento da compostura. E esse embelezamento pode ser atingido com cumprimento da tarefa ineludível de cuidar de si mesmo: a escolha das roupas, a ornamentação corporal, as maneiras distintas, a “forma bela de expressar os pensamentos”, como diz a definição de elegância no já referido dicionário, o modo de mover-se, a forma e expressão de cada gesto, etc. A elegância está na bela composição de tudo isso. E é neles que se aprende e desenvolve.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">() No Caldas Aulete: “Fineza e graça na escolha de palavras e expressões”.</span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Essa bela composição é o cenário em que outro componente da elegância pode aparecer: a arte e o estilo pessoais, que são a expressão exterior da própria pessoalidade e gosto. Um homem elegante tem “estilo” próprio, sabe dispor as coisas com distinção, cria a seu redor um âmbito cuidado e agradável, embelezado; ao mesmo tempo, deixa transparecer um bom gosto característico naquilo que faz. Por isso, o estilo pessoal é a singularização da aparência, o que distingue a própria figura e a faz inconfundível e de certo modo irrepetível. A “distinção” reside hoje mais neste selo pessoal que pomos na nossa imagem que no caráter aristocrático de superioridade que noutros tempos uma classe social impunha (Daniel Innerarity). A elegância converte-se então num leito por onde corre a expressão da pessoalidade e criatividade de cada um, num desafio à monotonia e à uniformidade.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Devemos acrescentar aqui uma observação que nos poderia levar muito longe: por que o ornato, o adorno, e não apenas a arrumação e a compostura? Adornar é uma necessidade e um costume humano que não corresponde à mania, ou à simples conveniência de tapar o que está nu ou vazio. Tem mais a ver com a ideia de festejar. Todo o adorno tem, com efeito, uma função dupla: é simultaneamente representante e companhia. Acompanha e ajuda a representação festiva. Um vestido de casamento pode servir de exemplo. Trata-se de um vestido extraordinário, superabundante, luxuoso até, simbólico. Opera uma transformação na noiva. E a acompanha, a reveste de uma atmosfera solene e festiva ao mesmo tempo em que significa e realiza a sua condição nupcial. Nota-se aqui como o adorno, o adereço externo, cumpre essa dupla função de acompanhar e significar aquilo que a situação pede. Ocasiões desse tipo têm exigências e conveniências que o ornato e a figura da pessoa devem refletir, preceder e acompanhar. Pois bem: a elegância preside esse “estar à altura” que acontece nas ocasiões festivas como adorno e compostura da pessoa.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Toda a imensa capacidade humana de adornar (braceletes, anéis, colares, pinturas, telas, trajes e utensílios de festa) está a serviço da representação que torna visível e presente aquilo que não é imediatamente presente: o júbilo, a dignidade, a veneração, a gratidão, a lembrança e a comemoração… A elegância encontra o seu âmbito mais pleno na festa e nas ações representativas e simbólicas que se dão nela de modo natural. Nas festas, as pessoas parecem diferentes, transformam-se, ficam belas e elegantes, põe-se à altura do acontecimento, e sua capacidade criadora tem então ocasião de brilhar e de transbordar.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<b>E é neste ponto que surge o perigo de confundir elegância com simples aparência. É preciso ter em mente a última característica da elegância: ela só é verdadeira quando não vem acompanhada de afetação e fingimento, mas expressa-se com espontaneidade e autenticidade.</b> Isso se chama naturalidade, mostrar-nos como somos, de modo que aquilo que aparece corresponda ao fundo e à interioridade verdadeiras. Naturalidade não é pura espontaneidade, mas também mesura, moderação, ausência de demasia, pois o excesso destrói a elegância, desconjunta as coisas e os gestos. A verdadeira beleza é sempre portadora de naturalidade. Atuar espontânea e moderadamente, com gosto e estilo pessoais que mostram na pessoa uma beleza possuída desde o interior de si mesmo: isso é ser elegante.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Em todo isso os outros são importantes. Olhar para o espelho, esse dono da nossa estima, ou sentir-nos olhados, é um apelo à nossa beleza, a ser elegantes e atraentes para merecer a estima e o reconhecimento próprio e alheio. Quem ama sua dignidade cuida da sua elegância. E assim, o cuidado da própria aparência acrescenta à pessoa o quê de beleza que a faz amável e atraente. É uma preparação para o encontro com os outros, uma busca pela nobreza humana do conviver, a criação de um âmbito que está para além da pura utilidade: a apresentação alegre e festiva da pessoa. <b>Ser elegantes consiste em saber encontrar sempre motivos para expressar a alegria por meio do adorno.</b></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Nada foi ainda dito sobre criação de elegância. Costuma dar-se por meio de modelos (aqui em sentido estrito) que encarnam visivelmente o cânon da beleza corporal vigente em cada momento, e o estilo que se faz moda e referência. Todo ele é socialmente necessário e hoje, como tudo, é realizado de modo profissional e empresarial. A imagem do modelo ou da modelo é muitas vezes multiplicada nos meios de telecomunicação. Mas depois, como acontece com os atores e atrizes, o modelo é instado a falar, a mostrar algo mais que um rosto ou uma roupa. Não pode virar um fetiche: deve possuir de verdade a sua própria imagem, ser além da sua aparência.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<b>Quem adora o fetiche quererá repetir em si uma elegância mecânica e imitada, carente de respeito pelo que um homem ou uma mulher é. O importante é que a elegância não seja apenas uma imitação exterior, mas a expressão de um mundo autenticamente pessoal.</b></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 1.6rem; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Era isso o que queria dizer, amigo leitor. Se o homem fala, não apenas com as suas palavras, mas também com a sua expressão, com o seu gesto, com a sua figura, dizer as coisas belamente não é apenas bom, mas desejável. Ao fazê-lo dignificamo-nos como pessoas e elevamos ao nível do verdadeiramente humano a comunidade de vida que temos com os outros.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; padding-bottom: 0px; text-align: right; word-wrap: break-word;">
<em style="box-sizing: border-box;">Ricardo Yepes Stork</em></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; padding-bottom: 0px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<em style="box-sizing: border-box;"><br /></em></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; padding-bottom: 0px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<em style="box-sizing: border-box;">(grifo nosso)</em></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-65706433376800958532017-06-06T03:52:00.000-07:002017-06-06T03:52:09.781-07:00Beato Bártolo Maria Longo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixWnZxobJSnmx59UNBBrTITeTLYYRLLjyRuWjL9HWndMoGsH5-63_MLJtv5wCWdjRJhrOQLo-gLuT1m-SsDqIbTnrN6YavHGhRHo0yLFdj01o-uyrP5BjsppDdRsG4MD3MGHaCoT1_mOQ/s1600/bartolo2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="263" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixWnZxobJSnmx59UNBBrTITeTLYYRLLjyRuWjL9HWndMoGsH5-63_MLJtv5wCWdjRJhrOQLo-gLuT1m-SsDqIbTnrN6YavHGhRHo0yLFdj01o-uyrP5BjsppDdRsG4MD3MGHaCoT1_mOQ/s400/bartolo2.jpg" width="231" /></a></div>
Bacharel em Direito. Edificou o Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Pompéia em 1876<br />
Foi Beatificado por João Paulo II em 26 de Outubro de 1980.<br />
O Papa João Paulo II o cita muitas vezes em sua Encíclica sobre o Rosário: Rosarium Virginis Mariae<br />
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Bartolo Longo nasceu em Latiano, nas proximidades de Brindisi, localizada no sul da Itália, em 10 de Fevereiro de 1841. Seus pais foram Bartolomeu (médico) e Antonia Luparelli (filha de um magistrado). Desde criança manifesta-se muito engenhoso, vivo e de caráter ardente. Aos seis anos foi levado a um internato dos Padres Escolapios, em Francavilla Fontana. Ali realizou os estudos primários e secundários (11 anos). O resto de seus estudos foram realizados em Lecce e Nápoles. Aqui termina seus estudos de direito em 1864, aos 23 anos. Era de temperamento passional, sua estrutura o conduzia ao céu ou ao inferno; jamais a um lugar intermediário. Era elegante, bom moço e inteligente.<br />
<br />
Na Universidade segue a moda anticristã da época e dedica-se à política, às superstições e ao espiritismo: chegou a ser "medium" de primeiro grau e sacerdote espírita. Foi seu tempo de alienação juvenil, de busca desenfreada. O estudo, as diversões, a música (tocava piano) e os amigos preenchiam seus dias. Não sobrava tempo para a oração. E Deus foi desaparecendo dia após dia. Por outro lado, a filosofia de Hegel e o racionalismo de Renan o tinham totalmente preso. Começou a odiar a igreja, organizando conferências contra ela e louvando aos que criticavam o clero.<br />
<br />
Esta experiência serviu-lhe paradoxalmente de degrau para redescobrir a fé definitivamente. Neste processo, foram instrumentos de Deus especialmente duas pessoas: um professor amigo (Vincenzo Pepe) e um sacerdote dominicano (o Padre Alberto Radente).<br />
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Sua conversão, ocorrida no dia do Sagrado Coração de Jesus de 1865, na igreja do Rosário de Nápoles, o levou a tomar decisões radicais: abandonou a vida mundana e dedicou-se a obras de caridade e ao estudo da religião. Renunciando inclusive a propostas muito vantajosas para a vida matrimonial.<br />
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Deus quis escolher este homem pecador como instrumento para propagar sua glória com a construção de um santuário dedicado à Santíssima Virgem Maria, que mais tarde será chamado Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Pompéia. Ali outros pecadores iriam encontrar perdão e paz.<br />
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Em 1872 radica-se em Pompéia por motivos profissionais: a condessa De Fusco confiou-lhe a administração de suas propriedades. Ficou profundamente impressionado com a miséria humana e religiosa dos pobres camponeses. A partir de uma inspiração especial decide se dedicar ao catecismo e à difusão do Santo Rosário.<br />
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Em 1876, por sugestão do Bispo de Nola, inicia a "campanha de um 'salário mensal'" para construir um templo em Pompéia. Como resultado da cooperação humana e da intercessão prodigiosa de Maria surge um formoso Santuário. E em torno a esta construção nasce uma cidade mariana, enriquecida com numerosos institutos de caridade.<br />
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<a name='more'></a><br /><br />
O "milagre de Pompéia" é produto de cinqüenta anos de trabalho incansável, fervoroso e inteligente. Milhares de crianças abandonadas receberam ajuda, um lar. Milhares de pessoas se reuniram em oração, graças aos escritos de São Bartolo Longo. Milhões de peregrinos visitaram a Virgem em seu novo Santuário.<br />
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Em 1885, seguindo os conselhos de amigos e superiores, São Bartolo Longo contrai matrimônio com a condessa De Fusco, que assim se torna sua colaboradora fiel e generosa. Em 9 de Fevereiro de 1924 morre Mariana De Fusco aos 88 anos de idade, seguindo o santo italiano, dois anos depois, em 5 Outubro de 1926.<br />
<br />
Em 1934 tem inicia o processo canônico para a beatificação; em 1947 Roma emite o decreto de introdução da causa do Servo de Deus; e em 26 de Outubro de 1980 João Paulo II o proclama Beato. "podemos dizer sem exagerar -afirma o Papa nessa oportunidade- que toda sua vida foi um serviço permanente à Igreja, em nome de Maria e por amor a Ela... O Rosário em suas mãos, também diz algo a nós, cristãos do Século. XX: "Oxalá volte a despertar sua confiança na Santíssima. Virgem do Rosário... Santa, venerada Mãe, trago-te todas minhas preocupações, em ti deposito toda minha confiança, toda minha esperança!".<br />
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<b>Seu espírito </b><br />
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Gabriel de Rosa, Professor da Universidade de Roma e Diretor do Centro de estudos de história do "Mezzogiorno" (região central da Itália), considera que São Bartolo Longo foi um verdadeiro precursor da influência dos leigos na Igreja. "Sua construção -Santuário, Confraternidade, nova cidade- foi a resposta mais robusta e solene que um leigo católico poderia dar à cultura filantrópica da época ...". "Figura indubitavelmente excepcional de leigo católico, que não se deixou distrair pela grandiosidade de suas tarefas, pelo clamor, o consenso que estas suscitavam, e cujas resistências às insídias e aos ricos do mundo alimentou constantemente com exemplos nascidos de sua própria espiritualidade".<br />
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Um traço marcante de sua personalidade foi seu profundo amor fiel à Mãe de Deus. Talvez este aspecto possa ser considerado como ponto de partida e fonte de sua fecundidade apostólica. Pelas inúmeras graças recebidas, que ele atribui todas a Maria, sente o irresistível desejo de corresponder "amando-a e louvando-a, e fazer com que o os outros a amem e a louvem".<br />
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Consagrou toda sua vida a seu serviço e à difusão de seu culto, especialmente o Santo Rosário. Começou fundando uma Fraternidade do Rosário, erigindo um simples altar onde reunia os camponeses, os instruía e lhes ensinava a rezar o rosário. Como viu que Deus abençoava o lugar em abundância, ocorreu-lhe a idéia de construir ali um templo à Santíssima Virgem, que atraía muitos fiéis. "Nem eu poderia deter os desígnios do Senhor, quando me vi no meio de tantos prodígios insólitos, que não sabia nem podia explicar racionalmente... Não vi melhor caminho senão continuar o que a Providência por si só estava fazendo".<br />
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O santo italiano chega a Pompéia em 10 de Outubro de 1872. Nesse mesmo mês teve uma experiência espiritual extraordinária: saiu para passear pelos arredores, e em um lugar denominado Arpaia (onde atualmente existe uma pequena placa em memória), envolto em um profundo silêncio, absolutamente sozinho, lembra as palavras de seu confessor, o Pe. Alberto Radente: "Se quiseres salvar-te, propaga o Rosário. É promessa de Maria".<br />
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São Bartolo Longo, transportado interiormente, levanta o rosto e as mãos aos céus e grita a Maria: "Se é verdade que tu prometeste a Santo Domingo que quem propagar o Rosário se salva, eu me salvarei, porque não sairei desta terra de Pompéia sem ter propagado aqui teu Rosário". Nesse momento soou longe um sino, era a hora do Ângelus do meio-dia. O santo se prostrou, orou e chorou. Esse sinal foi para ele a resposta esperada.<br />
Pompéia era então um lugar abandonado e ignorado. Ainda não tinham sido feitas escavações realmente científicas das ruínas da Pompéia pagã. A região era temida pelos passantes, dado que ali se escondiam ladrões e malfeitores.<br />
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Quando São Bartolo chegou pela primeira vez, foi escoltado da estação até a casa por dois homens armados com fuzil. Não havia polícia no lugar. A única coisa importante era uma pequena igreja em muito mau estado. Conhecendo o que posteriormente surgiu ali, cabe a frase latina "Opera Dei ex nihilo". Deus cria sempre do nada. O simples altar iria se transformar posteriormente em um célebre Santuário, que logo adquiriu caráter internacional; posto imediatamente sob jurisdição do Papa, torna-se Basílica Pontifícia ( no final do século XIX).<br />
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São Bartolo Longo organiza a primeira festa do Rosário no Vale de Pompéia, no ano seguinte após sua chegada a essas terras (Out. 1873). Havia visto a pobreza em que viviam o povoado da região e quis fazer algo por eles. Por isso, começou a visitá-los, percebendo sua profunda piedade e a respeito dos mortos (sua fé na imortalidade), viu que este eram enterrado sem orações e miseravelmente. Então, pensou que devia começar por ali e ocorreu-lhe fazer uma grande rifa de oitocentos prêmios: rosários, medalhas, fotos da Virgem do Rosário e centenas de crucifixos. Através destes prêmios Maria e Jesus entraram nessas pobres casas.<br />
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Com uma Fraternidade do Rosário, prestaria assistência e remédio aos doentes, ajudar a casar os jovens pobres e dar sepultura aos mortos acompanhando-os e recitando o Rosário. Conseguiu em Nápoles tudo o que era necessário (algumas senhoras pias), preparou fogos artificiais, jogos e uma banda de músicos; elementos muito típicos de uma festa patronal.<br />
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A missa cantada por um Pároco seria o central, e uma pregação sobre o Santo Rosário, a cargo de seu amigo e confessor, o dominicano Padre Alberto Radente.<br />
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Como no povoado não se venerava nenhuma imagem, expôs uma da Virgem do Rosário para veneração pública e assim esperou a manhã do terceiro domingo de Outubro.<br />
<br />
chegou o tão esperado domingo, mas com ele uma chuva torrencial. Não houve festa. "Começamos mal-pensou são Bartolo-, parece que não agradou à Senhora o que fiz". Mas então reagiu: "Da minha parte não devo fazer outra coisa além de propagar o Rosário. Veremos se a Senhora mantém a promessa feita a Santo Domingo...".<br />
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É sabido que o santo italiano não escreveu nenhum tratado sistemático de mariologia. Não existe uma "mariologia de B. Longo", mas sim toda uma catequese, uma devoção e espiritualidade de índole popular. Ali Maria é apresentada não como uma simples personagem do passado, mas como uma pessoa atualmente ativa, viva, dotada de sentimentos, forte e ao mesmo tempo maternal: "A Súplica diz 'augusta, bendita, boa, querida, coroada, onipotente pela graça ' e a invoca como "Rainha da paz e do perdão, Mãe dos pescadores, nossa advogada nossa esperança...". Maria é para B. Longo o que ele experimentou em sua vida: uma força salvífica, uma protagonista no plano de Deus, uma realidade que atua na história. Em sintonia com a piedade popular, são Bartolo exprime esta realidade vivente de Maria descrevendo os membros de seu corpo... as mãos, os olhos, os braços, o coração... Como pessoa "viva Maria age, salva, ilumina, perdoa".<br />
<br />
Com extraordinária visão pastoral, São Bartolo percebeu no ano seguinte que, festa, pregação, rifa, etc. eram como nuvem que passa... MAs, como induzir as pessoas ao amor e à fraternidade? Teve a idéia de fazer uma missão. E a missão se realizou no final de 1875: "todos se reconciliaram com Deus e entre si, se aderiram à Fraternidade do Rosário" (fundada propriamente em 13.11. 1876).<br />
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Em uma página de "I Quindici Sabati" (Quinze Sábados) São Bartolo Longo exprime com simplicidade um método de pastoral popular, da chamada mariologia tipológica: "... como dois amigos que andam juntos freqüentemente chegam a se parecer até mesmo nos seus costumes, assim nós, conversando familiarmente com Jesus Cristo e com a Virgem, ao meditar os mistérios do Rosário e formando juntos uma mesma vida na comunhão, podemos chegar a nos parecer com eles, o quanto a baixeza humana nos permita, e aprender... a vida humilde, pobre,... paciente e perfeita". O povo imita a pessoa que ama.<br />
<br />
Nesse mesmo a no chega pela primeira vez a Pompéia o bispo de Nola, para dar a Confirmação no final da missão. B. Longo expressa seu desejo de construir um pequeno altar em honra à Virgem do Rosário, ao que o Bispo respondeu: "Eu proponho que façamos, em vez de um altar, uma igreja". E no telhado da casa da Condessa de Fusco, disse: "Aquele é lugar onde deve ser edificado o templo em Pompéia". Quinze anos depois o templo estava construído, inconcluso ainda, mas já consagrado. Posteriormente o Papa Leão XIII o declarou patrimônio pontifício (1894).<br />
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Longo afirma que Pompéia é obra de Deus e não do homem. Ele pessoalmente jamais teria construído tal Santuário sem a palavra autorizada do Bispo e o apoio incessante de Maria Santíssima.<br />
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<b>E a imagem da graça? </b><br />
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Foi um presente do Padre Alberto Radente, que a comprou de um vendedor de rua por apenas 3,40 Liras. Estava abandonada em um convento de freiras da Terceira Ordem de Santo Domingo, em Nápoles. Quando Bartolo Longo chegou na manhã do dia 13 de Novembro de 1875 quase desesperado (porque no dia seguinte terminaria a missão e a imagem deveria se apresentada ao povo), em busca de um quadro pintado à óleo, a Providência saiu na frente: estava a ponto de comprar um pequeno por 400 Liras, quando inesperadamente encontra-se com o Pe Radente na praça, que ao saber da procura, lhe oferece o seu.<br />
<br />
Apesar de não ser do gosto de São Bartolo Longo, mas pressionado pelas circunstâncias e por insistência da religiosa que o guardava, sem saber o que fazer com ele, o colocou em um carro e o enviou a Pompéia (isto nos lembra muitas das histórias e lendas sul-americanas de imagens de Maria transportadas em carros aos seus atuais centros de veneração).<br />
<br />
A simplicidade deste início humilde contrasta com a magnitude dos frutos sobrenaturais do lugar santo, tendo atravessado imensas dificuldades até chegar a seu desenvolvimento pleno.<br />
<br />
Isto pode ser sinal de uma correta interpretação da vontade de Deus, eu dessa maneira quis "beijar essa terra" para consagrá-la ao serviço dos homens. Deus renova assim originalmente seu pacto salvífico com os homens em um lugar e tempo determinado, através de instrumentos simples escolhidos por Ele. Já na época de Bartolo Longo esta imagem atraiu milhares de peregrinos de todas as partes: Madri, Liverpool, Coblenza, Bruxelas, Varsóvia, Viena, Suíça, África, Oceania, e toda a Itália.<br />
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A primeira graça ocorre em Nápoles, no palácio da rua Tribunali n° 62. Uma jovem sofria de epilepsia com fortíssimas convulsões que se repetiam a cada três ou quatro dias. Através da Condessa de Fusco ficaram sabendo os familiares da igreja em construção dedicada à Virgem do Rosário e do que Deus já vinha fazendo no Vale. A tia da jovem promete uma peregrinação a Pompéia e sua colaboração na obra, se a sobrinha ficasse curada. A menina ficou totalmente curada e livre para sempre do mal que a acometia, a partir do dia 13 de Fevereiro de 1876. Dois médicos, que assistiam a jovem, foram testemunhas o ocorrido.<br />
<br />
A este primeiro acontecimento de graça sucederam vários outros com o correr do tempo. Em 18 de Julho de 1914 acontece na Alemanha um fato, que somado a outros, daria origem a um grande Movimento Internacional Schönstatt. Seu Fundador, o Pe. José Kentenich (1885-1968) lê nesse dia um artigo de Cyprian Froehlich publicado em Die allgemeine Rundschau (num. 19, 521 ss) sobre são Bartolo Longo e sua criação predileta: o Santuário de Pompéia. J. Kentenich interpretou este fato como um sinal da Providência e meditou longamente sobre ele: Não poderia acontecer algo semelhante também em Schönstatt (Valendar)? Ele queria depositar toda a responsabilidade da formação dos jovens seminaristas nas mãos de Maria. Era então Diretor Espiritual do Seminário Menor dos PP. Palotinos. Os sinais do tempo, especialmente a segunda guerra mundial, exigiam deles (seminaristas e superiores) o máximo: a santidade. Não estaria nos planos de Deus - perguntava-se- que Maria, tal como havia ocorrido em Pompéia, fosse atraída à pequena capela de São Miguel, do vale de Schönstatt, para estabelecer ali seu trono de graça e mostrar-se como educadora, fazendo milagres de transformação interior? Três meses depois nasce Schönstatt, hoje difundido na Europa, Ásia, África, América e Austrália. É norma da Providência Divina valer-se do pequeno e insignificante para realizar grandes obras na história da salvação. A experiência de Pompéia serviu de inspiração e uma capela abandonada tornou-se logo um lugar de peregrinação.<br />
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Em 15 de Agosto de 1877 sai à luz o primeiro devocionário "I Quindici Sabati" (Os Quinze Sábados). A um século de distância (1981) é publicada a 75a edição, com 745.000 exemplares. Bartolo Longo não imaginava que esta obra sua teria tanta penetração popular.<br />
<br />
A "devoção dos Quinze Sábados" consiste em prometer a Deus a oração por 15 sábados consecutivos, em memória dos 15 mistérios do Rosário, a fim de honrar a Santíssima Virgem e obter por sua mediação alguma graça especial.<br />
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Esta devoção baseia-se em uma experiência francesa semelhante; tem uma dinâmica própria muito acertada: a) a perfeita devoção a Maria é a imitação de suas virtudes; b) para isso se medita sua vida, por ordem, um mistério em cada sábado; c) procura-se conformar a própria ação ao conteúdo de cada mistério, e assim; d) busca-se santificar todo o dia. Com esta prática São Bartolo buscou unir contemplação e ação. O ponto chave está na meditação dos mistérios. Pretende-se assim evitar a repetição mecânica das Ave-marias. Pode-se rezar em qualquer tempo, mas especialmente antes da festa do Rosário (1o domingo de Out.) e antes de 8 de Maio, festa da Virgem de Pompéia.<br />
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Aplica-se o seguinte esquema: uma meditação (que sempre consta de três partes) sobre o mistério correspondente (ex. primeiro mistério gozoso, a Anunciação a Maria, Lc 1,26-55); é ressaltada a virtude de Maria (ex. a humildade); recomenda-se um propósito na mesma linha; segue então uma jaculatória a ser repetida durante o dia e poder assim lembrar o propósito. Em seguida propõe-se algumas orações à Virgem de Pompéia e à Virgem e a Jesus, para antes e depois da comunhão. Inclui-se alguns exemplos de santos que encarnavam especialmente a virtude meditada no dia. Finalmente narram-se breves histórias de graças concedidas pela Virgem do Rosário de Pompéia.<br />
<br />
O devocionário "Os quinze sábados" contém também um apêndice com várias orações (Missa com Maria Santíssima, o Rosário de forma breve, Novena à Virgem do Rosário, orações a Santo Domingo e a Santa Catarina de Siena, Súplica à Rainha do Santo Rosário de Pompéia e uma oração final dedicada a São Bartolo Longo).<br />
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Como todos os fundadores da Igreja, Bartolo Longo não pôde se eximir das provações, que Deus quis enviar-lhe para forjar nele um verdadeiro espírito de fundador e para purificá-lo de critérios muito humanos em seu agir.<br />
<br />
Em uma primeira época da construção da igreja, dada a necessidade material para cobrir os custos, B. Longo viu-se obrigado a recorrer à nobreza napolitana. A dependência era considerável, por ser praticamente a única fonte de entrada.<br />
<br />
Em Maio de 1877 deu-se um primeiro fato purificador que lhe ocasionou muitas dores de cabeça: aparece no cenário de Pompéia um fenômeno, a "Virgem Libertadora das Pragas" (Madonna liberatrice dai flagelli), simplesmente conhecida como "Madonna dei Flagelli", abandonada em uma capelinha de uma vila chamada Boscoreale, da Diocese de Nola, a 4 Km. de Pompéia. Supostamente esta Madonna, segundo comentários do povo, teria feito um estrondoso milagre. A notícia correu de boca em boca, como é costume popular. E rapidamente começaram a aparecer milhares de peregrinos com velas e dinheiro para a "Madonna dei Flagelli". Estas caravanas de peregrinos passavam por Pompéia sem se interessar pelo novo templo em construção e diante dos olhos de Bartolo Longo, completamente confundido.<br />
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Como se isto fosse pouco, quando ia fazer sua costumeira coleta batendo na porta dos nobres de Nápoles, alguns lhe perguntavam: O senhor vai para Pompéia? Por favor, leve isto (e tiravam suas jóias: colares, braceletes, anéis, etc.) à "Madonna dei Flagelli"; ela me deu uma graça especial.<br />
<br />
Como se isto ainda fosse pouco, o Bispo de Nola (Dom Formisano) protestou que tivesse mais saídas que entradas na construção, desentendeu-se da obra deixando apenas São Bartolo, e... como cúmulo, escreve uma carta pastoral ao clero e ao povo de sua Diocese para motivá-los a fazer doações para uma nova igreja dedicada à "Madonna dei Flagelli" de Boscoreale.<br />
<br />
Estocada profunda no coração de Bartolo Longo, que não esmorece em seu espírito de fundador. Como homem de Deus tira proveito dessas provações. Anos depois escreve estas recomendações a todas aquelas pessoas chamadas por Deus a salvar almas, a construir igrejas, a fundar ordens, comunidades religiosas e obras de caridade: "Não se desanimem diante das primeiras dificuldades e não deixem a obra de Deus por causa de mortificações e contrariedade que, com toda certeza, virão da parte dos homens e do demônio. Continuem confiando sempre no socorro divino, tendo como lema, que quanto mais aceita seja a obra de Deus, tanto maior serão as oposições e as tentações que devem ser suportadas, mas que no final o Senhor triunfará".<br />
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<b>As obras de Pompéia </b><br />
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Os institutos em Pompéia são, por assim dizer, a coroa do Santuário de Pompéia. O amor a Maria se expressa no amor aos homens. A fé se projeta em obras. "A Virgem não quer em vocês a fé sem obra de caridade... Neste sentido pensamos completar cada ato de fé nossa com uma obra de caridade... Isto é, podemos dizer, a batida mais íntima de nosso coração".<br />
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Fé e caridade integram-se e iluminam-se; são para Bartolo Longo um binômio indissolúvel: "As obras da fé foram sempre uma inspiração para obras de caridade, e as obras de caridade, por sua vez, foram sempre prelúdio de novas manifestações de religião e de culto".<br />
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O foco predileto das obras de Pompéia são as crianças e jovens, órfãos e filhos de encarcerados. Não há limite de permanência nos Institutos. Uma administração central que distribui eqüitativamente as ofertas do Santuário (única fonte de entrada) se encarrega do mantenimento.<br />
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Antes de enumerar as obras de Pompéia, sintetizamos os pontos ressaltantes do projeto de promoção humana de Bartolo Longo:<br />
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§ A fonte: "A caridade de Cristo, que é fogo vivo, busca expandir-se sobre a terra e não tem horizontes".<br />
§ A Mediadora: "A Rainha da Misericórdia... que introduziu em meu coração a santa resolução de unir ao culto a beneficência".<br />
§ Humilde realismo: "Um voto secreto da alma, que fazia tempo guardávamos zelosamente no coração com uma perplexidade, às vezes dolorosa, que nasce do ardente desejo de realizá-lo, e da evidente insuficiência, e, diria quase, impossibilidade dos meios ...".<br />
§ Os destinatários: "As crianças mais abandonadas (filhos de presos)... que vivem em condições piores que dos órfãos... que carregam sem culpa a marca da infâmia... sem educação e sem freio... que em pouco tempo irão para o vício e depois para o crime".<br />
§ A finalidade: "A educação moral e civil dos filhos de encarcerados".<br />
§ A idéia central: Os positivistas afirmam que estas crianças nascem e estão fatalmente destinadas a percorrer (como seus pais) o caminho da delinqüência, que nenhuma prevenção, nenhuma educação pode tirá-las desse trágico fim. A isto São Bartolo Longo responde: "Nós não acreditávamos na onipotência do mal; acreditamos sim na força redentora do bem e na eficácia renovadora da educação".<br />
§ A novidade: "Esta é uma obra cristã totalmente nova... que não existe na França, nem na Bélgica nem em outras nações católicas. A Itália seria a primeira a possuí-la".<br />
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São Bartolo Longo ressalta quatro meios pedagógicos na formação da infância e da juventude, que se enquadram a um fim moral e espiritual:<br />
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§ O trabalho: "O trabalho, segundo nossa escola, é essencialmente educador: refreia o instinto relaxado, educa à paciência, à obediência, ao respeito aos superiores e à autoridade; emancipa o homem da escravidão e do servilismo; faz com que o homem seja verdadeiramente livre". "Concordo com que o mero trabalho não seja meio que possa educar: eu associo o trabalho com a oração; elevo o trabalho a oração". "Além disso, o trabalho é fonte de bem-estar social: suprime a praga social da mendicidade; a família do homem que trabalha é honesta; ao contrário do homem que não trabalha se acomoda no ócio, e o ócio é pai dos vícios. O trabalho é causa de economia doméstica; é fonte de paz e de união no lar. O trabalho enobrece o homem".<br />
§ O estudo: não tanto como adorno intelectual, "para instruir mentalmente, mas para harmonizar a cultura da mente com a do coração, o sentimento do dever e a lei do trabalho; tudo sustentado e vivificado pela religião ...".<br />
§ A música: "Em meu método educativo é momento muito importante coordenar a fadiga..., ou o exercício da arte mecânica com o estudo da música, ou com o estudo de instrumentos musicais... Em geral a música é para mim um elemento dos mais relevantes para a educação desta classe de crianças".<br />
§ A educação física: coordenada com as outras atividades.<br />
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Isto constitui o núcleo de toda sua concepção educativa. Mas como elemento essencial de sua pedagogia permanece a caridade, o amor nobre, puro, divino. Como em toda a tradição cristã, insiste no encontro de duas vontades livre, unidade em um amor recíproco e em um amor comum a Cristo: "Ama teu educador, porque ao te educar ele te ama, e porque representa a pessoas de Jesus Cristo. Ama, instrui e salva o pobre e o abandonado, porque representa a pessoa de Jesus Cristo ".<br />
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Sob esta perspectiva devem ser contempladas as obras de Pompéia, que passamos a enumerá-las em ordem de aparição.<br />
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1 - A revista "Il Rosario e la Nuova Pompei", fundada por B. Longo em 1884. Na primeira página afirma o seguinte: É um obséquio de B. Longo aos devotos da Virgem do Rosário de Pompéia, aos amigos e mantenedores de suas obras. É o órgão formativo e informativo do Santuário.<br />
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2 - O Orfanato Feminino. É o primeiro dos institutos de beneficência surgido à sombra do Santuário. Sua data de fundação (8.V.1887) coincide com a primeira coroação da Virgem do Rosário. Por uma inspiração sobrenatural, B. Longo decidiu criar ao lado do monumento à fé (o Santuário) um monumento à caridade: nesse dia acolheu à primeira órfã.<br />
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3 - O Instituto Masculino de B. Longo. Acolhe a uns 300 jovens, sob a orientação dos Irmãos da Escola Cristã. Sua origem se remota ao ano de 1891.<br />
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4 - As "Irmãs Filhas do Rosário de Pompéia". Fundadas por B. Longo em 1897, segundo as regras da Terceira Ordem de Sto. Domingo, para dedicar-se ao cuidado das crianças e as jovens. É um dos poucos casos na história da Igreja, onde leigo torna-se fundador de uma comunidade religiosa. São atualmente mais de 100.<br />
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5 - O Instituto Feminino "Sagrado Coração". É a última promessa do Beato B. Longo convertida em realidade. Data do ano 1922.<br />
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6 - O Seminário "Bartolo Longo". Ali se formam os futuros sacerdotes para a assistência religiosa de milhões de peregrinos e a formação cristã dos alunos dos diversos Institutos. Surgiu em 1949.<br />
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7 - A Fundação "Mariana De Fusco-Longo". Leva o nome da esposa de B. Longo e foi inaugurada em 1965. Seu objetivo é acolher mulheres que decidem viver em Pompéia os últimos anos de sua existência.<br />
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Carisma de Pompéia<br />
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Sem lugar a dúvidas tem uma dupla vertente: o culto a Maria e as obras de misericórdia, intimamente unidos.<br />
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A primeira coisa que expressa, principalmente, na devoção do Rosário, não como oração qualquer, sem como fundamento da busca particular do homem da intercessão da Mãe de Deus. Isso traz consigo a conversão, o espírito de oração e as obras de caridade.<br />
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Sobre as obras de misericórdia, pareciam ser o mais típico de Pompéia. Não existe praticamente algo semelhante em outros centros europeus de peregrinação. O binômio fé e caridade, culto e misericórdia, é carisma específico transmitido por São Bartolo Longo e que, para bem de tantos homens, perdura em Pompéia.<br />
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<b>Fonte: www.santuario.it </b><br />
<b>Página Oficial do Santuário de Pompéia, Itália.</b>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-78169588001040118752017-06-06T03:27:00.001-07:002017-06-06T03:28:33.982-07:00 A castidade conjugal<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkcAfmhEbu8lIjKSguiww9yCCOKiIX-bIsWdGHL3VO6b8Y_Np1DfyO9SD8DV85F6NBnGKvaD1YWOhcU8fZCRr6ofpnTnqJoE5Zgwkgt1sGT_k78Za-MS8o0-Kq_YIuk_-tXqUbl8d6gqM/s1600/7a55ca2aeafedc85ec41505d1cdee0c0.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="546" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkcAfmhEbu8lIjKSguiww9yCCOKiIX-bIsWdGHL3VO6b8Y_Np1DfyO9SD8DV85F6NBnGKvaD1YWOhcU8fZCRr6ofpnTnqJoE5Zgwkgt1sGT_k78Za-MS8o0-Kq_YIuk_-tXqUbl8d6gqM/s400/7a55ca2aeafedc85ec41505d1cdee0c0.jpg" width="302" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
Caros esposos, acabaste de vos unir pelas santas promessas, que acarretam novos e graves deveres, e eis que agora vos apresentais diante do Pai comum de todos os fiéis, para lhe ouvir as exortações e receber a bênção.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Pedimos-vos hoje que olheis para a Santíssima Virgem Maria, cujo título de Imaculada Conceição a Igreja celebrará depois de amanhã. Esse título afetuoso, que preludia todas as outras glórias de Maria, é um privilégio único, a ponto de Ela utilizá-lo para se identificar: 'Eu sou, disse ela à Santa Bernadete na gruta de Massabielle, eu sou a Imaculada Conceição.'</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Uma alma imaculada! Quem dentre vós, ao menos nos melhores momentos, não desejou ter uma? Quem não ama o que é puro e imaculado? Quem não admira a brancura dos lírios refletidos no espelho de um lago límpido, ou os cumes nevada que refletem o azul do firmamento? Quem não inveja a alma cândida de Inês, de Luiz Gonzaga, ou de Teresinha do Menino Jesus?</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
O homem e a mulher eram imaculados quando saíram das mãos criadoras de Deus. Manchados depois pelo pecado, tiveram de começar, pelo sacrifício expiatório das vítimas sem mancha, a obra de purificação a que somente 'o preciosíssimo sangue de Cristo, o do Cordeiro imaculado e sem contaminação' (I Pd 1, 19) concedeu a eficácia redentora. E Jesus Cristo, para continuar a Sua obra, quis que a Igreja, a Sua Esposa Mística, fosse 'sem mácula, nem ruga... mas santa e imaculada' (Ef 5, 27). Caros esposos, esse é precisamente o modelo que o grande Apóstolo vos propõe: 'Maridos amai a vossas esposas, como também Cristo amou a Igreja' (Ef 5, 25), pois o que enobrece o sacramento do matrimônio é a relação existente entre ele e a união de Cristo com a Igreja (cf. Ef 3, 32).</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Talvez penseis que a idéia de uma pureza sem mancha se adequa exclusivamente à virgindade, ideal sublime ao qual Deus não convida a todos os cristãos, mas tão somente a almas de elite. Vós conheceis algumas dessas almas, mas apesar de admirá-las, decidistes que a vossa vocação era outra. Sem se inclinar ao extremo da renúncia total dos gozos terrenos, vós, ao seguir a via ordinária dos mandamentos, desejais ver ao vosso redor uma gloriosa coroa de filhos, fruto da vossa união. E, todavia, o estado do matrimônio que Deus desejou para os homens em geral pode e deve ser puro e sem mancha.<br />
<a name='more'></a></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Quem cumpre fiel e diligentemente os deveres de estado é imaculado diante de Deus. Deus não chama todos os seus filhos ao estado de perfeição, mas os convida todos a perfeição do próprio estado. 'Sede, pois, perfeitos, dizia Jesus, como também vosso Pai celestial é perfeito' (Mt 5, 48). Vós já conheceis os deveres da castidade conjugal, que exigem uma grande coragem, às vezes heróica, e uma confiança filial na Providência; mas a graça do sacramento vos foi dada precisamente para enfrentar tais deveres. Não vos desvieis por causa dos pretextos hoje em voga, nem por causa dos exemplos que, infelizmente, são corriqueiros.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Escutai de preferência os conselhos do anjo Rafael ao jovem Tobias, que hesitava em desposar a virtuosa Sara: 'Ouve-me, e eu te mostrarei sobre quem o demônio tem poder: são os que se casam, banindo Deus de seu coração e de seu pensamento' (Tb 6, 16-17). Então Tobias, iluminado pela exortação angélica, disse a sua jovem esposa: 'Somos filhos de santos, e não nos devemos casar como os pagãos, que não conhecem a Deus' (Tb 8, 5). Não vos esqueçais de que o amor cristão tem um fim muito mais elevado que uma mera satisfação fugaz.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Escutai, enfim, a voz da consciência, que repete no fundo do vosso coração a ordem de Deus ao primeiro casal humano: 'Sede fecundos e multiplicai-vos' (Gn 1, 22). Assim, segundo a expressão de São Paulo, 'seja por todos honrado o matrimônio, e o leito conjugal sem mácula' (Hb 13, 4). Pedi está graça especial à Santíssima Virgem, no dia da sua próxima festa.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Para se tornar a digna Mãe de Deus, Maria foi imaculada desde a concepção. Por isso a Igreja, na liturgia, entoa a seguinte oração, que é um eco dos seis dogmas: 'Deus, que pela Imaculada Conceição da Virgem Maria preparaste a Vosso Filho uma morada digna d'Ele...'</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Essa Virgem imaculada, que se tornou Mãe em razão de outro privilégio divino e único, saberá então compreender o vosso desejo de pureza interior e a vossa aspiração à felicidade familiar. Quanto mais santa e isenta de pecado for a vossa união, tanto mais vos abençoarao Deus e a Sua Mãe puríssima, até o dia em que a Bondade suprema unir para sempre no Céu aqueles que se amaram cristãmente na terra."</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
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<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;">Capítulo 1 "A castidade conjugal": livro "Casamento e família" do Papa Pio XII</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-33054132828940036872017-05-23T17:40:00.000-07:002017-05-23T17:42:12.981-07:00Heitor e Aquiles: dois caminhos para a masculinidade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG1sQxCxhEZSeZMFU_NqKBRR48_okOZkIm1KHJtIpbhwmJRD1D6B2M2OnUiMb96EzE6qnSvps4M0FISAtcA-u3TXEwwBiy8oq70PlV_LSlGt-yWqkdOUttAyEHSZSiI-nDnHUw8clrmuI/s1600/Troja-e1421404681434.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="336" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG1sQxCxhEZSeZMFU_NqKBRR48_okOZkIm1KHJtIpbhwmJRD1D6B2M2OnUiMb96EzE6qnSvps4M0FISAtcA-u3TXEwwBiy8oq70PlV_LSlGt-yWqkdOUttAyEHSZSiI-nDnHUw8clrmuI/s640/Troja-e1421404681434.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
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Para os antigos gregos, a Ilíada de Homero era a Bíblia em Andreia – Isto é, masculinidade, principalmente coragem masculina.</div>
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Diziam que Alexandre o Grande mantinha uma edição especial do poema épico (preparado por seu tutor Aristóteles) debaixo do travesseiro durante suas conquistas, e a lia costumeiramente. Para Alexandre, Aquiles era a andreia encarnada, e desta forma o jovem rei moldou sua vida no exemplo dele.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Quando começara sua conquista na Ásia, Alexandre tomou uma rota passando pelo túmulo de Aquiles e lhe prestou homenagem. Toda vez que ele duvidava de si mesmo, rezava à mãe de Aquiles, a Deusa Tétis, por consolação. Quando seu melhor amigo e general, Heféstion, foi morto em batalha, Alexandre lamentou profundamente, tal qual Aquiles, que sofrera por seu melhor amigo, Pátroclo.</div>
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<br /></div>
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Muitos jovens desde Alexandre tem encontrado inspiração em Aquiles, o poderoso e esguio guerreiro. Por que ele encarna um ideal que eles, do fundo de suas vísceras, ardentemente desejam: coragem indomável e potência física.</div>
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Ainda que Aquiles seja a perfeita encarnação de andreia, e tenha sobre si toda atenção e adulação, há outro personagem que exemplificou a masculinidade também na Ilíada, e que na realidade provê melhor caminho de como a maioria dos homens pode alcançar tal modelo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Aquiles: sendo viril</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Nada podia parar Aquiles na batalha. Não temia a ninguém, nem mesmo o Rei Agamenon, o líder eleito dos gregos em Tróia.</div>
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<a name='more'></a><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Aquiles era rápido, ágil e forte. Ele fez com que proezas heroicas parecessem fáceis.</div>
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<br /></div>
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Seu thumos, ou vivacidade, era intensa, tão forte que poderia apossar-se dele enquanto massacrava o inimigo no campo de batalha.</div>
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<br /></div>
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A reputação de Aquiles devido a sua virilidade era tão grande que os troianos esconderam-se de medo quando viram Pátroclo a caminhar no campo de batalha vestido com a armadura de seu amigo, confundindo-o com o lendário guerreiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Aquiles era também um homem vistoso. Homero o descreveu como “bonito”. Faz sentido que Brad Pitt tenha interpretado Aquiles na adaptação cinematográfica da Ilíada.</div>
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<br /></div>
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Obviamente, Aquiles possuía algumas falhas importantes. Sua fúria desmesurada, o senso de honra exagerado, e o calcanhar vulnerável, tudo isto levou-o a ruína precoce. Contudo este era o preço que tinha que ser pago para imortalizar sua virilidade perfeita e assegurar o legado de que as pessoas continuam a falar ainda hoje sobre sua excelência na guerra e na coragem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Ainda assim, fazer de Aquiles um exemplo impõe uma dificuldade significativa para nós meros mortais… Porque Aquiles não foi um mero mortal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Sua mãe era uma deusa, fazendo dele um semideus guerreiro. Aquiles não teve que moldar sua andreia. Não poderia ser nada além de corajoso, viril e belo; isto já estava edificado em seu DNA divino. Aquiles saiu do útero já homem. Andreia era parte de seu ser.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Deste modo, enquanto a andreia de Aquiles pode certamente servir como um modelo, sua vida não é um modelo para a maioria dos homens imitar, a não ser, é claro, que sua mãe seja uma deusa imortal do Olimpo.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há, todavia, um personagem da Ilíada que nos provê um prestimoso ideal para os homens no aperfeiçoamento da andreia. E este é precisamente o inimigo mortal de Aquiles: Heitor, o príncipe de Tróia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Heitor: Aprendendo a masculinidade</div>
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<br /></div>
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Por nove longos anos, Heitor liderou os defensores da cidade de Tróia contra o assalto grego. Ele era um guerreiro forjado nas batalhas, e, tal qual Aquiles, tinha a reputação devido a sua andreia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Porém Heitor era diferente de Aquiles. Era 100% mortal. Diferentemente de Aquiles, que nasceu com Andreia, Heitor teve que apreendê-la. Ele até admite isso na cena que talvez seja uma das mais emocionantes da literatura Ocidental.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Heitor, exausto da batalha e coberto de poeira e sangue após impedir a incursão de tropas gregas, retorna para dentro da muralha de defesa troiana para descansar. E lá ele encontra sua leal e carinhosa esposa Andrômaca que lhe implora para não voltar ao combate, temerosa que na próxima vez seu marido retorne em cima do escudo, em vez de tê-lo no braço.</div>
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<br /></div>
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Heitor, ainda com sua armadura, confessa à esposa que compartilha do mesmo medo. Quão in-Aquiliano! Aquiles teria respondido com uma risada, com vanglória, mordazmente replicaria sua esposa para não ocupar sua pequena cabecinha com isso.</div>
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<br /></div>
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Conforme ele revela para Andrômaca:</div>
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“Tudo isto pesa em minha consciência, querida.</div>
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Contudo eu morreria de vergonha ao ter que encarar os homens de Tróia e as mulheres troianas a arrastar suas longas togas se me recolher agora da batalha, como um covarde.</div>
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<br /></div>
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Nem meu espírito deseja que seja dessa forma.</div>
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Aprendi tudo muito bem. A encarar com bravura, sempre lutar junto ao soldados troianos no front, para dar glória a meu pai, e a mim mesmo.”</div>
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Você notou? Frisei em negrito para ajudar.</div>
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Heitor fala que aprendeu como ser bravo e como lutar. Ele experimenta a coragem não como a falta de medo, mas como a prática de sentir medo, e ainda assim decidir seguir em frente.</div>
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<br /></div>
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A tradução de “aprender” para o grego é didaskein, e o professor de inglês David Mikics sabiamente notou que didaskein não é citada nenhuma parte de Ilíada como um caminho para apreender bravura ou masculinidade. Somente foi usada nesse contexto. Homero está claramente criando um contraste entre Heitor e seu instintivamente feroz rival, Aquiles.</div>
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<br /></div>
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Enquanto Aquiles nasceu já homem, Heitor teve de aprender andreia. Teve que aprender como ser agressivo e forte o que nos sugere que isto não estava em sua natureza.</div>
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<br /></div>
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Em vez disso, Heitor foi por natureza um homem gentil. Não, não falo de um bonzinho palerma insuportável. Trata-se de um homem genuinamente bom, piedoso, e atencioso com os outros. Há um motivo para ele ser caracterizado assim na Ilíada; por exemplo, enquanto os outros culpavam e se ressentiam por Helena ter começado a Guerra de Tróia, Heitor foi em sua direção para mostrar-lhe compaixão.</div>
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<br /></div>
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Ademais, subsequente a confissão à esposa de que teve que aprender andreia, seu filho caçula, Astyanax, o vê com sua armadura coberta de sangue, e, não reconhecendo o pai, começa a gritar. Heitor, rindo, tira o elmo, pega o filho nos braços e o joga para cima enquanto lhe dá beijos, da forma que vemos hoje os pais fazerem.</div>
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<br /></div>
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Heitor era um bom homem. Esposo carinhoso e pai amoroso.</div>
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<br /></div>
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Todavia ele compreendeu que a bondade deve estar embasada na virilidade. Heitor reconheceu, tal qual Theodore Roosevelt fez milênios depois, que “Se não mantivermos virtudes bárbaras, será de pouco proveito obter as virtudes civilizadas”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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E ele passou sua vida inteira aprendendo aquilo que não era de sua natureza, mas que desejava para viver sustentado em andreia. Aprendeu pela observação e pela prática a ser bravo, destemido, e forte. Heitor se dedicou a educar-se em masculinidade viril.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Heitor: um companheiro na jornada pela masculinidade</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Me identifico com Heitor. Eu me vejo como um “bom homem”. Sou naturalmente propenso a ser gentil e amigável com os outros. E da mesma forma que Heitor, sou um pai de família. E quanto a ser um andros? Um homem corajoso, feroz, guiado pelo Thumos, fisicamente apto e viril?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Isso é algo que tive que aprender e continuo aprendendo. Não está em minha natureza. Se eu somente seguisse minhas preferências, provavelmente ficaria muito tempo sentado em uma cadeira, jogando vídeo game e comendo nachos. Mas porque eu acredito que desenvolver a andreia é essencial para conseguir arête (excelência) e eudemonia (vigor) como homem, e porque eu valorizo a bondade e anseio que outros tenham a oportunidade de buscar arête também, a cada dia eu me esforço para desenvolver a força e a coragem para assegurar essa possibilidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho cruzado com alguns homens que são parecidos com Aquiles. Eles nasceram com andreia. Eles eram naturalmente corajosos, de condição física perfeita, e sentiam-se confortáveis com o perigo mesmo quando eram crianças. Quando conheci esses homens, me senti atemorizado. Como Aquiles, eles encarnam um ideal de virilidade e masculinidade que não posso deixar de respeitar, ainda que sejam um pouco toscos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No entanto, mesmo sendo inspiradores, esses homens não nos providenciam modelos de como desenvolver esse tipo de andreia. Seria como perguntar ao Usain Bolt como nos tornarmos corredores mais rápidos. Primeiro passo: seja o Usain Bolt. Não é muito útil.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em vez disso, eu prefiro buscar por homens que são “gentis” por natureza como foi Heitor, mas que tiveram que aprender a ser ferozes. Esses homens terão algumas sugestões a dar. Theodore Roosevelt, Frederick Douglass, Winston Churchill, meu avô, e Eric Greitens são apenas alguns desses “Cavalheiros Bárbaros” em quem procuro um norte de como adquirir uma educação autodidata em andreia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Boa parte dos homens que encontrei são parecidos com Heitor. Eram bons homens que tiveram que trabalhar para ser másculos. Pode ser muito fácil se sentir inseguro sobre o fato de que constantemente você tem que aprender e reaprender a ser homem. Os similares a Aquiles algumas vezes zombam da ideia de aprender a arte da masculinidade, e demonstram descrença ao saber que outros homens não sabem algumas técnicas desde pequenos, e não encarnam certos traços intuitivamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No entanto tal insegurança é inapropriada, e esse tipo de julgamento é improdutivo. Poucos homens saem do útero com pelos no peito ou simplesmente absorvem as habilidades e traços da masculinidade. Muitos grandes homens através da história tiveram que dispor-se intencionalmente a aprender a masculinidade, inclusive Heitor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nascer ou aprender. Esses sãos os dois caminhos para a andreia. Para a maioria de nós, aprender é o caminho a ser tomado. É o caminho em que eu estou, ao menos. O site The Art of Manliness é o lugar onde eu compartilho algumas das ideias que coletei na minha jornada. E tem sido ótimo conhecer outros Heitores – bons homens – no percurso, que também tomaram a decisão consciente de aprender a masculinidade.</div>
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<br /></div>
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Brett Mckay, “Hector and Achilles: Two Paths to Manliness”, do site Art of Manliness.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tradução: Jay Messi</div>
<div style="text-align: justify;">
Revisão: Humberto Motta</div>
<div style="text-align: justify;">
http://tradutoresdedireita.org</div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-46129896147630458372017-04-29T17:57:00.000-07:002017-04-29T17:57:04.407-07:00Beato Ivan Merz, Leigo. Apóstolo Católico entre os jovens na Croácia<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDxMNDHJsh1AVZPw485DzSEk2_JkFDXX9FnYxuzUO6kjKvqZ_tSDv7Fnm6xz-iNYHFft5-YTrtZNuWv-xeYy7KcvCG4Zo6R159QZr2rZPsaMQ7i6YrF1nNALJy85tG3QFklPuXrrgAhhE/s1600/Beato+Ivan+Merz%252C+Leigo+%2528beatificado+por+Jo%25C3%25A3o+Paulo+II%252C+em+22.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDxMNDHJsh1AVZPw485DzSEk2_JkFDXX9FnYxuzUO6kjKvqZ_tSDv7Fnm6xz-iNYHFft5-YTrtZNuWv-xeYy7KcvCG4Zo6R159QZr2rZPsaMQ7i6YrF1nNALJy85tG3QFklPuXrrgAhhE/s400/Beato+Ivan+Merz%252C+Leigo+%2528beatificado+por+Jo%25C3%25A3o+Paulo+II%252C+em+22.jpg" width="317" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Rara foto do Beato Ivan Merz.</td></tr>
</tbody></table>
Nasceu em Banja Luka, em 16 de dezembro de 1896, na Bósnia ocupada pelo império Austro-Húngaro, em uma família liberal. Foi batizado em 02 de fevereiro de 1897. No ambiente multiétnico e multi-religioso de sua cidade natal, realizou seus estudos de nível primário e secundário, que terminou quando em Sarajevo era assassinado o príncipe herdeiro Francisco Fernando (28 de junho de 1914).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por vontade de seus pais e não sua, entro na Academia Militar de Wiener Noustadt, que abandonou depois de três meses, molestado pela corrupção do ambiente. Em 1915, iniciou os estudos na Universidade de Viena, aspirando a ser professor, para pode dedicar-se à instrução e educação dos jovens na Bósnia, seguindo o exemplo de seu professor Ljubomir Marakovic, por quem sentia uma profunda gratidão por haver-lhe ajudado a descobrir as riquezas do catolicismo.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em março de 1916 teve que alistar-se no exército. Foi enviado ao “front” italiano, onde passou a maior parte dos anos de 1917 e 1918. Ao terminar a I Guerra Mundial, encontrava-se em Banja Luka, ode vivenciou a mudança política e o nascimento do novo Estado Iugoslavo. A experiência da guerra fê-lo amadurecer espiritualmente, pois, impressionado pelos horrores dos quais foi testemunha, colocando-se nas mãos de Deus, propôs-se tender com todas as suas forças à perfeição cristã.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É possível seguir seu desenvolvimento espiritual graças a seu diário íntimo, que começou a escrever durante seus estudos secundários e prosseguiu no exército, no “front”, e durante os estudos universitários. Nele se aprecia que sua santidade não foi fácil, que teve que lutar muito por seu ideal.</div>
<div style="text-align: justify;">
Atormentava-o o problema do amor e, logo, o da dor e da morte, que resolvia à luz da fé.</div>
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<br />
<a name='more'></a><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
“Não tenho a Santa Eucaristia – escreve em 09 de setembro de 1917 –. Vivo aqui como um pagão ou uma fera, como se o ‘Agnus’ (Cordeiro) não fosse já o centro do cosmos, como se não existisse nada. Deus Consolador, vem compenetrar minha natureza com ‘átomos de eternidade’, para que, mais semelhante a Ti, compreenda o curso de minha existência”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em 05 de fevereiro de 1918, estando na frente de batalha, escreveu em seu diário: “Nunca esquecer-se de Deus. Desejar sempre unir-se a Ele. Todos os dias, de preferência ao amanhecer, dedicar-se à meditação, à oração, se possível próximo da Eucaristia ou durante a Santa Missa. Nesses momentos, se hão de fazer os projetos para a jornada que começa, se examinam seus próprios defeitos e se pede a graça para superar todas as debilidades. Seria terrível que esta guerra não produzisse em mim nenhum efeito positivo... Devo começar uma vida regenerada com o espírito do novo conhecimento do catolicismo. Confio somente na ajuda do Senhor, porque o homem não pode fazer nada por si mesmo”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Depois da I Guerra Mundial, prosseguiu seus estudos de filosofia em Viena (1919-1920). Logo se mudou para Paris, onde estudou na Sorbonne e no Instituto Católico (1920-1922). Com sua tese sobre “a influência da liturgia nos escritores franceses desde Chateaubriand até nossos dias”, obteve o doutorado em filosofia na universidade de Zagreb (1923). Durante o resto de sua breve vida, foi professor de língua e literatura francesa e alemã no Instituto Arquiepiscopal de Zagreb, realizando com entrega exemplar seus deveres de estado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Colaborou como apóstolo dos jovens, primeiro na Liga dos Jovens Católicos Croatas e, logo depois, na Liga Croata das Águias, que impulsionou e com a qual inaugurou na Croácia a Ação Católica promovida pelo Papa Pio XI. Segundo ele, a organização devia contribuir antes de tudo a formar uma elite de apóstolos da santidade.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em seu trabalho não lhe faltaram incompreensões e dificuldades de diversos tipos, que afrontava com uma serenidade admirável, fruto de sua contínua união com Deus na oração. Na opinião daqueles que o conheceram bem, “com sua mente e seu coração mantinha imerso no sobrenatural”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Convencido de que o meio mais eficaz para a salvação das almas é o sofrimento oferecido ao Senhor, oferecia suas penas físicas e morais para obter a benção para suas atividades apostólicas e, já próximo de sua morte, ofereceu também sua jovem vida por suas “águias”. Morreu em Zagreb, no dia 10 de março de 1928, aos 32 anos de idade, com fama de santidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-87313721422298355262017-04-22T07:24:00.001-07:002017-04-22T07:38:18.755-07:00A VONTADE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidXCk3vZB6W4l05Dmxnu3aG878PW3yHLUJdl2kBuyRNcLhSjpxFNVNy9BwlYEywYy22epPkV5SyVv1DcBxsEKUCQ9GH41HPpMMpbw34o0uCgFblqBvYGzgANRXzZ1-pHKFqBgd2B5qEaY/s1600/6a00d8341c2ca253ef01b7c78191c3970b-580wi.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidXCk3vZB6W4l05Dmxnu3aG878PW3yHLUJdl2kBuyRNcLhSjpxFNVNy9BwlYEywYy22epPkV5SyVv1DcBxsEKUCQ9GH41HPpMMpbw34o0uCgFblqBvYGzgANRXzZ1-pHKFqBgd2B5qEaY/s320/6a00d8341c2ca253ef01b7c78191c3970b-580wi.png" width="310" /></a></div>
<a href="http://a-grande-guerra.blogspot.com.br/">A GRANDE GUERRA </a><br />
(LE COMBAT DE LA PURETÉ)<br />
PELO PE. J. HOORNAERT, S.J.<br />
<br />
<br />
17.ª Arma: a vontade<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Neste nosso século de moleza e de comodidades, em que os moços, com um tostão, poupam-se a fadiga de cem metros de caminho que deveriam fazer a pé, tomando os carros elétricos, ou o ascensor, para evitar a subida de quarenta degraus, não será demasiado insistir sobre a grande importância da vontade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Multíplices são as causas que enervam a sensibilidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Muito poucas as que contribuem para tornar viril o jovem, dando-lhe a verdadeira robustez.</div>
<div style="text-align: justify;">
A sólida formação do carácter e a educação geral da vontade, é que se deveria ter em vista, para toda e qualquer formação dos jovens.</div>
<div style="text-align: justify;">
Que fazer de todos esses abúlicos, desses anêmicos, cujo sangue parece carecer de glóbulos vermelhos e abundar de leucócitos?</div>
<div style="text-align: justify;">
Convencei-vos de que o menino mais disciplinado, o que tivesse maiores prêmios no colégio e fosse mesmo presidente de Congregação e conquistasse, cada ano, o primeiro prêmio de comportamento, estaria terrivelmente exposto a fraquear, se lhe falhasse a vontade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não é verdade? A pureza, sendo uma luta, exige lutadores e não, para repetir uma celebre expressão, “franguinhos piedosos”. São delicadinhos e ternos os frangos, mas, não vedes? que papel desempenham nos combates?!…</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não basta ser alguém ajuizado, é necessário que seja também enérgico e até ardente, pois “nada se faz de grande, sem as paixões”; e para se vingar em qualquer empresa, “é necessário ter o diabo no corpo”. (Tocqueville).</div>
<div style="text-align: justify;">
Retomemos, por alguns instantes, o assunto das leituras, encarado sob este aspecto, de que nos ocupamos: o da vontade.</div>
<a name='more'></a><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Evita, caro amigo, as leituras lânguidas, como as daquele de quem J. Lemaître dizia: “Exala-se de sua obra um sortilégio, um malefício, uma languidez mortal”.</div>
<div style="text-align: justify;">
Lê, pelo contrario, a vida de um homem enérgico. Toma parte de seu magnetismo, ou como se diria em física; entra em seu “campo de indução”.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os nossos esforços pessoais nem sempre bastam para fortificar o nosso carácter, o exemplo de outrem ser-te-á sempre de auxílio.</div>
<div style="text-align: justify;">
Além da autossugestão pratica também a heterossugestão.</div>
<div style="text-align: justify;">
“Apontai-nos, pedem nossos jovens, alguns bons livros que se possam retemperar o nosso carácter”.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eis aqui bom número deles:</div>
<div style="text-align: justify;">
Desers: Cartas a um jovem sobre a virilidade do carácter.</div>
<div style="text-align: justify;">
Gillet: A educação do carácter: O medo do esforço intelectual: A virilidade cristã.</div>
<div style="text-align: justify;">
Autin Albert: Autoridade e disciplina em matéria de educação.</div>
<div style="text-align: justify;">
Duprat: A educação da vontade e das faculdades lógicas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Payot: O trabalho intelectual e a vontade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ollé-Láprune: O valor da vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
Perreyve Henri: Cartas do Pe. Lacordaire aos jovens.</div>
<div style="text-align: justify;">
Charruau: As armas! Conselho sobre o modo de vencer as tentações.</div>
<div style="text-align: justify;">
Noble: O Pe. Lacordaire apóstolo e diretor dos moços.</div>
<div style="text-align: justify;">
Lerás com fruto o Esforço, esse jornal para moços, de título tão significativo e bem idealizado.</div>
<div style="text-align: justify;">
A coleção Almas heroicas, publicada pela ação católica, em Bruxelas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Gust. Daumas: Para a formação de uma elite.</div>
<div style="text-align: justify;">
Beaupin: Para ser apóstolo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Guibert: O carácter, Pureza, etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ginon: Formação do carácter.</div>
<div style="text-align: justify;">
A. Eymieu: O governo de si mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ribot: As doenças da vontade.</div>
<div style="text-align: justify;">
R. Bazin: Os homens de amanhã. A ideia principal acha-se expressa, desde a primeira página. “Os empreendedores de festas… multiplicam as estátuas de bronze: preferia que os caracteres fossem deste metal!”</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
* * *</div>
<div style="text-align: justify;">
Caros jovens, qual pensais vem a ser o fim que temos em vista, em nossos colégios?</div>
<div style="text-align: justify;">
Acha-se muito bem expressado nas duas seguintes afirmações: a do Cardeal Fleury ao terminar a educação do jovem Luiz XV, declarando-lhe: “Tudo o que eu procurei fazer-vos foi tornar-me eu inútil!”, e a do Bispo Dupanloup, ao concluir um seu tratado pedagógico, com esta ponderação: “O que faz o mestre é nada, o que ele faz praticar, é tudo”.</div>
<div style="text-align: justify;">
É o nosso papel na vossa formação: esforçamo-nos por adestrar-vos a lutardes, por vós mesmos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por vós mesmos: porquanto não estaremos sempre ao pé de vós, para vos amparar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por vós mesmos: porque, afinal, é cada um que se salva a si mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não é o vosso confessor que vos salva.</div>
<div style="text-align: justify;">
Um pobre negro de Congo, embora distante dos sacerdotes, salvará sua alma, se for generoso.</div>
<div style="text-align: justify;">
Um penitente do santo Cura d’Ars, não perde nunca a potência de se condenar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não é o vosso diretor espiritual quem vos salva nem o vosso pregador.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eles o que fazem é apontar-vos o caminho: são, digamos assim, como postes indicadores do caminho do céu. Mas de que serve o melhor poste indicador, que muito bem aponta o roteiro, se o viandante não tem a coragem de seguir por esse caminho? O poste indica mas não saí de seu sítio.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não é a Virgem nem os santos que vos salvam.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eles incitam-vos ao bem mas a ninguém forçam.</div>
<div style="text-align: justify;">
São magníficos guias. Mas se o que tiver o melhor guia, o não seguir, de que servirá tê-lo?</div>
<div style="text-align: justify;">
Nem mesmo o próprio Deus somente, pois, “Deus que vos criou sem vós, vos não salvará sem vós”. (Sto. Agost.).</div>
<div style="text-align: justify;">
Podem recomendar-vos a virtude mas, em suma, a vós toca praticá-la.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ninguém vos dispensa do esforço e de um “trabalho individual”, que não admite substituto algum.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sto. Inácio a quem injustamente acusam de haver substituído a iniciativa pessoal, por métodos e fórmulas, começa os Exercícios espirituais por notar: ser necessário “se exercere”, exercitar-se a si mesmo. É tão radicalmente impossível o querer, em vosso lugar, como o nutrir-se alguém, por vós.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
* * *</div>
<div style="text-align: justify;">
Praticai, vós mesmos, o bem.</div>
<div style="text-align: justify;">
A virtude não é coisa extrínseca, mas intrínseca.</div>
<div style="text-align: justify;">
O que quer dizer isso?</div>
<div style="text-align: justify;">
A guarda da pureza não pode limitar-se a uma precaução exterior, com o suprimir simplesmente as ocasiões perigosas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não há dúvida que a vigilância nos bons colégios, procura afastar de vós, caros jovens, o que poderia ser causa de tentações. É de elementar prudência.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas se contentarmos só com isso, o nosso sistema de educação, seria utópico e falho. Porque enfim, logo à noite, encontrareis fatalmente solicitações libidinosas, ao sairdes do colégio para irdes às vossas casas: serão cartazes de cinemas, exposição de fotografias, cartões postais, pinturas, estátuas pouco friorentas, pares amorosos, encontros nas rodas escolares, etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
Suponhamos que sois internos e que assim vos livrais das tentações, pela volta quotidiana aos vossos lares; em todo o caso lá virão as férias e tudo o que elas trazem consigo: desocupação, o campo com seus costumes menos recatados, estações de banhos ou os lugares de folguedos da gente cosmopolita, ares de mar (e o que hoje por lá aparece!).</div>
<div style="text-align: justify;">
E além disto, ou internos ou não, depois do vosso curso, tereis que deixar o colégio.</div>
<div style="text-align: justify;">
Se vos encerraram numa estufa demasiado quente, é sempre perigosa a brusca passagem para o ar livre de fora, pois vos exporiam a incômodas pleurisias e a pneumonias mortais.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sem cessar, nós nos esforçamos por preservar-vos dos perigos da alma, é de elementar obrigação nossa; mas afinal, como os encontrareis cedo ou tarde e até vivereis no meio deles, o principal cuidado há de consistir em vos armar bem.</div>
<div style="text-align: justify;">
O inimigo estará vigilante, mas tereis então armazenada, em vós, a necessária força de resistência.[1]</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
* * *</div>
<div style="text-align: justify;">
“Vita est motus ab intrinsco”. A vida é o movimento vindo, não de fora, mas de dentro; é um movimento imanente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Deveis ter, em vós mesmos, um princípio interior de reação.</div>
<div style="text-align: justify;">
A vitória não depende unicamente das causas exteriores, pois que, ao contrário, as circunstâncias poderão ser antes incitamentos ao mal; nem depende das pessoas, porquanto ninguém vos poderá substituir na luta.</div>
<div style="text-align: justify;">
Vós mesmos é que deveis resistir e ter, na melhor aceitação da palavra, vossa “fiscalização autônoma”.</div>
<div style="text-align: justify;">
Reparai que sempre trazemos conosco o nosso fundo de generosidade ou de covardia: “Tudo é puro para os que são puros, mas para os que estão maculados… nada é puro, ao contrário, o seu espírito está manchado”. (Ep. a Tit. 1-15).</div>
<div style="text-align: justify;">
O moço frágil sucumbe no seio da família a mais piedosa, nos meios os mais virtuosos.</div>
<div style="text-align: justify;">
E, pelo contrário, um jovem pode permanecer casto nos meios mais deletérios. Será forte se compreendeu bem as noções do dever, do pecado mortal, se tiver sólidas convicções acerca do céu, do inferno, do amor de Jesus Cristo por nossas almas imortais.</div>
<div style="text-align: justify;">
A Vida do Pe. Ravignan, fala de uma jovem atriz que, passara vários anos nos teatros, guardando, porém, irrepreensível conduta. Obrigada, pela força das circunstâncias a viver em condições, mui pouco favoráveis à virtude, tinha procurado, pela boa vontade e pela oração, não ceder às tentações que a assaltavam.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo o que dissemos pode resumir-se em duas palavras: a vitória não consiste no fato extrínseco e negativo de que a tentação desapareça (é, infelizmente, impossível), mas no fato intrínseco e positivo de se possuir, em si mesmo, uma fonte de fortaleza cristã.</div>
<div style="text-align: justify;">
“Sê uma consciência”, recomendava Edgard Quinet; e Guibert, por sua vez, dizia do jovem: “O combate se trava no centro do seu ser: desta luta íntima, ele é, ao mesmo tempo, a garantia e o campeão… Debalde tentarás guardar aquele moço, que cuidadosamente procurastes conservar, ele vos fugirá, quando quiser… Seu inimigo está dentro dele, na sua imaginação, no seu coração, nos seus sentidos. Eis, por onde ele é atacado, por onde luta, por onde será vencedor ou vencido; eis, onde há de residir e atuar a força de resistência.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os exércitos exteriormente bem formados, de nada valerão se não houver interiormente, uma vontade poderosa e resoluta que combata e triunfe.</div>
<div style="text-align: justify;">
Numa palavra: cada individuo é, com Deus, o autor da sua virtude”. (A Pureza).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
_________________________________</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
[1] Jesus rogando por seus discípulos, dizia a seu Pai: “Não vos peço os tireis deste mundo, mas que os protejais contra o mal”. (Jo. 17-15).</div>
<div style="text-align: justify;">
S. Paulo sentindo o aguilhão da carne e os açoites de Satanás, escrevia:</div>
<div style="text-align: justify;">
“Pedi a Deus para que a tentação de mim se afastasse. Deus, porém, respondeu-me: a minha graça te basta”. (2 Cor. 12-8).</div>
<div style="text-align: justify;">
O Eclesiástico exalta: “Aquele que foi encontrado sem manchas. Quem, podendo, não transgrediu a lei, podendo praticar o mal, não o praticou”. (Ecl. 31, 18).</div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-27964807589612381612017-04-21T08:12:00.000-07:002017-04-21T08:15:17.327-07:00BEATO LUIS MAGAÑA SERVIN<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBOqM_tBeJ8zIXHPtp7eB626rIN6QsXF_92l4rs_bezkHHpJSI65bNoxJ6cznJ6c8LUZaBJNKySaM2XrCzDpM8XQuubxcvUBwcUx1UvJyOm_hj8GLr5al95j2wtbX9_hk2aUelJ_D9uBE/s1600/Luis+Maga%25C3%25B1a+Serv%25C3%25ADn.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBOqM_tBeJ8zIXHPtp7eB626rIN6QsXF_92l4rs_bezkHHpJSI65bNoxJ6cznJ6c8LUZaBJNKySaM2XrCzDpM8XQuubxcvUBwcUx1UvJyOm_hj8GLr5al95j2wtbX9_hk2aUelJ_D9uBE/s400/Luis+Maga%25C3%25B1a+Serv%25C3%25ADn.jpg" width="265" /></a></div>
Arandas, povoado localizado na região de "Los Altos" de Jalisco, é uma terra que, como quase todas as terras de nossa nação mexicana, tem um legado histórico interessante.<br />
Em seu tempo, pertenceu à Diocese de Valladolid, hoje Arquidiocese de Morelia, Michoacán, cujas terras pertenciam a um cavalheiro espanhol chamado Andrés de Villanueva, quem em meados do século XVII, fundou a primeira comunidade não precisamente indígena, mas sim miscigenada entre nativos, espanhóis e alguns franceses. Por essa razão, as pessoas dessa região de "Los Altos" de Jalisco mantém alguns traços europeus: pele clara, cabelo loiro, estatura alta e - em geral - olhos claros.<br />
Luis foi uma criança tranquila. Não gostava de se envolver em confusões, ainda que adorasse as brincadeiras infantis daquele tempo: bolinhas de gude, rodar pião, yo-yo, "las ramitas". Mais tarde, se apaixonou pelo jogo de beisebol.<br />
<br />
Já um pouco mais crescido, passou a ajudar a seu pai Raymundo na "tenería" (n.d.t. local onde se curtem e preparam peles, "curtume"); com empenho e espírito de sacrifício, levantava-se bem cedo e ia à Missa das 5 da manhã, juntamente com seu pai, em seguida tomava café e ia à escola. Pela tarde, ajudava nas atividades de curtume, rezava o rosário em família, jantava e então ia para a cama.<br />
<br />
Assim eram todos os dias, seguindo um horário fixo e disciplinado; duas vezes por semana ia aprender o catecismo, ensinado por uma catequista, onde aprendia palavra por palavra as respostas do livro do padre Ripalda.<br />
<br />
"Cresceu muito parecido ao seu pai - recorda Ignacio González López - sendo seu braço direito em tudo, chegando inclusive a ficar à frente da "teneria". Ainda que Luis trabalhasse em meio aos couros malcheirosos, estava sempre alegre e bem-humorado".<br />
Várias testemunhas afirmaram ser Luis muito conhecido e apreciado pelo seu interesse nas questões sociais, impulsionado pela leitura da encíclica Rerum Novarum que Sua Santidade o Papa Leão XIII publicou em 1891. Juan Camarena Vázquez assegurou que ele pertencia à Associação de Santa María de Guadalupe, que reunia os obreiros, camponeses e artesãos.<br />
<a name='more'></a><br />
<br />
O ancião Sr. Salvador Navarrete Navarro, recorda que Luis Magaña gostava de conversar sobre os problemas sociais, sobre a política do governo e das coisas referentes ao povo. Em sua casa se reuniam e se planejavam todos os movimentos. Luis era apaixonado pelas causas sociais e colocava em prática a justiça social no trato humano e amigável com seus trabalhadores. Em sua pequena empresa, tratava generosamente a seus ajudantes e trabalhadores e, frequentemente lhes emprestava dinheiro.<br />
<br />
Leigo Mártir de Arandas - Jalisco - 1902-1928<br />
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<br />
"Luis era fiel ao seu turno da noite - afirma seu primo irmão, o Sr. José Magaña López. Luis tirava daí toda sua força e entusiasmo para a defesa da Igreja. Luis se levantava às cinco da manhã para estar na Paróquia já na primeira Missa". Todas as testemunhas de então afirmaram que Luis Magaña era de Missa e comunhão diária. Primeiro cumprir com Deus e depois com todos os demais.<br />
<br />
Envolvido com tantas atividades na paróquia, era de se esperar que Luis fosse muito amigo dos párocos e vigários de Arandas. O Sr. Ignacio González López, seu amigo desde a infância, diz que: "Luis dava palestras aos companheiros, era o braço direito do pároco Padre Amando J. de Alba, além de ser totalmente entregue às coisas de Deus. Como organizava tudo de maneira excelente! Juntava grupos de jovens para ajudar aos mais pobre".<br />
<br />
Ainda assim, Luis não descuidava seu trabalho nem sua família. Recorda dom Maximiliano Navarrete Navarro, empregado por mais de 20 anos nos Correios de então, no trajeto Arandas-Atotonilco, Jalisco: "Os Magaña saíam a vender os couros curtidos. Eu os levava ao correio para Atotonilco e conversava com Seu Raymundo e seu filho. Luis sempre foi bom com vendas desde bem pequeno. Me lembro que rezava durante o caminho. Logo após, me contava como ia o negócio, em quê e como trabalhava... Mas ao que me lembre nunca o ouvi queixar-se de alguém ou que estivesse inconformado com alguém. As vezes me contava, durante a viagem, os sermões que havia ouvido no domingo"...<br />
<br />
"Muito gentis e sinceros em tudo, eram também generosos comigo. Sempre me pagavam a comida. Em seguida, Luis ia sozinho e nunca regressava com mercadoria, porque era um ótimo comerciante. Ainda assim, nada "pão duro". Eu mesmo o vi ajudar aos pobres que lhe pediam dinheiro".<br />
<br />
<br />
<br />
Grande era sua devoção à Virgem Maria. Em 27 de novembro de 1921, Luis esteve presente no ato de desagravo que se realizou em Arandas pelo ataque explosivo diante a imagem da Virgem de Guadalupe em sua Basílica na Vila de Guadalupe na Cidade do México.<br />
<br />
Sendo Arandas centro de inumeráveis associações religiosas, Luis Magaña desde bem jovem se inscreveu na Associação Católica da Juventude Mexicana, sendo um dos que fundaram a ACJM naquela localidade.<br />
<br />
Em 7 de janeiro de 1922, visitou Arandas o líder da ACJM (também Beato e Mártir) Anacleto Gonzáles Flores em uma espécie de "turnê" de propaganda católica.<br />
<br />
Luis pôde ver, escutar e admirar de perto o "Mestre", grande defensor da liberdade religiosa dos católicos, o guerreiro de Cristo que com a palavra e a caneta queria renovar a sociedade mexicana.<br />
<br />
Mais tarde, em 7 de novembro daquele mesmo ano, Luis Magaña foi uno dos fundadores da Adoração Noturna em Arandas, associação que tinha como objetivo fazer a guarda e oração diante de Jesus Sacramentado durante as horas da noite.<br />
Luis era um homem pacífico. No entanto, quando se instalou o conflito cristeio na região de "los Altos", entre 10 e 14 de janeiro de 1927, Luiz não se alistou nas filas de combatentes cristeros (como fez a maioria), mas antes permaneceu em Arandas para organizar o apoio aos que estavam no acampamento de Cerro Gordo. Assim nos conta o Sr. José magaña Lópes, primo de Luis: "Viram como meu primo era bom para convencer as pessoas... Ele juntava de tudo, até mesmo armas e munição, e depois nos mandava com o correio de seu grande amigo Pancho. Carregava de pães o lombo de burros que tinha e também punha munição e outras necessidades para os que estávamos armados. Todos os dias nos chegavam coisas de uma forma ou outra. Luis sabia o risco que estava correndo e ainda assim resolveu corrê-lo".<br />
Em 1927, para impedir a ajuda que era prestada aos cristeros, a autoridade militar ordenou que quando terminasse a colheita de milho, todas as famílias que vivessem nos pequenos povoados e nos ranchos, deviam se concentrar em algum centro importante que estivesse sob a autoridade do Governo.<br />
<br />
Deste modo, qualquer pessoa que se encontrasse fora, isolada, seria considerada rebelde e fora da lei, podendo ser fuzilada sem maiores explicações. Tal procedimento obrigava os camponeses pacíficos a abandonar suas colheitas e suas casas.<br />
Tal problema não demorou a alcança-lo. Luis era muito esperto e bom para se esconder. Ainda assim, o general Zenón Martínez não o encontrando, por infelicidade, deu de cara com seu irmão Delfino, a quem tomou por refém. Era a manhã do dia 9 de fevereiro de 1928 quando soldados se apresentaram na casa de dom Raymundo Magaña trazendo a ordem do general para prender Luis.<br />
<br />
Como não o encontraram, detiveram seu irmão Delfino que era dois anos mais novo que Luis, e disseram ao sr. Raymundo seu pai, que se Luis não se apresentasse naquele mesmo dia, fuzilariam a Delfino, que era solteiro. Luis, por outro lado, era casado, tendo um filho pequenino e esperando outro que logo nasceria. Isso muito preocupou a seu Raymundo.<br />
<br />
Quando ao meio dia chegou Luis em sua casa, encontrou seus pais e sua esposa chorando. Lhe contaram o ocorrido e Luis, como sempre tranquilo e sereno, compreendendo perfeitamente a angústia de seu pai, interveio com sagacidade, dizendo-lhes:<br />
"Fiquem tranquilos. Vou falar com o general Martínez para averiguar o que acontece e lhes prometo trazer de volta a Delfino. No mais, provavelmente me enviarão a Guadalajara, onde tudo se resolverá".<br />
Tomou seu banho, se barbeou e saiu de seus aposentos com seu resplandecente terno escuro, que havia comprado em Guadalajara para seu casamento e que havia guardado para o dia do triunfo. Sentou-se à mesa com sua família e comeu tranquilamente. Era sua última refeição. Ao terminar, levantou-se, se pôs de joelhos diante de seus pais e lhes pediu a benção. Em seguido os confortou dizendo-lhes que logo voltaria.<br />
<br />
Ao se recompor, estendeu os braços e os abraçou a todos, um a um. Pegou em seus braços seu filho pequeno, Gilberto, de apenas dez meses, o apertou junto ao peito e o beijou; deu um forte abraço em sua esposa Elvira que chorando soluçava, e se foi. Era por volta de três horas da tarde, hora en que Luis seguiu pela Rua Juárez, a que sempre tomava para descer à praça ou à paróquia. Naquele tempo, a Sra. María Alvizo e seus familiares estavam concentrados numa casa da Rua Juárez. Ela lembra que viu Luis descer, e como se conheciam de muitos anos porque seu pai, Benito Alvizo, havia sido padrinho de casamento de Luis, lhe perguntou aonde ia vestido tão elegante, como se fosse à alguma festa. Após saber do que se tratava, lhe disse:<br />
<br />
"Não vá, porque vão te fuzilar!"<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzAm-jzaZd4tQU1oUVo9vL7MD1TmDTgq_RAKK-nTy1GcwarL70EP1Bb5HCU86Ovv1xXJHzFZLm_bAnQ30UW6cKi1Vp467ObvfgxTJgIqQyqWKWWxhrPLfNJtOpPM3QMI8iGx8-mEvR3_I/s1600/arandas08dec3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzAm-jzaZd4tQU1oUVo9vL7MD1TmDTgq_RAKK-nTy1GcwarL70EP1Bb5HCU86Ovv1xXJHzFZLm_bAnQ30UW6cKi1Vp467ObvfgxTJgIqQyqWKWWxhrPLfNJtOpPM3QMI8iGx8-mEvR3_I/s320/arandas08dec3.jpg" width="273" /></a></div>
Então Luis, abrindo os braços e olhando para o céu, respondeu:<br />
<br />
<b><span style="font-size: large;">"Que felicidade, dentro de uma hora estarei nos braços de Deus"</span></b><br />
<br />
Luis foi direto ao antigo escritório paroquial, onde agora se encontrava o escritório do quartel militar. Ao chegar à porta, perguntou aos soldados que a guardavam se poderia falar com o general Martínez. De imediato um oficial o prendeu e o conduziu escoltado ao Hotel Centenário onde estava hospedado o general.<br />
<br />
"- Quem é você?" - perguntou de forma autoritária o general Zenón Martínez.<br />
" - Meu general, eu sou Luis Magaña, a quem o senhor procura" - disse sem tremer, olhando nos olhos do militar - aquele que foi preso é meu irmão, e ele nada deve. Os senhores procuravam a mim, assim que deixem-no livre".<br />
<br />
O general Martínez, ao se encontrar diante deste valente rapaz, se pôs a observa-lo. Deve ter sido uma cena suprema aquele momento: Luis, um jovem magro, de rosto fino, vestido como que para uma festa, valente, generoso, calmo, encarando de frente, com os olhos fixos no homem rude, sem sequer piscar.<br />
<br />
O militar se levantou de sua poltrona, trocou algumas palavras com seu tenente e, dirigindo-se a Luis, lhe disse em tom um tanto desconcertado:<br />
<br />
"- Bem, jovenzinho. Vamos ver se você é mesmo tão valente como parece."<br />
E dirigindo-se ao oficial, lhe ordenou:<br />
<br />
-"Soltem ao outro e fuzilem a este aqui, imediatamente, no pátio da igreja".<br />
Eram cerca de quatro da tarde. As ruas estavam quase desertas. Era uma hora "preguiçosa" para o povo que, talvez sonolento com o peso da comida ingerida no almoço, dormia a "siesta", sendo que apenas umas poucas mulheres apuradas de trabalho e obrigações, se concentravam em seus trabalhos domésticos.<br />
<br />
O pelotón de oito soldados e o tenente saíram do hotel atrás dos presos: Luis Magaña e "Pancho la Muerte", seu fiel mensageiro a quem haviam capturado anteriormente. Cruzaram a praça pequena, entraram no átrio da paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe de Arandas e os colocaram à esquerda do portal. O tenente tentou lhe vendar os olhos, porém Luis não quis.<br />
O militar lhe perguntou qual seria sua última vontade. Luis Magaña tinha suas mãos atadas às costas. Levantou seus olhos as céus e, diante do grupo de soldados e curiosos que haviam se reunido para presenciar a execução, Luis expressou suas últimas palavras.<br />
<br />
A Sra. María Mercedes Torres assegura ter escutado as palavras de Luis e sua solene declaração:<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiUmuMIC8lvLJUNExeT1Rn-Br1VC_5vNRk9MDiPMBiE2gDFLT9T1up3xpWnE3e4pmWo6V5Wu-rRvv8GgeoOCtYcHdqAUbHepCn3jjypBxdpcPbOyyKp5M5t0UEvcq4iTSHE3i_kq474NA/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiUmuMIC8lvLJUNExeT1Rn-Br1VC_5vNRk9MDiPMBiE2gDFLT9T1up3xpWnE3e4pmWo6V5Wu-rRvv8GgeoOCtYcHdqAUbHepCn3jjypBxdpcPbOyyKp5M5t0UEvcq4iTSHE3i_kq474NA/s1600/images.jpg" /></a><b><span style="font-size: large;">"Nunca fui cristero (soldado) nem rebelde, como vocês me acusam. Agora, se é de cristão que me acusam, sim o sou! Soldados que vão me fuzilar: Quero lhes dizer que desde este momento vocês estão perdoados, e lhes prometo que ao chegar na presença de Deus, serão os primeiros por quem vou pedir.</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: large;">Viva Cristo Rey!</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: large;">Viva Santa Maria de Guadalupe!"</span></b></div>
<br />
O padre J. Guadalupe Navarro, então seminarista de dezoito anos, estava naquele momento no posto na esquina do pequeno portal, próximo ao escritório atual e ouviu perfeitamente as palavras de ordem:<br />
<br />
- "Preparar as armas... Apontar... FOGO!".<br />
<br />
Ressoou por todo o povo uma forte detonação em meio ao trágico silêncio dessa tarde. Encerrada em sua casa, a mãe do mártir, Conchita, desmaiou quando ouviu os disparos, como conta sua neta, Esperanza Magaña. No átrio da igreja ficaram dois corpos inertes. Era a tarde do dia 9 de fevereiro de 1928.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhC2qnH8OwQ07VuPZFIriBlcJgApp_D2hGFHb9kImPQ3BMwnx4vmvctkblbXQM3SKH7kX-LMlyH-M8MTcElJ-AXnjqOY69U2P4BXkuaGmJRZO3MXgY_XP_j6xhZhQY4gLu2rnWiy-EVZE/s1600/luis_maga%25C3%25B1a_reliquias.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhC2qnH8OwQ07VuPZFIriBlcJgApp_D2hGFHb9kImPQ3BMwnx4vmvctkblbXQM3SKH7kX-LMlyH-M8MTcElJ-AXnjqOY69U2P4BXkuaGmJRZO3MXgY_XP_j6xhZhQY4gLu2rnWiy-EVZE/s1600/luis_maga%25C3%25B1a_reliquias.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Fonte: <a href="http://morroporcristo.blogspot.com.br/">Morro por Cristo</a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-91971000194936835862017-04-15T19:03:00.000-07:002017-04-15T19:03:57.603-07:00O pai nosso e os vícios capitais<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVUlJQy2L57bI3k4b6LZjCHE2UvijkZSvfRkrlCJcbBgy2yGSwAz1I4U35FjTagL-vWXCkfJpMCYKRIaz35K03Qlg0JoKGKibOul63I3HHmkY_9aNhwsa1xrxrG8pwFncwtO-_H3Yo-_Y/s1600/bb4e95bca248092833ba70e1be9a1303.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVUlJQy2L57bI3k4b6LZjCHE2UvijkZSvfRkrlCJcbBgy2yGSwAz1I4U35FjTagL-vWXCkfJpMCYKRIaz35K03Qlg0JoKGKibOul63I3HHmkY_9aNhwsa1xrxrG8pwFncwtO-_H3Yo-_Y/s400/bb4e95bca248092833ba70e1be9a1303.jpg" width="270" /></a></div>
<div style="text-align: right;">
Orlando Fedeli</div>
<br />
<br />
Hugo de São Victor, famoso mestre medieval, deixou-nos esplêndidos comentários e sermões, além de sua famosa obra 'Didascalion'.<br />
<br />
Um de seus muitos opúsculos trata dos Cinco Septenários que haveria no tesouro da Igreja: os sete pedidos do Pai Nosso; os sete vícios capitais; os sete dons do Espírito Santo; as sete virtudes e, por fim, as sete bem-aventuranças.<br />
<br />
Poeticamente – esse excelente autor medieval sempre fala com poesia –, ele nos explica que os sete vícios capitais são comparáveis aos sete rios de Babilônia, que espalham todo o mal, gota a gota, por toda a terra, pois deles defluem todos os pecados. Por isso, lembra ele, a Escritura nos diz :<br />
<br />
'Junto aos rios de Babilônia nós nos assentamos e choramos lembrando-nos de ti, ó Sion'(Sl CXXXVI,1).<br />
<br />
Hugo de São Victor coloca os vícios capitais em uma certa ordem lógica, a fim de relacioná-los com os sete pedidos do Pai Nosso. Assim ele ordena os vícios capitais: soberba, inveja, ira, preguiça ou tristeza, avareza, gula e luxúria.<br />
<br />
O primeiro vício capital, causa primeira de todos os nossos males espirituais, é a soberba. Por esse vício atribuímos a nós mesmos, ao nosso próprio ser, a causa do bem existente em nós. Pela soberba deixamos de reconhecer a Deus como fonte de todo o bem. Ao fazer isso, o homem deixa de amar o Bem em si mesmo, para amar o bem enquanto existe nele próprio, porque existe nele. Dessa forma, o homem rompe a sua união com a fonte do bem. Condenando a maldade do orgulho, exclama o mestre:<br />
<br />
'Ó peste de orgulho, que fazes tu aí? Por que persuadir o riacho a se separar de sua fonte? Por que persuadir o raio de luz a romper sua ligação com o Sol? Por que, senão para que o riacho, cessando de ser alimentado pela fonte, seque, e que o raio de luz, cortada sua união com o Sol, se converta em treva? Por que, senão para que assim ambos, no mesmo instante em que cessam de receber o que ainda não têm, percam imediatamente aquilo mesmo que já têm?'<br />
<br />
<a name='more'></a><br /><br />
E assim é que o homem soberbo, arvorando-se como causa do bem que Deus lhe deu graciosamente, atribui-se uma honra que só cabe a seu Criador. O soberbo rouba a glória de Deus, e fazendo isso desencadeia sobre si todos os males. A soberba, portanto, nos despoja do próprio Deus.<br />
<br />
Por isso, a primeira petição do Pai Nosso suplica que Deus nos conceda a graça de reconhecê-Lo sempre como a fonte de todo o bem: 'Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome'. Isto é, que Deus seja glorificado como causa de todo bem existente em nós e em todas as suas criaturas.<br />
<br />
O riacho deve ser grato à fonte que o alimenta. O raio de luz deve reconhecer o Sol como causa de seu brilho. Só assim continuarão a correr e a iluminar.<br />
<br />
Na primeira petição da oração que nos foi ensinada pela própria Sabedoria encarnada, rogamos que Deus nos conceda a compreensão e o reconhecimento de Sua excelência e transcendência, e que assim, por meio do dom do temor de Deus Altíssimo, sejamos humildes e curemos a enfermidade de nosso orgulho.<br />
<br />
O orgulho é em nós uma doença grave que gera sempre outros males e enfermidades. Ele nos faz amar o bem que Deus nos concedeu como se fosse nosso, produzido, em nós, por nós mesmos. É o orgulho que faz o riacho julgar-se fonte, e o raio de luz julgar-se o Sol.<br />
<br />
Quando o homem se deixa dominar pela soberba, ele passa a amar o bem que recebeu não porque é bem, mas só porque é seu. E, quando vê o mesmo bem existindo em outro homem, não o ama enquanto bem, mas o detesta porque está em outro. Ele quereria que aquele bem não existisse no outro, porque julga que aquele bem só deveria existir nele mesmo, falsa fonte do bem. Vendo o bem, que julgava ser seu, em outro homem, o orgulhoso fica então triste e amargo.<br />
<br />
Tal tristeza amarga se chama inveja, e é a segunda doença que acomete o homem, o segundo vício capital.<br />
<br />
A soberba gera sempre a inveja do bem que Deus concedeu a outrem. Desse modo, ela nos separa e despoja de nossos irmãos, assim como a soberba nos despojara e separara de Deus, nosso Criador. E isso é bem justo, porque assim como o soberbo se regalara desregradamente com a doçura de possuir o bem, agora ele se amargura ao ver o bem no outro.<br />
<br />
Quanto mais o homem soberbo se vangloria de seu bem, mais ele se atormenta com o bem nos outros. A inveja rói o soberbo e amarga a sua vida.<br />
<br />
Se o homem soberbo amasse corretamente o bem que lhe foi dado em grau limitado, ele amaria sem limite a fonte de todo o bem, que o possui infinitamente. Amando então o Bem em si mesmo, ele amaria o bem que visse em qualquer outro homem e se alegraria com a virtude alheia, porque amaria Deus no outro.<br />
<br />
Foi para combater este segundo vício capital que o Divino mestre nos ensinou a pedir, em segundo lugar no Pai Nosso, 'Venha a nós o vosso reino'.<br />
<br />
Porque o Reino de Deus é a salvação dos homens; porque Deus reina num homem quando este lhe está unido pela fé e pela caridade, a fim de que, na eternidade, esteja para sempre unido a Deus pela visão beatífica.<br />
<br />
Quando pedimos a Deus que Ele reine em todas as almas, Ele nos concede o dom da piedade, que nos torna benignos, desejando também para os outros o bem que desejamos para nós mesmos.<br />
<br />
A inveja, por sua vez, gera em nós uma nova doença. Tal como a soberba nos persuadira de que somos a causa do bem que temos, e a inveja nos causa a tristeza de ver o bem nos outros, em seguida a inveja nos leva a considerar que Deus é injusto ao dar o bem - que pretendíamos fosse apenas nosso - a nosso irmão.<br />
<br />
Consideramos então que o Criador reparte mal seus bens, e que nos fez injustiça. Por isso, caímos em cólera contra Ele. A ira é então a filha da inveja. Ela nos leva a revoltar-nos contra Deus, enquanto justo distribuidor dos bens.<br />
<br />
A soberba despoja o homem de Deus. A inveja o separa e despoja dos demais homens. A cólera o despoja de si mesmo, fazendo-o perder o controle e o domínio do próprio ser. Porque o colérico tem raiva de Deus, que acusa de repartir injustamente seus bens, e se enraivece contra si mesmo, porque vê que não possui todo o bem e percebe seus defeitos e limitações.<br />
<br />
A cólera leva então o homem a ter raiva de Deus, dos outros e, enfim, de si mesmo. Com raiva de si mesmo, o homem, doente pelo vício da cólera, começa a detestar até o bem que tem em si.<br />
<br />
Por todas estas razões é que Nosso Senhor colocou como terceira petição do Pai Nosso 'Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu'.<br />
<br />
É a conformação com a vontade de Deus que nos permite vencer o vício da cólera. Quando pedimos sinceramente a Deus, no Pai Nosso, que nos conformemos com a sua Santíssima Vontade, Ele nos concede então o dom da Ciência, através do qual somos instruídos e compreendemos que os males que nos advém são decorrências da justiça e de um castigo misericordioso de nossos pecados. Compreendemos que devemos aceitá-los com paciência e não com revolta. E compreendemos ainda que os bens alheios são fruto da generosa misericórdia e justiça de Deus, a qual visa sempre a sua maior glória e também o nosso maior bem.<br />
<br />
O colérico, pelo contrário, não tendo o dom da Ciência, não reconhece que mereceu o castigo que sofre, e se revolta. Pelo contrário, quem tem o dom da Ciência tudo suporta e é consolado.<br />
<br />
Caindo nesta terceira enfermidade, a da cólera, o homem já não possui então, em si, nenhum motivo de alegria nem de consolação. Como não quis tirar do bem alheio a alegria, o invejoso caiu na tristeza e no auto-suplício da cólera, que o flagela depois que foi despojado de Deus, do próximo e de si mesmo.<br />
<br />
Não encontrando mais em si nem alegria nem consolação, o homem colérico cai na tristeza. Esse era o nome que os medievais davam à preguiça, porque o vício capital da preguiça leva a ter tristeza com o bem que recebeu de Deus, visto que esses bens nos trazem obrigações.<br />
<br />
Os vícios capitais anteriores, como vimos, fazem o homem perder todo o amor ao bem que Deus lhe deu. Agora, dominado pela cólera, ele já não tem alegria nem no próprio bem, e este bem ainda lhe exige cumprimento de deveres, porque a quem muito foi dado, muito será pedido. Desconsolado e triste, o homem soberbo, invejoso e colérico lamenta as obrigações que trazem os bens que Deus lhe havia dado, e tem pouca vontade de trabalhar na vinha de Cristo. É da cólera que nasce a preguiça ou tristeza. O colérico preferiria que Deus não lhe desse bem algum, para não ter mais obrigações. A tristeza ou preguiça ata o homem na coluna da inércia e o fustiga de tristeza.<br />
<br />
Ora, o que nos dá força para trabalhar com alegria e incansavelmente na vinha do Senhor é o pão de cada dia. Por isso, para combater a falta de generosidade no serviço de Deus, Jesus nos faz pedir no Pai Nosso 'O pão nosso de cada dia nos dai hoje'.<br />
<br />
Isto é, que Deus nos conceda a graça e a força necessários para cumprir nosso deveres de cada dia. Que Deus nos dê suas graças e força para cumprirmos os deveres que elas nos acarretam. E esta força de atuar é que traz ao homem a alegria do dever cumprido.<br />
<br />
Com 'o pão nosso de cada dia', o que pedimos, então, é o dom da Fortaleza, o qual nos dá força e paciência para enfrentar as dificuldades, trabalhos e cruzes de nossa vida de cada dia. É o dom da Fortaleza que produz em nossa alma a fome e a sede de justiça de que necessitamos para ir ao céu.<br />
<br />
Na quarta petição pedimos, portanto, a fome de justiça e o pão que a sacia.<br />
<br />
E que rio de maldade vai ser gerado pela preguiça ou tristeza?<br />
<br />
Da tristeza nascerá a vontade de buscar consolação nos bens exteriores, porque aquele que não encontra bem ou alegria dentro de si procurará consolação fora de si.<br />
<br />
Da preguiça virá portanto a avareza, a cobiça desmesurada de bens materiais. Quem não tem fome e sede de justiça terá fome e sede de ouro, e fará da fortuna a sua justiça. E à ausência de consolação e de alegria interiores se somará a inquietude pela aquisição e pela conservação dos bens materiais, que só trazem falta de paz, inquietação, apreensão de males e perturbação de espírito.<br />
<br />
A sede de bens materiais somente cresce com a posse deles, e jamais o homem estará saciado pela riqueza. A riqueza é uma água que faz crescer sempre mais a sede por ela.<br />
<br />
Para combater essa miséria e essa quinta doença - tão baixa - da alma, Cristo nos mandou que pedíssemos, em quinto lugar: 'Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores' .<br />
<br />
Pois é bem justo que quem não é avarento no que lhe é devido não seja também inquietado pelo que deve. O misericordioso com os seus devedores alcançará misericórdia para si. E quando pedimos a Deus o perdão de nossas dívidas, no mesmo grau em que estamos dispostos a perdoar o que se nos deve, o que pedimos e recebemos é o dom do Conselho.<br />
<br />
Por esse dom do Espírito Santo sabemos e temos força para exercer de bom coração a misericórdia para com quem nos ofende, e do modo mais conveniente, e na hora oportuna, para lhes fazer bem em troca do mal que nos deram.<br />
<br />
Do rio vicioso da avareza, caso ele não seja vencido em nós pela ação da graça, nascerá um rio mais lamacento ainda, que é o rio da gula. E é lógico que buscando os bens inferiores, o homem seduzido pelas riquezas - nelas não encontrando verdadeira consolação, mas só ainda maior inquietação - procure então num bem inferior, que está nele mesmo, aquilo que os bens inferiores externos não lhe puderam dar.<br />
<br />
Ele busca então o prazer dos sentidos, e em primeiro lugar o prazer do comer, visto que todo homem, precisando alimentar-se, necessariamente tem que ser tentado pela gula.<br />
<br />
Esse vício seduz o homem e o reduz a um nível inferior ao dos animais. Aquele homem, pois, que quis se igualar a Deus colocando-se orgulhosamente como causa do próprio bem, cai agora abaixo dos animais, que só comem o que lhes é necessário.<br />
<br />
Para combater este sexto e tão baixo mal, na oração dominical, Cristo nos ensina a pedir : 'Não nos deixeis cair em tentação'.<br />
<br />
Note-se que não se pede para não ter a tentação da gula. Visto que é necessário que o homem coma, todo homem estará exposto à tentação do comer desregradamente. A gula explora o apetite natural de subsistência, levando-nos ao excesso. A pretexto de necessidade, a gula nos induz a comer irracionalmente.<br />
<br />
Por isso, para combatê-la, pedimos a Deus, na sexta petição do Pai Nosso, que nos conceda o dom da Inteligência. Porque é o apetite da palavra de Deus que contém o homem na justa medida do apetite do pão material, pois 'nem só de pão vive o homem'. Mas só entende isso quem tem o espírito de Inteligência, que faz compreender a superioridade dos bens espirituais sobre os materiais, fazendo o homem vencer a gula pelo jejum e abstinência, e a avareza acumuladora pela confiança na Providência.<br />
<br />
É o espírito de Inteligência que clarifica a visão interior do homem pelo conhecimento da palavra de Deus, que age como um colírio no olho da sabedoria.<br />
<br />
Seduzido pelo rio lamacento da gula, o homem pecador é arrastado ao pântano final, onde fica atolado, sujo e preso: a luxúria escravizadora.<br />
<br />
Quando o homem se entrega ao prazer da gula, a sua alma se torna débil e já não consegue dominar o ardor das paixões carnais. Caindo na luxúria, ele fica escravizado, porque nenhuma paixão tem maior poder de domínio sobre o homem do que a impureza. Escravo dos amores impuros, o homem jaz na servidão do demônio, da qual dificilmente se liberta, a não ser pela oração e penitência.<br />
<br />
Este é o sétimo e fétido rio dos vícios de Babilônia, do qual, no Pai Nosso, se pede apropriadamente no Pai Nosso a libertação: 'Livrai-nos do mal'<br />
<br />
É bem natural que o homem escravizado suspire e implore por sua liberdade. E a sétima petição do Pai Nosso nos implora de Deus Altíssimo o dom da Sabedoria, que torna realmente o homem livre .<br />
<br />
Ora, a palavra sabedoria tem a mesma raiz de sabor. Movida pela graça e sentindo o gosto da Sabedoria, a alma se liberta da escravidão dos prazeres materiais e pode, enfim, alçar vôo para contemplar a Deus.<br />
<br />
Portanto, é a doçura interior e espiritual que dá ao homem a força de vencer a volúpia mentirosa dos sentidos.<br />
<br />
Só então, na posse da Sabedoria e libertada dos vícios, terá a alma a paz de Cristo, que não é a deste mundo.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-50176403300796837662017-01-28T17:31:00.000-08:002017-01-28T17:31:35.798-08:00A Igreja Católica e o Tabagismo: Uma revisão histórica.<header class="article-header clearfix" style="background-color: white; color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioiRfCps0TWZTDYj403pOCmhMUluzsIc7gTay0zpFSApw4XpfNW_vBiEK6VBMFJcO1tpnJ9KTxL9lk7R2in9SckQNw4f6IT9d63f8BeWh1Zl-i_IrDLyUcmznSDWA_F-9Jd-cvkYx06Co/s1600/cigarSmoker.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioiRfCps0TWZTDYj403pOCmhMUluzsIc7gTay0zpFSApw4XpfNW_vBiEK6VBMFJcO1tpnJ9KTxL9lk7R2in9SckQNw4f6IT9d63f8BeWh1Zl-i_IrDLyUcmznSDWA_F-9Jd-cvkYx06Co/s320/cigarSmoker.jpg" width="320" /></a></div>
<h1 class="article-title" style="color: #006699; font-family: Georgia, Cambria, "Times New Roman", Times, serif; font-size: 24px; line-height: 1; margin: 20px 0px 10px; text-rendering: optimizeLegibility;">
<strong style="color: #2c2c2c; font-family: "times new roman", times; font-size: medium; text-align: justify;">INTRODUÇÃO DO SITE</strong></h1>
</header><section class="article-content clearfix" style="background-color: white; line-height: 18px; padding-bottom: 20px;"><div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;"><strong></strong></span></div>
<hr style="border-bottom-color: rgb(255, 255, 255); border-bottom-style: solid; border-image: initial; border-left: 0px; border-right: 0px; border-top-color: rgb(238, 238, 238); border-top-style: solid; color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin: 20px 0px;" />
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px;">
<strong></strong></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">O presente texto visa mostrar como através dos anos a Igreja tratou com a questão do tabaco. Entenda-se aqui que Igreja tratou através dos anos com o Tabaco puro provindo diretamente da planta, e não do cigarro industrializado como conhecemos hoje, com dezenas de substancias nocivas a saúde e viciantes.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">O tabaco <em>in natura</em> por assim dizer, por si só, não causa vícios e não é um substancia ilícita, portanto não é “pecado” sua utilização, contudo não é algo que simplesmente pode ser usado por qualquer um indiscriminadamente, seu uso requer cuidado.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Será tratado aqui as 3 formas de consumo do tabaco: cheirar (pó de fumo ou rapé), mascar (a folha processada) e o fumo direto.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;"><strong>EX FUMO DARE LUCEM</strong></span><hr style="border-bottom-color: rgb(255, 255, 255); border-bottom-style: solid; border-image: initial; border-left: 0px; border-right: 0px; border-top-color: rgb(238, 238, 238); border-top-style: solid; margin: 20px 0px;" />
<strong></strong></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Na época, logo após os exploradores espanhóis conhecerem o tabaco por meio das viagens de Colombo, fumando ou cheirando como os nativos do Novo Mundo faziam - traziam consigo algo de um ar de diabrura porque os nativos viam nele uma conexão com espíritos invisíveis. Para alguns membros mais sinceros do clero missionário, as coroas de sua fumaça e sua ação sobre os espíritos daqueles que se embebiam, eram uma espécie de imitação sacramental dos sacramentos da Igreja, estabelecida no Novo Mundo de antemão pelo Diabo, a fim de impedir a sua evangelização.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Por volta de 1575, sínodos provinciais no Novo Mundo já tiveram que lidar com o fato de que os índios, convertendo-se ao catolicismo, trouxeram a prática de fumar em igrejas durante a liturgia - fumaça do tabaco, em suas tradições, evocavam os espíritos. Eles ofereciam sua fumaça como incenso, ou misturado em outro incenso. Autoridades eclesiásticas mexicanas proibiram o fumo em Igrejas nas Américas.</span></div>
<a name='more'></a><br />
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">As autoridades da Igreja no México e Peru definiram a disciplina eclesiástica para a Nova Espanha e outras partes da América. Em 1583, um sínodo em Lima declarou: “<span style="color: navy;"><em>É proibido, sob pena de condenação eterna para os sacerdotes, administrar os sacramentos, tanto levando a fumaça do sayri, ou tabaco, na boca, quanto o pó de tabaco no nariz , até mesmo sob o pretexto de remédio, antes do serviço da missa.</em></span>" em 1588, o colégio de cardeais, em Roma aprovou a proibição que se aplicava para as colônias espanholas na América. (A prática voltou na década de 1980, entre alguns americanos católicos índios, com a queima do tabaco e erva antes da Missa como o seu modo de sincretismo entre as crenças indígenas americanas e liturgia católica).</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Mas a questão não se limitou às Américas. O uso do tabaco: fumar, cheirar e mastigar, muito rapidamente se espalhou por todo o Velho Mundo também. E se espalhando entre ambos leigos e clérigos. A matéria era confusa: Não faltaram pessoas que abominavam o uso do tabaco como insalubre, sujo, viciante, e até mesmo pecaminoso; mas também houve muitas pessoas que apontavam para os seus benefícios, seus efeitos calmantes, os grandes e pequenos prazeres em seu uso, sua capacidade de fomentar a sociabilidade (talvez para uma esperada paz das nações, uma irmandade internacional da fumaça), e mesmo (no caso de rapé nasal) a sua eficácia médica como uma maneira de limpar as cavidades através da indução de uma purga cefálica.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">No entanto, a questão do uso de tabaco na igreja rapidamente surgiu na Europa, tal como tinha acontecido na Nova Espanha, e que tinha a ver com a questão de sacrilégio durante a missa. Num domingo, em Nápoles, um padre enquanto celebrava a Missa deu uma pitada de rapé </span><span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">nasal logo</span><span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">depois de receber a Sagrada Comunhão. Parece que ele não era um cheirador experiente porque ele caiu em um acesso de espirros, que o levou a vomitar o Santíssimo Sacramento no altar na frente de sua congregação horrorizada. </span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Como o uso do tabaco se espalhou através do clero católico da Europa, a Igreja focou em sua intrusão na igreja. O que foi anatematizado não era o seu uso em si, mas sim o seu uso antes ou durante a liturgia. E, especialmente, pelo clero, que eram esperados para manter a pureza absoluta e limpeza do altar, dos paramentos litúrgicos, e das mãos que consagrariam a hóstia. O tabaco não fumaçava igual o incenso.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">O Papa Urbano VIII, em 30 de janeiro de 1642 emitiu uma bula <a href="http://reader.digitale-sammlungen.de/de/fs1/object/display/bsb10488374_00005.html" style="color: #006699; outline: none; text-decoration: none;"><em>Cum Ecclesiae</em></a>, em que ele respondeu as denúncias do decano da Catedral de Sevilha, ao declarar que qualquer um que usasse tabaco pela boca ou nariz, tanto em peças inteiras, desfiado, em pó, quanto fumado em um cachimbo, nas igrejas da Diocese de Sevilha, receberia a pena de excomunhão <em>latae</em><em> sententiae.</em></span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">A razão para a proibição, explicou, era proteger a missa e as igrejas de contaminação. Em Sevilha, o mau hábito de usar o tabaco tinha aumentado tanto, disse ele, que homens e mulheres, clérigos e leigos, “tanto enquanto eles estavam realizando os seus serviços no coro e no altar, quanto enquanto eles estavam ouvindo a missa e os ofícios divinos, [que] não eram, ao mesmo tempo, e com grande irreverência, tendo tabaco; e com excrementos fétidos mancham o altar, lugares santos, pavimentos e calçadas das igrejas daquela diocese.” Alguns padres, aparentemente, tinham ido tão longe a ponto de colocar as suas caixas de rapé no altar enquanto eles estavam rezando a missa.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Mais tarde, em Roma, um panfleto provocador apareceu como um comentário sobre a Bula: "<span style="color: navy;"><em>Contra</em><em> folium quod vento rapitur ostendis potentiam tuam, et stipulam siccam persequeris.</em></span>" (“<span style="color: navy;"><em>Queres, então, assustar uma folha levada pelo vento, ou perseguir uma folha ressequida?</em></span>” Jó 13, 25 ).</span></div>
<div style="margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="color: #2c2c2c; font-family: times new roman, times;">Esta proibição gerou uma grande quantidade de lendas urbana (Urbano?) ao longo dos séculos, agravada por boatos corrompidos e falsamente atribuídos. Alguns relataram isso como uma proibição mundial sobre o uso de tabaco, alguns atribuíram ao papa errado ou deram a data errada, e alguns chegaram mesmo a dizer que o papa proibiu o uso do tabaco, porque ele bizarramente acreditava que o espirros que rapé causavam se assemelhava a êxtase sexual, que era inapropriado na igreja. (Hey, senhor papa! Mantenha seus rosários longe de nosso nariz!) Ultimamente, a lenda tornou-se tão deturpada e desgastada que o pobre Papa Urbano VIII foi acusado de insanidade de tentar proibir espirros.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Em 1650, oito anos após a bula de Urbano VIII, Inocêncio X decretou a mesma pena para o uso do tabaco nas capelas, na sacristia ou no pórtico da Arquibasílica de São João de Latrão, ou na de São Pedro, em Roma, a razão foi que ele tinha gastado muito tempo, talento e dinheiro embelezando-as, instalando mármores preciosos no chão e ornamentando as capelas com baixos-relevos, e ele não queria que eles fossem manchados com suco de tabaco e fumaça. Inocêncio XI depois reiterou a bula.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Por volta de 1685, alguns teólogos estavam debatendo se as bulas de Urbano VIII e Inocêncio X poderiam ser implicitamente entendidas como aplicáveis a Igreja Universal, e, em caso afirmativo, eles se perguntaram como se aplicava a todas as propriedades da igreja (não apenas o santuário e sacristia; alguns se perguntaram se a reitoria estava incluído).</span></div>
<div style="margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="color: #2c2c2c; font-family: times new roman, times;">Embora Bento XIII (que usava pó de fumo) reforçou a necessidade de manter o tabaco longe do altar e do tabernáculo, em 1725, ele revogou a pena de excomunhão por fumar na Igreja de São Pedro, porque ele reconheceu que os frequentadores da igreja eram freqüentemente saiam da Missa por um tempo para pegar um cigarro ou pó de fumo, e ele decidiu que era melhor para eles ficaram por dentro e não interromper ou perturbar a liturgia ou perder parte dela.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Será que o uso do tabaco quebrava o jejum antes da comunhão? Afonso Ligório (usava pó de fumo), em seu manual de instruções para os confessores, considerou que “o tabaco tomado pelo nariz não quebra o jejum, mesmo que uma parte dele desça para o estômago.” Nem “o fumante um cigarro quebra”, nem mesmo o tabaco mastigado ou “<span style="color: navy;"><em>mascado pelos dentes, fazendo suco que é cuspido</em></span>”. Outros de tempo acordado, esclarecendo que, se uma quantidade significativa de tabaco mascado foi engolido, o jejum foi quebrado.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; text-align: justify;">
<div style="margin-bottom: 10px;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;"><strong>OS NARIZES DOS PAPAS</strong></span></div>
<hr style="border-bottom-color: rgb(255, 255, 255); border-bottom-style: solid; border-image: initial; border-left: 0px; border-right: 0px; border-top-color: rgb(238, 238, 238); border-top-style: solid; margin: 20px 0px;" />
<strong></strong></div>
<div style="margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="color: #2c2c2c; font-family: times new roman, times;">Bento XIV foi também usava pó de fumo. Ele disse ter oferecido uma vez a sua caixa de rapé para o líder de alguma ordem religiosa, que não quis dar uma pitada de rapé, dizendo: “Sua Santidade, eu não tenho esse vício”, ao que o Papa respondeu: “Não é um vício. Se fosse um vício que você teria”.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Pio IX era um cheirador de pó de fumo inveterado, e era tão efusivo e constante nisso que muitas vezes ele teve que mudar sua longa batina branca algumas vezes por dia, ela era branco, afinal de contas, e a poeira do rapé iria a encardia. Ele ofereceu rapé, e caixas de rapé para os visitantes. A Igreja tinha estabelecido um monopólio sobre o comércio do tabaco em Estados Pontifícios e, em 1863, durante o seu pontificado, consolidou suas operações de processamento de tabaco sob o Diretor Pontifício de Sal e Tabaco em um prédio recém-construído no Piazza Mastai no bairro de Trastevere em Roma.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Quando o representante de Victor Emanuel veio a ele para apresentar as condições que o pontífice acreditava que eram inaceitáveis, o papa “bateu na mesa com uma caixa de rapé, que, em seguida, quebrou” O representante “o deixou tão confuso que ele apareceu tonto.” Em 1871, o Papa também, durante o tempo em que ele era o “prisioneiro do Vaticano”, ofereceu a sua “caixa de rapé de ouro, muito bem esculpida com dois cordeiros simbólicos em meio a flores e folhagens”, para ser oferecido como prêmio em uma loteria mundial para arrecadar dinheiro para a Igreja. (Audiência com o Papa Pio IX - Biblioteca do Congresso).</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Leão XIII gostava de rapé. Antes de se tornar papa, ele serviu por um tempo como núncio apostólico em Bruxelas e contou com a conversa e companhia dos aristocratas cultos e agradáveis lá. Uma noite, no jantar, certo Conde, que era um livre-pensador, pensou que e iria se divertir um pouco às custas do núncio, e ele entregou-lhe uma caixa de rapé para examinar, que tinha em sua capa uma pintura em miniatura de uma bela Venus nua. Os homens da festa assistiram o progresso da piada, e como para o Conde, ele estava sufocando com o riso, até que o Núncio diferencialmente devolveu a caixa com o comentário: “<span style="color: navy;"><em>Muito bonita, de verdade, conde. Presumo que é o retrato da condessa?</em></span>”. Perto do fim da vida do papa, ele sofreu quando teve que desistir do tabaco sobre o conselho de seus médicos.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">E os outros papas modernos? Pio X tomou rapé e fumou charutos enquanto era cardeal, quando foi eleito papa deixou de fumar. Bento XV não fumava e não gostava de fumaça dos outros. Pio XI fumava um charuto ocasional. Pio XII não fumava. E João XXIII fumava cigarros.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Paulo VI foi um não-fumante. Assim como também João Paulo I, embora as autoridades do Vaticano parecia insinuar, logo após sua súbita e desconcertante morte que sua doença final pode ser devido ao fumo pesado.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">João Paulo II não fumava, mas o Papa Bento XVI fumava uma vez ou outra Marlboros.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;"><strong>SANTOS QUE USAVAM TABACO</strong></span></div>
<hr style="border-bottom-color: rgb(255, 255, 255); border-bottom-style: solid; border-image: initial; border-left: 0px; border-right: 0px; border-top-color: rgb(238, 238, 238); border-top-style: solid; color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin: 20px 0px;" />
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px;">
<strong></strong></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">A Venerável Marie Thérèse de Lamourous, mostrou o manto de Santa Teresa de Ávila, no convento carmelita, em Paris, foi autorizado a colocá-lo em: “<em><span style="color: navy;">Eu beijei ele; Apertei-o em cima de mim”, ela escreveu: “Eu observei tudo, até mesmo as pequenas manchas, que parecia ser de rapé espanhol.</span></em>”</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">O uso do tabaco se tornou um problema durante as investigações beatificação de José de Cupertino, João Bosco, e Felipe Neri. Com os dois primeiros, os advogados do diabo argumentaram que a virtude heróica não se aplicava porque eles usaram o tabaco. O defensor de José argumentou, com base em entrevistas com José durante a sua vida, que o seu fumo foi uma ajuda para a sua santidade, ajudando-o a ficar até à noite para suas devoções e estender o seu jejum. No caso de Felipe Neri, o exame de seu corpo durante o inquérito mostrou que os tecidos moles do seu nariz morreram e assim seu corpo não era incorruptível. Sugeriu-se que isso se deveu ao seu uso pesado de rapé. Mas estes eram argumentos fracos contra a sua santidade.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Bernadette Soubirous teve asma na infância e seu médico prescreveu rapé para ela (sua caixa de rapé está em exposição no Lourdes). Quando ela tinha dezesseis anos, na escola, ela se lembrou mais tarde: “<span style="color: navy;"><em>Uma irmã ficou chocada quando eu comecei a fazer todos espirrarem passando rapé ao redor enquanto ela zumbia de longe em francês.</em></span>”. Depois que ela entrou no convento mais tarde,”Ela produziu sua caixa de rapé para recreação, um dia, para o grande escândalo de uma irmã. Ela gritou: ‘Oh, Irmã Marie-Bernard, você nunca vai ser canonizada.’ ‘Por que não’, perguntou a ‘cheiradora’, ‘Porque você usa rapé. Esse mau hábito quase desqualificou São Vicente de Paulo.’ ‘E você, Irmã Chantal,’ respondeu Irmã Marie-Bernard, rapidamente, ‘você vai ser canonizada, porque você não usou.’”</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">São João Vianney usou rapé, muitas vezes durante suas longas sessões de confissões. Padre Pio mantinha o rapé em um pequeno bolso do hábito, e passou rapé para seus visitantes. Um biógrafo escreveu que, “Uma noite, durante uma conferência com oncologistas, no meio de um relatório sobre a investigação do cancro, Padre Pio virou-se para um dos homens e perguntou: ‘Você fuma?’. Quando o homem respondeu afirmativamente, Pio, apontando o dedo firmemente repreendeu: ‘Isso é muito ruim’, então, com quase o mesmo fôlego, voltou-se para um outro médico e perguntou: ‘você tem algum rapé?’”</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; text-align: justify;">
<div style="margin-bottom: 10px;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;"><strong>OS JESUÍTAS</strong></span></div>
<hr style="border-bottom-color: rgb(255, 255, 255); border-bottom-style: solid; border-image: initial; border-left: 0px; border-right: 0px; border-top-color: rgb(238, 238, 238); border-top-style: solid; margin: 20px 0px;" />
<strong></strong></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; padding-left: 60px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">“<span style="color: navy;"><em>Um jesuíta</em><em> foi questionado se era lícito fumar um charuto enquanto orava, e sua resposta foi um inequívoco “não”. No entanto, o jesuíta sutil rapidamente acrescentou que, embora não fosse lícito fumar um charuto enquanto orava, era perfeitamente lícito rezar enquanto fumava um charuto.</em></span>”.<em></em></span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Nos séculos 16 e 17, os jesuítas desenvolveram grandes plantações de tabaco na América Central e do Sul e interesses financeiros na retenção de receitas a partir deles. Dominicanos, franciscanos e agostinianos tinham acordos semelhantes na América Central.</span></div>
<div style="margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="color: #2c2c2c; font-family: times new roman, times;">Durante este tempo, os jesuítas, apaixonados por seu rapé, foram acusados por seus adversários protestantes e laicos, sem qualquer evidência de que eu tenha encontrei, de levar rapé envenenado sobre as suas pessoas e oferecendo aos que tentavam assassinar. O “rapé Jesuíta” este material imaginário passou a ser chamado. O medo que o rodeava parece ter sido mais intenso depois de dezenas de milhares de barris segurando cinqüenta toneladas de rapé espanhol foram capturados por navios espanhóis na baía de Vigo em 1702, pelo almirante Inglês Thomas Hopsonn e encontrou seu caminho para o mercado britânico.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Ao mesmo tempo, missionários jesuítas introduziram o rapé que eles amavam ao Capitólio da China durante a dinastia Manchu, por volta de 1715. Durante algum tempo, chineses convertidos ao catolicismo eram chamados de “compradores de rapé” por seus compatriotas e lidavam com a fabricação e venda de tabaco em Pequim. Muitos monges budistas tibetanos ainda gostam muito de rapé.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Os jesuítas não estavam sozinhos entre as ordens mendicantes em seu amor de rapé. Laurence Sterne, autor de <em>Tristram</em><em> Shandy,</em> também escreveu uma viagem sentimental através da França e da Itália, em 1768, no qual ele descreve um incidente edificante e humilhante para ele, de troca de caixas de rapé com um pobre frade. Mas durante o século 19, a moda de usar rapé nasal desapareceu, e o charuto, cachimbo, e, em seguida, o consumo de cigarros substituiu. Fontes literárias mostram que tomar rapé foi mais e mais deixado para os velhos e os pobres, e para certos clérigos conservadores que persistiram com seu rapé, em vez de mudar para fumar.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Em uma carta 1846, o Pe. William Faber, sacerdote do Oratório de São Felipe Neri, escreveu: “Na Florença, o Superior da Camaldolese expressa um grande desejo de me ver; ele estava doente na cama, e sua cama cheia a rapé; ele agarrou minha cabeça, enterrou-o nas-roupas com cheiro de fumo, e me beijou mais impiedosamente”.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">“Dez Anos em Roma”, um artigo não assinado publicado em 1870 na revista <em>The</em><em> Galaxy</em>, nos diz, a respeito de frades capuchinhos: “Você vê a amostra indo sobre Roma em seu hábito marrom-escuro (de onde manter-se limpo), sua caixa de rapé de chifre preto, e seu imundo lenço de algodão azul de pelúcia em sua manga, e sua carteira pendurada em seu braço.”.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">E Maud Howe, em um artigo publicado no <em>The</em><em> Outlook</em>, intitulado “Codgers romanos e solitários”, comentou, em 1898, sobre um frade oferecendo-lhe uma pitada de uma caixa rapé de chifre gasto. “O rapé ainda é tomado na Itália por o velho e o antiquado”, escreveu ela, “e tem a sanção do clero. Em Roma, pensa-se que é dificilmente decente para um padre de fumar; que quase todos usam rapé; na verdade, eu já vi um padre tomar uma pitada pequena enquanto oficiando no altar.”.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Um editorialista no Dublin Review de 1847, lamentou que as indagações iniciais para a fé, muitas vezes descoberto “que os padres católicos são geralmente apenas pobres, mal-instruídos, usuários de rapé, espécie comum das pessoas.”. Ironicamente, o autor desejou, pois um tipo diferente de sacerdote, um “sábio e vencedor” - e deu como exemplo São Felipe Neri.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">No século 20, o pó de rapé clerical tornou-se antiquado e fora de contato, pois James Joyce, acrescentou o detalhe para sua descrição do padre decrépito, Pe. Flynn, em <em>Dubliners</em>.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Em setembro de 1957, Pio XII dirigiu uma carta a Congregação Geral da Companhia de Jesus, em Roma. Ele aproveitou a ocasião para exortar os jesuítas, bem como outras ordens religiosas a apertar sua disciplina, e abraçar a austeridade, em parte, eliminando artigos “superficiais” de suas vidas, incluindo “<em><span style="color: navy;">não poucos confortos que os leigos podem legitimamente exigir</span>.</em>” “Entre elas”, ele disse, “<span style="color: navy;"><em>deve ser incluído</em></span><em><span style="color: navy;"> o uso do tabaco, hoje tão difundida e usado</span>.</em>”. Com o mesmo espírito de abstinência, eles “<span style="color: navy;"><em>não deveriam entrar em férias fora de suas casas de sua ordem sem motivo extraordinário nem empreender em nome de descanso, longas e onerosas viagens de lazer</em>.</span>”.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Em 1964, a revista jesuíta americana elogiou o relatório do Cirurgião Geral dos EUA sobre o fumo logo depois que foi lançado.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">E, em 2002, João Paulo II assinou uma lei tornando-se “proibido fumar em locais fechados públicos, locais frequentados pelo público e locais de trabalho, situados nos territórios do Vaticano, as áreas para além das fronteiras deste Estado [ou seja, escritórios do Vaticano em outros países], e nos meios de transporte público.” Uma multa de 30 euros foi fixada para os infratores.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">Um prazer privado, indulgência, e conforto, uma forma de relação social, uma violação cívica, um perigo para a saúde, um vício, um incômodo, e um “vício”. Mas é o uso do tabaco em si um pecado? Essa pergunta, caro leitor, é, como se costuma dizer, está acima do meu nível salarial.</span></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;"><strong>PARA CITAR</strong></span></div>
<hr style="border-bottom-color: rgb(255, 255, 255); border-bottom-style: solid; border-image: initial; border-left: 0px; border-right: 0px; border-top-color: rgb(238, 238, 238); border-top-style: solid; color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin: 20px 0px;" />
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px;">
<strong></strong></div>
<div style="color: #2c2c2c; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman", times; font-size: small;">BUESCHER, John B. A Igreja Católica e o Tabagismo. Disponível em <http://apologistascatolicos.com.br/index.php/idademedia/moral/640-a-igreja-catolica-e-o-tabagismo-uma-revisao-historica>. Traduzido por: Rafael Rodrigues. Desde: 05/05/2014.</span></div>
</section>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-78712606149793157762017-01-27T17:27:00.000-08:002017-01-27T17:37:48.932-08:00O Brasil e os templários no plano da Providência<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaSaCDf5gVyjZzvg6UokjfAJ3RBAD6kRP6RbbFWrdbUY_44mj8_dF4LPFSfNeLWn6Bt23LwAAfyqOwr5hBtYP3Rlj9Uvo0NyWBkrzcoo7qdTs7-H8PrCgTuqu4kaJUTKceza-Wq_Jmvbs/s1600/templar.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaSaCDf5gVyjZzvg6UokjfAJ3RBAD6kRP6RbbFWrdbUY_44mj8_dF4LPFSfNeLWn6Bt23LwAAfyqOwr5hBtYP3Rlj9Uvo0NyWBkrzcoo7qdTs7-H8PrCgTuqu4kaJUTKceza-Wq_Jmvbs/s320/templar.jpg" width="225" /></a></div>
Portugal nasceu sendo rei D. Afonso Henriques. Na batalha de Ouriques, ele estava na indecisão do resultado da luta contra Castela, e apareceu a ele Nosso Senhor com as cinco chagas, pregado na Cruz, e incitando-o a que ele não perdesse o ânimo e que continuasse para frente. Porque a Providência queria um Portugal português.<br />
<br />
Ele continuou a batalha e ganhou. E daí as cinco chagas de Nosso Senhor estarem na origem do reino de Portugal, que era antes um condado e que passou a reino no tempo dele.<br />
<br />
A origem de Portugal e toda sua vida é, portanto, profundamente embebida de coisas católicas.<br />
<br />
Nós dizemos que os reis de Portugal, ou Pedro Alvares Cabral, descobriu o Brasil. Essas coisas são muito controvertidas, e uma delas é flagrantemente errada.<br />
<br />
Não foi Portugal que descobriu o Brasil. Eram portugueses os marinheiros, os capitães, a escola de navegação de Sagres, em base na qual as naves portuguesas vieram ter aqui, com Pedro Alvares Cabral dirigindo esbarraram no Brasil.<br />
<br />
<br />
Aqui foi celebrada a Primeira Missa e foi tomada a posse em nome do rei de Portugal, etc. Mas na realidade, as naus que vinham cá não pertenciam a Portugal. Pertenciam à Ordem de Cristo.<br />
<br />
O que era a Ordem de Cristo?<br />
<br />
Era uma continuação da Ordem dos Templários, fechada na França por Felipe IV, com um infeliz consentimento da Santa Sé.<br />
<br />
A Ordem dos Templários a pedido do rei de Portugal conservou-se em Portugal mudando de nome. E passou a ser a Ordem de Cristo.<br />
<a name='more'></a><br />
<br />
Essa ordem possuía os navios com que vieram os descobridores. De maneira que os navegantes portugueses descobriram o Brasil em navios da Ordem de Cristo.<br />
<br />
Por isso as caravelas levavam a Cruz de Cristo, com o formato especial dessa Ordem continuadora dos templários para significar que era a Ordem de Cristo que estava descobrindo.<br />
<br />
Como o rei de Portugal era grão-mestre da Ordem de Cristo, essas terras passaram a ser governadas por ele, não enquanto rei de Portugal, mas enquanto grão-mestre da Ordem de Cristo.<br />
<br />
<br />
O Brasil nasceu de Nosso Senhor Jesus Cristo a dois títulos especiais: nas suas raízes portuguesas nasceu na batalha de Ouriques.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpddtoIFX5D_AyIzNwhEv9F1mgMmnGVwepDwx9DtfQdYhzArRo_SzWLaG4mzWaxiiNp5bOb74PfldY194uSCUAK5k-fjcxRmabjHRwahMxfLBzdFFcYUqNYC3DY3oVPU_BkVZeDh3HJgU/s1600/Pedro+Alves+Cabral+1080.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpddtoIFX5D_AyIzNwhEv9F1mgMmnGVwepDwx9DtfQdYhzArRo_SzWLaG4mzWaxiiNp5bOb74PfldY194uSCUAK5k-fjcxRmabjHRwahMxfLBzdFFcYUqNYC3DY3oVPU_BkVZeDh3HJgU/s400/Pedro+Alves+Cabral+1080.jpg" width="247" /></a></div>
<br />
E depois, mais tarde, nasceu de uma missa, quando a Ordem de Cristo tomou conta destas terras em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Essa é a realidade.<br />
<br />
O fato é evidente e leva o selo profundamente católico de tudo aquilo que Portugal e a Espanha faziam.<br />
<br />
Eles tinham a intenção evidente e declarada de compensar pelos descobrimentos o que a Santa Sé perdia com a apostasia da Alemanha, Suécia, Noruega, Dinamarca, Inglaterra, Escócia, etc.<br />
<br />
Era uma espécie de compensação que eles queriam dar. E que enorme, gigantesca compensação!<br />
<br />
Se a América espanhola não tivesse perdido o litoral pacífico da América do Norte para os norte-americanos pode-se imaginar o poder que seria. Uma coisa extraordinária!<br />
<br />
<b>(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, 24/3/88. Sem revisão do autor)</b>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-52740215640041994192017-01-07T04:06:00.001-08:002017-01-07T04:11:53.149-08:00O que “Game of Thrones” tem a ver com pornografia?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK4-TbnJEddePRwQ180EwgZezlY0mGgUxLQWZCIThEzCaIGmkf1E6hUnsmIBmfUzOM08yUF7i4DwRn7bAb_gYK0pcyuPxxx6vKVVT5Z3Ie9SayDPsPWzxA4szyZk53_jo9PswhgLEPanM/s1600/game-of-thrones-daenarys.jpg" imageanchor="1"><img border="0" height="398" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK4-TbnJEddePRwQ180EwgZezlY0mGgUxLQWZCIThEzCaIGmkf1E6hUnsmIBmfUzOM08yUF7i4DwRn7bAb_gYK0pcyuPxxx6vKVVT5Z3Ie9SayDPsPWzxA4szyZk53_jo9PswhgLEPanM/s640/game-of-thrones-daenarys.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "open sans", helvetica, arial, sans-serif; font-stretch: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div style="font-size: 14px;">
<strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></strong></div>
<div style="text-align: left;">
<strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: "times new roman"; text-align: center;">“Game of Thrones”, o seriado de maior sucesso atualmente no mundo, diz muito sobre a nossa cultura e sobre o modo como estamos tratando as nossas mulheres.</span></strong></div>
</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Por</strong> Noah Filipiak | <strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Tradução:</strong> Equipe CNP — O seriado de sucesso <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Game of Thrones</em>, da HBO, recebeu 26 estatuetas do <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Emmy</em>, incluindo o prêmio de "melhor série dramática" em 2015, e tem 18,6 milhões de pessoas assistindo a cada episódio da série — um recorde para o canal HBO —, praticamente a mesma população de Nova Iorque, o terceiro estado mais populoso dos Estados Unidos. Esse é um número muito grande, que abrange muitas pessoas e indica uma forte influência cultural.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
O que faz as pessoas assistirem a <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Game of Thrones</em>? Certamente, a atuação artística, o enredo, as personagens, a trama, as batalhas, os dragões e, é claro, <strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">as cenas exageradas e gratuitas de nudez e de sexo</strong> <a href="https://padrepauloricardo.org/blog/game-of-thrones-e-a-mulher-medieval">(<span style="font-family: inherit;"><span style="border-color: initial; border-image: initial; border-style: initial; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit;">incluindo uma cena longa e explícita de estupro que virou notícia ano passado</span></span>).</a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Assim como <a href="https://padrepauloricardo.org/blog/cinquenta-tons-de-surras-e-pauladas">o fenômeno de "Cinquenta Tons de Cinza"</a>, tudo isso traz à tona o problema do sexo como entretenimento de massa. O que faz um filme pornô ser "pornografia" e <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Game of Thrones</em> ser um ícone premiado e bem-sucedido da cultura popular?<br />
<a name='more'></a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Ambos têm uma história e ambos são eróticos. Eu suponho que a diferença esteja em <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Game of Thrones</em> ter mais enredo do que sexo, razão pela qual ele é considerado um drama e não um "pornô", já que pornografia tem mais sexo do que enredo. Alguém também poderá dizer que o propósito de <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Game of Thrones</em> é artístico, enquanto o propósito de um filme pornô é o prazer sexual. Ainda que essa seja uma afirmação bem subjetiva,<a href="https://padrepauloricardo.org/blog/a-atriz-que-esta-desmascarando-a-industria-pornografica"> que muitos na indústria pornográfica poderiam facilmente refutar</a>, o propósito de ambas as coisas, no fim das contas, é o <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">dinheiro</em>, mas essa é uma outra história.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Será que a população de todo o estado de Nova Iorque admitiria abertamente assistir a pornografia, "adorar" assistir, discutir o assunto com os amigos e até comentar as histórias de seus "pornôs" na linha do tempo do Facebook?</div>
<br />
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
É óbvio que não.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Mas o que é pornografia, afinal? Você simplesmente sabe o que é antes de assistir? Então, por que ainda assiste, mesmo sabendo do que se trata?</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Muitas pessoas diriam que folhear uma revista adulta é ver pornografia. Mais pessoas ainda, se descobrissem que os seus filhos estão na Internet procurando vídeos (com nudez ou sexo explícitos) ou fotos eróticas (em que a mente dos seus filhos estaria simplesmente fazendo o resto do serviço), certamente chamariam isso de "pornô".</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
E se alguém cortasse uma das cenas de sexo explícito de <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Game of Thrones</em> e pusesse só aquela cena online, separada em si mesma de toda a trama e enredo, e o seu filho baixasse esse vídeo, você chamaria isso de pornografia?</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Sim, você chamaria.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Por que, então, quando se cobrem essas cenas com o <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">glitz</em> e o <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">glamour</em> da HBO, tudo de repente se torna socialmente aceitável? <strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Será que é porque, na verdade, as pessoas adoram pornografia, mas não querem admitir publicamente?</strong> Elas não querem surfar nos sites obscenos da Internet, mas se conseguirem o seu "pornô" via HBO (ou via Netflix), tudo bem, o que elas querem é um jeito de guardar o bolo e comê-lo ao mesmo tempo. Querem ter "pornô" sem o estigma social; "pornô" que a sua esposa deixe você assistir; "pornô" que seja possível racionalizar.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Nós somos realmente muito bons em enganar-nos a nós mesmos e geralmente aproveitamos a primeira oportunidade que temos para fazê-lo. O que é triste e irônico a respeito de <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Game of Thrones </em>é que, ainda que as atrizes recebam muito mais salário, prêmios e fama que as atrizes pornográficas, elas continuam sendo seres humanos e o efeito emocional que tudo isso tem nelas é o mesmo. A maioria delas jamais admitirá o fato, mas a verdade permanece.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Triste e irônico é que, vez ou outra, algumas dessas atrizes de renome <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">admitam</em> sentir nojo por estarem presentes nessas cenas de sexo, mas o insaciável vício da nossa cultura por pornografia é sempre demais para que pensemos em mudar a nossa forma de retratar o sexo.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Há pouco tempo, a atriz Emilia Clarke virou notícia ao revelar a um jornal britânico que <strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">"não suportava" as cenas de sexo das quais ela participou em <em data-redactor-tag="em" style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Game of Thrones</em>.</strong> O artigo conta que "Emilia, que interpreta a princesa exilada Daenerys Targaryen, se recusou a aparecer seminua de novo dois anos atrás". Ela "teria dito aos diretores do programa que <strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">'queria ficar conhecida por sua atuação, e não por seus seios'</strong>."</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Há, evidentemente, muita hipocrisia nessas falas da atriz. Digo isso não como um julgamento pessoal, mas como prova do fato de que<a href="http://www.covenanteyes.com/2015/08/04/the-best-of-both-worlds-when-it-comes-to-sex/?idev_id=620"> <span style="font-family: inherit;"><span style="border-color: initial; border-image: initial; border-style: initial; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit;">a nossa cultura quer "o melhor dos dois mundos" quando o assunto é sexo</span></span></a>. Ficar nua nas telas foi o que fez a fama da atriz e o que explica em grande parte a popularidade desse seriado. É muita incoerência.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Se você quer descobrir a verdade e saber como as coisas realmente são vistas pelo público, basta entrar no "mundo mágico" dos comentários da Internet. Uma das respostas ao artigo sobre Emilia Clarke diz o seguinte: <strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">"Nós não assistimos a você por sua atuação, querida"</strong>.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Isso é o que realmente acontece quando essas atrizes de Hollywood pensam estarem fazendo "nu artístico" com seus corpos: na verdade, o que elas estão fazendo é criando um vínculo sexual com milhões de homens, assim como as Escrituras nos dizem que acontece durante o sexo: "Os dois serão uma só carne" ( <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Gn </em>2, 24; <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">1 Cor</em> 6, 16). Nos Evangelhos, Jesus nos diz que <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">pensar</em> em ter sexo com outra mulher que não a sua esposa é o mesmo que cometer adultério no coração (cf. <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Mt </em>5, 28). Por isso, nós não deveríamos ficar surpresos com respostas desse tipo.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Assim como acontece com sexo casual, há milhões de homens por aí interessados em Clarke apenas pelo seu corpo. O anúncio feito pela atriz, de que não irá mais expor-se, equivale ao término de uma relação casual. Você pode cobrir esses episódios com o quanto de "arte" quiser, mas eles não passarão de um "corpo despido" para a maior parte dos homens que assistirem.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
E se você acha que pode de alguma forma filtrar a pornografia e ter apenas a "arte", você é tão iludido e incoerente quanto. Pornografia sempre faz o mesmo com as pessoas: assim que entra em cena, joga fora toda a sua humanidade e dignidade. <strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Tudo o que resta são pedaços de carne sendo consumidos por outros seres humanos.</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Você não pode ao mesmo tempo manter a dignidade de alguém enquanto a usa para o seu próprio prazer. Ou assiste a pornografia <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">ou </em>trata as pessoas dignamente.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Escolha com sabedoria.</div>
<div class="fonte" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 24px; margin-bottom: 25px; padding: 0px; text-align: right; vertical-align: baseline;">
<strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Fonte:</strong> <a href="http://www.covenanteyes.com/2016/02/02/if-you-are-watching-game-of-thrones-you-are-watching-porn/"><span style="font-family: inherit;"><span style="border-color: initial; border-image: initial; border-style: initial; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit;">Covenant Eyes</span></span> |</a> <strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Tradução e adaptação:</strong> Equipe Christo Nihil Praeponere</div>
Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-66473760759707124652016-11-15T14:27:00.000-08:002016-11-15T14:27:22.419-08:00Quem pensa não casa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv6HXjkZdcfAoMB3QW8YeMR76J8VoGW8z6Aod8f3hHycJ75NEhI926xXwE9zuaGPLrtssgwcD6vLblEMFwgV3kOHsbM8ZtoY7PaYC0pLkE4ZmlPb8NiR7ozcx_UmxEqmJsR_sGG4s2oAk/s1600/4c7d83e8ec44e90d93d9654b0e3405f3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv6HXjkZdcfAoMB3QW8YeMR76J8VoGW8z6Aod8f3hHycJ75NEhI926xXwE9zuaGPLrtssgwcD6vLblEMFwgV3kOHsbM8ZtoY7PaYC0pLkE4ZmlPb8NiR7ozcx_UmxEqmJsR_sGG4s2oAk/s320/4c7d83e8ec44e90d93d9654b0e3405f3.jpg" width="213" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
O encontro com uma doutrina, mesmo com uma doutrina que é Pessoa e que se fez Carne, ainda não resolve os nossos problemas. Um encontro não se transforma em núpcias gradativamente e inevitavelmente; entre uma coisa e outra é preciso inserir um elemento decisivo.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Há um provérbio de aparência imbecil que diz assim: “Quem pensa não casa.” É costume ver nesse provérbio um encorajamento para se ficar, durante a vida inteira, fechado numa prudência burguesa. Pensar, nesse caso, quer dizer: calcular despesas, prever doenças, avaliar a liberdade perdida em confronto com os novos encargos contraídos. Quem pensar assim não casará; resta-lhe a sabedoria negativa do provérbio para consolo. Não casa, mas pensa. É livre e pensa; é uma espécie de livre-pensador.</div>
<div style="text-align: justify;">
Atrás desse sentido comodista, o provérbio encerra uma advertência e sugere que é melhor casar do que ficar pensando. Quando um sujeito, nos caprichos da vida, encontra moça que acha de sua afeição e que lhe corresponde, tem essa alternativa: escolher ou pensar. O escolher é precedido, evidentemente, de um certo pensar; é de toda prudência que se conviva com a moça, que se converse, que se observem umas tantas coisas, antes de decidir a escolha. O homem é dotado de razão também para casar e deve aplicá-la na justa medida.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
A tarefa não é fácil. A moça se esconde atrás de certas manobras que, no dizer de muitos autores, lhe moram nas glândulas. O pretendente pode estar certo que ela mudará enormemente; não é assim como agora se ri que ela vai rir; não é disso que hoje chora que vai chorar. Seus gestos serão diferentes, sua forma se alterará, e sua própria voz, que tanto agrada hoje, será mais cheia e mais dura no difícil cotidiano. O mais atento leitor de um Bourget ou de um Montherlant se enganará redondamente se quiser fazer previsões psicológicas sobre a esposa escondida na noiva. Assim sendo, é justo que se pense e razoável que se cogite. Mas num certo ponto do conhecer é preciso decidir. Ou escolhe, abrindo mão nesse único ato de todas as outras moças, entregando-se totalmente, correndo todos os riscos, agüentando todas as conseqüências, querendo desde já no seu coração agüentá-las, tendo confiança, pelo pouco que sabe, no muito que desconhece, trocando generosamente o pouco pelo muito, empenhando a vida inteira a vir em cima de alguns meses que já passaram; ou então continua pensando. E se pensa não casa. Não casa porque pode passar a vida inteira pensando. Sondando; sopesando; excogitando. Conheço diversos casos assim, de namoros tristes que duraram mais de vinte anos: o noivo pensava. Num caso desses, em vez de festa de núpcias houve luto, porque o noivo morreu pensando ...</div>
<div style="text-align: justify;">
<a name='more'></a></div>
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* * *</div>
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Na cataquese antiga, conforme o texto da Doutrina dos Doze Apóstolos, havia menção de dois caminhos: o caminho da Vida e o caminho da morte. Terminava um em núpcias; outro em luto. Era preciso escolher. Mas não devemos de forma alguma pensar que uns escolhiam o caminho da Vida e outros o da morte, como talvez se possa depreender que aconteceu nas margens do Ipiranga. Ninguém efetivamente escolhe o caminho da morte; mas entram por ele os que não querem escolher. Morrem por não quererem morrer; perdem a vida porque a querem guardar. Foi o que aconteceu com aquele noivo infeliz que morreu pensando; pensando e guardando; e tanto guardou que perdeu.</div>
<div style="text-align: justify;">
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O encontro, por si só, não dá noivado. O tempo traz a confiança que é a dilatação do encontro; mas a confiança só também não se resolve em noivado. A decisão final cabe um ato de amor, a uma entrega; e como é ato de entrega parece morte, mas é vida. Depois do encontro, começa o pretendente a considerar, se possui um robusto senso comum, que é mais razoável casar com uma moça do que viver e morrer por uma causa, ou cair apaixonado pela humanidade inteira. Em seguida, precisa ter um certo senso lúdico para namorar com ingenuidade e sem complicados cálculos psicológicos. Nada disso porém resolve seu caso, se aquele senso do outro não estremece com amor e com fome, se não é um pobre na sua carne e um pobre de espírito, isto é, se não precisa da carne do outro e do espírito do outro, se não é, em suma, capaz de dar e de receber, se não decide, uma vez por todas, morrer, para viver nos braços amorosos de uma noiva feliz.</div>
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<div style="text-align: justify;">
Não adianta ficar pensando indefinidamente, porque a pessoa do outro é inesgotável diante do cogitar. Por mais que faça, não é possível entrar na equação do outro, totalmente, com o sinal do conhecer. A pessoa só pode somar-se à pessoa com o sinal da cruz; conhece-a de modo eminente amando-a e crucificando-se nela.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
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* * *</div>
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Há uma escolha mais decisiva do que todas: um noivado que importa mais do que nenhum, que exige muito, porque promete uma esposa sem mancha e sem ruga. Tudo pode concorrer para o encontro; mil vezes se renova esse encontro, crescendo em insistência e em significação. Nossa pobre natureza tem, no mais fundo dos abismos, os recursos fundamentais para desejar e reconhecer, para anelar por esse encontro. Tem sede de eternidade; tem inteligência configurada para a Pessoa; tem a pobreza profunda do namorado. A confiança cresce à medida que cresce o conhecimento; a noiva chama; todos os santos rezam em coro; um dilúvio de méritos vem, do céu e da terra, molhar as raízes ressequidas de nosso cogitar. Tudo isso será perdido se de nossa parte recusamos a escolha. Há um momento, entrando pela eternidade, que resolve se haverá festa ou luto. Ou casamos ou pensamos. Ou fazemos penitência, ato de reconhecimento e de amor, ou prolongamos indefinidamente nossa prudência. E por mais que estudemos, experimentemos e analisemos, por mais que cresça a confiança, se não fizermos ato de amor, não haverá núpcias. Haverá estudo; confiança boa, mas seca; razoável, mas não amorável. Podemos ficar neste conflito vinte anos, quarenta anos, anotando num diário a interessante evolução de nossa personalidade. Mas não haverá festa; e morreremos evoluindo. Poderemos passar a vida inteira experimentando a doutrina em cima dos enigmas da natureza; do sol, dos insetos, das glândulas, para ver se não há falha; mas como essas coisas são muitas, e breve é a vida, morreremos fazendo a última experiência. E não haverá núpcias; e nem sequer assistiremos aos seus preparativos com o milagre do pão e do vinho.</div>
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Ninguém poderá esgotar com o conhecimento o fundo da doutrina que é Pessoa, e dificilmente poderá conhecer a milésima parte da obra humana escrita sobre a doutrina, que é imensa. Seria loucura aguardar, para ulterior resolução, a leitura das obras completas de São Tomás ou dos textos patrísticos. Mal temos tempo para ler uns poucos antigos e meia dúzia dos autores modernos e mal podemos compreender os textos em toda a profundidade.</div>
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Será evidentemente um grande benefício para qualquer pessoa ler com boa vontade a obra de Maritain, de Karl Adam, de Guardini, de Amoroso Lima, de Dom Vonier, de Dom Columba Marmion1; seria ainda melhor ler São Tomás, Santo Agostinho, São Cipriano, Santo Inácio, Santo Irineu; seria ainda melhor ler as Sagradas Escrituras. Mas ainda melhor do que tudo é pedir perdão a Deus e rezar um simples Padre-Nosso pedindo para a secura da alma o socorro da Fé, da Esperança e da Caridade.</div>
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Porque quem quiser ler tudo, ler mais e mais ainda, quer ficar pensando: e não se converte. O que ele deseja, pelo direito, vem depois da opção, e é uso do convívio com a noiva. Parece círculo vicioso, mas não é círculo, é cruz. Pareceu mau raciocínio; mas é amor. Parece que o livre e indefinido exame é a maior dignidade humana, mas não é, porque a maior é a Caridade.</div>
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Num certo ponto de seu conhecer ganhou confiança; então precisa escolher. Ninguém ganha a Fé por um aperfeiçoamento progressivo da discriminação, nem ganha a Esperança pela ginástica metódica do nervo lúdico: essas coisas são dons de Deus, temos de pedir o que de antemão já é dado. E não basta pensar: temos de pedir falando, levando nosso corpo, nossa voz viva ao ouvido consagrado. Temos de entrar na objetividade de Deus.</div>
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<div style="text-align: justify;">
Depois do encontro, em que Deus e toda a Comunhão dos Santos o ajudou, o chamou, o procurou, é a vez dele, desse ajudado, desse chamado. É a sua vez de jogar, cabe-lhe agora o lance.</div>
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<div style="text-align: justify;">
Um escritor irônico, cujo nome me escapa, disse uma vez que “ce qu’il y a d’embêtant dans le catholicisme, c’est qu’on n’a jamais du mérite.” A frase pode ter alguma graça, se quiserem, mas não é verdadeira porque o catolicismo é a doutrina do nosso único mérito. Merecemos a imagem e semelhança de Deus; e merecemos uma terrível liberdade. Deus nos chama e nos ajuda, mas de repente ficamos numa situação inaudita, porque nos compete responder. Quase se pode dizer que nesse instante incrível há um silêncio de Deus. Todos os santos calam-se. Há um silêncio, uma espera, um frêmito de impaciência, em que somente ecoam, nas almas dos eleitos, os últimos gemidos inefáveis. E, nesse silêncio augusto e terrível, estamos subitamente sós, sós e livres, terrivelmente sós e terrivelmente livres. Nós, as criaturas, você, leitor, eu, o Edmundo, fomos chamados e inundados de misericórdias; mas de repente estamos sós e livres, e temos de fazer um pequeno ato, uma insignificância, um ato de penitência, um gesto de amor, uma coisa de nada que tem a capacidade de encher um silêncio de Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Gustavo Corção</div>
<div style="text-align: justify;">
Capítulo de "A Descoberta do Outro"</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5432108301931371921.post-91640045973241155192016-10-10T05:54:00.000-07:002017-01-07T04:12:24.328-08:00São Luís Martin - Coragem<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibQnR0iunOxzByXyL_jOrk4jWBdxReNq12DazL3oZwDCTNqplEdBBCpTXS5D0en_b0qsQJd2BctSERpkhly5-t9cDzl_ZV7tEgZmfgah7-ww5fIPJqwN4yKVvnyluKumazcZLucKCsnew/s1600/louismartin.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibQnR0iunOxzByXyL_jOrk4jWBdxReNq12DazL3oZwDCTNqplEdBBCpTXS5D0en_b0qsQJd2BctSERpkhly5-t9cDzl_ZV7tEgZmfgah7-ww5fIPJqwN4yKVvnyluKumazcZLucKCsnew/s400/louismartin.jpg" width="267" /></a></div>
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Ao amor de Deus, ao espírito de Fé e à Esperança unia-se, em meu Pai, uma extrema e corajosa caridade para com o próximo. Era sua nota dominante. Se, durante a noite, o sinal de alarme anunciava algum incêndio, levantava-se logo, e ia para onde houvesse maior perigo. Certa vez, contando isso às minhas companheiras, no internato da Abadia, uma delas exclamou: "Em casa dá-se justo o contrário, Papai se esconde sob as cobertas!" Fiquei bastante admirada! Essa intrepidez bem conhecida de Papai, deixava-nos inquietas quando não o víamos chegar à hora certa. Temíamos sempre que tivesse querido separar contendas, recebendo assim algum ferimento, ou ainda que se tivesse lançado ao socorro de alguma pessoa afogada. Era bom nadador e não teria hesitado em expor sua vida para salvar a de outrem. Em sua juventude, tentara vários salvamentos, um dos quais foi particularmente dramático. Quase perdeu a vida, pois seu companheiro apertava-lhe desesperadamente o pescoço, paralisando seus movimentos. Sempre pensei que seu gosto pela aventura, indo socorrer os viajantes perdidos nas geleiras não era alheio a seu atrativo pelo Mosteiro do grande São Bernardo, retirado nas alturas, longe do tumulto da cidade. Considerando as organizações atuais para adolescentes, penso, também que Papai teria gostado de ser Escoteiro se houvesse em seu tempo, ele que se alegrava, outrora, de ser filho de um oficial do exército!</div>
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Acampar à aventura ser-lhe-ia uma felicidade! <b>Possuía, com efeito, uma invencível coragem, decisão, resistência ao sofrimento e energia: era um verdadeiro filho de oficial</b>. É muito significativa esta carta de minha Mãe, relatando a ocupação de Alençon pelos Prussianos, em Novembro de 1870 : "Enviaram exploradores à floresta. Meu marido foi sábado de manhã e deveria passar a noite; todavia, não havendo mais perigo, retiraram o corpo de guarda, de sorte que ele voltou cerca de meia-noite. "<br />
"É possível que os homens de quarenta a cinqüenta anos ainda partam; é quase certo. Meu marido não se perturba, absolutamente. Jamais, pediria dispensa e diz, frequentemente, que se fosse livre, teria logo se alistado como voluntário."</div>
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Sua valentia era notada pelos domésticos. Uma empregada dos Buissonnets relembra-a, escrevendo ao Carmelo: <b>"O Sr. Martin era, sobretudo, um santo e tão corajoso! Não tinha medo de nada ... "</b><br />
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A verdade é que, como acabo de dizer, ele acorria, logo, a qualquer lugar onde havia perigo. Certa vez, em Alençon, indo fazer a adoração noturna em Notre-Dame, encontrou o dormitório dos homens em chamas. O incêndio era devido ao fogo da lareira que fora muito atiçado. Foi uma ocasião de exercer seu engenhoso devotamento, lançando os colchões pelas janelas e salvando tudo que pôde. As cartas de minha Mãe falam disso. Certa manhã o fogo devastava o interior de um casebre defronte aos Buissonnets, ele foi logo ao socorro da velha Irlandesa que ficara sozinha em casa e conseguiu dominar o incêndio. Em casos semelhantes não queria ajudantes e impedia que se gritasse: "Fogo!" com receio de pilhagens. A pobre mulher levantava os braços ao céu e pedia em sua língua estrangeira todas as bençãos para seu libertador. Fui testemunha do fato, quanto ao seguinte, foi contado por meu Pai. </div>
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Sua presença de espírito é ainda notória neste acontecimento: Indo à pesca, perto de Lisieux, viu-se às voltas com um touro furioso que despedaçava sua caixa de instrumentos de trabalho, colocada à pouca distância. Apanhar seus anzóis e fugir seria feito num instante. Mas o animal estava perto demais e sem uma manobra tão ousada quão pronta tê-lo-ia infalivelmente derrubado. Voltando-se para o touro, ameaçava-o, sem cessar, com seu feixe de anzóis. Isso fazia-o recuar. Aproveitando o terreno ganho, Papai ia correndo para frente, renovando sua tática até chegar à cerca da pastagem. Terminou sua narração com estas palavras : "Agradecei a Nosso Senhor, minhas filhas, sem sua proteção, desta vez seria fatal!" Isso mostra o perigo extremo em que se achou. Nesta ocorrência, meu Pai salvara, por seu sangue frio, a própria vida, como teria feito para salvar a de outrem, em semelhante situação.</div>
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(O Pai de Santa Teresa do Menino Jesus)</div>
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