A leitura das fontes primárias conduz o historiador a um outro nível, distante da bibliografia, das (distintas) posições dos historiadores, mais próximo do tempo estudado, da vida do passado. Os romanos prezavam o conceito de “virtude”. Em um mundo em que as pessoas estavam acostumadas à dor física, o que em última instância distinguia o homem da mulher era, para Cícero (106-43 a. C.), a coragem, que, por sua vez, se baseava em duas atitudes: o desprezo da morte e resistência à dor.
“Então tu, depois de veres os espartanos, os adolescentes em Olímpia, os gladiadores bárbaros no nosso anfiteatro sofrerem os mais duros golpes sem soltarem um gemido, se acaso sentires alguma pequena dor vais pôr-te a choramingar como uma mulher, em vez de a aguentares com calma firmeza? Impossível!” CÍCERO, Diálogos em Túsculo, Livro II, XX 46.
PERGUNTA: O que os romanos diriam de nosso mundo?
IMAGEM: Retrato de um homem (c. 50 a. C.). Bronze com olhos de marfim, 38,1 cm. Metropolitan Museum, New York, EUA.
Por Ricardo da Costa
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