O valor do ex-presidente do Equador D. Gabriel García Moreno se descobre pelo que nos narra J. M. VilleFranche, “Pio IX chorou D. García Moreno como vinte e sete anos antes tinha chorado o conde Rossi. Em muitas das suas alocuções elogiou o presidente do Equador, como o campeão da verdadeira civilização, e seu mártir. Mandou-lhe fazer exéquias solenes numa das basílicas de Roma, dispondo e ordenando que seu busto fosse colocado em uma das galerias do Vaticano. Moreno não pertencia à sua época; estava atrasado dois séculos na política, e deveria ter nascido na época de S. Luís...” Com estas palavras fica feito seu maior elogio.
Mas tão altas homenagens D. Gabriel Garcia Moreno não as recebeu apenas do Clero. Com efeito, qual outro presidente de nossos dias poderá gloriar-se de honras como as que abaixo reproduzimos, prestadas a ele pelo Senado e pela Câmara da República do Equador, reunidos em Congresso?
“Considerando que Sua Excelência o doutor García Moreno, por sua distinta inteligência, vastíssima ciência e nobres virtudes, está acima entre os mais ilustres filhos do Equador; que consagrou sua vida e as raras e elevadíssimas faculdades de seu espírito e de seu coração à regeneração e grandeza da República, estabelecendo instituições sociais sobre a sólida base dos princípios católicos; que amou a religião e a pátria a ponto de padecer por elas o martírio; que dotou a nação de imensos e inegáveis benefícios materiais e religiosos:
“Decretamos: Artigo I — O Equador, por intermédio de seus legisladores, glorifica a memória de D. Gabriel García Moreno, com denominação de ilustre regenerador da pátria, e mártir da civilização católica [destaque nosso]; — Artigo II . Para a conservação de seus restos mortais será construído um mausoléu digno dele — Artigo III. Mandar-se-á erigir-lhe uma estátua em mármore ou em bronze com esta inscrição: Ao excelentíssimo D. Gabriel García Moreno, presidente da República do Equador, morto pela pátria e pela religião a 6 de agosto de 1875.
“Quito, capital do Equador, 30 de agosto de 1875.”
O leitor, habituado ao liberalismo que pensa triunfar, espantar-se-á com os largos elogios à piedade do presidente. Mas, em verdade, o ex-presidente do Equador foi, antes de tudo, um herói da Fé e um campeão da moral católica:
“Na abertura das câmaras legislativas de 1873, o presidente desta República, D. Gabriel García Moreno, terminou sua mensagem por estes termos:
‘Mas nossos rápidos progressos não nos serviriam de coisa alguma se a República não progredisse em moralidade à medida que aumentava em opulência, se os costumes se não reformassem pela ação livre e poderosíssima da Igreja Católica.