sábado, 14 de julho de 2012

As roupas, de alguma maneira, refletem ou não a personalidade?


Tudo que fazemos reflete aquilo que somos, que gostamos, e diversas outras coisas relacionadas ao nosso eu]. Como nunca canso de dizer, a roupa, mesmo que muitos neguem, é uma dessas formas de traduzir o que o homem é (ou não) – sim, a roupa é um instrumento de comunicação! Reflete nossa personalidade e até mesmo oculta algo existente no nosso interior. Por que “oculta”? Simples; as vezes, por medo, repressão ou simplesmente para se encaixar em determinado grupo social, nos vestimos não como somos. Mas como queremos, por um motivo ou outro. As cores também entram como um forte aliado para a distinção de personalidade. Como por exemplo, uma menina usando roupa rosa causa a impressão de romantismo e delicadeza. Já o vermelho, sensualidade e erotismo. E aí poderíamos supor várias coisas.



Num projeto realizado pela alemã Herlinde Koelbl – uma das fotógrafas mais celebradas de seu país -, essa questão de roupa/personalidade é tratada de uma maneira bem interessante. A artista quis comparar o lado profissional com o pessoal. O trabalho durou 4 anos, composto de 70 fotografias, retratando pessoas de diferentes grupos sociais e áreas, cada foto aparece a mesma pessoa com uniformes e roupas de trabalho, e ao lado com roupas em momentos casuais. Em depoimentos, os próprios personagens afirmam que ao colocarem os uniformes e fardas adotam uma postura totalmente distinta. Até mesmo a sociedade adota tais posturas, olham com mais respeito, admiração ou até mesmo preconceito dependendo do olhar e de como a pessoa, ou melhor, a profissão determina que esteja vestida. O nome dado por Koelbl foi “Kleider Machen Leute” (“A Roupa faz o Homem”).
Como vocês podem perceber, tudo o que falei acima é comprovado através das fotos. A vestimenta, para o bem ou para o mal, implica mais do que uma simples roupa [acho que já foquei bastante nisso]. Há casos interessantes de palhaços que só conseguem ser, realmente, palhaços, quando vestem e se pintam. Por quê? Eles sentem-se camuflados. É como se a sua roupa os livrasse da vergonha alheia. E, transformados, fazem o que jamais fariam de cara limpa e com uma algo comum! [É claro que também existem aqueles palhaços que usam terno e gravata, mas esses a Moda ainda não conseguiu definir].




Também existem pessoas que dizem não ligar pra roupa que vestem. E sim, há pessoas de tal maneira. Mas isso não significa, de modo algum, que a roupa não liga pra pessoa. Veja bem, o fulano pode não ligar, mas esse “não ligar” implica diversos tipos de sentimentos que são, obviamente, refletidos no seu armário. Parece papo de “apaixonada” pela Moda, mas não é. Por exemplo, alguns hipsters dizem que não ligam para aquilo que vestem. Mas, sinceramente, alguém que vê um hipster pensa que ele é outra coisa? Aí vocês podem dizer “ah, mas existem hipsters que vestem ternos etc”. Claro, e a vestimenta serve pra camuflar esse ideal e estilo de vida. Não estou dizendo – e acho que isso é óbvio – que dá pra fazer um diagnóstico absolutamente preciso sobre todas as pessoas apenas por observar a sua roupa. Mas, existem traços e indicações quando saímos de casa vestindo determinada peça. E isso é inegável. Aí eu poderia adentrar em vários estilos e discuti-los, no entanto, acredito que tenha dado pra compreender a visão tratada.

Por Linda Lara Neotte
Literatortura

Nenhum comentário:

Postar um comentário