terça-feira, 14 de maio de 2013

ROTEIRO PARA A MATURIDADE


1. Dedico um tempo diário – pelo menos uns quinze minutos – à reflexão pausada sobre os acontecimentos da minha e as minhas reações perante eles? Transtorno essa meditação num diálogo com Deus, para compreender o sentido que todos as coisas têm?
2. Faço um breve exame de consciência para ir incorporando as lições do dia que está prestes a acabar? Nesse exame, procuro focar com clareza os erros cometidos, formulando o propósito expresso e firme de não repeti-los no dia seguinte?
3. Graças a esses meios, vou adquirindo um conhecimento claro, realista e sereno dos defeitos e limitações do meu caráter? Estabeleço um plano de combate a longo prazo que me permita superar essas deficiências?
4. Adquiri, pela reflexão e pedindo conselho, uma serena consciência do sentido da minha vida e da missão que, nas minhas circunstancias, Deus espera que eu realize? Ponho todos o meios para ordenar a minha vidade acordo com essa missão?
5. Evito com firmeza devaneios sentimentais e imaginativos, bem como os nervosismos, o atabalhoamento, as correrias destrambelhadas? Reflito sempre antes de agir? Pergunto a mim mesmo: “Que faria Cristo se estivesse no meu lugar? Que quer Deus de mim nesta tarefa?”
6. Corto decididamente os ressentimentos, a autopiedade e o vitimismo, quando surgem no meu íntimo?  Esforço-me por perdoar e compreender sempre aqueles que me cercam, quando me parece ter sido vítima de um descaso ou de uma ofensa?
7. Luto por manter o meu temperamento dominado, sem “soltar as rédeas” naquilo de que gosto – comida, formas de lazer, esportes, hobbies...?
8. Corto decididamente as tentações da sensualidade e da preguiça? Evito relacionamentos, conversas, olhares, leituras e espetáculos que possam perturbar a limpidez dos meus sentidos ou a fidelidade aos meus compromissos?
9. Cumpro sempre o dever de cada momento, ainda que me custe ou me seja desagradável? Faço sempre o meu trabalho da melhor maneira que sou capaz, pondo nele todas as minhas forças intelectuais e físicas?
10. Evito os adiamentos? Empreendo decididamente aquilo que vejo ser o correto? Tenho este propósito bem claro: “O que me propus, devo cumpri-lo”. Mesmo no que parece pequeno?
11. Aceito com paciência e alegria as pequenas contrariedades de cada jornada? Evito firmemente as queixas e lamurias, tendo presente que a imaturidade de uma pessoa pode muito bem ser medida pelo número das suas queixas? Substituo sempre que posso os desabafos por sorrisos?  
12. Esforço-me por ser objetivo, sem me deixar levar por sentimentalismos baratos ou perfeccionismos desnecessários? Evito o “chute” e as expectativas sem fundamento?
13. Aceito serenamente, sem azedume nem amargura, as limitações da realidade: a falta de tempo, os defeitos e limitações dos outros, as oposições que necessariamente haverá em qualquer coisa que eu empreenda?
14. Empenho todas as energias necessárias para alcançar as metas que me proponho, sem esmorecer diante dos atrasos e contrariedades? E depois sei esperar serenamente, com a consciência de que as coisas saem quando Deus quer ou permite que saiam? 
15. Medito as consequências que terá as minhas decisões? Peço conselho a quem é capaz de me ajudar pela sua experiência, conhecimento e sabedoria? Tenho “jogo de cintura”, sem insistir com teimosia e casmurrice aquilo que me parece importante? 
16. Penso habitualmente nos outros, nas suas necessidades e preocupações? Pondero o melhor modo de ajudá-los? Lembro das efemérides mais importantes da sua vida, dos seus gostos e interesses, e procuro proporcionar-lhes pequenas alegrias?   
17. Cumpro os compromissos que assumir com as outras pessoas, sem exceções, sem desculpas? Sou esmeradamente fiel à palavra dada? 
18. Sei sacrificar-me silenciosamente, com um sorriso e sem ares de mártir, pelo bem dos outros, nas coisas pequenas e nas grandes? Sei proceder assim sem pedir recompensa de espécie alguma, um dia após o outro, dando-me por muito bem pago com que Deus o veja?
19. Compreendo que, pelo batismo, Deus me chamou à santidade, e que é nisso que consiste a maturidade que Ele e os homens esperam de mim? 
20. As palavras “compromisso”, “sacrifício”, magnanimidade, repelem-me ou me seduzem e inspiram? Aprendi a concretizá-las em pequenos gestos, passo a passo?
21. Descubro permanentemente algum novo ponto que ainda sou imaturo? Qual é o defeito dominante do meu caráter? Com que energia o combato e supero? Ou tenho um “querer sem querer”, como um adolescente? 
22. Sou sereno?
23. Tenho constantemente ante os olhos a humanidade de Cristo, pela leitura meditada do Evangelho? Vejo que Ele é perfeito Deus e homem perfeito, comprometido até o fim com sua missão de resgate e libertação do ser humano, generoso e amável, paciente e compreensível, humilde e audaz, transparente e discreto? 
24. Busco nos Sacramento da Confissão e da Eucaristia as forças que me faltam para adquirir virtudes bem amadurecidas e sólidas? 
25. Procuro estar sempre atento às inspirações do Espírito Santo, sem me fechar no narcisismo e no autodeslumbramento? Estou disposto corresponder sempre aos apelos de Deus, até o fim da vida, tendo presente que Ele deseja conduzir-me ao estado de homem perfeito, à estatura da maturidade de Cristo (cfr. Ef 4, 13) ?

Fonte: A Maturidade - D. Rafael Llano Cifuentes

Um comentário:

  1. Achei esse post tão inspirador que fiz um printscreen e coloquei de papel de parede do meu computador para sempre me lembrar. Esse post e o sobre frivolidade são dois dos melhores posts que li nos últimos tempos. Meus parabéns pelo blog, estou acompanhando-o com atenção e expectativa para mais textos como esses.

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