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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

RELIGIOSIDADE VARONIL

Muitos jovens se afastam da vida religiosa ao verificarem o contraste entre a aparente religiosidade exterior de alguns companheiros e sua esterilidade espiritual. Outros, trazem a prática da religião demasiado sentimento e por seu sentimentalismo fazem com que a religiosidade seja mal interpretada pelas pessoas sérias. Religiosidade é o culto de Deus conjuntamente prestado pela razão, o coração e a vontade. O coração ou sentimento tem, pois, também seu papel, mas um elemento não deve demasiar-se em deferimento dos outros dois. Da religiosidade exageradamente sentimental pode-se dizer o que, infelizmente, alguns afirmam de toda a religiosidade: ela é própria só para o povo e as mulheres.

Como? A religião é boa somente para o povo e as mulheres? Para os cultos, inteligentes homens modernos não serve? — Certo que serve! A religiosidade bem compreendida, real, varonil, serve e sem contestação!

E quando será ela, real e varonil?

Podem alguns ter idéias de religião adulterada quanto o quiserem; não poderão negar que ela é um dos mais belos ornatos que constituem a verdadeira nobreza do homem.

Em nossos tempos, tentaram tirar à religião sua autenticidade, e substituí-la por diversas especulações científicas; em vão! Onde se atacou a religião, começou a decadência da virtude, da honestidade, do sentimento do dever, da consciência, do caráter, — numa palavra, dos mais belos ideais da humanidade. Podemos buscar exemplos na história dos antigos gregos, dos romanos e outros povos. Ali, a vida dos próprios sábios, que procuravam tudo o que era bom e nobre, não se isentava de falhas, porque eles não conheciam a ver dadeira religiosidade.

Mas, que é a verdadeira religiosidade?

segunda-feira, 28 de março de 2016

A EDUCAÇÃO DA VONTADE


Três coisas têm grande influência sobre a vontade: o sentimento, a imaginação e o temperamento. Não somos totalmente senhores deles; o “livre arbítrio” do homem não é, pois, completo em nós. Tu mesmo deves ter notado que um dia te levantas triste e abatido, e que no dia seguinte, ao invés, estás tão alegre que terias vontade de dançar; e não podes dizer a razão nem do abatimento de ontem, nem da alegria de hoje.

O mesmo ocorre com a imaginação. De repente, e sem causa alguma, as recordações de um acontecimento passado emergem na tua memória, ou entãopor sob os vincos da tua fronte, idéias absurdas e imagens enganadoras se desenham. Donde vêm? Por que é que se apresentam naquele minuto preciso? Não saberias dizê-lo … E é de frequente que a nossa imaginação assim nos jogueteia, é a miúdo que nos mostra dificuldades imensas e obstáculos insuperáveis no caminho dos nossos trabalhos, para nos desgostar deles. Se tens um dente para mandar extrair ou tratar, não é o trabalho do dentista que é o mais doloroso; é a meia hora que passas na sala de espera, deixando livre campo à tua imaginação que te mostra, exagerando-o atrozmente, o sofrimento que te aguarda.

Pois bem, meu filho, se não somos totalmente senhores dos nossos sentimentos e da nossa imaginação, cumpre-nos entretanto tentar estender o reino da nossa vontade até à atividade deles; cumpre-nos velar sobre os sentimentos e tomar as rédeas à imaginação. Acordaste de mau humor? Não importa! Trata de sorrir e de cantar, já estarás vitorioso, – em parte ao menos.


Tens um trabalho de álgebra que fazer. Tua imaginação pinta-o sob imagens assustadoras: “Escuta, esse problema é tão difícil que vais suar frio!” Pois bem , contradize-a! Dize-lhe: “Não é verdade! És uma mentirosa, minha querida imaginação! A solução não é tão terrível assim; tu aumentas as dificuldades; para que pareçam maiores do que são … pois afronto-as”.

sábado, 16 de janeiro de 2016

O santo mistério

Porém já vês, meu filho, quanto são de lastimar esses infortunados. Porque, se conhecessem o santo dever, a nobre tarefa que Deus ligou a esse instinto humano, não falariam dele com tão desfaçada grosseria.  
Julga tu mesmo, meu filho, que vulgar maneira de pensar, que degradação da alma é precisa para inventar e espelhar pilherias porcas sobre um dos mais santos e mais nobres privilégios de que o Criador quis revestir o homem.
"Não sabeis que sois o Templo do Espirito-Santo que habita em vós?" diz a Sagrada Escritura (1. Corintios, VI, 19). Num templo cada lugar é santo, no nosso corpo também tudo é santo, pois ele vem de Deus. Mas em cada templo há uma parte que é especialmente santa: o tabernáculo onde o próprio Senhor habita no Santíssimo Sacramento e do qual só nos devemos aproximar inclinando a cabeça, ajoelhando-nos com profundo respeito;  no corpo humano também há um lugar particularmente secreto — não é o coração, não é o cérebro — porém o órgão onde habita uma parcela da força criadora do Onipotente e no qual não devemos pensar senão com profundo respeito.
Com quanto mais respeito pensares na santa força criadora que acorda em ti entre os quatorze e os dezesseis anos, tanto mais claramente tomarás consciência de que no teu corpo, consoante a admirável vontade de Deus, dormitam a vida, a felicidade e o futuro de toda uma geração, tanto menos troçá-la-ás, tanto menos sorrirás dela, e mesmo dela absolutamente não falarás.
De feito, o nascimento da vida é na natureza inteira um segredo. Segredo santo e impressionante. Lá onde começa uma nova vida, o Deus Criador lança sempre um véu. A borboleta esconde-se num casulo quando muda de forma, ninguém a vê. E quem jamais viu a semente germinar? Ninguém. Profundamente escondida no seio da terra, ela surge para uma nova vida. Quem jamais viu o cristal da ametista azul e do rubi vermelho formar-se no silêncio absoluto das profundezas misteriosas dos rochedos? Ninguém. O começo, o nascimento, a origem da vida estão por toda parte misteriosamente ocultos. Em vão o homem investiga o começo da vida: o maior sábio finalmente percebe haver chegado ao limiar dum flutuado fechado. Um passo mais e — é Deus que se ergue diante dele.