domingo, 29 de julho de 2012
A modéstia e a elegância
“A função da roupa é precisamente ocultar algumas partes do corpo, adornando-o de tal modo que, mesmo que seja “agradável vê-lo”, a atenção não se deixe absorver por ele, mas alcance a própria pessoa. De outra forma, as relações entre as pessoas — so¬bretudo entre o homem e a mulher — descem a um nível infra-pessoal, que se poderia definir como “de¬sumano”. É evidente que, quando o pudor é ignora¬do pela moda, já não se pode falar de elegância. A única palavra que nos resta usar é a contrária: grosseria”.
(Ada Simoncini. O Pudor. Ed. Quadrante)
As pessoas perguntam se a modéstia tem a ver com elegância. Sim, tem. Mas nem sempre o modesto é elegante, nem precisa ser. A elegância não é uma necessidade, a modéstia é, pois é virtude.
A palavra “elegância” vem do latim “elegantia” que significa gosto, delicadeza, distinção. No dicionário a elegância é descrita como graça, distinção aliada à simplicidade e à clareza, gosto delicado nos trajes, na fala, na decoração.
A linguagem de gênero
Uma perigosa terminologia que se está disseminando
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Está para ser lançada no Brasil no fim deste ano a versão portuguesa do livro do advogado argentino Jorge Scala “El género como herramienta de poder” sobre a perigosa e destrutiva “ideologia de gênero”.
Em nossa língua poucos são os que compreendem a origem, o significado e o perigo de tal ideologia. Não tivemos ainda, por parte do episcopado brasileiro, um documento semelhante ao produzido pela Conferência Episcopal Peruana “La ideología de género: sus peligros y alcances” (1998)[1]. Ao contrário, não são poucas as vezes em que membros da hierarquia católica em nosso país fazem uso – inadvertidamente, é claro – de termos emprestados àquela ideologia. Falar de desigualdade de gênero, opor-se à homofobia, não aceitar discriminações contra os homossexuais, dividir as pessoas em homossexuais e heterossexuais, tudo isso se encontra em escritos de zelosos pastores de almas, inocentes úteis nas mãos de uma doutrina tão perniciosa.
O casamento leva a bons homens e bons homens se casam
EAST LANSING, Michigan, 6 de dezembro de 2010 (Notícias Pró-Família) — Pesquisadores há muito tempo argumentam que o casamento geralmente reduz condutas ilegais e agressivas nos homens. O que ficava na dúvida, porém, era se essa ligação era função do próprio matrimônio ou se homens menos “antissociais” tinham simplesmente mais probabilidade de se casarem.
A resposta, de acordo com um novo estudo liderado por uma geneticista comportamental da Universidade Estadual de Michigan, parece ser ambos.
Na edição de dezembro da revista Archives of General Psychiatry (Arquivos de Psiquiatria Geral), online hoje, S. Alexandra Burt e colegas revelaram que homens menos antissociais tinham mais probabilidade de se casarem. Ao se casarem, porém, o próprio casamento parece inibir ainda mais condutas antissociais.
terça-feira, 24 de julho de 2012
Os 10 mandamentos do homem que se veste bem
1.Virilidade: hoje em dia pode até parecer natural que homens usem brincos, tornozeleiras, piercing no nariz, brilho labial, tenham as sobrancelhas feitas, as pernas depiladas, dentre outras manifestações estéticas ditas normais. No entanto, tudo o que descaracteriza a virilidade, masculinidade do homem é certamente reprovável do ponto de vista religioso e até mesmo biológico. O uso de objetos tradicionalmente femininos, ainda que se diga fruto de uma sociedade avançada, não passa de uma rebeldia contra a natureza que o homem que quer se vestir bem deve combater com todas as suas forças.
2.Sobriedade: é comum principalmente na adolescência que se queira chamar atenção. Ora, isso me lembra do pavão que, segundo a biologia, quando quer chamar a atenção da fêmea exibe suas plumas balançando-as de um lado para o outro. Assim, seguindo uma moda Restart, não é raro ver homens com calças ridiculamente fluorescentes que fariam corar até mesmo o mais brega dos cantores de lambada de antigamente.
3.Simplicidade: muita gente acha que para um homem ser elegante, é preciso gastar fortunas com roupas de marca caríssimas, mas é justamente o contrário. Diferente das mulheres, que necessitam de um vestido de corte diferente, de cores da moda, de sapatos com design arrojado, no caso do homem o menos é sempre mais. Nada como uma camisa de cor neutra e um sapato social preto para torná-lo mais apresentável diante das mais diversas ocasiões.
Você é um homem ou um menino? homens fortes transformam o mundo em que vivem!
Por Gustavo Costa*
Sem dinheiro e com a firme convicção de realizar o impossível, Ernest Shackleton começa pelo óbvio: arrumar uma tripulação para, junto com ele e com um barco antigo, serem os primeiros homens a pisar no ponto mais ao sul do planeta. O anúncio, publicado nos jornais de Londres, em 1900, começava com uma chamada forte: “Procuro homens para viagem arriscada. Salário baixo, frio congelante, longos meses de completa escuridão, perigo constante, retorno duvidoso. Honra e reconhecimento em caso de sucesso”. Anos depois, coroado pela glória dos heróis, o capitão da expedição Nimrod comentou “…a julgar pelo volume de cartas recebidas, parecia que todos os homens ingleses estavam dispostos a me acompanhar”.
Durante a infância de muitos com mais de 30 anos, aprendíamos claramente a diferença entre o homem e o menino. Mas o que é um homem em relação a um menino? O entendimento tradicional era de que o homem é quem assume uma responsabilidade sobre os outros – sobre a sua família, seu emprego, sobre seu país e, claro, sobre si mesmo. Ser homem era ser guiado por ideais e valores superiores a si mesmo. Ele conduziria sua vida com dignidade. E ele seria rijo, forte, constante.
quarta-feira, 18 de julho de 2012
MODA E VIRTUDE
Por S.S. Pio XII*
"O movimento da moda não tem em si nada de mau: brota espontaneamente da sociabilidade humana, segundo o impulso que inclina a encontrar‑se em harmonia com os próprios semelhantes e com a prática usada pelas pessoas no meio em que se vive. Deus não pede que se viva fora do tempo, descurando as exigências da moda até tornar‑se ridículo, vestindo ao oposto dos gostos e dos usos comuns contemporâneos, sem se preocupar jamais com o que lhes agrada. Eis porque mesmo o Angélico Santo Tomás afirma que nas coisas exteriores que o homem usa não há vício algum, mas o vício vem da parte do homem que imoderadamente as usa, ou em confronto do costume daqueles com os quais vive, fazendo‑se estranhamente parte discorde dos outros por si mesmo ou usando das coisas, segundo o costume ou além do costume dos outros, com desordenado afeto, por superabundância de vestes soberbamente ornamentadas ou complacentemente procuradas com cuidado, enquanto que a humildade e a simplicidade seriam suficientes para satisfazer o necessário decoro. E o mesmo Santo Doutor chega até a dizer que na ornamentação feminina pode existir ato meritório de virtude, quando for conforme ao mundo, à medida da pessoa, à boa intenção, desde que as mulheres usem ornamentos decentes segundo o estado e a dignidade delas, e sejam moderadas naquilo que fazem de acordo com o costume da pátria: então, também o ornar‑se será um ato daquela virtude da modéstia, a qual põe regra no caminhar, no estar, no hábito e em todos os movimentos exteriores.
"Mesmo seguindo a moda, a virtude está no meio. Aquilo que Deus pede é recordar sempre que a moda não é, nem pode ser a regra suprema da conduta; que acima da moda e de suas exigências existem leis mais altas, e imperiosas, princípios superiores e imutáveis, que em nenhum caso podem ser sacrificados ao talante do prazer ou do capricho, e diante dos quais o ídolo da moda deve saber inclinar a sua fugaz onipotência. Estes princípios foram proclamdos por Deus, pela Igreja, pelos santos e pelas santas, pela razão, e pela Moral cristãs, assinalados limites, além dos quais não florescem lírios e rosas, nem pairam nuvens de perfumes da pureza, da modéstia, do decoro, e da honra feminina, mas aspira‑se e domina um ar malsão de leviandade, de linguagem dúbia, de vaidade audaz, de vanglória, não menos de espírito do que de traje. São aqueles princípios que Santo Tomás mostra para o ornamento feminino e recorda, quando ensina qual deve ser a ordem de nossa Caridade, de nossas afeições: o bem da própria alma deve preceder o do nosso corpo e, à vantagem de nosso próprio corpo, devemos preferir o bem da alma de nosso próximo. Não se vê, portanto, que há um limite que nenhuma idealizadora de modas pode fazer ultrapassar, a saber, aquele além do qual a moda se torna mãe de ruína para a alma própria e da dos outros?
"Alguns jovens dirão, talvez, que uma determinada forma de vestido é mais cômoda e também mais higiênica; mas, se constitui para a saúde da alma um perigo grave e próximo, não é certamente higiênica para o espírito: tem‑se o dever de renunciar. A salvação da alma fez heroínas as mártires como Inês e Cecília, em meio dos tormentos, e lacerações de seus corpos virginais.
"Se, por um simples prazer próprio, não se tem o direito de colocar em perigo a saúde física dos outros, não é talvez ainda menos lícito comprometer a saúde, até a própria vida de suas almas? Se, como pretendem alguns, uma moda audaz não faz sobre elas impressão alguma, que sabem da impressão que os outros terão? Quem lhes assegura que outros não tenham disto um incentivo mau? Não se conhece o fundo da fragilidade humana, nem de que sangue de corrupção sangram as feridas deixadas na natureza humana pela culpa de Adão com a ignorância no intelecto, com a malícia na vontade, com a ânsia do prazer e a debilidade para o bem, árduo nas paixões dos sentidos a tal ponto que o homem, como cera amoldável ao mal, "vê o melhor e o aprova, e ao pior se apega", por causa daquele peso que sempre, como chumbo, o arrasta para o fundo. Sobre isso justamente se observou que, se algumas cristãs suspeitassem das tentações e quedas que causam em outros com vestes, e familiaridades a que, em suas leviandades, dão tão pouca importância, teriam pavor de suas responsabilidades. Ao que Nós não duvidamos de acrescentar: ó mães cristãs, se soubésseis que futuro de perigos e íntimos desgostos, de dúvidas, e irreprimível rubor preparais para vossas filhas e filhos, com imprudência em acostuma‑los a viver apenas cobertos, fazendo deles desaparecer o sentido ingênuo da modéstia, vós mesmas enrubesceríeis, e vos horrorizaríeis pela vergonha que causareis a vós mesmas e o dano que ocasionareis aos filhos que vos foram confiados pelo Céu, para que crescessem cristãmente. E aquilo que dizemos para as mães, repetimo-lo a não poucas senhoras crentes e mesmo piedosas, que aceitam seguir esta ou aquela moda arrojada, e, com o seu exemplo, fazem cair as últimas hesitações que retêm uma turba de suas irmãs que estão longe daquela moda, a qual poder-se-á tornar para elas fonte de ruína espiritual. Até certos provocadores ornamentos permanecem triste privilégio de mulheres de reputação duvidosa e quase sinal que as faz reconhecer; não se ousará, pois, usá-los para si; mas no dia em que aparecerem como ornamentos de pessoas superiores a qualquer suspeitas, não se duvidará mais de seguir tal corrente, corrente que arrastará talvez para dolorosas quedas."
* Discurso às Delegações da Juventude Feminina de Ação Católica, 22 de maio de 1.941. Trecho do Livro: "Pio XII e Os Problemas do Mundo Moderno", Michael Chinigo, Editora Melhoramentos, 1.961.
Fonte: Congregação Mariana Tradicional
sábado, 14 de julho de 2012
Gravata com Suéter
Algumas fotos de uma combinação muito elegante e conveniente
para aqueles que moram nas regiões mais frias do país. Além do comum terno e gravata, podemos usar
gravata com suéter.
As roupas, de alguma maneira, refletem ou não a personalidade?
Tudo que fazemos reflete aquilo que somos, que gostamos, e diversas outras coisas relacionadas ao nosso eu]. Como nunca canso de dizer, a roupa, mesmo que muitos neguem, é uma dessas formas de traduzir o que o homem é (ou não) – sim, a roupa é um instrumento de comunicação! Reflete nossa personalidade e até mesmo oculta algo existente no nosso interior. Por que “oculta”? Simples; as vezes, por medo, repressão ou simplesmente para se encaixar em determinado grupo social, nos vestimos não como somos. Mas como queremos, por um motivo ou outro. As cores também entram como um forte aliado para a distinção de personalidade. Como por exemplo, uma menina usando roupa rosa causa a impressão de romantismo e delicadeza. Já o vermelho, sensualidade e erotismo. E aí poderíamos supor várias coisas.
Num projeto realizado pela alemã Herlinde Koelbl – uma das fotógrafas mais celebradas de seu país -, essa questão de roupa/personalidade é tratada de uma maneira bem interessante. A artista quis comparar o lado profissional com o pessoal. O trabalho durou 4 anos, composto de 70 fotografias, retratando pessoas de diferentes grupos sociais e áreas, cada foto aparece a mesma pessoa com uniformes e roupas de trabalho, e ao lado com roupas em momentos casuais. Em depoimentos, os próprios personagens afirmam que ao colocarem os uniformes e fardas adotam uma postura totalmente distinta. Até mesmo a sociedade adota tais posturas, olham com mais respeito, admiração ou até mesmo preconceito dependendo do olhar e de como a pessoa, ou melhor, a profissão determina que esteja vestida. O nome dado por Koelbl foi “Kleider Machen Leute” (“A Roupa faz o Homem”).
Como vocês podem perceber, tudo o que falei acima é comprovado através das fotos. A vestimenta, para o bem ou para o mal, implica mais do que uma simples roupa [acho que já foquei bastante nisso]. Há casos interessantes de palhaços que só conseguem ser, realmente, palhaços, quando vestem e se pintam. Por quê? Eles sentem-se camuflados. É como se a sua roupa os livrasse da vergonha alheia. E, transformados, fazem o que jamais fariam de cara limpa e com uma algo comum! [É claro que também existem aqueles palhaços que usam terno e gravata, mas esses a Moda ainda não conseguiu definir].
Também existem pessoas que dizem não ligar pra roupa que vestem. E sim, há pessoas de tal maneira. Mas isso não significa, de modo algum, que a roupa não liga pra pessoa. Veja bem, o fulano pode não ligar, mas esse “não ligar” implica diversos tipos de sentimentos que são, obviamente, refletidos no seu armário. Parece papo de “apaixonada” pela Moda, mas não é. Por exemplo, alguns hipsters dizem que não ligam para aquilo que vestem. Mas, sinceramente, alguém que vê um hipster pensa que ele é outra coisa? Aí vocês podem dizer “ah, mas existem hipsters que vestem ternos etc”. Claro, e a vestimenta serve pra camuflar esse ideal e estilo de vida. Não estou dizendo – e acho que isso é óbvio – que dá pra fazer um diagnóstico absolutamente preciso sobre todas as pessoas apenas por observar a sua roupa. Mas, existem traços e indicações quando saímos de casa vestindo determinada peça. E isso é inegável. Aí eu poderia adentrar em vários estilos e discuti-los, no entanto, acredito que tenha dado pra compreender a visão tratada.
Por Linda Lara Neotte
Literatortura
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Virilidade Moderna

Por Roger Scruton
Traduzido por Andrea Patrícia
As feministas têm batido na mesma tecla em relação à posição das mulheres nas sociedades modernas. Mas.. e sobre os homens?
As mudanças radicais nos hábitos sexuais, padrões de trabalho e vida doméstica, viraram sua vida de cabeça para baixo. Os homens agora não encontram as mulheres como “sexo frágil”, mas como concorrentes de igualdade na esfera pública, a esfera onde os homens costumavam comandar. E na esfera privada, onde uma antiga divisão do trabalho dava orientação para aqueles que cruzassem seu limite, não há conhecimento sobre qual estratégia será a mais eficaz.
Gestos viris – abrir uma porta para uma mulher, ajudá-la num automóvel, carregar suas malas – podem desencadear rejeição ultrajante; mostra de riqueza, poder ou influência pode parecer ridícula para uma mulher que tem até mais do que ele; e o desaparecimento da modéstia feminina e da contenção sexual tornou difícil para um homem acreditar, quando uma mulher recua aos seus ‘avanços’, que ela faz isso como uma homenagem especial ao seu poder masculino, ao invés de uma transação do dia-a-dia, em que ele, como a última, é dispensável.
A revolução sexual não é a única causa da confusão dos homens. Mudanças sociais, políticas e legais têm diminuído a esfera masculina até o ponto do desaparecimento, redefinindo toda a atividade em que os homens um dia provaram que eram indispensáveis, de modo que agora as mulheres podem fazer o trabalho também, ou pelo menos parecem fazê-lo.
As feministas têm farejado o orgulho masculino onde quer que ele tenha crescido e o arrancado impiedosamente. Sob pressão, a cultura moderna tem diminuído ou rejeitado tais virtudes masculinas como a coragem, tenacidade e bravura militar em favor dos hábitos mais suaves, mais “socialmente inclusivos”.
O advento da fertilização in vitro e a promessa de clonagem criam a impressão de que os homens não são nem mesmo necessários para a reprodução humana, enquanto o crescimento das famílias monoparentais – nas quais a mãe é o único adulto, e o Estado é muitas vezes o único provedor – fez com que a infância órfã de pai se tornasse uma opção cada vez mais comum.
Essas mudanças ameaçam fazer da masculinidade algo desnecessário, e agora muitas crianças já crescem sem reconhecer nenhuma fonte de amor, autoridade ou de orientação além da mãe, cujos homens vêm e vão como trabalhadores sazonais, vagando pelo reino matriarcal, sem perspectiva de uma posição permanente.
A infelicidade dos homens decorre diretamente do colapso de seu antigo papel social como protetores e provedores. Para as feministas, este antigo papel social era uma maneira de confinar as mulheres à família, onde elas não concorreriam pelos benefícios disponíveis lá fora. Sua destruição, elas afirmam, é, portanto, uma libertação não só das mulheres, mas dos homens, também, que agora podem escolher se querem afirmar-se na esfera pública, ou se, pelo contrário, querem ficar em casa com o bebê (que pode muito bem ser bebê de outro alguém). Esta é a ideia central do feminismo, que “os papéis de gênero” não são naturais, mas culturais, e que mudando tais papéis podemos derrubar velhas estruturas de poder e conseguir formas novas e mais criativas de ser.
Típico é Lionel Tiger, que há três décadas inventou o termo “vínculo masculino” para designar algo que todos os homens precisam, e que poucos agora têm. Não foi uma convenção social que ditou o papel tradicional do homem e da mulher, Tiger sugere; em vez disso, os milhões de anos de evolução que formaram a nossa espécie fizeram-nos o que somos. Você pode fazer os homens fingirem ser menos dominantes e menos agressivos, você pode fazer com que eles finjam aceitar um papel submisso na vida doméstica e uma posição de dependência na sociedade. Mas, no fundo, no fluxo da vida instintiva que é a masculinidade em si, eles irão revoltar-se. A infelicidade dos homens, Tiger argumenta, vem deste profundo e inconfessado conflito entre faz-de-conta social e necessidade sexual. E quando a masculinidade finalmente explodir – como inevitavelmente acontecerá – será em formas distorcidas e perigosas, como as gangues de criminosos da cidade moderna ou a misoginia arrogante do malandro urbano.
Tiger vê o sexo como um fenômeno biológico, cuja profunda explicação reside na teoria da seleção sexual. Cada um de nós, ele acredita, age em obediência a uma estratégia integrada em nossos genes, que procuram a sua própria perpetuidade através do nosso comportamento sexual. Os genes de uma mulher, que é vulnerável no trabalho de parto e necessita de apoio durante os anos da educação infantil, chamam um companheiro que irá protegê-la e sua prole. Os genes de um homem exigem uma garantia de que as crianças que provê são suas, senão todo o seu trabalho é (do ponto de vista dos genes) desperdiçado. Assim, a própria natureza, trabalhando através de nossos genes, decreta uma divisão de papéis entre os sexos. Predispõe os homens para lutar por território, para proteger suas mulheres, para afastar rivais, e lutar por status e reconhecimento no mundo público – o mundo onde os homens combatem. Isso predispõe as mulheres a serem fiéis, privadas e dedicadas ao lar. Ambas as disposições envolvem o trabalho em longo prazo de estratégias genéticas – estratégias que não cabe a nós a mudar, já que somos o efeito e não a causa delas.
As feministas, obviamente, não terão nada disso. A Biologia pode certamente atribuir-nos um sexo, na forma deste ou daquele órgão. Mas muito mais importante do nosso sexo, elas dizem, é o nosso “gênero” – e gênero é uma construção cultural, não um fato biológico.
O termo “gênero” vem da gramática, onde é usado para distinguir os substantivos masculinos dos femininos. Ao importá-lo para a discussão do sexo, as feministas indicam que nossos papéis sexuais são fabricados e, portanto, maleáveis como a sintaxe. O gênero inclui os rituais, hábitos e imagens através dos quais nós representamos a nós mesmos aos outros como seres sexuais. Não se trata de sexo, mas da consciência do sexo. Até aqui, dizem as feministas, a “identidade de gênero” das mulheres é algo que os homens impuseram sobre elas. Chegou a hora das mulheres forjarem sua própria identidade de gênero, para refazer a sua sexualidade como uma esfera de liberdade, em vez de uma esfera de escravidão.
Levado ao extremo – e o feminismo leva tudo ao extremo – a teoria reduz o sexo a uma mera aparência, com o gênero como realidade. Se, depois de ter forjado sua verdadeira identidade de gênero, você encontra-se alojado no tipo errado do corpo, então é o corpo que tem de mudar. Se você acredita ser uma mulher, então você é uma mulher, não obstante o fato de você ter o corpo de um homem. Daí que os médicos, em vez de observar as operações de mudança de sexo como uma violação grosseira do corpo e, na verdade uma espécie de agressão, agora as homologa e, na Inglaterra, o Serviço Nacional de Saúde paga por elas. Gênero, na concepção radical que as feministas tem disso, começa a soar como uma perigosa fantasia, um pouco como as teorias de genética de Lysenko, o biólogo preferido de Stalin, que argumentou que características adquiridas poderiam ser herdadas, por isso o homem poderia moldar sua própria natureza, com plasticidade quase infinita. Talvez devamos substituir a velha pergunta que James Thurber colocou diante de nós no início da revolução sexual com um equivalente novo: não “O Sexo é Necessário?”, mas “O Gênero é possível?”
Em certa medida, no entanto, as feministas têm razão em distinguir sexo de gênero e dar a entender que somos livres para rever as nossas imagens do masculino e do feminino. Afinal, o argumento dos sociobiólogos descreve com precisão as semelhanças entre as pessoas e os macacos, mas ignora as diferenças. Animais na selva são escravos de seus genes. Os seres humanos na sociedade não são. Toda a questão da cultura é que ela nos faz algo mais do que criaturas de simples biologia e nos coloca no caminho para a auto-realização. Onde na sociobiologia está o ser, suas escolhas e sua realização? Certamente os sociobiólogos estão errados ao pensar que os nossos genes por si só determinam os papéis sexuais tradicionais.
Mas, assim como certamente as feministas estão erradas ao acreditar que estamos completamente livres da nossa natureza biológica e que os papéis sexuais tradicionais surgiram apenas a partir de uma luta social pelo poder em que os homens saíram vitoriosos e as mulheres foram escravizadas. Os papéis tradicionais existem, a fim de humanizar nossos genes e também para controlá-los. O masculino e o feminino eram ideais, através dos quais o animal foi transfigurado no pessoal. A moralidade sexual foi uma tentativa de transformar uma necessidade genética em uma relação pessoal. Ela já existia justamente para impedir os homens de dispersar suas sementes pela tribo, e para evitar que as mulheres aceitassem a riqueza e o poder, ao invés do amor, como o sinal para a reprodução. Foi a resposta cooperativa a um desejo profundo, tanto do homem quanto da mulher, para a “parceria”, que vai tornar a vida significativa.
Em outras palavras, homens e mulheres não são apenas organismos biológicos. Eles também são seres morais. A Biologia estabelece limites para o nosso comportamento, mas não determina isso. A arena formada por nossos instintos apenas define as possibilidades entre as quais temos de escolher se queremos ganhar o respeito, aceitação e amor um do outro.
Homens e mulheres moldaram-se não apenas com a finalidade de reprodução, mas a fim de trazer dignidade e bondade para as relações entre eles. Com esta finalidade, eles têm criado e recriado o masculino e o feminino, desde que eles perceberam que as relações entre os sexos devem ser concretizadas por meio de negociação e consenso, e não pela força. A diferença entre a moral tradicional e feminismo moderno é que a primeira pretende reforçar e humanizar a diferença entre os sexos, enquanto o segundo quer reduzir ou até mesmo aniquilá-la. Nesse sentido, o feminismo é realmente contra a natureza.
No entanto, ao mesmo tempo, o feminismo parece ser uma resposta inevitável para o colapso da moralidade sexual tradicional. As pessoas aceitam prontamente os papéis tradicionais quando a honra e a decência os sustentam. Mas por que as mulheres devem confiar nos homens, já que os homens são tão rápidos em descartar as suas obrigações? O casamento foi um dia permanente e seguro; ele oferecia a mulher status social e de proteção, muito tempo depois que ela deixasse de ser sexualmente atraente. E forneceu uma esfera na qual ela era dominante. O sacrifício que o casamento permanente exigiu dos homens tornou tolerável para mulheres o monopólio masculino sobre a esfera pública, na qual os homens competiam por dinheiro e recompensas sociais. Os dois sexos respeitavam o território do outro e reconheciam que cada um deve renunciar a algo para benefício mútuo. Agora que os homens, na esteira da revolução sexual se sentem livre para ser polígamo em série, as mulheres não têm mais um território seguro próprio. Elas não têm escolha, portanto, senão captar o que elas podem do território que um dia foi monopolizado pelos homens.
Foi uma das grandes descobertas da civilização a de que os homens não ganham a aceitação das mulheres pela exibição impetuosa de sua masculinidade em gestos agressivos e violentos. Mas eles ganham aceitação sendo cavalheiros. O cavalheiro não era uma pessoa com o gênero feminino e o sexo masculino. Ele era inteiramente um homem. Mas ele também era gentil em todos os sentidos desta palavra brilhante. Ele não era agressivo, mas corajoso, não possessivo, mas protetor, não agressivo com outros homens, mas ousado, calmo, e pronto para concordar com os termos. Ele era animado por um senso de honra, que significava assumir a responsabilidade por suas ações e proteger aqueles que dependiam dele. E o seu atributo mais importante era a lealdade, o que implicava que ele não iria negar as suas obrigações apenas porque ele estava em posição de lucrar com isso. Grande parte da raiva das mulheres com relação aos homens surgiu porque o ideal do cavalheiro está agora tão perto da extinção. O entretenimento popular tem apenas uma imagem da masculinidade para apresentar aos jovens: e é uma imagem de agressividade desenfreada, na qual armas automáticas desempenham um papel importante e em que a gentileza, sob qualquer forma aparece como uma fraqueza e não como uma força. Até que ponto isso é distante daqueles épicos do amor cortês, que colocaram em marcha uma tentativa européia de resgatar a masculinidade da biologia e remodelá-la como uma idéia moral, não precisa de elaboração.
Não foram apenas a classes superiores, que idealizaram a relação entre os sexos ou moralizaram seus papéis sociais. Na comunidade da classe trabalhadora a partir da qual a família de meu pai veio, a velha reciprocidade era parte da rotina da vida doméstica, encapsulada em mostras de reconhecida força masculina e feminina. Um desses era o ritual do envelope de salário da sexta-feira. Meu avô chegava em casa e colocava na mesa da cozinha o envelope fechado contendo o seu salário. Minha avó pegava o envelope e o esvaziava passando o conteúdo para sua carteira, devolvendo para meu avô duas moedas para ele beber. Meu avô, então, ir ao bar e bebia em um estado de auto-afirmação orgulhosa entre seus pares. Se as mulheres chegassem ao bar elas permaneciam na porta, comunicando-se através de um mensageiro com as salas cheias de fumo no interior, mas respeitando o limiar dessa arena masculina, como se fosse guardada por anjos.
O gesto do meu avô, quando ele colocava o envelope com o salário na mesa da cozinha, estava imbuído de uma graça peculiar: era um reconhecimento da importância da minha avó como uma mulher, do seu direito à sua consideração e do seu valor como mãe de suas crianças. Da mesma forma, a sua espera fora do bar até o momento final, quando ele estaria demasiado inconsciente para sofrer esta humilhação, antes de transportá-lo para casa num carrinho de mão, era um gesto repleto de consideração feminina. Era sua maneira de reconhecer a sua soberania inviolável como um assalariado e um homem.
Cortesia, boas maneiras, e fazer a corte eram muitas portas até a corte do amor, onde os seres humanos se moviam como em um desfile. Meus avós foram excluídos pelo seu modo de vida do proletariado de todas as outras formas de cortesia, razão pela qual esta era tão importante. Era a sua abertura para um encantamento que eles não poderiam obter de outra maneira. Meu avô tinha pouco de si para recomendar a minha avó, além de sua força, boa aparência e comportamento viril. Mas ele respeitava a mulher nela e desempenhou o papel de cavalheiro da melhor maneira possível, cada vez que ele a acompanhava para fora de casa. Daí a minha avó, que não gostavam dele intensamente, – pois ele era ignorante, complacente, e bêbado, e manteve-se entre o limiar de sua vida como um obstáculo inamovível para o avanço social – no entanto, o amava apaixonadamente como homem. Este amor não poderia ter durado se não fosse o mistério do gênero. A masculinidade do meu avô o separou de uma esfera de soberania própria, assim como a feminilidade da minha avó a protegia de sua agressividade. Tudo aquilo que eles conheciam como virtude havia sido aplicado a tarefa de permanecer de algum modo misterioso ao outro. E nisso eles foram bem sucedidos, como foram bem sucedidos em algumas coisas mais.
Uma divisão similar de esferas ocorreu em toda a sociedade, e em cada canto do globo. Mas o casamento era a sua instituição central, e o casamento dependia da fidelidade e da contenção sexual. Os casamentos não duraram apenas porque o divórcio era reprovado, mas também porque o casamento era precedido por um longo período de namoro, em que o amor e a confiança criavam raízes antes da experiência sexual. Este período de namoro era também o de exibição, no qual os homens mostravam sua masculinidade e as mulheres sua feminilidade. E é isso que queremos significa, ou deveria significar, a “construção social” do gênero. Por encenação, os dois parceiros preparavam-se para os seus papéis futuros, aprendendo a admirar e valorizar a separação de suas naturezas. O homem cortês deu glamour ao personagem masculino, assim como a mulher cortês deu mistério para o feminino. E algo desse glamour e mistério permaneceu depois, um tênue halo de encantamento que fez com que um encorajasse o outro ao distanciamento que ambos tanto admiravam.
O casamento não se limita a servir as estratégias reprodutivas dos nossos genes, que atendem a necessidade de reprodução da sociedade. Serve também o indivíduo em sua busca de uma vida e satisfação própria. Sua capacidade de ordenar e santificar o amor erótico vai além de qualquer coisa exigida pelos nossos genes. Como a nossa moralidade iluminista corretamente insiste, nós também somos seres livres, cuja experiência é completamente qualificada por nosso senso de valor moral. Nós não respondemos uns aos outros como animais, mas como pessoas, o que significa que, mesmo no desejo sexual, a liberdade de escolha é essencial ao objetivo. O objeto de desejo deve ser tratado, nas famosas palavras de Kant, não apenas como um meio, mas como um fim. Daí o verdadeiro desejo sexual é o desejo por uma pessoa, e não pelo sexo, concebido como um produto generalizado. Nós cercamos o ato sexual com restrições e proibições que não são de maneira alguma ditados pela espécie, precisamente de modo a concentrar os nossos pensamentos e desejos sobre o ser livre, ao invés de concentrar no mecanismo corporal. Nisto somos imensamente superiores aos nossos genes, cuja atitude em relação ao que está acontecendo é, por comparação, mera pornografia.
Mesmo quando a visão sacramental do casamento começou a minguar a humanidade ainda mantinha os sentimentos eróticos aparte, como as coisas demasiado íntimas para discussão pública, que só podem ser maculadas por sua exibição. A castidade, a modéstia, a vergonha e a paixão eram parte de um drama artificial, mas necessário. O erotismo foi idealizado a fim de que o casamento devesse perdurar. E o casamento, entendido como nossos pais e avós entendiam, era uma fonte de realização pessoal e a principal forma pela qual uma geração passou seu capital social e moral para a próxima.
Foi essa visão do casamento como um compromisso para a vida existencial, que estava por trás do processo de “construção de gênero” nos dias em que homens eram domados e as mulheres eram idealizadas. Se o casamento não é mais seguro, porém, as meninas são obrigadas a procurar outro lugar para a sua realização. E outro lugar significa a esfera pública – pois é uma área dominada por estranhos, com regras e procedimentos claros, na qual você pode se defender contra a exploração. A vantagem de habitar este espaço não precisa ser explicada a uma menina cuja mãe abandonada está sofrendo em seu quarto. Nem as suas experiências na escola ou faculdade irão ensiná-la sobre a confiança ou o respeito pelo personagem masculino. Suas aulas de educação sexual a ensinaram que os homens devem ser utilizados e descartados como os preservativos que os embrulham. E a ideologia feminista incentivou-a a pensar que só uma coisa importa – que é descobrir e realizar a sua verdadeira identidade de gênero, deixando de lado a falsa identidade de gênero que a “cultura patriarcal” tem impingido a ela. Assim como os meninos se tornam homens sem tornarem-se viris, as meninas se tornam mulheres sem tornarem-se femininas. A modéstia e castidade são descartadas como politicamente incorretas; e em cada esfera onde elas se deparam com os homens, as mulheres encontram-nos como concorrentes. A voz que acalmou a violência da masculinidade – ou seja, o chamado feminino para proteção – tem sido remetida ao silêncio.
Assim como as virtudes femininas existiam, a fim de tornar o homem gentil, a virilidade existia a fim de quebrar a reserva que fazia com que as mulheres retivessem seus favores até que a segurança estivesse à vista. No mundo do “sexo seguro”, os velhos hábitos parecem tediosos e redundantes. Em conseqüência, surgiu outro fenômeno marcante na América: a litigiosidade das mulheres para com os homens com quem elas dormiram. Parece que o consentimento, oferecido de modo livre e sem levar em conta as preliminares, uma vez assumido como indispensável, não é realmente consentimento e pode ser retirado com efeitos retroativos. As acusações de assédio ou até mesmo de “estupro no encontro” ficam sempre na reserva. O tapa na cara que é utilizado para limitar os avanços importunos é agora oferecido após o evento, e de forma muito mais letal – uma forma que não é mais privada, íntima e remediável, mas pública, regulamentada, e com a objetividade absoluta da lei. Você pode tomar isto como uma mostra de que o “sexo seguro” é realmente o sexo em sua forma mais perigosa. Talvez o casamento seja o único sexo seguro que nós conhecemos.
Quando Stalin impôs as teorias de Lysenko sobre a União Soviética como a base “científica” do seu esforço para remodelar a natureza humana e transformá-la no “Novo Homem Soviético”, a economia humana continuou escondida sob os imperativos loucos do Estado stalinista. E uma economia sexual paralela persiste na América moderna, que nenhum policiamento feminista ainda conseguiu eliminar. Os homens continuam tomando conta das coisas, e as mulheres continuam a postergar para os homens. As meninas ainda querem ser mães e obter um pai para seus filhos, os meninos ainda querem impressionar o sexo oposto com sua valentia e seu poder. As etapas para a consumação da atração podem ser curtas, mas são passos em que os papéis antigos e os antigos desejos pairam no limite das coisas.
Assim, não há nada mais interessante o antropólogo visitante que as palhaçadas dos estudantes universitários americanos: a menina que, no meio de alguma diatribe feminista de baixo calão, de repente, começa a enrubescer; ou o menino que, andando com sua namorada, estende um braço protegê-la. Os sociobiólogos nos dizem que esses gestos são ditados pela espécie. Devemos vê-los, sim, como revelações do senso moral. Eles são o sinal de que há realmente uma diferença entre o masculino e o feminino, para além da diferença entre o macho e a fêmea. Sem o masculino e o feminino, na verdade, o sexo perde seu significado.
E aqui, certamente, reside a nossa esperança para o futuro. Quando as mulheres forjam sua própria “identidade de gênero”, na forma como os feministas recomendam, elas deixam de ser atraentes para os homens – ou são atraentes apenas como objetos sexuais, e não como pessoas individuais. E quando os homens deixam de ser cavalheiros, eles deixam de ser atraentes para as mulheres. O companheirismo sexual então continua pelo mundo. Tudo o que se precisa para salvar os jovens dessa situação é que moralistas antiquados passem despercebidos pelas guardiãs feministas e sussurrem a verdade em ouvidos ansiosos e surpresos Na minha experiência, os jovens ouvem com suspiros de alívio que a revolução sexual pode ter sido um erro, que as mulheres estão autorizadas a ser modestas, e que os homens podem acertar o alvo ao serem cavalheiros.
E é isso que devemos esperar. Se somos seres livres, então é porque, ao contrário dos nossos genes, podemos ouvir a verdade e decidir o que fazer sobre isso.
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Notas da tradução:
(1) No original “harped and harpied”, um trocadilho impossível de traduzir. Harped é o mesmo que “bater na mesma tecla” e harpied é uma brincadeira com “ave de rapina”.
Fonte: Maria Rosa
A educação de um Príncipe Real
"Meu Senhor
Quando Vossa Alteza chegou á idade em que a superintendencia da sua educação tinha que ser entregue a um homem houve por bem El-Rei nomear-me ayo do Principe Real. Foi Sua Magestade buscar-me às fileiras do exército. ( ... )
Escolhendo um soldado para vosso ayo que fez El- Rei? Subordinou a educação de Vossa Alteza ao estado em que se acha o paíz. N'esta epocha de dissolução, em que tão afrouxados estão os laços da disciplina, entendeu Sua Magestade que Portugal precisava mais que de tudo de quem tivesse vontade firme para mandar, força para se fazer obedecer ( ... )
Tão bom Rei, tão bom soldado foi D. Pedro V nos hospitaes como outros no campo de batalha, porque a coragem e abgnação são sempre grandes e nobres seja onde fôr que se exerçam e tudo que é grande e nobre è proprio de Rei e de soldado.
Não faltará ensejo a Vossa Alteza de revelar aquellas qualidades. Não lhe escassearão por certo provações e cuidados, revezes que trazem o desconforto ao espírito. Para todos eles carece Vossa Alteza de estar preparado temperado pela educação, pelo estudo dos bons exemplos pela firme vontade de vir a ser um Principipe digno d'esse nome e do da sua Caza. E para ser Principe é preciso primeiro que tudo ser homem (... )
Do seu ayo muito dedicado "
Este excerto duma carta, dirigida por Mouzinho de Albuquerque a D. Luíz Filipe de Bragança, realça a importância da educação num futuro Chefe de Estado, relevando o crucial da autoridade ( que não autoritarismo ) que advém do exemplo.
Numa época em tudo semelhante à que então carecia desmedidamente de um homem de pulso, espera-se que esta carta não caia em saco roto...
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Rapazes revoltados
Por Patrice Lewis
Recentemente, li um artigo extraordinário sobre o assunto do motivo por que tantos rapazes estão revoltados, chateados e rebeldes. A escritora desse artigo (Tiffani) tem cinco filhos, inclusive dois meninos com as idades de 14 e 2 anos. No laboratório de uma vida familiar feliz, estável e caótica, ela criou essa louca teoria: de que os meninos precisam de homens para lhes ensinar a ser homens. Loucura, não é?
À medida que Tiffani observava os padrões morais, atitudes, ética profissional e senso de responsabilidade da sociedade se deteriorarem, ela não conseguia deixar de especular se a falta de um homem forte na vida dos meninos os transforma de “doces, amorosos menininhos corados” em adolescentes monstruosos. E ela ficou pensando… será que a rebelião na adolescência é uma fase natural da vida, ou será que é causada por algo de que os meninos têm falta?
A premissa da teoria de Tiffani é que as mães precisam saber quando se retirar e deixar seus filhos do sexo masculino aprenderem a ser homens sob a tutela de seus pais (ou figuras paternas). Como todas as mães, Tiffani quer proteger seus meninos de ferimentos. Mas isso é bom a longo prazo? Talvez não. Tiffani está aprendendo quando afastar-se e deixar seu marido assumir a orientação de seus meninos.
À medida que amadurecem, os meninos nem sempre vão querer — ou precisar — proteção. Eles precisam de desafios, aventuras e atos de cavalheirismo. Os pais — os pais fortes — sabem quando afastar a proteção das mães e começar a treinar seus filhos a serem homens. A palavra-chave é treinamento.
O treinamento é decisivo. Meninos sem treinamento crescem e se tornam monstruosos: fora de controle, predatórios em cima das mulheres, irresponsáveis, incapazes ou indispostos a limitar seus impulsos movidos à testosterona para agressão ou sexo. Nossa atual sociedade está toda encardida com os prejuízos que sobraram dos meninos que nunca aprenderam o que é necessário para ser um homem. Lamentavelmente, esses “meninos adultos” muitas vezes procriam indiscriminadamente e despreocupadamente, então se recusam a ser pai para os filhos que eles produzem.
Mas homens treinados transformam a sociedade. Eles trabalham duro. Eles movem coisas pesadas. Eles constroem abrigos. Eles protegem, defendem e resgatam. Eles providenciam provisão para suas famílias. Eles fazem todas as coisas assustadoras, feias e sujas que as mulheres não conseguem (ou não querem) fazer. Homens treinados são, nas palavras do colunista Dennis Prager, a glória da civilização.
Conforme aponta Tiffani, os meninos precisam de homens para ajudá-los a estabelecer sua masculinidade de modo apropriado. Os homens entendem que os meninos precisam de experiências e desafios definidores para cumprir seus papéis biologicamente programados. As mulheres não entendem isso, mas não tem problema. Pais fortes (ou figuras paternas fortes) instintivamente intervirão e começarão a treinar os meninos como domar a testosterona, como trabalhar, como respeitar as mulheres, como liderar e defender e como eliminar ameaças.
O problema começa quando não há um modelo de papel masculino para um menino imitar. Se os homens estão ausentes, enfraquecidos ou indispostos a ensinar os meninos como se conduzir, então os meninos não aprendem como ser homens. É simples assim.
As mães não têm a capacidade de ensinar os meninos a ser homens. Não importa quanto amemos nossos filhos do sexo masculino, não temos essa capacidade. As mães querem ser mães porque, afinal, é o que fazemos. Protegemos, cuidamos e beijamos as feridas dos nossos meninos. Mas chega uma hora na vida de todo menino em que ele precisa se erguer acima dos beijos nas feridas e ser um homem.
Os homens não dão beijos nas feridas. É assim que eles se tornam guerreiros e protetores.
Lembro-me de quando o filho de 13 anos de nosso vizinho andou de bicicleta até nossa casa, uma distância de um quilometro e meio em difícil estrada de terra. Ele levou um tombo desagradável e chegou coberto de arranhões e sangue. Quando lhe perguntei o que havia acontecido, ele explicou sobre o tombo… então acrescentou um sorriso radiante: “Mas não tem problema. Sou menino”. Não é preciso dizer mais nada.
Se eu tivesse me descabelado com a situação dele, falando carinhosamente, agindo de forma excessivamente preocupada e beijando seus machucados, eu teria roubado dele a aventura de ter sobrevivido de seu acidente. Ele se orgulhou das cicatrizes de sua batalha, e a última coisa que ele queria era cobri-las com ataduras infantis.
O que acontece quando os meninos não têm um homem forte para lhes ensinar? Os resultados variam de indivíduos fracos e covardes a totais brigões. Dou um exemplo em meu blog sobre uma mulher dominadora com um marido fraco criando dois filhos do sexo masculino. Esses meninos estão crescendo num lar torcido e desordenado que vai contra a natureza humana e a programação biológica, e os meninos vão virar homens abrutalhados.
Meninos que crescem com nada senão a “proteção” de suas mães — sem nenhum homem forte para lhes dar a chance de acabarem com as ameaças — se tornam revoltados e cheios de amargura. Eles sabem que algo está errado. Eles sabem que têm de defender as mulheres, mas eles guardam tanto ressentimento de suas mães por “protegerem” a eles de todos os desafios que o modo como eles veem as mulheres fica distorcido.
Se o marido dessa mulher tivesse desempenhando seu papel como cabeça da casa, esses meninos poderiam ter se tornado homens diferentes. Se ele tivesse resgatado seus filhos do perpétuo amor protetor de sua esposa, seus filhos poderiam ser Homens em Treinamento em vez de Futuros Abrutalhados. Mas temo que seja tarde demais.
Creio que uma parte de criar filhos fortes e equilibrados vem de meninos observando suas mães honrarem seu pai. O lar em que a mãe e o pai respeitam um ao outro por suas várias forças biológicas cria os filhos da forma mais estável e equilibrada possível.
Meu marido e eu não temos filhos para criar e se tornarem homens. Mas nossas meninas estão aprendendo a admirar a verdadeira masculinidade, não potenciais abrutalhados ou fracos e covardes. Ajuda tremendamente que, em nossa vizinhança, estejamos cercados de pais responsáveis que estão criando excelentes rapazes — fortes, prontos para ajudar, protetores das mulheres, ansiando serem heróis.
Com que tipo de homem você pensa que quero que minhas filhas casem algum dia? O Homem de Verdade que assume seu papel biológico de protetor e guerreiro? Ou o Rapaz Revoltado que xinga a mãe e despreza o pai? Qual lhe parece o homem mais equilibrado e firme?
Nada disso é difícil demais de entender — ou, pelo menos, não devia. Infelizmente na cultura andrógina feminista de hoje, esse conceito se tornou motivo de desprezo e zombaria.
Patrice Lewis é uma escritora independente e autora do livro “The Home Craft Business: How to Make it Survive and Thrive” (Empresa Doméstica de Artesanato: Como Fazê-la Sobreviver e Prosperar). Ela é cofundadora (com seu marido) de uma empresa doméstica de artigos de madeira. O casal Lewis vive em Idaho, educando em casa suas duas filhas e cuidando de seu gado. Visite o blog dela:
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Rapazes, modéstia com as moças !
Ah se a modéstia dependesse só de nós, homens! Ainda bem que alguns blogs estão ensinando a disciplina a essa massa de mulheres pervertidas existente também na Igreja.
Meu caros colegas, ser católico é duro, muito duro! Temos duas batalhas à travar: A nossa concupiscência e nosso campo de visão, que nem sempre é muito favorável
"E se seu olho faz você pecar, arranque-o e jogue fora. É melhor entrar no céu com um olho só, do que estar no inferno com dois." (Mateus XVIII, 9)
Então, como este é o 'X' da questão, vamos ao que interessa. Existem alguns tipos de mulheres que devemos evitar qualquer tipo de familiaridade, seja conversas ociosas ou até mesmo, uma palavra sequer. Qualquer 'J' será um motivo para grandes batalhas à travar totalmente desnecessárias. Portanto rapazes, sejamos modestos com as moças !
As modestas - tratai com todo o respeito. Converse prudentemente conforme seu dever de estado e seja gentil. Assim como ela nos ajuda em nossa santidade imitando a Santíssima Virgem, imitai a elas e trabalhe para seguir sempre o passos do Cristo crucificado, filho dessa Mãe da pureza, exemplo de modéstia.
As modernistas - tratai com todo o respeito. Fale somente o conveniente. Seja gentil, não em demasia. Não imitam a Santíssima Virgem como devem, porém, todo cuidado é pouco para tão pouco zelo que guardam a modéstia.
As mundanas - tratai com todo o respeito, mas evitai qualquer tipo de contato. Muitas almas se perderam por culpa de muitas mulheres vis, poços de devassidão! A Santíssima Virgem não é espelho para nenhuma delas, pois o espírito delas não é puro e não buscam a santidade, nem a desejam. Tratai com elas conforme a peste!
Escutai meus caros irmãos, que a modéstia que devemos ter é suma que jamais se mova um só olhar para a esquerda ou para a direita, para trás ou para frente que não seja lícito. O pecado não está no primeiro olhar descontrolado próprio da visão, mas no segundo. Naquela mácula de voltar e olhar para o tal vestido curto da morena, da loira, da ruiva, seja lá como for.
Quantos santos se atiraram nos desertos para não cairem no Inferno, justo pelos pecados da carne ! E ainda disse Jacinta, vidente de Fátima, que ainda hoje é o pecado que mais tem levado as almas para o Inferno.
"Lembra-te dos teus novíssimos, e jamais pecarás” (Eclo 7,40)
Qual será o motivo de tantos terços e mortificações? Acabou a era da modéstia! A Idade Média já passou, estamos nos tempos modernos, eu diria, nos tempos do Inferno. Todos os desejos infernais para o mundo se concretizaram, exceto um: Que Deus não exista para todos.
Ainda há um punhado de católicos que acredita na volta do Filho do Homem, no Reinado de Maria. Há jovens castos que sofrem pressão psicológica porque pretende guardar sua castidade até a vinda de Cristo. Há ainda aqueles que acreditam na modéstia, sim!
Pois a modéstia não é um assunto do passado. Os tempos mudam, os valores permanecem. Se nossos pais desistiram de lutar por isso que tanto foi ensinado por nossos avós, é da pedras ou dos ventres covardes que Deus suscitará uma geração que conserve a pureza da castidade, ensinando a modéstia.
Homens, ensinem isto a seus filhos! O Céu se conquista com violência. Com violência!
Luciano Beckman (http://modestiamasculina.blogspot.com)
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Você acha que há uma crise de liderança masculina na Igreja?
Ela argumenta que as mulheres – com níveis crescentes de educação e de emprego mais flexíveis nesta recessão econômica – vão assumir o controle, fazendo dos homens o segundo sexo.
Nossa busca pela igualdade de gênero fez com que as mulheres disparassem na frente, deixando os homens na poeira. Será que isso é verdade?
A reportagem é de Christine B. Whelan, publicada no sítio Busted Halo, revista eletrônica dos padres paulinos dos EUA.
Eu já falei anteriormente sobre isso – assim como vários outros artigos que incentivam a misandria [aversão ao sexo masculino] e que diminuem o papel dos homens –, mas, ainda em abril, eu me encontrei com Damian Wargo(foto), co-fundador e diretor do The King’s Men (www.thekingsmen.us), um ministério católico masculino com sede na Filadélfia, nos EUA, que é especialista nessas questões.
Ele e eu nos conhecemos em Nova York para debater em um programa de televisão as diferenças de gênero e o namoro a partir de uma perspectiva católica. Depois de termos debatido no ar, Damian e eu tivemos a oportunidade de conversar sobre a sua organização, suas opiniões sobre sexo, namoro e vida familiar, e sobre como os jovens homens pode se envolver com a Igreja.
Ele e eu temos perspectivas diferentes sobre algumas questões referentes aos papéis de gênero, mas seu desejo de envolver os homens na família e nas atividades comunitárias é admirável. Além disso, seu conselho para homens sobre namoro e casamento é muito sólido.
Eis a entrevista.
Conte-me um pouco sobre o The King’s Men: por que ele começou? Quantos homens estão envolvidos? Qual é a sua missão e o seu objetivo?
O The King’s Men teve início em resposta à crise da masculinidade. Infelizmente, muitos homens não são ativos na Igreja de forma nenhuma. Alguns homens até veem as iniciativas de fé como exclusivamente para mulheres. Além disso, muitos homens estão confusos sobre seu papel natural como líderes, protetores e sustentadores. Meu colega MarkHouck (foto) e eu começamos o The King’s Men para enfrentar essa crise e para convocar os homens a agir, especialmente lutando nobres batalhas.
A missão do The King’s Men é: “Sob o chamado universal de Cristo Rei a servir, nós, como homens, comprometemo-nos a unir-nos e a fortalecer outros homens nos moldes do líder, do protetor e do sustentador, por meio da educação, da formação e da ação”. Existem cerca de 200 homens que são King’s Men muito ativos, e nossas iniciativas chegam a milhares de homens por ano.
Você fala de ajudar a edificar a fé em uma “modalidade masculina”. O que isso significa?
Todos os homens são chamados a ser líderes, protetores e sustentadores. São Tomás de Aquino ensina que “a graça supõe a natureza”. Assim, para que um homem suba na vida espiritual, ele precisa de uma boa formação em um nível natural, tornando-se finalmente muito animado pela graça de Deus. Os homens gostam de construir estruturas que sustentam as necessidades dos outros. Essa é a base do amor autosacrificial, da liderança e da sustentação.
O homem, pela sua natureza física, é chamado a proteger as mulheres e as crianças. Não podemos ignorar esse fato ou fugir dessa realidade, ou a vida de fé de um homem não possuirá um componente para a sua missão dada por Deus. A fé apresentada em uma modalidade masculina sempre vai chamar os homens a agir pelo amor e pelo bem de sua família e do bem comum.
O The King’s Men é muito explícito com relação aos perigos da pornografia. Por quê? Qual é o impacto que a pornografia tem nos homens jovens, e o que os grupos King’s Men sugere como soluções para o amplo consumo de pornografia online entre os jovens?
A indústria da pornografia é uma indústria de 13 bilhões de dólares por ano nos EUA. Os homens são os consumidores primários. A única solução para esse problema é que os homens vejam esse flagelo na nossa cultura como uma batalha que precisa ser vencida, de forma a proteger o bem comum. A maioria dos homens cresceu em uma cultura completamente sexualizada, que ensina os homens, desde seus primeiros anos, que usar as mulheres para a luxúria e o sexo não é algo errado. Na verdade, equivocadamente, eles são ensinados que isso deve ser admirado.
Isso teve um impacto devastador sobre a nossa cultura, já que ensina os homens a desenvolver vícios nessa área em vez de virtudes. Os resultados são doenças, divórcio, violência, vícios e dor incalculáveis. A solução é que os homens se convençam que a pornografia é gravemente maligna, e que um homem pode, com a graça de Deus, levar uma vida virtuosa de castidade. Uma vez que um homem comece a desenvolver seu autodomínio, ele também pode começar a ajudar a guiar os outros nessa área e formar alianças que não irão tolerar a pornografia em suas comunidades ou por meio da Internet e de outras mídias.
Em agosto, o The King’s Men organizou um retiro chamado “Into the Wild”, nos arredores de Pittsburgh (intothewildweekend.com). Como foi esse retiro? Quem participou e o que aconteceu nesse retiro?
Partindo do princípio que a graça supõe a natureza, o “Into the Wild” foi principalmente um fim de semana orientado a habilidades ao ar livre, centrado em oferecer aos homens experiências ligadas à vocação natural de um homem como líder, protetor e sustentador. Situado no Estado da Pensilvânia, o “Into the Wild” treina homens em questões como orientação, topografia, armamento, defesa pessoal, técnicas de sobrevivência, construção ao ar livre, pesca, caça, jogos na selva, preparação de alimentos e muito mais.
A parte inicial das manhãs consistia em oração, missa e uma pequena palestra ligada ao arquétipo masculino do dia que estávamos nos esforçando para desenvolver. Na metade das manhãs, nos dedicávamos à aquisição de habilidades, e, à tarde, a competições em equipe e/ou simulações de desafios. As noites eram um tempo para o descanso, o relaxamento, a oração e o companheirismo ao redor das fogueiras. As acomodações para o descanso consistiam em pequenas cabanas de estilo rústico sem eletricidade.
O “Into the Wild” é para qualquer homem. Em primeiro lugar, o “Into the Wild” é ótimo para um homem acostumado com a vida do campo, que busca estar com outros homens de fé no meio do campo. Em segundo lugar, também é excelente para pais e filhos e homens em geral que buscam uma tremenda experiência de ligação. Finalmente, é bom para homens que têm o desejo de compreender melhor a vida na selva e ser treinados em habilidades ao ar livre.
O “Into the Wild” e as atividades do The King’s Men também estão abertos àqueles que buscam uma experiência espiritual?
Absolutamente. Muitos homens que participaram do “Into the Wild” nos disseram que esses dias foram o final de semana mais espiritual das suas vidas.
Seu padroeiro é Santo Agostinho. Como vocês o escolheram?
A maioria dos homens podem se identificar com as lutas de Santo Agostinho com a pureza e vê-lo como um homem apaixonado, que teve uma radical transformação que levou a um coração que batia apenas para Deus. Ele é um modelo para os homens de todas as esferas da vida.
Se você pudesse dar três pequenos conselhos para os homens solteiros e jovens que estão interessados em namorar e em ter um relacionamento, quais seriam?
Um: quando o Senhor coloca uma forte atração por uma mulher em seu coração, e o seu intelecto concorda, busque essa mulher com propósito e paixão. Não tenha medo de pedir o telefone para uma menina ou para sair com ela. Simplesmente por mostrar um forte e genuíno interesse de uma maneira saudável, você irá se separar da grande maioria dos homens que falha nessa área.
Dois: ser muito claro com suas intenções. Deixe que a mulher saiba que você não está interessado em um relacionamento casual, mas tem o desejo em seu coração de, algum dia, ser um marido e pai.
Três: se você estiver desanimado com a garota que você está namorando, não continue buscando-a. Uma mulher merece um homem que queira estar com ela e só com ela. Assim que você souber que ela não é a mulher que Deus lhe reservou, avise-a que você discerniu isso, mesmo que você só tenha saído com ela uma ou duas vezes.
E três conselhos para os homens que estão namorando ou são casados?
Um: seja um homem em busca do coração da sua esposa!
Dois: sempre coloque as necessidades da sua esposa acima das suas próprias.
Três: nunca fale negativamente sobre a sua esposa aos seus amigos.
Eu escrevi um artigo sobre a misandria – o ódio pelos homens. Como as mulheres podem apoiar os homens e encorajá-los a ser tudo o que podem ser?
Para os homens, ser respeitados pode ser uma necessidade tão forte assim como a necessidade de uma mulher de ser amada. Eu já encontrei algumas mulheres que eram excessivamente críticas com relação aos homens e rápidas em apontar as falhas de um homem aos outros. Isso é terrível para um homem. Além disso, por mais difícil que seja, tente confiar em um homem até que se prove o contrário. Infelizmente, muitos homens já deixaram algumas mulheres em situações muito trágicas. Isso levou a uma forte desconfiança nos homens, em geral. No entanto, existem homens bons por aí, em quem se pode confiar, e que têm o desejo de fazer a coisa certa. E isso pode prosperar quando ele sabe que as mulheres ao seu redor confiam e admiram-no.
Filme Cristiada
Bela produção sobre a Guerra Cristera, que nos brinda com um retrato fiel de uma época, seus costumes e sua fé.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Você se veste com modéstia?
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Príncipe William (Duque de Cambridge) |
Por Vladimir Lachance
Muito se tem discutido sobre a modéstia feminina, frisando, sobretudo, que tipo de traje seria adequado ou não para uma mulher católica. A resposta tem se tornado cada vez mais clara, pois surgem traduções importantes de declarações papais, textos relevantes de grandes santos e teólogos, que vão dando precisão aos argumentos em favor da moralização das vestes femininas.
Vê-se, com grande entusiasmo e esperança cristã, reerguer-se a dignidade da mulher católica. É nesse momento de robustecimento da fé católica, com essa bela reação contra as roupas imorais para as mulheres, que nos aparece nova questão: e para os homens, existe a virtude da modéstia no vestir? E quais seriam as regras a se seguir?
Para responder a estas perguntas é preciso ter claro o fato da diferença psicológica de homens e mulheres, e ter isto em mente significa perceber que existem maneiras específicas de olhar o mundo e o que nele existe que são muito próprias para cada sexo.
Disso decorre que a modéstia deve ser observada por ambos de maneira condizente à sua própria natureza. O homem, assim como a mulher, deve seguir as regras do pudor, da castidade e da higiene, e, além disso, deve ter sempre presente qual é o seu papel e missão na Criação.
O homem é uma das “duas expressões diversas da natureza humana”1; e se existem essas duas expressões, elas não podem ser iguais, pois se fosse assim não seriam duas, portanto devem diferenciar-se em pelo menos alguns aspectos, tendo características inerentes que as tornem únicas, mas ao mesmo tempo complementares – já que formam uma mesma natureza humana.
Para a mulher, podemos, olhando para o exemplo da mulher por excelência, a Virgem Santíssima, recolher traços particulares do seu modo de ser, que seria: humildade, meditação, silêncio, submissão, delicadeza; é, acima de tudo, a força espiritual – como retratou a historiadora Gertud Von Le Fort: a mulher representa a força invisível que move o mundo.
Já para o homem podemos tomar como exemplo o chefe da Sagrada Família, o glorioso São José, que na ladainha composta em sua homenagem é saudado como casto guarda da Virgem, sustentador do Filho de Deus, zeloso defensor de Jesus Cristo, fortíssimo, modelo dos operários, sustentáculo das famílias e protetor da Santa Igreja.
Notem que não se trata de dizer que essas virtudes são somente masculinas ou femininas, pois se poderia objetar que determinadas mulheres se sobressaíram na história exatamente pela firmeza, como foi o caso de Santa Joana D’arc, ou que alguns homens se santificaram exatamente pela submissão e certa docilidade. Quanto a isto não haja dúvida: não se trata de dizer que existem vias exclusivas de santificação para homens e mulheres, mas de fazer nota da existência de atitudes peculiares, enquanto homens e mulheres em geral.
Antes que sejamos capazes de refletir mais sobre as roupas mais adequadas para o homem vestir, temos que definir como se encontra a moda masculina como um todo. Quanto à moda feminina não temos dúvida do seu estado atual, Já para a moda masculina prevalece uma atual presença da cultura relativista na forma como os homens, em geral, se vestem.
Talvez não seja tão claro para um homem ter noção disto – se ele não prestar atenção no que foi sendo incorporado ao seu guarda-roupa: camisetas, regatas (comumente de número abaixo ao que ele deveria estar usando), cores femininas, estampas (anjos, dragões, mulheres, “tribais”, números aleatórios, frases sem sentido…), florais, colares, pulseiras, brincos, cintos estilizados (prateados, rebites, etc.), anéis, calças justas ou de estampas duvidosas, e por aí adiante – se o leitor ainda não se sentir capaz de visualizar o que estou tentando dizer, veja as fotos no fim do artigo e compare como os homossexuais se vestiam décadas atrás e como os homens costumam se vestir hoje. Como chegamos a este ponto?
Dentre os vários pontos relevantes, destacamos:
1 – De acordo com certa ideologia corrente nos nossos dias, “ninguém nasce homem ou mulher”, mas sua identidade é construída na vida em sociedade, e essa identidade seria supostamente arbitrária. Estas pessoas pretendem dizer que não existe diferença ontológica alguma entre homens e mulheres, mas que tudo é construção;
2 – Esta mesma ideologia, por ser desconstrucionista – e por isso mesmo destrutiva de toda ordem natural -, postula que estas mesmas identidades não podem ser classificadas apenas como identidades de mulher ou de homem: há uma multiplicidade de identidades de “gênero” – as quais definem como: gay, lésbica, transexual, travesti, etc.; completam a abominação dizendo que nenhuma destas identidades são fixas, mas que as pessoas transitam, durante a vida, por várias delas;
3 – É este tipo de ideologia que está sendo utilizado para eliminar as diferenças sexuais estabelecidas e queridas por Deus-4; todos os aspectos da psicologia humana e todos os âmbitos da sociedade são atingidos quando este tipo de pensamento se alastra. Quando isto acontece, tudo aquilo que é produzido nesta sociedade está contaminado por tal concepção, de modo que desde a propaganda de eletrodomésticos, passando pela moda, e principalmente pela forma que as pessoas se relacionam entre si, apresentam resultados do esforço ideológico destrutivo.
Todo este pensamento, no entanto, pode ser definido em uma palavra: igualitarismo. Tendência de tudo igualar, de abolir as diferenças – principalmente aquelas queridas por Deus: Quer abolir as diferenças entre os sexos, as idades, as culturas e transformar tudo numa massa uniforme, onde ninguém é mais ou menos que ninguém, todos valem o mesmo.
Na moda masculina, a tendência igualitária procurou o mesmo caminho descrito acima para alcançar o seu fim último, que neste caso vem a ser a abolição da diferença entre os sexos. Desde a sua primeira intervenção na moda, o igualitarismo já tinha em si o poder de confundir os sexos, de destruir toda a indumentária que deixasse marcada a diferença existente entre o homem e a mulher.
Quando a calça é introduzida no guarda-roupa feminino, isto também traz graves conseqüências para os homens, pois uma peça que era claramente masculina se tornou unissex – e esta palavra que também virou moda: a moda unissex; inconcebível há pouco tempo atrás.
Moda unissex não se trata somente de uma mesma peça que pode ser usada por homens e mulheres (uma camiseta branca que você compra e pode presentear tanto a João quanto a Maria), mas o fato de que quase toda espécie de vestimenta hoje é produzida para ambos os sexos. Exemplos: a camisa pólo masculina e feminina, a calça, a jaqueta, o colete, a camisa social, o terno, a bermuda, e por aí vai. E o que diferencia estas peças é algo muito tênue, é certa tendência para cores ou estampas (fato que tende a diminuir a cada ano), é uma mudança mínima no corte.
Se por um lado o fato de que as mulheres incorporaram o uniforme de trabalho (a camisa masculinizada e as calças) no seu guarda-roupa contribuiu para o igualitarismo, o caminho oposto – ou seja, o homem incorporar indumentárias femininas -, estava facilmente definido e fadado a acontecer. Este caminho se encontrava na maneira como os homossexuais se vestiam, pois eles já usavam roupas e acessórios afeminados. O caminho mais fácil não era ligar este homem à moda de sua esposa, mas estender a cultura relativista para todos os homens. E esta cultura, de fato, fez duras investidas contra as vestes masculinas
Este igualitarismo (5) é o primeiro mal do qual o homem católico deve fugir ao escolher que roupa irá usar. E para isso, é necessário que ele reconheça sua dignidade como filho de Deus, cuja missão é, antes que qualquer outra, refletir a paternidade divina.
Numa época cuja nobreza da vocação paterna e materna é colocada permanentemente em dúvida e ridicularizada(6), sendo utilizado para isto também a moda, significa que passou da hora de uma reforma moral. Esta reforma começa com o nosso “fiat” a Deus e tem uma repercussão direta no momento em que formos à nossa próxima compra de roupa.
Fonte: Moda e Modéstia
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1-Dietrich Von Hildebrand. O Amor Entre o Homem e a Mulher.
2 Cf. CIC 369-371
3- Cf. Carta aos bispos sobre a moda imodesta (1954) e discurso de Pio XII, às garotas da Ação Católica, 22 maio 1941: “Enquanto certos modos provocantes de vestir permanecem como triste privilégio de mulheres de reputação duvidosa e são quase um sinal que as faz reconhecer, não se ousará, pois, usá-los para si; mas no dia em que aparecerem como ornamentos de pessoas acima de quaisquer suspeita, não se duvidará mais de seguir tal corrente, corrente que arrastará talvez para dolorosas quedas”.
4-Tal como a autora feminista Shulamith Firestone escreveu na “Diáletica do Sexo” (The Dialectic of Sex): “Assim como a meta da revolução socialista era… a eliminação da… distinção da classe econômica como tal, assim a meta da revolução feminista deve ser a eliminação da… distinção do sexo como tal [de forma que] a diferença genital entre seres humanos não teriam mais nenhuma importância culturalmente. Citado em: http://christopherwest.com/page.asp?ContentID=120
5- “Devemos acentuar a diferença, ao menos como tática de argumentação, porque um dos vícios de nosso tempo consiste precisamente em procurar a simplificação da uniformidade. A desordem de nosso tempo consiste em tender para o amálgama, para o informe, para a massa, para a sociedade sem classe, para um mundo sem limites, para uma vida sem regras, para uma humanidade sem discriminações. Ao contrário disto, a sociedade que desejamos construir é uma sociedade ricamente diferenciada, e nitidamente hierarquizada.(…) E, quanto mais infantil for a criança, e quanto mais mulheril a mulher, e quanto mais varonil o homem, tanto melhor realizaremos em cada situação concreta a ordem, cambiante mas verdadeira, que é o fundamento da felicidade dos povos. O bem, a perfeição da sociedade, está na infantilidade da infância, na feminilidade da mulher, na masculinidade do homem”. (Gustavo Corção, Vocação da Mulher)
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