sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Viva o cavalheirismo


Uma reclamação bastante comum das mulheres é que os homens “não prestam atenção”. Em geral isso nos deixa perplexos. Como perceberíamos aquele detalhe? Eu tenho uma resposta que tento oferecer aqui: cavalheirismo.

O cavalheirismo saiu de moda e, em geral, virou reduto daqueles que não têm nada a oferecer a não ser uma ou outra bajulação, mas cavalheirismo é mais que isso. É forçar-se a notar, o tempo todo, que há uma mulher próxima e que ela é diferente do homem e, portanto, merece um tratamento igualmente distinto.

Embora seja mui sabido, não custa enumerar alguns dos atos do feitio de um cavalheiro: abrir portas e segurá-las abertas; ceder o lugar no trem ou ônibus; deixar as mulheres entrar e sair de um elevador por primeiro (com portas automáticas; se a porta é manual, elas entram primeiro, mas saem logo em seguida de um homem que abre a porta); tirar o chapéu ou boné quando estiver conversando com uma; carregar seus pesos; subir escadas atrás, descer à frente (e, caso ela tropece, segurá-la, é para isso que serve essa “regrinha”); há mais.

Isso tudo exige uma atenção constante, e treinará o homem, agora um cavalheiro, a prestar atenção a todo o momento nas mulheres que o rodeiam. Naturalmente ele acabará por perceber o que não percebia outrora, agradando-as deveras e perdendo a pecha de desatento que costumeiramente nos cabe.


O que digo: não se envergonhe. Será artificial no começo, talvez sempre. Haverá confusões e trapalhadas. Alguns considerarão ridículo, também algumas mulheres. Não importa. O que há de ser feito, faz-se. É um restauro de um valor perdido, é uma forma de amor (o verdadeiro, e não a ilusão sentimental que se vende por aí), é uma afirmação, bastante necessária nos nossos tempos, da diferença essencial entre os sexos e, por fim, será bem recebido pela maioria, não se intimide. Na dúvida, pergunte a alguma de nossas conservadoras leitoras, aposto que ela há de concordar comigo.

Texto de Luís Guilherme Pereira

Fonte: Revista Vila Nova

3 comentários:

  1. De um ponto eu discordo, Luís: "cavalheirismo" deveria se chamar "gentileza" e ser praticado com todos, não apenas com mulheres, nem apenas por homens. Deve-se ajudar qualquer pessoa que carrega peso, abrir a porta para quem quer que seja, ceder o lugar no ônibus para quem precisar. E, se a mulher não precisar de ajuda e não quiser, não insistir. Ela sabe se virar sozinha. :)

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    1. Isso que você citou acima Isabela, é educação. Cavalheirismo podemos chamar de uma educação especifica aplicada as mulheres.

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  2. Ótimo artigo.. Perfeito..

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